quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Mobilidade, o item que falta no TOP 10


POR IVAN ROCHA*
Ao ler o preciso texto “A prova dos nove de Udo Dohler”, do jornalista José António Baço (link), senti falta de uma discussão sobre a Mobilidade Urbana e o tema merece um comentário à parte.


Lembro de quando presenciei uma reunião do Movimento Passe Livre com Udo Dohler, ainda em 2013. O prefeito ainda professava absurdos como um carro por pessoa em 30 anos, “mesmo que não usassem”. De lá pra cá muita coisa aconteceu.
Tivemos o labirinto do anel viário do Iririú, onde os moradores tinham que “descobrir” os melhores caminhos por conta própria, parte sem infraestrutura mínima para o aumento da demanda. Ou aquela lombo-faixa fora dos padrões mínimos de qualidade em frente ao colégio, que teve morte. Ou ainda o fim do programa aluno guia, lembrado após a segunda morte na saída das escolas.
Apesar disso tudo, a falta de competência na hora de fazer intervenções não é o pior dos problemas. A falta de coragem de enfrentar os velhos privilégios parece ser uma marca ainda maior da gestão Udo Dohler. Isso é bem claro em dois casos bem conhecidos na cidade.
O mais recente é o privilégio que os pais dos estudantes do Colégio Santos Anjos tinham de parar seus carros no corredor de ônibus da avenida JK. Isso teve fim desde a última segunda-feira, mas só aconteceu após insistência do pessoal da página “Não é só pelo corredor”, que levou o caso ao Ministério Público. A administração municipal estava tentando enrolar através de um projeto de R$ 800 mil que nunca sairia do papel. E a solução foi simples, com alguns cones e mudança nas placas de sinalização.
O segundo caso é a licitação do transporte coletivo, que já venceu a concessão inconstitucional em janeiro de 2014. Mas até agora a Prefeitura continua enrolando com dificuldades de fazer um plano de mobilidade participativo, ou com o processo das empresas de um suposto prejuízo que os usuários teriam que arcar na tarifa. Como no primeiro caso, a solução é simples. Basta reabrir a ação direta de inconstitucionalidade, pois o valor cobrado certamente confrontaria o arquivamento da ação, que seria a falta de prejuízo aos contribuintes.

Assim está minguando o mito Udo Dohler, o empresário que resolveria os problemas da cidade com um “choque de gestón”. Espero que tenhamos aprendido que precisamos de um líder com projeto que quebre paradigmas, e não de um gestor que enrola e não enfrenta velhos privilégios.

*Ivan Rocha integra o grupo de comentaristas do Barulho na Chuva

3 comentários:

  1. Olha, sobre o Udo eu não sei, mas conheço uma pá de gente que vem se arrependendo do voto que deu a certa pessoa em 2010 que também ia fazer e acontecer, mas acabou levando o país para um buraco...

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  2. Segundo informações de funcionários, hoje pela manhã choveu mais dentro do que fora do prédio da SEMA na Anita Garibaldi. Todo mundo sabe de quem é o prédio, e quanto a PMJ paga por mês de aluguel. Por aí está explicado boa parte dos problemas de mobilidade da cidade.

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  3. Tem caído a qualidade dos textos aqui no "Chuva Ácida". Parece que virou um pasquim para atacar o atual prefeito. Este espaço já foi melhor.

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