terça-feira, 1 de novembro de 2011

E as cidades litorâneas da região?


POR CHARLES HENRIQUE

Todo ano esse tema entra em pauta, eu sei. Mas precisamos discutir sobre as cidades litorâneas da região norte/nordeste de Santa Catarina. Nosso litoral é “invadido” por turistas de diversas regiões do mundo, e nós, joinvilenses, também gostamos de ficar na praia no verão. O problema é que o incômodo, e o estresse tomam o lugar do lazer devido à falta de organização e estrutura destes municípios.

São problemas em todos os níveis, desde os mais primários (como falta de água e energia elétrica) até os mais complexos (como a inexistência de uma política de desenvolvimento urbano). Enquanto o turista for visto apenas como um consumidor, que despende grandes quantidades, ao invés de ser um humano, que busca uma qualidade de vida melhor que os grandes centros urbanos, teremos as mesmas reclamações toda vez que formos para alguma praia da região.

A impressão é que muitos municípios estão beirando entre o despreparo e o desconhecimento, pois é inadmissível que após tantos anos sobrevivendo do turismo estas cidades não conseguiram ter como prioridade a infra-estrutura necessária para bem atender o turista e catapultar o maior valor delas: a imagem. Se a praia é bela e a cidade não, o turismo não vinga. Está cheio de casos em que a praia em si é péssima, mas a cidade é ótima.

Em São Francisco e Barra do Sul temos problemas com o acesso pela BR-280. Barra Velha tem problemas básicos de infraestrutura e na gestão da Prefeitura (ô cidade para ter um escândalo envolvendo o Prefeito). Piçarras sofre com a falta de dragagem da orla (as seguidas ressacas “comeram” toda a faixa de areia) e com a mobilidade urbana (o crescimento desordenado fez surgir grandes engarrafamentos nas ruas). Penha ganhou um grande impulso com o parque Beto Carrero, mas ainda tem uma estrutura muito semelhante à década de 90. Itapoá tem um acesso complicado e está começando a atrair os turistas em larga escala...

Quantos problemas, não? A solução seria a união destes municípios em prol de uma agenda única, evidenciando assim a importância para a economia. Deste modo, o Governo de SC e a União não olhariam para a região de outra maneira? Se esse clima de competição por turistas continuar (“a minha cidade traz mais gente que a sua”) vai acabar matando toda a pouca imagem positiva que resta. Costa do Encanto é coisa de publicitário do LHS. Aqui é a Costa do Improviso.

Obs: a foto mostra um pouco como a cidade de Penha trata o trânsito.

5 comentários:

  1. Com todas as deficiências não entendo como SC ainda consegue ganhar prêmios de melhor destino turístico repetidas vezes! O problema disso é pensar que "em time que está ganhando não se mexe" e deixar as coisas precárias como sempre!

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  2. Uma espécie de zona européia tupiniquim...

    Duvido que a Alemanha daqui, Bal. Camboriú e Itapema, fossem topar.

    Seria então mais para um BRICS praiano, com os "renegados" com potencial.

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  3. A Costa do Encanto é mais uma piada de politicagem Catarinense. Falta estrutura viária e muita, mais muita obra de saneamento básico, como em todo o Estado. Os turistas nadam no mar de bosta, coliformes fecais e nem sabem disso. Também um preparo melhor para recepcionar o turista. Na verdade, o turismo do litoral Catarinense vive de banhistas das cidades próximas.

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  4. Falta discutir mais profundamente essa questão. E os moradores que habitam permanentemente essas cidades? Eles não tem direito à uma estrutura seja ela de saneamento, energia, abastecimento de água, postos de saúde, vias asfaltadas, durante o ano? As cidades têm que estar preparadas apenas na temporada de verão para receber os turístas, carinhosamente chamados pelos moradores como "caga praias"?

    E, a falta de respeito que vem junto com os blumenauenses, joinvillenses, seja lá de qual cidade grande for? O que não fazem em suas cidades vem descarregar nos pequenos destinos turísticos. Som de carros ligados no volume máximo até altas horas da noite; farofada na praia; número absurdo de carros por família, que emgarrafam as pequenas vias; sugam as prateleiras dos supermercados; lotam as praias.

    Isso quando, infelizmente, os arrogantes visitantes não se impõem e afirmam ser os mantedores do comércio dessas cidades. O pior é que, em alguns casos, essa afirmação se comprova. Em Penha, por exemplo, o número de habitantes, que chega a apenas 25 mil, dobra na temporada. São cidades pequenas, pacatas, esquecidas durante o ano e lembradas quando passam a ser os destinos de viagem.

    Políticos de direita tripudiam em cima do poder público que gerencia os municípios. Desvios de verbas e escandalos são abafados por jornais comprados. A população é acostumada a não reagir e as reeleições acontecem.

    Ora, uma vez que a máquina que elege os candidatos é comprada por cargos nas prefeituras, a acomodação da classe economicamente ativa está garantida.

    Minha reflexão é que não é admissível o pedido de melhorias para que os "banhistas da cidade próxima" não "nadem num mar de bosta", que eles mesmos ajudam a produzir (onde pensam que vão parar os "coliformes fecais" das cidades de Itajaí, Joinville ou Blumenau?), sem que essas melhorias partam de reivindicações dos moradores locais para que, em primeiro lugar, obtenham a sua própria "qualidade de vida enquanto seres humanos" habitantes da região.

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  5. Olá, tudo bem?

    Adorei o site! Gostaria de entrar em contato para lhe fazer uma proposta interessante para o site.
    Por favor, aguardo seu retorno.

    veronica.fassoni@gmail.com
    Grata, Verônica

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