quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cargos e salários


Por JORDI CASTAN
Os TOP TEN

  • 1. Prefeito municipal Carlito Merss – R$ 19.400,00 (**)
    2. Presidente da Companhia Águas de Joinville – R$ 16.708,88 (***)
    3. Diretor da Companhia Águas de Joinville –R$ 12.564,48 (***)
    4. Vice-prefeito municipal – R$ 9.700,00 (**)
    5. Assessor de Comunicação da Companhia Águas de Joinville – R$ 7.831,52 (***)
    6. Secretario municipal – R$ 6.550,00 (*)
    7. Diretor - R$4.112,00 (*)
    8. Gerente - R$3.529,00 (*)
    9. Coordenador I - R$ 3.201,00 (*)
    10. Coordenador II - R$ 2.246,00 (*)



(*) Salários em Agosto de 2010
(**) valoresatualizados em Abril de 2011
(***) valores atuais

Um dos princípios basilares da administração publica é a transparência dos seus atos. Por isso, ao iniciar este post divulgando os 10 maiores salários da administração municipal, informamos a todos os que estão se assanhando desde já para ocupar cargos no serviço publico a partir do resultado da eleição do ano que vem. É bom saber em que estão de olho.
Tem quem ache que os salários são altos. Tem quem defenda que é difícil encontrar gente capaz que aceite trabalhar por estes salários. Uma conclusão é que em alguns casos é muito e em outros pouco. Se considerarmos que para alguns ocupantes dos cargos aqui listados os salários que recebem hoje são os mais altos que receberam até agora na sua vida profissional, é possível que estejam recebendo mais do que merecem e do que vale o serviço que prestam à sociedade. Por outro lado, como ficam aqueles que defendem que poderiam estar ganhando muito mais em outro emprego? Uma parte deles está blefando, pois nunca ganharia o que ganha hoje, ainda menos considerando que muitos só trabalham meio expediente. Estes nem devem entrar no raciocínio.

Os que nos interessam são estes dois grupos que se situam nas pontas. Os que nunca receberam tanto e os que receberiam muito mais na iniciativa privada. Inicialmente, confesso que achei poucos, muito poucos, que possam estar ganhando menos do que seria o seu valor do mercado. Isto até poderia explicar o fraco desempenho desta gestão. Como explicar esta enorme capacidade de sacrifício? Como reconhecer e recompensá-los pelo esforço feito? Como a nossa sociedade poderá algum dia premiar tanta dedicação e empenho? É provável que na maioria dos casos o motivo de tanto sacrifício seja algum projeto político ou a vontade de alcançar outro reconhecimento e outras recompensas, que podem até não ser tão evidentes.

O outro grupo é aquele que faz do cargo comissionado um modo de vida, uma profissão. Alguns se lançam numa eleição atrás da outra a disputar uma vaga de vereador, para obter três ou quatro dezenas de votos, que lhes permitam ocupar a vigésima segunda suplência e pleitear, com este patrimônio eleitoral, um cargo público de terceiro ou quarto escalão. Será que estas pessoas ajudam no desenvolvimento da cidade? Ou representam um peso que emperra o funcionamento da maquina pública? A eficiência da administração pública estará sendo colocada em jogo por indivíduos que, não tendo capacidade para competir na iniciativa privada, fazem desta alternativa o seu projeto de vida.

É esta gente que estimula a criação de mais cargos comissionados, que não permite que se fechem secretarias e se cancelem cargos e funções desnecessárias. Assumindo o papel de assessores, se especializam em simular uma atividade frenética e em ajudar a outros a fazer pouco ou quase nada. São como a craca que reduz a velocidade dos navios e lhes aumenta o peso. Reconhece-se facilmente o bom administrador público, pela capacidade que tem de reduzir e retirar os bálanos da estrutura, pela forma como reduz o número de cargos e a quantidade e o tamanho das secretarias. Para poder dispor de mais recursos para investimento e manutenção da cidade.

5 comentários:

  1. Minha opinião é a seguinte: Político não é administrador e administrador um dia pode vir a ser um político. Político não entende P%$*& nenhuma de administração, muito menos de gastos, aliás até sabe como gastar mais, nunca menos. Depois de eleito o político tem que arcar com a responsabilidade de colocar os amigos em cargos de confiança porque foram eles que o ajudaram durante a campanha. É como se fosse a festa do AP com tudo pago. Particularmente, não me lembro de Joinville ter um administrador de verdade no poder, e se um dia tiver, ele terá que trabalhar o lado "político" aquele lado que o povo de hipócrita de Joinville adora!

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  2. Parabéns pelo post, ele coloca de maneira clara o que os servidores públicos municipais passam. Sou engenheiro da PMJ, me considero eficiente e capacitado profissionalmente, mas tenho que exercer outra jornada de trabalho após as 14 horas para compensar o meu salário de 3.000,00. Se observarem os salários expostos, a Cia de Águas paga hoje mais do que o dobro do restante da PMJ. É muito ou seria o correto? Acho que é o restante que ganha pouco. Mas teríamos que ter mecanismos mais eficientes de avaliação e capacitação, pois uma boa parcela não faz jus nem a estes míseros salários. O plano de cargos da PMJ é feito para que o servidor seja um puxa-saco, e se "profissionalize" neste aspecto, sempre buscando os cargos e virando também um político profissional, que nada acrescenta ao serviço público. Hoje, com esta revisão salarial dos médicos, eles ganharão 4 vezes mais que um engenheiro com a mesma jornada semanal, é correto? A promessa em 2008 é que a maior parte dos cargos seriam compostos por servidores de carreira, e o que vemos é o oposto. Existem casos de fundações em que 96% dos cargos são ocupados por pessoal não concursado, e no restante da PMJ não é muito diferente. Cadê os critérios técnicos? Cadê o cumprimento do estatuto do servidor? Concordo em parte com a redução de cargos e Secretarias, desde que os salários sejam compatíveis com a formação e desempenho. Se retirássemos todos os puxa-sacos e ineficientes da PMJ, que deve dar mais de 20% do quadro, e tivéssemos um plano salarial justo e com isonomia, continuaríamos o trabalho da mesma forma com muito mais eficiencia e resultados.

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  3. Vale um comparativo com os cargos do Legislativo...considero tão ou mais assustador!

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  4. Coordenador I até onde sei, já está em 3.900,00

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  5. Não quero desviar o foco da discussão, mas tem deputado estadual que fatura quase 11 mil por mês só de diárias. Isso sem falar em outras mordomias.

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