quinta-feira, 20 de junho de 2013

Joinvilense "nato" é argumento?

POR JORDI CASTAN

Virou lugar comum que, na hora de um debate, um ou mais interlocutores, carentes de bons argumentos, afirmem com veemência e sem que tenha a ver com o tema: "eu sou joinvilense nato".  O intuito dessa afirmação é claro. O objetivo é o de se colocar num patamar superior que os qualifique melhor frente aos outros debatedores, eventualmente não nascidos às margens dos outrora piscosos rios Mathias ou Cachoeira.

Antes me incomodava mais essa situação. Hoje, deixei de considerar que, na falta de bons argumentos e ideias, surja uma intempestiva declaração de origem. É como se a simples menção do local de nascimento agregasse valores ou qualificasse melhor a posição do orgulhoso joinvilense nato. Hoje, prefiro ignorar este tipo de argumentos e sou acometido de ataques de surdez seletiva.

Nascer aqui ou ali é algo fortuito. Os joinvilenses natos não fizeram nenhum esforço para nascer aqui, no distrito de Bananal, no Acre ou na longínqua Cochinchina. Portanto, a falta de argumentos não deve ser substituída por esse tipo de afirmações.

Boa parte dos que aqui moram, trabalham e prosperam não nasceu aqui. O mais provável é que, por  trás desse tipo de declarações, se oculte um certo complexo, que qualquer bom psicólogo saberia descrever com propriedade e de forma detalhada. Este é um tipo de situação comum, nos habitantes das vilas  interioranas, que desenvolvem um sentimento de defesa, frente aos que vieram de cidades maiores ou do exterior. Este suposto complexo é facilmente superado quando se passa a valorizar o que é local. A preservação dos valores autóctones, a promoção das virtudes que são típicas daqui e a capacidade de rir e fazer graça dos próprios defeitos é uma prova viva de como uma sociedade se vê a si mesma e de como se apresenta frente aos outros. É um indicador da vitalidade, da força e dos valores de cada sociedade.

Querer converter uma contingência de percurso, como o local de nascimento, numa qualidade diferenciadora e agregadora de valor raia a estultice quando esta identidade não vier acompanhada de valores próprios tangíveis, claramente reconhecidos por todos. Sem que a idiossincrasia joinvilense contribua a fazer desta terra um lugar objetivamente diferenciado e melhor que outros, a simples afirmação da sua existência não passaria de brado sem eco.

Sem que seja possível estabelecer critérios objetivos que provem, de forma inquestionável e verificável, a capacidade argumentativa superior dos que aqui nasceram é melhor investir fortemente em melhorar os argumentos.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"Quando a zona tá demais, conquistam-se direitos assim, no grito."

Fonte imagem

POR FERNANDA M. POMPERMAIER

E o gigante acordou.
Mas quando foi que ele dormiu?

Eu não vivi 29 anos num Brasil dormindo.
Vivi num país cheio de pessoas que lutam todos os dias para ter uma vida digna apesar das diversidades.
Vivi num país que buscava através do futebol, um patriotismo às vezes esquecido, alguns momentos de alegria, para alguns até sentido na vida.
Vivi num país com orgulho da sua música, da sua alegria, das suas poucas conquistas de direitos.
Vivi num país solidário, que pensa no outro, que divide, (em sua maioria).

Um país cheio de lutas mas também cheio de lutadores.

Esses protestos não surgiram do nada. Eles vêm de uma crescente. Eles são a expressão do saco cheio. Do desespero, da desesperança e ao mesmo tempo da esperança.
Foi demais.
Tudo foi demais.
Foi demais o descaso com a educação.
Foi demais o sucateamento dos hospitais.
Foram demais as notícias de corrupção, a impunidade, os impostos, o custo de vida, as tarifas de ônibus, a violência policial, a cura gay, a pec 37....
Esses protestos são o basta!

É ótimo que tenha sido iniciado com o MPL, mas não é mais só esse o motivo, desculpe-me Felipe.
Existem outras bandeiras junto e, é óbvio, que elas não sejam de partidos ou de reacionários. Que seja pelos direitos, que seja pacífica, e quer saber, eu entendo a opinião do Baço quando diz que protesto em jogo espanta turismo e faz mal para a imagem do Brasil lá fora, mas apóio. Infelizmente nós chegamos nesse nível, Baço. Abaixos assinados não resolvem, protestos com pequenos grupos não resolvem. Quando a classe média vai a um jogo pagando centenas de dinheiros e vaia a presidenta é porque algo vai realmente mal no país. É isso que está sendo mostrado, e que seja! Nós queremos um país bom pra turismo? Queremos sim. Mas especialmente queremos um Brasil para os brasileiros. E eu até tenho simpatia pela Dilma, não desejo impeachment de forma alguma. Até porque, muitas vezes muda-se a mosca, mas a merda fica. Tem muita gente pensando em benefício próprio no congresso, gente atrasada e preconceituosa. É pra essas o recado. Não subestimem mais o povo porque tudo tem limite.

No Tibet monges ateiam fogo aos seus próprios corpos pela libertação do seu povo. Não precisa ir tão longe, mas precisa sim ter coragem de incomodar. E em rede internacional se for preciso. E
olha que a imagem do Brasil aqui fora não está nem tão ruim quanto é na realidade. Desse lado pelo menos da Europa existe uma visão bem romântica do Brasil, da bossa nova, do carnaval, das praias, as pessoas nem imaginam o caos em que vivemos. Eu, em Joinville, fui assaltada 3 vezes à mão armada, tive o apartamento arrombado e nem sei quantas vezes levaram o som do carro. Isso não é normal.
Não é jeito de se viver.
Quando a zona tá demais, conquistam-se direitos assim, no grito. Infelizmente não conseguimos contar com o bom senso de quem está à nossa frente tomando decisões.

Repudio qualquer um que queira desmerecer os protestos. Dizer que demorou, que os motivos não estão certos, que isso não vai dar em nada.
Vai dar sim. Foi assim com as diretas já, foi assim para acabar com a ditadura. Se tem 1/2 dúzia de vândalos, se tem gente que está indo na onda, se tem alguns reaças infiltrados... nada deslegitima as manifestações, a revolta, a ação!

Cada vez que leio sobre os protestos ou assisto as passeatas, meu coração acelera, fico arrepiada, não consigo conter o choro, queria estar junto. Sofri muito assim que mudei por achar que estava dando as costas para as nossas lutas. Mas superei, vim ver o mundo sob outra perspectiva, aprender a viver e quem sabe levar isso de volta um dia. O Brasil está dentro de mim e isso nunca mudará e como eu, milhões de brasileiros que vivem fora (por inúmeros motivos) também demonstraram seu apoio. No fundo queremos todos o mesmo: um país melhor para todos. E isso se faz com investimento em educação, saúde, segurança, com respeito às diferenças, com bom senso.
É difícil se conter ao ver milhões de brasileiros nas ruas lutando por qualidade de vida e sendo alvejados por policiais coitados que não tem a menor noção do papel que estão cumprindo para manter o status quo.

Eu espero que o povo não páre. Que não sossegue enquanto não ver mudanças concretas.

Em Joinville inclusive e especialmente.
Temos muitas mudanças por fazer.
Toca o play e junte sua voz ao coro....

"Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear

Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão

Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão

Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não

Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir

Pra frente Brasil. Salve a Seleção!

POR GABRIELA SCHIEWE

E viva a Copa das Confederações!

A Excelentíssima Presidenta Dilma não sabe como agradecer seu antecessor por ter conquistado para o nosso país a realização das Copas.

E temos que tirar o chapéu, o futebol é capaz de emoções que nenhum outro esporte causa. Quando que a massa se uniria e sairia as ruas se não tivesse começado a Copa das Confederações?

A Seleção Canarinho avançando e o povo invadindo. Que maravilha esse é o meu país. Esse é o meu Brasil!

Gente, desculpa, mas não me sinto capaz de fazer qualquer afirmação a respeito dos protestos que tomaram ênfase com a Copa das Confederações. Até porque não é possível saber qual o real motivo que o povo saiu as ruas.

Aumento das passagens de ônibus foi o mote, ok! Mas é essa mesma a causa? E a consequência destes protestos?

Quem está lá protestando diz que é pelo aumento das passagens. Outros o gasto demasiado do dinheiro público na construção de estádios que sequer serão utilizados de maneira eficiente após o término da Copa do Mundo. Outros que é a violência das polícias. Outros que é a PEC 37. Outros a saúde. Outros a corrupção excessiva... Hummm, tá bom, cada um levantando uma bandeira e todos em busca do...?

Não sou contrária à realização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, já declarei isso outras vezes. No entanto, sou contra sim em como os investimentos foram - e estão sendo - realizados aqui no Brasil para que esses eventos ocorram.

Construção de estádios em locais totalmente inapropriados, sem a menor chance de ser utilizado de forma efiza depois, é um despautério e requer protesto sim, mas agora????

Por que essa massa não fez todo esse barulho quando foram definidas as sedes e a construção dos estádios?????

Eu sou muito pé atrás com essas coisas, e costumo esperar mais tempo para acreditar no que se propõe qualquer protesto.

Esses protestos estão me parecendo, nesse momento, muito midiáticos, algo que foi aviltado por mentes pensantes e que não se encontram no poder neste momento, para acabar com a imagem da Dilma. Tudo muito orquestrado. Foi aguardado o momento para dar "start".

Hellooooo, aumentos de passagens não começaram agora, vem de tempos. Falta de educação? Bom, Santa Catarina está sendo um exemplo e não vejo nenhum grande movimento aqui. Seria porque não há construção de estádio na Bela Santa Catarina.

Por toda Santa Catarina há um grande e imenso silêncio. Ah tá aqui não vai ter jogo de Copa nenhuma então não precisa protesto, é isso?

Acho que o Brasil precisa acordar sim, #ogiganteacordou, mas tem que ter causa e consequência. Ficar só nas causas não rola.

Vai terminar Copa das Confederações, vai passar Copa do Mundo e aí, o que vai rolar nas urnas, seja no papel, na urna elotronica, na biometria, você vai votar e é aí que eu quero ver o que realmente motivou esses protestos e se eles tiveram uma consequência.

Bom, se o Brasil for campeão da Copa das Confederações fica tudo bem? Será?

E já pensou se for hexa? Eu quero ver, aí sim, o povo ir às ruas, ascender o Planalto e protestar pelo que realmente importa, pra acabar com esse monte de bolsa (e olha que nem é uma Chanel) que fica dando dinheiro pra malandro, de graça, enquanto toda essa quantia poderia estar sendo investida em medidas socio-educativas de base, isso sim iria melhorar a qualidade de vida no país, mas aí não da voto não é. Quero ver a Dilma ser macha e acabar com essas trocentas bolsas de tudo que é ajuda que existe hoje.

A Copa não vai deixar de se realizar, já os protestos, bom, espero que não seja fogo de palha e realmente tenham causa e consequência.

E, quem sabe, se não fosse a Seleção, #ogigantecontinuariaadormecido.

Pra frente Brasil, Salve a Seleção!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Educação e saúde sim. Turismo não?

Cenas tiradas do filme de televisão
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Para começar, deixo claro. Sou a favor de que as pessoas se manifestam por melhores condições de vida. Sou contra a repressão desproporcional da polícia. Sou contra uma meia dúzia de arruaceiros que transforma movimentos pacíficos em praças de guerra. Sou contra a velha mídia, que parece estar sempre contra o povo. Dito isto, vamos tema de hoje: a imagem do Brasil no exterior.

Vendo a partir da Europa é difícil entender os acontecimentos ocorridos nos estádios, nesses dias iniciais de Copa das Confederações. A minha análise é feita apenas a partir das coisas que nos chegam. E uma das imagens mais marcantes no jogo entre Brasil e Japão foi o desespero do casal japonês, com um bebê no colo, apanhado entre as balas da polícia e os objetos lançados por manifestantes.

Os últimos dias têm produzido imagens mais violentas, claro. Mas este episódio envolve turistas e por isso tem maior poder construir uma imagem do Brasil no exterior. Os estrangeiros, seja no Japão, Europa, Estados Unidos ou na Conchinchina, vão se sentir na pele do casal japonês e achar que o Brasil vive uma espécie de barbárie. Isso influencia. Eu próprio desmarquei uma viagem à Turquia no ano passado, quando ainda nem se imaginavam os protestos das últimas semanas.

Ok... muitos brasileiros vão pensar: que se danem os gringos, temos os nossos próprios problemas para resolver. Tudo bem. É um direito pensar assim. Mas é também uma forma de miopia. Fazer manifestações nos lugares onde se realiza a Copa das Confederações faz mais mal do que bem. Aliás, não duvido que haja a manipulação das massas por interesses escusos. Ou será esse pessoal só ficou a saber da construção dos estádios agora? Ora, isso é mais ou menos como chegar à estação depois que o trem já partiu.

É estranho quando se confunde futebol com política. Porque o mais lógico seria confundir futebol com economia: a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos permitem vender a imagem do país no mundo. E, num prazo mais longo, essa mediatização poderia ter retornos ao nível do turismo, da atração de investimentos empresariais e da consolidação da imagem do país no exterior. Tudo isso sem falar que, de imediato, temos direitos televisivos, viagens, ocupação dos hotéis, merchandising, publicidade.

Que lógica é essa onde as pessoas pedem dinheiro para a educação e a saúde e ao mesmo tempo rasgam o dinheiro do turismo? Lutar por educação e saúde é mais que legítimo. Mas levar as manifestações para perto dos estádios é queimar um dinheiro que não se tem e que pode vir a ser muito necessário. É irracional. Ou vocês acham que com estas amostras um turista vai estar à vontade para ir ao Brasil em 2014 e 2016? Ou que um empresário vai ficar se sentir tranquilo para investir no país?

Qual é a lógica? O turismo brasileiro representa miseráveis 3,7% do PIB, apesar de um enorme potencial de crescimento. E quando o país tem uma oportunidade de se mostrar para os estrangeiros tudo o que vê é essa esquizofrenia. Se querem protestar, o palco deveria ser os centros decisores da política, não os estádios. Mas o leitor e a leitora não precisam concordar comigo. Essa é a visão de alguém que vive em Portugal, um país em crise e cuja economia vendo sendo salva em grande parte pelo turismo, que representa 10% do PIB.


Para finalizar. Depois de sermos bombardeados com más notícias sobre a Copa das Confederações, todos percebemos que andávamos com uma ideia errada do Brasil. Enquanto escrevo este texto, um manifestante entrevistado por um canal de televisão português diz que o país nunca esteve tão mal. Aliás, no fecho da matéria a jornalista encerra a dizer “que tudo piorou no Brasil desde que Dilma Roussef é presidente do país”. E nós, incautos, a olhar aqui do exterior, pensando que nunca tinha estado tão bem como nos últimos 10 anos.

Em resumo,  os opositores desses investimentos no turismo estão cheios de razão: o Brasil não tem condições para promover esses eventos.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A espoliação camuflada em dez centavos

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Acompanhamos nos últimos dias o início de uma onda de protestos nas principais cidades brasileiras. Os problemas urbanos, tão característicos dos anos 70 e 80, voltaram como a pauta principal de nossas manifestações. O pífio transporte público, a falta de moradia adequada, e a inexistência de democracia são questões muito visíveis e que, felizmente, estão sendo questionadas pela população. Já em Joinville, influenciado pelas manifestações e o escândalo do ouro no Dona Helena, como bem alertado pela colega Fabiana Vieira no sábado, Udo Dohler baixou a tarifa de ônibus em dez centavos, seguindo uma normativa nacional de isenção de impostos que baixa os custos do transporte coletivo.

Tecnicamente, não há nada de extraordinário neste ato, pois foi apenas um repasse do corte de custos (da mesma forma que ele faria se houvesse um incremento nos custos, repassando tudo para o usuário). Politicamente, foi uma bela cartada, pois ao baixar o preço da tarifa do ônibus e passar a ideia de que é um "enfrentamento" às permissionárias, está escondendo (e se utilizando da imprensa parcial para tal fim) as realidades da sua gestão urbana, a qual segue diretrizes antidemocráticas e que promovem - apoiando-me na brilhante ideia de Lúcio Kowarick - uma espoliação urbana em Joinville.

Ao trazer à tona as arcaicas discussões sobre planilhas, o prefeito e sua equipe demonstram que esta é a única discussão em pauta quando o assunto é transporte coletivo, inclusive já alertando que até o fim do ano poderemos ter novo aumento. Reforça, assim, tudo aquilo que nós já vimos. Em nenhum momento nesta semana (posso estar enganado) ouvi técnicos da Prefeitura explicando o andamento do plano de mobilidade (está há três anos em elaboração no IPPUJ, desde o término da pesquisa origem-destino, primeira etapa do processo) ou replicando a visão parcial do prefeito anterior, o qual limitou as transformações mais radicais à licitação (teve quatro anos e não tirou do papel).

A atual gestão promove a espoliação recuperando estes discursos de seus antecessores (muito pouco para quem diz promover uma qualificação da máquina pública), e quando também esquece-se do que está escrito no Plano Diretor; não faz esforço para confeccionar instrumentos que garantam uma melhor qualidade de vida para a população, não diz nada sobre a licitação do transporte coletivo (estamos há apenas seis meses do vencimento do contrato de Gidion e Transtusa e uma licitação deste porte não é coisa simples), priva as camadas mais populares da gestão democrática da cidade (basta lembrar a imposição do CNPJ na construção do conselho da cidade) rasgando o Estatuto das Cidades, e insere a lei de ordenamento territorial (ao contrário do plano de mobilidade, a LOT já está pronta, pois serve a praticamente todos os interesses das entidades empresariais da cidade) como "salvadora da pátria", colocando-a na comissão de frente da política urbana joinvilense.

Resultado: sem democracia, não há um pensamento voltado para o social. A espoliação domina. Desta forma, continuaremos com um Conselho da Cidade que atende interesses do grande capital, sem plano de mobilidade, licitações sem previsões e sem perspectivas de mudança, transporte coletivo ruim e caro, sem infraestrutura urbana (o macrozoneamento, base da LOT, promove o aumento do perímetro urbano e a consequente segregação socioespacial), entidades empresariais colocando a tinta na caneta de nossos governantes, especulação imobiliária, verticalização travestida de adensamento, aumento do índice de automóveis per capita (62 mil veículos a mais nos últimos três anos, defasando, assim, a pesquisa origem-destino de 2010), reprodução da pobreza, mídia parcial, aumento da violência urbana, aumento de impostos, sem ciclovias, sem calçadas, e sem a garantia de nossos direitos enquanto cidadãos.

Espoliação maior do que isso, somente aquela provocada pelo cassetete do PM.