quinta-feira, 21 de junho de 2012

Como fazer sucesso com os PTistas


POR JORDI CASTAN

O José António Baço, misto de blogueiro, jornalista, publicitário e agora escritor de posts de auto-ajuda, escreveu um texto interessante neste blog, dando dicas sobre como fazer sucesso com a classe média. O texto, na forma de uma receita simples e prática, detalhava como escrever textos que imediatamente tivessem sucesso entre os abundantes leitores da classe média. Um análise mais profunda do post permite identificar alguns truques de chef amador, dicas fáceis e de resultado garantido.

O post, que teve relativo sucesso entre os leitores, também gerou reclamações e protestos dos escritores amadores e blogueiros que, em época eleitoral, gostariam de entupir as redes sociais e os meios impressos com textos que façam sucesso entre os PTistas. Para atender a este grupo de marginalizados, uso o espaço do Chuva Ácida para disponibilizar também as dicas para fazer sucesso com este público seleto e elitizado.

Mas inicialmente vamos reforçar um ponto que é chave neste texto: PTistas e esquerdistas são grupos diferentes, pertencem a classes sociais diferentes. Apesar de num passado mais ou menos recente, terem compartilhado bandeiras, princípios e ideologia hoje se situam em lados opostos. Os esquerdistas autênticos, entre os que é possível identificar PSOListas, PSTUistas, Verdes, Marxistas, Grouchistas, Maoístas e algum outro comunista, não querem ser confundidos com os PTistas que abandonaram princípios e ética em nome da governabilidade e do poder. Aliás, principalmente na busca e na manutenção do poder, que tem se convertido numa nova elite, com o fisiologismo e a manifesta dificuldade para diferenciar o público do privado. Uma das causas que os deixou de tal forma parecidos com os partidos tradicionais é que hoje conseguem formar alianças e contubérnios com inimigos históricos, com uma naturalidade que faria corar os piratas e corsários mais cruéis e sanguinários.

Para ter sucesso garantido, entre os PTistas locais é preciso citar no texto alguns dos temas seguintes:

- O aumento da segurança para os pedestres na região da Vilanova com a instalação de um novo sinaleiro.

- A inauguração do Parque José Alencar (o político, não o escritor), a sua importância ambiental e a sua contribuição a redução da violência urbana na sua região de influência.

- Os achados arqueológicos identificados nas escavações realizadas nas obras de revitalização da Rua das Palmeiras.

- A qualidade das obras públicas realizadas, com especial destaque para a intensidade da cor do asfalto, a simetria na escolha da brita e a precisão na definição dos níveis e gabaritos.

- A maior transparência nos processos licitatórios, a redução nos índices de retrabalho, nos valores dos aditivos e nos preços dos produtos adquiridos pelo poder público.

- O fato de que “nunca antes nesta cidade...” (preencher com a frase que considerar mais pertinente).

- A responsabilidade que as gestões anteriores têm em todos e cada um dos problemas que Joinville enfrenta ou venha a enfrentar nos próximos anos.

- A melhoria das ruas revitalizadas pelas intervenções de requalificação do centro.

- A melhor iluminação de uma via pública do sul do Brasil e o prêmio “Prefeito Gastador” que a CELESC outorga, a cada ano, ao prefeito que consegue aumentar mais a conta de energia.

- Qualquer menção as dezenas de prêmios obtidos pelo prefeito Carlito Merss tem sucesso mais que garantido e chegam a produzir pequenos alaridos de felicidade.

Com certeza outros temas garantem o sucesso na hora de escrever um texto direcionado para os PTistas locais. Utilize as dicas ou crie as suas e compartilhe com os leitores deste blog.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ganhar uma discussão com a namorada?

ET BARTHES
O sujeito tem um ponto de vista. Mas quem já passou pela situação sabe que convencer a namorada ou mulher do contrário é praticamente impossível. De qualquer forma, o filme até é divertido. Mas a coisa não funciona assim na vida real.


CÃO TARADO


Sob a proteção de Deus






POR AMANDA WERNER

“Em nome da Santíssima Trindade”. Assim iniciava a Constituição do Império de 1824, a primeira constituição brasileira. A religião oficial era a católica apostólica romana. O culto de outras religiões até era permitido, desde que de forma privada e sem  manifestações externas ao templo.

Oito constituições depois, muita coisa mudou. O Estado foi apartado da Igreja e não somente a liberdade religiosa foi consagrada, como também o caráter  laico do Estado.  Porém, a separação entre Igreja e Estado não foi suficiente para eliminar das notas de reais(R$) a expressão: "Deus seja louvado". Ou, ainda, do texto constitucional a parte do preâmbulo que expressa: "Sob a proteção de Deus".

Ora, dizer que o Estado é laico significa dizer que o Estado não é religioso. Também não é ateu. O Estado é neutro.

Em um julgamento ocorrido no Supremo, no ano de 2003, já foi declarado que a invocação da proteção de Deus não tem forca normativa. Significa que nunca poderá ser judicialmente exigida. Até porque, convenhamos, não há como exigir obrigações da divindade solicitada.

Você pode argumentar que não faz diferença nenhuma para você. Que invocar a proteção de Deus no preâmbulo da Constituição só traz vibrações positivas, coisas do bem, e, ademais, como não especifica nenhum Deus, não causa nenhum tipo de discriminação para qualquer religião.

Será? Há poucos meses, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás alterou o seu regimento. Agora é obrigatória a leitura de um trecho bíblico no início da sessões ordinárias. Não, mas não veja como imposição. Afinal, o parlamentar tem o direito de escolher qual trecho bíblico será proferido.

Com frequência, tem-se observado tentativas de intervenções religiosas no Estado. Prova disso são os argumentos religiosos utilizados contra o aborto, a eutanásia e, mais recentemente, o aborto de fetos anencéfalos.

Há ainda as “bancadas” religiosas no Congresso(qualquer semelhança com a nossa câmara é mera coincidência) que, pela sua maioria, acabam por impor o seu ponto de vista a toda uma sociedade, em detrimento do Estado e, por que não, da lei.

Embora não pareça fazer mal algum,  a simples citação da proteção de Deus no preâmbulo pode até não aludir nenhuma religião específica. Mas deixa claro que o Estado apoia algumas religiões: as que acreditam em um só Deus. Exclui do apoio do Estado as religiões politeístas e os ateus, o que contraria expressamente o princípio da isonomia, que afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

Concepções morais religiosas devem ser colocadas à parte na condução do Estado. Não significa dizer que as autoridades religiosas não devem ser ouvidas.  Estamos em um Estado laico, porém, fundado na democracia. Mas o Direito não deve se submeter à religião.

 Afinal, “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Todo mundo peladão

ET BARTHES
Protestar e denunciar as coisas más do mundo é sempre importante. E os caras da tal World Naked Bike Ride têm um jeitão muito original: todo mundo peladão a andar de bicicleta pelas ruas das cidades. As imagens são de poucos dias atrás, num desfie em Toronto, no Canadá. Eis uma boa ideia para Joinville. Afinal, não é a cidade das bicicletas?



Uma breve discussão sobre pesquisas eleitorais

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Na última semana presenciamos um fato muito curioso, e raro de se ver. O mesmo instituto de pesquisa fez duas abordagens, em um período curto de tempo, com resultados totalmente diferentes. Clarikennedy Nunes até se vangloriava de sua liderança, quando, dias após, a outra pesquisa colocava-o como terceiro colocado em alguns cenários, com 12 pontos percentuais a menos. Li no Facebook várias especulações sobre pesquisas eleitorais, inclusive colocando em xeque a veracidade de tais resultados. Como Cientista Social, com alguma experiência neste ramo de pesquisas, e autorizado a assinar pesquisas eleitorais devido a minha formação, creio ser pertinente debatermos algumas breves questões sobre este tema aqui no Chuva.



Como explicar uma diferença tão grande nos resultados, em tão pouco tempo? Não tive acesso à pesquisa completa registrada no TRE (com demonstrativos de metodologia, etc), mas isso ocorre geralmente por três fatores: 1) a ocorrência de algum fato político definidor do comportamento dos eleitores neste intervalo entre uma pesquisa e outra (não foi este o caso), 2) uso de metodologias diferentes de abordagem (presencial ou não-presencial, nível de confiança e margem de erro distintos, ou a escolha de lugares diferentes para abordagens) e 3) a equipe de campo não foi corretamente supervisionada, a ponto de haver alguma alteração dos dados sem a checagem do supervisor de campo, o qual orienta os pesquisadores (considerando a experiência do IBOPE, creio que também não foi este o caso).

Pode ocorrer que um candidato tenha mais inserção em bairros onde a pesquisa teve uma maior proporcionalidade em relação à outra. Por exemplo, se 5% de toda a amostra de uma das pesquisas foi realizada no Bairro Itaum, onde o candidato X tem um grande eleitorado, e na outra pesquisa, apenas 1% foi realizado no Itaum, a diferença irá aparecer no final. E dentro do Itaum podem haver pontos diferentes de abordagens dos pesquisadores (na frente de uma igreja evangélica ou da associação de moradores) o que influencia na hora de responder às perguntas. Há ainda outros itens menores que também influenciam, como roupa dos pesquisadores, dias da semana, e o não cumprimento da aleatoriedade na abordagem, focando apenas em um "perfil" de transeuntes.



Por mais demonstrações que o Instituto tenha dado, soou muito estranho. Entretanto, ainda acredito numa abordagem séria e profissional dos pesquisadores e de quem tabulou todos estes dados. O Instituto não deveria, ao meu ver, abordar com duas metodologias tão distintas num período tão curto (a vontade do cliente sempre é atendida, infelizmente). Mas que foi extremamente engraçado ver os apoiadores de Clarikennedy se mobilizarem nas redes sociais para tentar explicar esta diferença... ahhh, isso foi! Por isto que, em eleições, ficam sempre as dicas: não se deve contar com o ovo na galinha e nem com a farofa da cuca.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ELEIÇÕES 2012


A honestidade de Tebaldi


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A honestidade é uma virtude indispensável na política. E é bom ver quando um político faz declarações honestas, mesmo sabendo que isso traz riscos. É o caso do pré-candidato Marco Tebaldi, que confessou ter errado quando no comando da Prefeitura de Joinville. E mais: ele diz que quer voltar para consertar os erros.
 O leitor e a leitora do Chuva Ácida devem admitir que a atitude merece registro.

A declaração levanta questões, algumas delas importantes neste processo eleitoral. Afinal, qualquer admissão de erro por parte de um político - algo raríssimo - tem sempre alguma repercussão entre o eleitorado. Há consequências. Mas vamos por partes:

1. Ao admitir que errou, implicitamente Marco Tebaldi desautoriza os seus apoiantes, reunidos em torno do movimento “Volta Tebaldi”. Porque temos ouvido repetidas vezes, pelos assessores, sequazes ou simples baba-ovos do ex-prefeito (que são mais tebaldistas que o próprio Tebaldi) que ele teve uma administração imaculada e que naqueles tempos Joinville era uma espécie paraíso ao sul do Equador. Ou seja, passam a ideia de que Tebaldi é o prefeito perfeito e nunca erra.

2. Outro fato importante. Tebaldi vai ainda mais longe, ao dizer que tem noção de ter falhado e que quer voltar à Prefeitura de Joinville para consertar os erros. Mas ele sabe que corre riscos, porque a sinceridade em política nunca foi boa estratégia. Ao admitir que errou, Tebaldi assume uma posição arriscada à frente dos eleitores e dos seus adversários. Afinal, os eleitores costumam ser implacáveis e associam o erro à incompetência.

3. Outro ponto a destacar. É claro que os adversários vão insinuar – agora com motivos - que ele é incompetente. Porque errou e admite que errou. Aliás, isso dá munição ao governo de Carlito Merss, que vem insistindo vezes sem conta na culpa das administrações anteriores. Marco Tebaldi admite que errou e, ao admitir tal fato, está a dar alguma razão ao sucessor petista. Parece então que algumas culpas podem mesmo ser atribuídas aos erros da administração anterior.

Em resumo: um prefeito que erra merece voltar ao lugar para consertar os erros? Isso será o eleitor a decidir.


P.S. - A declaração foi feita numa entrevista ao pessoal de uma associação comunitária (Comcasa) e está registrada no vídeo abaixo.


domingo, 17 de junho de 2012

Embrulhando tainha com o jornal de ontem



Diz a sabedoria popular que o jornal de hoje serve para embrulhar o peixe de amanhã. Em temporada de tainha, a frase faz ainda mais sentido.

Num jornal local, o deputado Clarikennedy Nunes aparece em primeiro na pesquisa IBOPE, com 28% das intenções de voto. Menos de três dias depois em outro jornal outra pesquisa do mesmo IBOPE mostra o pré-candidato em segundo com 16% das intenções de voto. Em poucos dias houve uma redução de 12% das intenções de voto.

O jornal que o deputado está lendo com expressão de satisfação já deve servir só para embrulhar tainha.


sábado, 16 de junho de 2012

Cidade dos Príncipes ou dos Buracos?


POR EMERSON PETRI
Já não é novidade que Joinville vem sofrendo dificuldades na mobilidade urbana. Deixamos de ser referência como Cidade das Bicicletas, pois faltam ciclovias. E, para compensar a falta delas, uma manobra do governo municipal visa utilizar de um dispositivo legal para transformar as calçadas em áreas também para ciclistas, disputando o pouco espaço já existente com os pedestres e cadeirantes.

Deixou de ser a Cidade dos Príncipes, pois vários prédios históricos vêm sendo interditados pela falta de manutenção e a culpa é logo repassada para os seus antecessores pela falta de investimento na área cultural.

Outra grande queixa é o baixo investimento em infraestrutura, o que resulta em menos empresas interessadas em se instalar em Joinville, além da falta de espaço na cidade para construção de grandes empreendimentos, o que deixa mais atrativo cidades da região como Araquari, Barra Velha e etc.

Já não bastavam todos esses fatores, um fato tem chamado à atenção dos joinvilenses nos últimos meses: os buracos nas ruas. Parece que quando é ano eleitoral não faltam obras, mudança de iluminação, melhorias no saneamento básico, que complicam ainda mais o trânsito já bastante turbulento de nossa cidade. O problema não é fazer as melhorias, até porque elas são importantes para a nossa cidade. O errado é fazer os buracos e depois não taparem direito. Além de dificultar o trânsito, o grande número de buracos traz um grande risco de acidentes. Muitos motoristas fazem verdadeiros malabarismos para escapar dos buracos, e alguns contabilizam prejuízos com a manutenção do seu veículo.

Não é difícil ver casos de pessoas que tiveram prejuízos com as vias esburacadas. Recentemente uma mulher sofreu um acidente no bairro Atiradores e teve 2 rodas do seu veículo entortadas. Outro caso um homem teve o seu motor prejudicado na Zona Norte de Joinville devido ao buraco. Em outro caso, na região central um veículo ficou com a roda dianteira presa, pois foi “engolido” por um buraco. A cena se repete na região Oeste de nossa cidade, pois várias ruas dos bairros Anita Garibaldi e do Nova Brasília vêm sofrendo com os remendos mal feitos. Apelos também chegaram às redes sociais, revelando que na Rua Bananal em menos de 500 metros, havia mais de 300 buracos. Joinville precisa de uma solução para o trânsito, e não de mais fatores para prejudicar a sua mobilidade, pois deste jeito, iremos amargar o título de Cidade dos Buracos...


                                                                                  Emerson Petri trabalha como vendedor varejista.