quinta-feira, 5 de maio de 2016

Ministro de Temer


O racismo e a xenofobia não incomodam a Prefeitura de Joinville


POR FELIPE CARDOSO

O Haiti não é aqui!

Essa foi a frase escrita na parede de uma empresa na Zona Sul de Joinville que pôde ser vista por muitas pessoas que fazem o trajeto em direção aos bairros da região. Um grupo antifascista tratou logo de tentar apagar o ataque e tentar minar, da maneira que eles tinham no momento, a propagação da ideologia do ódio contra estrangeiro, mais especificamente contra estrangeiros negros.

Mas o papel principal que pertence ao poder público não foi feito até o momento. Após um ano de luta e reivindicações de diversas entidades da cidade para a criação e efetivação de políticas públicas que garantissem a segurança e a integração dos imigrantes haitianos em Joinville, nada foi feito.

O atual prefeito Udo Döhler prometeu cumprir todos os pedidos que foram apresentados: criação de uma casa de acolhimento para os imigrantes; aulas de português; reunião com empresários para criar diálogo sobre a empregabilidade dos haitianos.

O pouco que foi conquistado foi graças a mobilização popular das pastorais da Igreja Católica, de organizações políticas, movimentos sociais e de muitas pessoas que se solidarizaram com a causa. Hoje, os haitianos contam com uma associação independente e lutam de forma organizada para buscar os seus direitos na cidade.

A atual gestão mostra total descaso com essas pessoas. O Conselho da Igualdade Racial (COMPIR) também, deixando transparecer certo alinhamento de ideologia e má vontade em realizar críticas ao comando do Executivo. Aliás, muitas das denúncias feitas ao COMPIR não tem o encaminhamento desejado, deixando em dúvida a utilidade de tal.

Um Conselho mais atuante e atento às movimentações da cidade é urgente. Não podemos nos conformar com a passividade e o silêncio de um órgão criado exclusivamente para atender e se dedicar a essa causa: Igualdade Racial! Bem como não podemos isentar o atual prefeito e seus secretários que estavam presentes nas duas reuniões e se comprometeram em atender todas as reivindicações.

Enquanto mensagens que preguem o respeito e a boa convivência não são emitidas por órgãos públicos (que tem essa função), o discurso de ódio continuará ganhando espaço e força.
Um ano se passou e praticamente nada foi feito pela mão do prefeito para tentar resolver o problema de vez. Um ano se passou e o ódio continua imperando. Agora, cobrado nas mídias sociais, um dos secretários que tem tempo para dizer em sua rede social que esse não é o maior blog de Santa Catarina, desapareceu.

Depois, em época de eleição, não adiantará procurar os haitianos para fazer coisas às pressas, ou tentar comprá-los para fazer propagandas políticas. Nós não esqueceremos!


O racismo e a xenofobia não incomodam a Prefeitura de Joinville.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Evolução política


O joio e o trigo: a gestão Udo Dohler






POR VANDERSON SOARES


Atualmente, os partidos de oposição ao governo municipal não medem esforços em fazer cartazes, banners, memes entre outras tantas formas de achincalhar, principalmente, o prefeito Udo Dohler. Felizmente, quem mais ataca o atual governo é quem já foi condenado ou quem responde por crimes eleitorais. Isso já mostra quem é joio e quem é trigo. 

É nítido que Udo Dohler está aquém do que prometeu, porém há de se considerar que ele está fazendo verdadeiros milagres na administração. Com a nossa atual crise política ao nível nacional, afetando fortemente a economia e assim a arrecadação, com cidades e estados fazendo cortes, alguns declarando ”falência”, Udo está sim se sobressaindo. 

Quando ele assumiu a Prefeitura, o governo anterior não provisionou a folha de pagamento. Desta forma, Udo Dohler foi o primeiro prefeito a não pagar a folha. Foi vítima ou de desleixo ou de maldade do governo anterior. A Prefeitura, nos primeiros meses de trabalho, não tinha poder de endividamento, estava totalmente em dívida com os fornecedores. Udo Dohler negociou e honrou todas as dívidas e vem honrando. A casa está em ordem e com saúde financeira, com capacidade de endividamento, se isto for necessário. Uma prefeitura com crédito na praça é sinal de gestão sim.

Udo Dohler, logo no começo, cortou na carne. Cortou centenas de cargos comissionados, acordou que em todas as secretarias os comissionados trabalhariam até às 17h00 (nos governos anteriores, era até às 14h00). 

Quando assumiu, não apenas se esforçou para manter o valor da passagem de ônibus, como diminuiu. Agora, nos últimos meses, por determinação judicial, não conseguiu conter o aumento. Era ou acatar ou ser processado por improbidade. 

Mesmo em meio à crise política e a grandes baixas na arrecadação, Udo Dohler está fazendo e entregando obras. 

Muitos reclamam da saúde e do asfalto, com razão, mas quero que se apresente aqui qual prefeito conseguiu fazer tanto com tão pouco. Qual prefeito mexeu tanto em pontos tão críticos e polêmicos da saúde quanto Udo Dohler? Não foram poucas as brigas que comprou. Qual prefeito, com baixa crescente de arrecadação, deixaria de colocar dinheiro na saúde e na educação para asfaltar ruas? Além disso, note-se que as ruas que estão recebendo asfalto ou recape não é com aquele velha casca de ovo, conhecida dos governos anteriores. 

Udo Dohler estava certíssimo quando em campanha falou que não faltava dinheiro, mas sim gestão. Infelizmente, não previu a crise que se formaria. Imaginem este homem trabalhando com caixa positivo e constante na prefeitura? 

E por fim, mas mais importante, Udo Dohler é o reflexo de alguém que trabalha pelo desafio de gerenciar uma grande cidade, aliado à honestidade. Muitos dos rivais que conquistou nestes três anos e meio, muito do apoio que perdeu de outros partidos, não é devido à falta de gestão, mas sim à sua postura firme contra qualquer tipo de corrupção. Além disso, fez algo inédito na política de nossa pequena aldeia, colocou pessoas com capacidade técnica, e não simplesmente políticas, em cargos estratégicos. 


Então, amigo, assim como você acho que Joinville pode muito mais. Infelizmente, sem arrecadação e sem dinheiro, não se pode fazer muita coisa, porém Udo Dohler mostrou ser honesto, não permitir a corrupção em seu governo, afastar pra longe qualquer um que se mostrasse interessado em se apossar do erário. Dentre os atuais pré-candidatos, Udo Dohler é a melhor opção. Antes um honesto, capaz e bem intencionado, do que alguém desonesto, incapaz ou mal-intencionado. 

terça-feira, 3 de maio de 2016

Lula, Janaína... o diploma, o amor e o ódio

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

O terceiro mundo não é um lugar. É um estado da mente. E o Brasil é um país que, por suas contradições, acaba por se tornar um case study nesse capítulo: tem gente que quer ser a Suécia, mas defende coisas que empurram o país para o Sudão. Um exemplo recente é a proposta de emenda à Constituição para proibir candidaturas de pessoas que não tenham curso superior. É infrutífero. O planeta está cheio de gente que passou anos nos bancos escolares e não consegue fazer um zero com o fundo de uma garrafa.

Não dá para disfarçar. É uma emenda taylor-made, feita sob medida para um objetivo: impedir que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva possa concorrer ao Palácio do Planalto, em 2018. É perda de tempo discutir se a proposta é constitucional (não é) ou se Lula ficará impedido (em se tratando Justiça brasileira tudo pode acontecer). Mas tem gente que aplaude. Os políticos que temem enfrentar Lula nas urnas e os conservadores que, por preconceito de classe, não toleram um torneiro mecânico que ousou chegar à presidência. 

O autor da proposta é o deputado Irajá Abreu (PSD-TO), para quem uma visão acadêmica é capaz de elevar o nível dos pretendentes a cargos públicos. Diz ele que a dificuldade de leitura dos legisladores impede que “atuem de modo efetivo nas suas funções constitucionais”. Certo e errado. Certo porque os legisladores via de regra são fraquinhos. Errado porque nenhum diploma é garantia de qualidade ou de comportamento ético.

E para não ficar no plano acadêmico – não é a função de um texto de blog – vamos a uma comparação prática. De um lado temos o ex-presidente Lula, cognominado “apedeuta” pelos detratores (o tema do diploma é recorrente), e do outro a advogada Janaína Paschoal, que tem um doutorado e nos últimos tempos foi alçada à categoria de heroína pelos que apostam na economia de neurônios.

Lula não tem diploma. E está sempre sob o olhar crítico do "diplomados". Não é difícil encontrar as raízes do preconceito. Apenas 16% dos trabalhadores brasileiros têm curso superior completo. Ter um diploma na parede ainda confere estatuto. Mas é preciso ser muito alheado para não reconhecer em Lula um homem culto, mesmo com os pontapés na língua portuguesa. O ex-presidente tem a cultura de quem viu mundo. De quem precisou tomar importantes decisões. De quem transitou ao mais elevado nível. É uma escola.

Janaína Paschoal tem um doutorado. É um daqueles casos em que nulidades acabam elevadas a celebridades. O discurso teatralizado, a retórica violenta e o estilo mistificador têm o poder de falar aos que rejeitam o pensamento. Eis o perigo: por trás da ameaça de destruição do inimigo (lembram da república da cobra?) ou da salvação futura das crianças (no Senado) subjaz o mais abjeto fascismo. A história ensina que há algo de podre nesse tipo de discurso.

Enfim, os exemplos de Lula e Janaína são apenas uma forma de mostrar que o diploma per si não é sinal de uma “mente superior”, como acreditam muitos brasileiros. Aliás, nem é preciso ir longe para comprovar. As redes sociais, por exemplo, estão cheias de gente com diploma. O problema é que não passam de analfabetos (dis)funcionais a desfilar ignorância pelo ciberespaço. Ah... e não vamos esquecer a caixa de comentários do Chuva Ácida. É um delírio.

Faz sentido uma lei que feche as portas de cargos públicos a pessoas sem diploma? Não. Isso só interessa aos têm pavor de enfrentar Lula em eleições. Seria apenas outro tipo de golpe. A lei traria uma mudança pontual e inessencial. O que o país precisa é de uma reforma polícia ampla e séria. É preciso refundar o sistema. Porque nenhum país, por mais rico que seja, aguenta um Congresso Nacional como este que surgiu das eleições de 2014. Diploma é diploma. Ética é ética. E ambos não andam necessariamente juntos.

É a dança da chuva.



segunda-feira, 2 de maio de 2016

Em Joinville, as palmeiras morrem de pé


POR JORDI CASTAN
Joinville vive um dois seus piores momentos. A cidade está parada ou regredindo. O que era para ser uma gestão de impacto e de resultados tem se mostrado um completo fiasco.

Cultura – Os problemas com o SIMDEC. Só de maneira emergencial parte dos recursos para os projetos aprovados é liberada, mas depois de forte movimentação nas redes sociais e na imprensa.

Também lamentável a situação do principal museu da cidade. O Museu Nacional de Imigração está em estado de abandono. Sem dúvida a cultura tampouco é uma prioridade desta administração. Aliás, não há área de Joinville que sobreviva a anos de péssima gestão.



Saúde - O que era para ser o ponto forte da gestão - afinal, era alguém com experiência e conhecimento na saúde - está se mostrando o seu principal gargalo. A falta de medicamentos é comum, ao ponto de deixar de ser notícia. Pacientes em corredores e em macas são imagens que já fazem parte do quotidiano. Os funcionários do principal hospital de Joinville trabalham diariamente no limite. Com taxas de ocupação e de atendimento que chegam perto do 140%, a saúde está além do limite.

Apesar do silêncio oficial, fontes internas do hospital confirmaram esta semana um caso de H1N1. Um tema gravíssimo que tem sido ignorado pela imprensa local e que está sendo guardado a sete chaves. Hoje a situação nos corredores do São José é a que se vê neste link (Pacientes nos corredores do HMSJ).

Parques e praças – O máximo que o joinvilense aspira é que seja roçado o mato. O munícipe desistiu de pedir mais parques, plantio de árvores ou a preservação das que ainda teimam em sobreviver.




O cartão postal de Joinville, a Rua das Palmeiras, vê morrer as suas simbólicas árvores. As palmeiras imperiais morrem em pé. As imagens mostram duas palmeiras mortas, sem manutenção, sem cuidado. E fica a advertência: sem que ninguém se responsabilize, aos poucos as palmeiras irão morrendo uma trás outra. Por parte do poder público, a Alameda Bruestlein está abandonada. O cenário é desolador. E todos olham para o outro lado.

Trânsito e mobilidade – A mais recente intervenção do IPPUJ criando um corredor de ônibus na Beira Rio frente ao Mercado Municipal tem conseguido complicar ainda mais o acesso a zona leste. Atravessar a Rua Abdon Batista toma em média 15 minutos, mas em horários de pico chega a mais de 30 minutos. Um percurso que antes não tomava mais do que 3 ou 4 minutos, além de deixar trechos da avenida Beira rio sem acesso para os veículos e subutilizados. As intervenções feitas pelo Instituto de Planejamento tem em comum a improvisação, a falta de planejamento e a necessidade ajustes posteriores para corrigir tudo aquilo que não foi previsto.




Outro exemplo é obra da Santos Dumont. A cada dia surge um novo empecilho que impede o avanço da obra. Especialistas alegam que a falta de um projeto executivo adequado, aliada a mudanças constantes e adequações para resolver as situações não consideradas pelo planejamento, não apenas atrasam a obra como são motivo para novos aumentos de custos e solicitações de aditivos ao contrato original. Se isso fosse pouco, são comuns os acidentes graves e já houve mortes pela falta de fiscalização, de sinalização, pela improvisação e pela inépcia com que as obras públicas são tratadas em Joinville. O pior é que ninguém é responsabilizado por tanta irresponsabilidade.

Planejamento urbano - A LOT volta à pauta, com a pressa e os problemas que vem arrastrando desde o seu inicio. Faltam documentos, estudos, anexos e informações. Mesmo assim o Legislativo insiste em querer aprovar um texto incompleto, recheado de erros e omissões. Tem tudo para continuar sendo judicializado. Além da falta da compatibilização e inclusão do Plano Viário, imagine que até esqueceram de incluir o Plano de Gerenciamento Costeiro e o Zoneamento Ecológico Econômico.

Como alguém pode imaginar que seja possível planejar a cidade sem apresentar um plano viário? É uma temeridade e o cúmulo da improvisação e do amadorismo. O resultado é imprevisível, mas um resultado já constatado é a incapacidade do IPPUJ de mobilizar a sociedade para que participe das reuniões que promove. O instituto esta desacreditado e sem rumo. 




Na reunião preparatória da Conferência da Cidade, realizada nesta semana, havia mais cadeiras vazias que participantes e mais funcionários do IPPUJ que da sociedade organizada. Faltou preparo, as perguntas da sociedade não foram respondidas e de novo os técnicos apresentaram mais sombras que luzes.

Reeleição – Por se esse quadro não fosse suficientemente grave, as pesquisas divulgadas nestes dias mostram que o atual prefeito é candidato firme a estar no segundo turno. Mesmo com a maioria do eleitorado 63% considerando a sua gestão entre regular e péssima. 

Joinville tem pela frente um cenário preocupante, oscilando entre mais do mesmo ou retorno ao passado. Sem candidatos novos que apresentem alguma alternativa real ao modelo atual, Joinville tem todos os números para seguir retrocedendo em todos os indicadores positivos.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Que tal uma nova cidade?















POR SALVADOR NETO

Enquanto a crise política e econômica nos empurra para o abismo, com mais desemprego, recessão e gerando assim mais violência nas cidades e até no campo, vinha pensando na aldeia onde vivo desde que nasci. Há tempos critico a paralisia de Joinville, a maior em economia, em população, em eleitores, mas que definha em várias áreas e não se desenvolve de forma sustentável. Temos indústrias de ponta, microempresários que se destacam, boas cabeças, mas uma infraestrutura urbana que se degrada ano após ano, sob a mesma desculpa: não podemos fazer, falta dinheiro, etc.

A provocação que faço neste artigo é simples, mas ao mesmo tempo complexa. Exige lideranças corajosas, com muita vontade de fazer acontecer, formando uma equipe criativa, ousada, diligente. E claro, uma classe política nova, que veja a oportunidade de fazer história e dar aos seus cidadãos uma nova cidade, ao mesmo tempo em que recuperaria a cidade antiga. Sim, o que proponho é a construção de uma nova cidade, planejada, pensada de forma moderna. Como Brasília o foi, Curitiba, e tantas outras Brasil afora, e também pelo mundo. Claro que tínhamos JK, um visionário e empreendedor, louco, presidente. Falta-nos um por aqui, mas vai que apareça?

Brasília custou aos nossos cofres cerca de US$ 1 bilhão entre 1956-1961. Um concurso público definiu o vencedor do projeto, o plano piloto. Uniram-se boas cabeças, arquitetos, trabalhadores, geraram-se empregos, renda, uma nova capital surgiu. Porque não pensar nesta saída para os nossos graves problemas urbanos? Desde o inicio do núcleo colonizador, assentamos os imigrantes, e depois migrantes, sobre o mangue, áreas alagadiças. A cidade não foi pensada para o futuro, e cresceu com a força da indústria de forma desordenada até. Hoje temos desafios quase intransponíveis diante das necessidades de mudanças na infraestrutura urbana.

Este jornalista é mais um louco, certamente vão dizer aí nos comentários. Mas o que custa ter ideias loucas para um futuro diferente do que temos visto hoje? Vem ano, vai ano, e ouvimos nossos líderes políticos, arquitetos da Prefeitura, e outros dizerem: elevados, não dá. Veiculo Leve sobre Trilhos (VLT) não dá. Ciclovias, não dá, só ciclofaixas perigosas. Duplicar vias, nem pensar. Vias rápidas, não dá. Ponte ligando A para B, impossível. Internet pela cidade, para quê? Joinville virou a cidade do não pode, não dá! Assim viraremos o que em poucos anos? Claro que dá se tiver vontade política, coletiva, um sonho pensado, embalado e construído de forma séria e factível, planejado.

Assim como a Novacap administrou a construção de Brasília, criaríamos a nossa administradora do projeto e da execução. Parceria público/privada poderia viabilizar a ideia, aproveitando que a Lei de Ordenamento Territorial (LOT) ainda está aí em brigas eternas, hoje inclusive com o protocolo de uma LOT somente para parte da cidade! Tudo isso geraria um movimento sustentável na economia, no orgulho da população, motivaria um novo ciclo econômico. E isso sem deixar de pensar na manutenção da velha e querida cidade atual. Ela seria um novo xodó turístico.


Assim teríamos um novo setor de serviços, na tecnologia de ponta, boas e novas cabeças, um setor econômico inovador que criaria certamente um novo jeito de cuidar, manter e desenvolver a cidade.

Não custa sonhar, de forma clara, planejada e com apoio da coletividade, da população. Santa Catarina gera um PIB de R$ 230 bilhões anuais, Joinville um PIB em torno de R$ 22 bilhões. A União gera R$ 5,5 trilhões, e ainda há organismos internacionais financiadores.

Será mesmo que um projeto deste porte não seria possível? Seria. Mas é preciso querer, e não somente dizer que não pode, não dá, é impossível. É preciso uma classe política local aguerrida, sem medo da capital. Que tal um projeto de uma nova cidade? Uma nova motivação para um salto formidável no desenvolvimento social e econômico? 


É possível inovar, com coragem, sair da mesmice, para ser grande e forte novamente com qualidade de vida para todos e todas. E gerar empregos, renda e uma onda de otimismo que seguirá por gerações.


É assim, nas teias do poder...

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Uma agenda para o desenvolvimento. De quem?

POR RAQUEL MIGLIORINI

No "Plano de Governo" do vice-presidente Michel Temer, encontramos, a partir da página 16, o subtítulo Uma Agenda Para o Desenvolvimento, com o propósito de criar condições para um crescimento médio de 4% ao ano, ao longo da próxima década, e com isso aumentar a renda per capita. Para isso, "alguns princípios deverão ser cumpridos, com grande esforço do Legislativo, porque as leis existentes são, em grande parte, incompatíveis com eles".

Devo confessar que fiz uma longa pausa aqui. Meus neurônios começaram amplas sinapses para compreender por que uma Câmara de Deputados com tantos opositores ao atual governo Dilma Rousseff e tantos favoráveis ao talvez futuro governo Temer/Cunha não coloca as votações paradas em prática. Porque, todos os meus neurônios sabem disso, a Câmara serve para isso. Boa parte do que está parado resolveria muitos problemas.

E esse é o momento em que o leitor pensa que ou sou otimista inveterada ou ingênua de dar pena. Nem uma coisa nem outra. Segue trecho final, transcrito do plano: "Obedecendo as instituições do Estado democrático, seguindo estritamente as leis e resguardando a ordem, sem a qual o progresso é impossível. O país precisa de todos os brasileiros". Bem, parece que seguir as leis não tem sido prioridade ultimamente e que nem todos os brasileiros estão cumprindo seu papel.

Na página 19 encontramos o seguinte texto no item h: "... O Brasil gasta muito com políticas públicas com resultados piores do que a maioria dos países relevantes". Como disse Mujica, quem nunca passou fome acha que se gasta muito com políticas públicas.

Agora, o que realmente me assustou, inclusive porque é da minha área, foi o item k: "promover a racionalização dos procedimentos burocráticos e ... a realização de investimentos, com ênfase nos licenciamentos ambientais que podem ser efetivos sem ser necessariamente complexos e demorados". Parece que esse é o mantra do PMDB, porque vemos isso em Joinville também. Acham que licenciamento ambiental é um impedimento para o dito progresso.

Como pode ser efetivo sem ser complexo? Como será possível um estudo verdadeiro e imparcial para implantação de uma grande empresa se não houver tempo hábil para estudos geológicos, biológicos, socioeconômico, químico, florestal e demais? Como conferir o que foi entregue pela empresa com a realidade do local? Sabemos bem que remediar o estrago de um empreendimento mal feito é muito pior que evitá-lo. Alguém se lembra da Samarco?

Precisamos parar com essa visão colonial de sermos o quintal mal cuidado do primeiro mundo, onde se joga todo tipo de sujeira e se destrói ecossistemas tão frágeis e importantes para o globo, em detrimento do progresso financeiro de alguns. Não me fale de desenvolvimento sustentável para todos onde há interesse econômico de poucos.

O plano termina assim: "Nossa promessa é reconstituir um estado moderno, próspero, democrático e justo”. Que não se acrescente, posteriormente: destruído, poluído e doado.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Os exterminadores do futuro

POR FELIPE SILVEIRA

Antes de mais nada, não acho que a violência vai simplesmente acabar com investimento em cultura e educação. Eu não sei exatamente como ou se a violência vai acabar, mas certamente ela é muito agravada pelo subdesenvolvimento das potencialidades da humanidade. A repressão, obviamente, gera mais violência.

Partindo deste princípio, é de ficar embasbacado com a recente notícia que o Governo do Estado de Santa Catarina não renovou convênios com centros comunitários de Joinville (do Itaum, do Iririú e do Costa e Silva), comprometendo o futuro desses espaços de convivência e desenvolvimento da comunidade.

Diz o governo que pagou os convênios existentes, mas não os renovou por contenção de despesas. Sim, para o governo catarinense, o desenvolvimento cultural, esportivo e educativo da população é simples despesa, como o cafezinho que pode ser cortado.

Para os grandes eventos culturais, que tem visibilidade e patrocínio de grandes empresas, há dinheiro. Para investir no desenvolvimento econômico do estado (o que está certo), há dinheiro; até 2014 foram 1 bilhão de reais só no PlanoSC@2022. Para a construção de presídios, há dinheiro.

Só não há dinheiro para investir no desenvolvimento pela cultura e no lazer da população. O melhor, para eles, é deixar o povo em casa, vendo TV e tomando remédio. Não há, nos bairros periféricos, um centro comunitário mantido por qualquer governo que seja. Nem Udo, nem Raimundo nem Dilma.

Não estou dizendo que certos investimentos do governo estão errados. As ações nos museus são importantíssimas, o apoio às festas populares e outros projetos pontuais e eventuais são necessários. Mas falo de algum trabalho constante nas comunidades. Onde estão?

Trata-se de um abandono completo das comunidades, para as quais resta a alternativa de criar o próprio lazer. Belas alternativas são criadas assim, como a Casa Iririú e a Amorabi (Itinga). Mas isso depende de muito sacrifício de algumas pessoas sonhadoras e realizadores que fazem acontecer. O Estado se vale dessa boa vontade para não cumprir suas responsabilidades. E é nesse vazio que a juventude se perde, na busca para extravasar suas potencialidades em algo que o Estado não provê.

Vamos abraçar os centros comunitários dos bairros e não permitir que o governo os abandone. O mínimo que Raimundo Colombo pode fazer é renovar os convênios. E é fundamental que os próprios governos, do estado e do município, assumam a responsabilidade e ofereçam programas e equipamentos para o desenvolvimento cultural, educativo e esportivo da população.

O debate está servido


Nem todos acreditam que um parque no 62 BI é a melhor opção.


Se acredita que esta é uma boa proposta assine a petição