POR IVAN ROCHA*
Ao ler o preciso texto
“A prova dos nove de Udo Dohler”, do jornalista José António Baço (link), senti
falta de uma discussão sobre a Mobilidade Urbana e o tema merece um comentário à parte.
Lembro de quando
presenciei uma reunião do Movimento Passe Livre com Udo Dohler, ainda em 2013.
O prefeito ainda professava absurdos como um carro por pessoa em 30 anos,
“mesmo que não usassem”. De lá pra cá muita coisa aconteceu.
Tivemos o labirinto do
anel viário do Iririú, onde os moradores tinham que “descobrir” os melhores
caminhos por conta própria, parte sem infraestrutura mínima para o aumento da
demanda. Ou aquela lombo-faixa fora dos padrões mínimos de qualidade em frente
ao colégio, que teve morte. Ou ainda o fim do programa aluno guia, lembrado
após a segunda morte na saída das escolas.
Apesar disso tudo, a
falta de competência na hora de fazer intervenções não é o pior dos problemas.
A falta de coragem de enfrentar os velhos privilégios parece ser uma marca
ainda maior da gestão Udo Dohler. Isso é bem claro em dois casos bem conhecidos
na cidade.
O mais recente é o
privilégio que os pais dos estudantes do Colégio Santos Anjos tinham de parar
seus carros no corredor de ônibus da avenida JK. Isso teve fim desde a última
segunda-feira, mas só aconteceu após insistência do pessoal da página “Não é só
pelo corredor”, que levou o caso ao Ministério Público. A administração
municipal estava tentando enrolar através de um projeto de R$ 800 mil que nunca
sairia do papel. E a solução foi simples, com alguns cones e mudança nas placas
de sinalização.
O segundo caso é a
licitação do transporte coletivo, que já venceu a concessão inconstitucional em
janeiro de 2014. Mas até agora a Prefeitura continua enrolando com dificuldades
de fazer um plano de mobilidade participativo, ou com o processo das empresas
de um suposto prejuízo que os usuários teriam que arcar na tarifa. Como no
primeiro caso, a solução é simples. Basta reabrir a ação direta de
inconstitucionalidade, pois o valor cobrado certamente confrontaria o
arquivamento da ação, que seria a falta de prejuízo aos contribuintes.
Assim está minguando o
mito Udo Dohler, o empresário que resolveria os problemas da cidade com um
“choque de gestón”. Espero que tenhamos aprendido que precisamos de um líder
com projeto que quebre paradigmas, e não de um gestor que enrola e não enfrenta
velhos privilégios.
*Ivan Rocha integra o grupo de comentaristas do Barulho na Chuva
*Ivan Rocha integra o grupo de comentaristas do Barulho na Chuva
Olha, sobre o Udo eu não sei, mas conheço uma pá de gente que vem se arrependendo do voto que deu a certa pessoa em 2010 que também ia fazer e acontecer, mas acabou levando o país para um buraco...
ResponderExcluirSegundo informações de funcionários, hoje pela manhã choveu mais dentro do que fora do prédio da SEMA na Anita Garibaldi. Todo mundo sabe de quem é o prédio, e quanto a PMJ paga por mês de aluguel. Por aí está explicado boa parte dos problemas de mobilidade da cidade.
ResponderExcluirTem caído a qualidade dos textos aqui no "Chuva Ácida". Parece que virou um pasquim para atacar o atual prefeito. Este espaço já foi melhor.
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