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sábado, 31 de janeiro de 2015

Brainstorming

POR MANOELA DO NASCIMENTO


Assim como tantas outras lendas que fazem parte da cultura de São Francisco do Sul, a lenda do Marinebus já assombra os francisquenses.  Mas, precisando ir a Joinville e cansada de enfrentar as frequentes filas da BR 280, resolvi enfrentar outros perigos e tentar encontrar o tal Marinebus.

Primeiro, vou em busca de notícias: “O transporte começou a operar no dia 6 de janeiro. Em seu primeiro dia de viagens, o Marinebus, que tem capacidade para transportar 47 passageiros, realizou o trajeto entre as duas cidades com uma média de 20 pessoas a bordo.”  (ANoticia, 12 de janeiro)

Então, anoto os horários divulgados e os seus locais de aparição.

Saída de São Francisco do Sul para Joinville
06h20
8h20
12h
14h
18h

Saída de Joinville - para São Francisco do Sul
07h30
9h30
13h15
15h30
19h15

Faço um reza e vou ao encontro no trapiche de São Francisco do Sul. Era aproximadamente 7:45h da manhã e sol já refletia na Babitonga.

Enfim, chego ao trapiche de São Francisco do Sul. Respiração já ofegante, penso que deve ser pelo sobe e desce nas já conhecidas ladeiras do Centro Histórico.

Deparo-me com uma simpática senhora que estava a contar outras histórias a outro simpático rapaz. Para não assustá-los, emito um som baixo e agudo, como de costume, e pergunto como faço para comprar a passagem para o horário das 8h20. Torcendo por uma positiva resposta.

A simpática senhora pede então que eu me aproxime e me fala quase que ao pé do ouvido: - Shhhhhhh! Nas segundas ele costuma não aparecer por aqui... Você devia saber destas coisas menina...

Um buraco abre embaixo dos meus pés e meu coração dispara: - Então é verdade! A lenda existe mesmo! Isto é quase que como ter certeza que o Curupira existe, menos nas segundas-feiras.

E lá vou eu, feliz da vida, até a rodoviária pegar o ônibus, pois perdi a carona depois que decidi me aventurar pelos lados obscuros da nossa cultura.

Chego ao ônibus e para minha surpresa não tem mais lugar para sentar. – Que maravilha! Hoje é mesmo meu dia de sorte. Logo penso.

Começo a ver pessoas idosas, pessoas com necessidades especiais, trabalhadores, estudantes, turistas e crianças. Algumas no corredor. Com eles, suas bolsas, malas, travesseiros, livros e garrafinhas de água para amenizar o sufocante calor.
O ônibus começa a andar tranquilamente até que.............. trânsito parado na 280!

Passadas 3 horas, começo a ouvir turistas dizendo que perderam o horário de outros ônibus, que as senhoras perderam o horário da consulta, que os estudantes perderam o horário da prova, que os trabalhadores perderam tempo e que todo mundo perdeu a paciência.
Reflito: Sim! É verdade.... Este Marinebus existe mesmo! Mas deixa rastros e pistas falsas para despistar sua identidade. De acordo com a lenda, é impossível um francisquense alcança-lo. Após encantar os moradores, ele desaparece e ficamos apenas tentando descobrir seus mistérios. Enquanto isto, nos resta a imaginar como seria se ele existisse...


Obs. Lendas fazem parte do imaginário das pessoas. Assim como esta história.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Joinville e o mar

POR JORDI CASTAN

Não falha. Ano após ano, no calor do verão voltam alguns temas, como cometas que seguem um curso regular e fixo: não faltam ao seu encontro com Joinville e com os titulares. Por citar alguns: o aumento da tarifa de ônibus, o calor sufocante e úmido, a ligação entre Joinville e São Francisco do Sul e por aí vai.

Permitam escolher, aproveitando o calor, a época do ano e o aumento da tarifa de onibus, para tratar neste espaço a importância da ligação, via barco, entre Joinville e São Francisco do Sul, este ano acrescida ainda da ligação entre Joinville e Itapoá.

Confesso que minha memória não é mais a mesma, mas pelas minhas contas a empresa que agora oferece esse serviço é a quarta. Não sei por quê, mas algo me diz que não durará muito além das "aguas de março, fechando o verão".

É bom lembrar que o governo do Estado, por tanto com recursos públicos, investiu na construção do terminal de passageiros no cais Conde d'Eu. E a construção esta lá, ainda em pé, para não nos deixar esquecer do investimento. Também foram destinados recursos públicos para a dragagem do Rio Cachoeira, com um detalhe importante: o material dragado não pode ser retirado do rio e a obra exigiria dragagens periódicas para manter a hidrovia navegável. Portanto, além do custo da dragagem serão necessários novos recursos periodicamente. Para atender a legislação brasileira foi necessário ainda investir na sinalização de toda a hidrovia, desde o terminal próximo ao mercado até à Lagoa de Saguaçu e há que incluir no custo o valor do projeto e a implantação de bóias e material de sinalização.

O serviço de transporte de passageiros pela Baía da Babitonga hoje é oferecido com saída do trapiche do Espinheiros, num percorrido mais curto e que naã utiliza nenhuma outra infraestrutura que o próprio trapiche.

Os horários e as freqüências do serviço público ainda não foram informados, porque dependem do quadro de marés. Não deixa de ser um fato curioso, porque tabelas de marés são disponibilizadas e amplamente divulgadas com no mínimo um ano de antecedência. Tanto assim é que a Defesa Civil informa, com tempo, os dias horários com maior risco de enchentes o alagamentos em Joinville - caso coincidam chuvas intensas com maré alta, a chamada maré de lua.

A impressão que fica é a de não haver demanda suficiente para que serviço seja rentável durante todos os meses do ano. E ainda que não há um compromisso de oferecer um serviço que atenda a demanda que venha a existir. E assim, sem certeza da oferta regular e confiável do serviço entre as dois cidades, há menos possibilidades que o serviço se firme e se consolide.






terça-feira, 1 de novembro de 2011

E as cidades litorâneas da região?


POR CHARLES HENRIQUE

Todo ano esse tema entra em pauta, eu sei. Mas precisamos discutir sobre as cidades litorâneas da região norte/nordeste de Santa Catarina. Nosso litoral é “invadido” por turistas de diversas regiões do mundo, e nós, joinvilenses, também gostamos de ficar na praia no verão. O problema é que o incômodo, e o estresse tomam o lugar do lazer devido à falta de organização e estrutura destes municípios.

São problemas em todos os níveis, desde os mais primários (como falta de água e energia elétrica) até os mais complexos (como a inexistência de uma política de desenvolvimento urbano). Enquanto o turista for visto apenas como um consumidor, que despende grandes quantidades, ao invés de ser um humano, que busca uma qualidade de vida melhor que os grandes centros urbanos, teremos as mesmas reclamações toda vez que formos para alguma praia da região.

A impressão é que muitos municípios estão beirando entre o despreparo e o desconhecimento, pois é inadmissível que após tantos anos sobrevivendo do turismo estas cidades não conseguiram ter como prioridade a infra-estrutura necessária para bem atender o turista e catapultar o maior valor delas: a imagem. Se a praia é bela e a cidade não, o turismo não vinga. Está cheio de casos em que a praia em si é péssima, mas a cidade é ótima.

Em São Francisco e Barra do Sul temos problemas com o acesso pela BR-280. Barra Velha tem problemas básicos de infraestrutura e na gestão da Prefeitura (ô cidade para ter um escândalo envolvendo o Prefeito). Piçarras sofre com a falta de dragagem da orla (as seguidas ressacas “comeram” toda a faixa de areia) e com a mobilidade urbana (o crescimento desordenado fez surgir grandes engarrafamentos nas ruas). Penha ganhou um grande impulso com o parque Beto Carrero, mas ainda tem uma estrutura muito semelhante à década de 90. Itapoá tem um acesso complicado e está começando a atrair os turistas em larga escala...

Quantos problemas, não? A solução seria a união destes municípios em prol de uma agenda única, evidenciando assim a importância para a economia. Deste modo, o Governo de SC e a União não olhariam para a região de outra maneira? Se esse clima de competição por turistas continuar (“a minha cidade traz mais gente que a sua”) vai acabar matando toda a pouca imagem positiva que resta. Costa do Encanto é coisa de publicitário do LHS. Aqui é a Costa do Improviso.

Obs: a foto mostra um pouco como a cidade de Penha trata o trânsito.