sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A mágica da multiplicação de vagas em CEIs



POR SALVADOR NETO

Joinville é a cidade onde se fazem milagres, até na educação infantil. De uma só canetada 600 vagas apareceram do dia para a noite na rede pública municipal. A receita? Acabar com o turno integral para 600 crianças, aproximadamente. Neste quadro de circo eles cortam para aumentar. Só esqueceram das crianças, seus pais e suas mães. 


Os autores da mágica são o prefeito Udo Döhler, o secretário da Educação, Roque Mattei, e claro, a bancada governista formada por quase todos os 19 vereadores. Esta semana inclusive o líder do governo no legislativo, vereador Claudio Aragão (PMDB), encerrou reunião da Comissão de Educação – que preside – diante dos protestos de dezenas de pais e mães que não sabem o que fazer diante dessa “mágica”. Democrático o vereador governista não acham?
 
Os fakes governistas, os bajuladores aninhados em cargos do governo, ou mesmo fora dele em empregos terceirizados, podem me chamar de chato. Para este jornalista isso é um elogio. Sou obrigado a retomar o lema que marcou a eleição de Udo em 2012: não falta dinheiro, falta é gestão. Tal frase, que levou milhares a votar no empresário peemedebista, hoje soa como palavrão para a rapaziada do outro lado do rio Cachoeira.

Entendo, é difícil explicar o inexplicável hoje após quase quatro anos de governo que não disse a que veio. Após os fiascos na saúde – o alcaide se diz conhecedor há 40 anos, portanto presume-se que conhece do riscado -, na infraestrutura, mobilidade urbana, embelezamento e manutenção da cidade, suas praças, ruas (buracos brigam entre si nas vias centrais, e muito mais nos bairros), agora eles brindam os pais e mães joinvilenses com um presentão em outubro, mês das crianças e dos professores: tirar direitos para fazer nascer vagas para mais crianças.

Segundo a Prefeitura, e seus planejadores, o município prevê mais quatro mil matrículas na faixa de idade entre 4 e 5 anos. E que o atendimento na educação infantil vai aumentar de oito mil para 12 mil crianças nesta faixa de idade em 2016, quando as matrículas a partir dos quatro anos já serão obrigatórias por lei. Ao eliminar o turno integral para aquela faixa etária, aponta o secretário Roque Mattei, a rede ganhou novas vagas em número proporcional às matriculas desativadas.

Ora amigos e amigas, pais e mães que foram surpreendidos a menos de três meses do final do ano com este anuncio, onde anda a tal gestão profissional? Após três anos, com dados disponíveis ano a ano, não sabiam que a demanda aumentaria? Que investimentos na educação são permanentemente necessários?

Vamos buscar compreender então a gestão Udo, lenta como as tartarugas gigantes de Galápagos: é difícil criar tantas vagas, faltam verbas, etc, etc, etc. Mas o governador Colombo do PSD, é aliado e vive aqui assinando convênios. A presidenta Dilma também, pelo menos é o que diz o Prefeito. A verdade é que além da gestão, falta também criatividade, agilidade, vontade política.

Aliás, se há vontade política no sentido de fortalecer a iniciativa privada que possui escolas de nível como a UNISOCIESC, de onde o secretário Roque é oriundo, Elias Moreira, Bom Jesus, Santos Anjos, e tantas outras, e tantos outros centros de educação infantil por toda a cidade, porque não compram essas vagas e resolvam o problema?

Porque não utilizam estruturas do Estado que estão a cair por falta de alunos durante o dia, noite, e também por não ter manutenção, ocupando esses lugares ociosos para colocar nossas crianças e evitar o desespero de pais e mães? Ou o Prefeito, Secretário e Vereadores governistas do PMDB, PSDB, PSC, PDT, e outros menos votados creem que é fácil fazer a mágica com o bolso dos outros?

Enquanto os pais são desrespeitados, vendo seu direito retirado, o Prefeito viaja ao exterior e organiza uma espécie de festa das cadeiras com o vice-prefeito Rodrigo Coelho (PSB) e o presidente da Câmara de Vereadores, Rodrigo Fachini (PMDB): eu viajo, vocês assumem um bocadinho cada um, sem brigar. Eles brincam de governar, e o povo chora em meio à falta de saúde, vagas na educação, buracos nas ruas, matos em praças, bairros abandonados ainda esperando os 300 km de asfalto.

No governo Udo agora falta tudo. Dinheiro, gestão, e vergonha. Dizem por lá também que não tem segredo, tem trabalho. Os cidadãos já viram que na verdade tem é muito segredo, e pouco trabalho. Joinville virou Sucupira. Resolvam o problema das vagas sem o sofrimento de pais e mães. É o mínimo que um gestor público deve fazer.


É assim, nas teias do poder... 

17 comentários:

  1. Ué, mas o prefeito é um socialista convicto!!!
    Socialismo é isso, pessoal: alguns tem de se sacrificar pelo bem da maioria. Quem trabalha não tem de pagar mais impostos para bancar quem não trabalha? Na educação, infelizmente, não é diferente – prevalece a lógica socialista – na falta de recursos, tira de quem tem mais para distribuir a quem nada tem, é a distribuição da pobreza. Pergunto para o autor socialista: “que mal há nisso”?

    Eu não votei no Udo, meu voto foi para Marco Tebaldi, mas é muita falta de noção de alguém que votou em Carlito Merss criticar a atual gestão, ou confuso por permanecer congelado no espaço/tempo (igual na administração do PT) e acordar agora.

    Eduardo, Jlle

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    1. Chega a ser patético comparar a atual administração com a do Carlito. Udo=limbo.

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    2. O Anônimo Eduardo, Jlle entende muito sobre socialismo... risível. Confuso está você misturando Carlito, Udo, Tebaldi, estás em crise existencial?

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    3. O troll tucano que sempre nos dá a honra de ler tão sábias palavras...iguais a ti existem milhares nas redes, mas confesso que a tua hipocrisia está a altura do teu mestre Teba.

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    4. Não sabes a diferença entre hipocrisia e ironia... Logo você!

      Eduardo, Jlle

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  2. Se os 400 mil reais, em média, gastos por mês em 2014 com publicidade fossem aplicados em vagas nos CEIS, será que seria necessário acabar com as 600 vagas em turno integral para crianças de 4 e 5 anos?
    Governar é fazer opções, elencar prioridades. Educação Infantil não deveria ter prioridade sobre publicidade?

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  3. Haitianos, africanos e outros imigrantes que desejam fazer bastante filhos para se legalizarem, receber bolsa família e outros programas sociais (saúde, dentistas e educação grátis) também podiam matricular seus filhos em período integral e "esquecer" ?
    (Campanha: PATERNIDADE E MATERNIDADE RESPONSÁVEIS JÁ!)

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    1. Eu não li isso. Chega a dar nono essa escória privilegiada pedir eugenia contra os mais pobres. Os ricos é que deveriam ser exterminados.

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    2. Que comentário medíocre!! Prefiro não comentar.

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    3. Guarde teu nazismo pra você, ta fora de moda, não exponha, passará vergonha.

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    4. Esses que criticam, podem ser os Verdadeiros nazistas e/ou tiranos, pois não admite alguém ter uma pensamento diferente (coincidentemente, muito mais evoluído que seus discursos "politicamente córretos", demagógicos e irresponsáveis). Tenho amor a todos os povos e raças, quero o melhor para todos independentemente, por isso oriento-os para o respeito e cuidado com a natureza de cada povo. Em nossa época: "Paternidade e maternidade responsáveis é Educação para benefícios de todos".

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  4. Falam tanto contra, mas eu, que sou joinvilense, não acho tão ruim viver aqui. A maioria das cidades são muito piores.

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  5. A Dilma já combinou com o Udo e vai deixar a família toda sem emprego, ela já tá preparando a demissão de um monte de gente, e alguém vai ficar em casa mesmo pra que reclamar gente???? Votam no PT e PMDB depois ainda querem VALE reclamação?? vão pagar a conta...

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  6. É lamentável! Entra ano e sai ano e as coisas continuam cada vez pior. Mas infelizmente não podemos culpar Udo ou Dilma pous a corrupção neste pais já vem de décadas e a culpa é do povo que não sabe votar só sabe criticar, exigir seus direitos como cidadãos. E o seu dever onfe está? Acorda Brasil! Não adianta chorar sobre o leite derramado.

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    1. Vai melhorar quando excluírem o voto obrigatório ou de cabresto.
      Só vota quem tem consciência política e de seu dever enquanto cidadão.

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    2. De cabresto será quando não for obrigatório. Nesse caso, os sem consciência política, só irão votar em troca de algo. Assim, quem tiver mais dinheiro comprará mais eleitores/votos.

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  7. Sabia-se da obrigatoriedade da matrícula aos 4 anos a partir de 2016 desde a aprovação da PEC 59 em 2009. Foi essa decisão que nos orientou a planejar e contratar 12 novos CEIs, sendo que alguns já estavam em obras e outros em licitação e com dinheiro em caixa garantidos pelo governo federal. Infelizmente a decisão do governo Udo foi não dar continuidade à ação pois é obvio que precisaria contratar mais professores e outros servidores. Isso é "geston."
    Marquinhos Fernandes
    Ex- Secretário de Educação

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