terça-feira, 1 de dezembro de 2015
O problema de Udo Dohler é a rejeição
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Quem está
melhor posicionado, neste momento, para ser o próximo prefeito de Joinville? Os
trackings (monitoramento das tendências de voto) não param e os políticos
sabem, mês a mês, a posição que ocupam na corrida à Prefeitura. Os números não podem ser publicados, mas há coisas tão evidentes que
dispensam as sondagens. Então, vamos lá...
Não há
segredo quanto aos putativos candidatos à Prefeitura de Joinville. Há quatro
nomes no bloco da frente: o atual prefeito Udo Dohler, o deputado estadual
Darci de Matos, o ex-prefeito Carlito Merss e um inesperado José Aluísio
Vieira, o Dr. Xuxo, que vem correndo por fora. Há também o tucano Ivandro
Souza, cuja candidatura insiste em não decolar e, por enquanto, o deixa a jogar num
outro campeonato.
Apesar de já haver gente em campanha, o quadro da
disputa sucessória não está definido. E é natural, portanto, que neste momento a
preferência dos eleitores esteja pulverizada. No entanto, o grande abacaxi parece estar
nas mãos de Udo Dohler, que tem índices de rejeição muito elevados. E não é
preciso olhar para as sondagens para fazer essa constatação. Um olhar para as
críticas nas redes sociais, por exemplo, permite ver que o prefeito tem um
problemão em mãos.
A rejeição
é um fator tão poderoso quanto a intenção de voto. Ou seja, enquanto os outros
candidatos vão lutar por votos, Udo terá que vencer a frustração dos cidadãos com
a sua administração. Eis o nó górdio. O atual prefeito chegou ao poder com um
discurso “anti-política” e “pró-gestão”, mas acabou com uma imagem mais
parecida com um político (da velha política) do que com um gestor.
É possível diminuir a rejeição? Claro que sim. Mas Udo Dohler não tem muito tempo. Num plano macro, vai precisar de pesquisas que ouçam segmentos
qualificados da sociedade, para identificar o caminho para mudar a percepção
dos eleitores. Num plano mais térreo vai precisar de ação, imaginação e obras. É difícil. E
não pode esquecer que o diabo está nos detalhes. Exemplo? Ora, cada buraco nas ruas é uma
armadilha contra a sua candidatura.
Udo Dohler conseguirá reverter esse quadro? Talvez. Se recorrer à lógica
da velha política (aquela de investir vultosos recursos financeiro) poderá aumentar as
suas chances, porque, afinal, isso ainda tem muito peso. Mas os tempos são outros e mesmo assim não há garantias. O mundo evoluiu. É preciso também saber usar técnicas de
comunicação, conhecimento de marketing político e, claro, imaginação. É aqui que a porca torce o rabo.
É a dança da chuva.
É a dança da chuva.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Procon e Black Friday
POR JORDI CASTAN
Quem defende o consumidor? A primeira resposta é o Programa
de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Mas a quantas anda o Procon por aqui? O
Procon é um órgão municipalizado, vinculado ao Departamento de Defesa do
Consumidor da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania do Estado de Santa
Catarina. A sua atuação e força são os melhores indicadores de como o governo trata o cidadão. Um Procon forte e
atuante é sinônimo de uma sociedade forte e de um consumidor protegido.
Como esta o Procon em Joinville? Qual é a estrutura que tem para cumprir a sua função? Cumpre essa função? Se olharmos o que o Procon divulga é bom ficar preocupado, porque diz muito pouco do que faz. Apresenta poucos dados que permitam avaliar os resultados do seu trabalho. E os dados apresentados são difíceis de utilizar pelo consumidor, acabando por ser um "faz de conta".
O ponto que deveria merecer maior atenção é aquilo que o Procon denomina “Audiências do Procon”. Tem o objetivo de buscar um acordo entre o consumidor e a empresa que tenha ocasionado prejuízo ou não tenha cumprido suas obrigações e responsabilidades, de acordo com o código de defesa do consumidor. A quantas anda a sua resolutividade? Qual é o resultado? Quantos acordos foram conseguidos? Quantos não tiveram solução e acabaram na justiça? Quantos consumidores acabam sendo orientados a procurar o juizado de pequenas causas pela ineficiência das ditas audiências do Procon?
O Procon tem que mostrar serviço. Tem que fazer muito mais que divulgar a lista de preços dos produtos para churrasco. A defesa do consumidor é um direito da sociedade. O Site do Procon deixa muito a desejar, traz pouca informação local e faz enlaces com o outros sites de fora de Santa Catarina.
Um Procon municipal deveria focar sua atuação no âmbito local. Produzir conteúdo e informar sobre as empresas locais. Trazendo informações sobre as empresar locais com as que o consumidor precisa ter cuidado. A divulgação dos preços de combustível, cesta básica e de churrasco é muito pouco e disponibilizar em pdf é pouco pratico para consulta. Há muito que melhorar no site para que possa ser considerado uma ferramenta de apoio e de defesa ao consumidor.
O ponto que deveria merecer maior atenção é aquilo que o Procon denomina “Audiências do Procon”. Tem o objetivo de buscar um acordo entre o consumidor e a empresa que tenha ocasionado prejuízo ou não tenha cumprido suas obrigações e responsabilidades, de acordo com o código de defesa do consumidor. A quantas anda a sua resolutividade? Qual é o resultado? Quantos acordos foram conseguidos? Quantos não tiveram solução e acabaram na justiça? Quantos consumidores acabam sendo orientados a procurar o juizado de pequenas causas pela ineficiência das ditas audiências do Procon?
O Procon tem que mostrar serviço. Tem que fazer muito mais que divulgar a lista de preços dos produtos para churrasco. A defesa do consumidor é um direito da sociedade. O Site do Procon deixa muito a desejar, traz pouca informação local e faz enlaces com o outros sites de fora de Santa Catarina.
Um Procon municipal deveria focar sua atuação no âmbito local. Produzir conteúdo e informar sobre as empresas locais. Trazendo informações sobre as empresar locais com as que o consumidor precisa ter cuidado. A divulgação dos preços de combustível, cesta básica e de churrasco é muito pouco e disponibilizar em pdf é pouco pratico para consulta. Há muito que melhorar no site para que possa ser considerado uma ferramenta de apoio e de defesa ao consumidor.
Nesta semana de Black Friday as informações disponibilizadas pelo Procon de Joinville se resumem a um link do Procon SP. O que deveria ser feito é disponibilizar em site específico com domínio do Procon municipal a relação das empresas "fake" ou que prejudicam o consumidor. Por que mandar o consumidor pesquisar no site de SP?
Ficou faltando ao Procon o que muitos consumidores, escaldados com os abusos cometidos pelos comerciantes em edições anteriores do Black Friday, já fizeram. O monitoramento e seguimento dos preços dos produtos e serviços que pretendiam adquirir. O resultado verificado pelos consumidores é que os preços subiram em média 10% por semana, nas semanas anteriores a sexta-feira negra. O que reforça a imagem de que o contribuinte encontrará preços iguais ou mais altos que os praticados normalmente pelo mercado.
O Procon Joinville também divulga no seu site os links:
Onde esta localizado o Procon? O Procon já mudou de local
várias vezes e isto dificulta o acesso de quem precisa do serviço. E antes do
final do mandato deve mudar de novo. Estava na Piazza Itália. Mudou-se para
fazer espaço para a recém criada SEMA (Secretaria do Meio Ambiente). Da Piazza
Italia foi para o prédio da Seinfra, no Bairro Saguaçu, na subida do mirante, onde
antes estava a aprovação de projetos e parcelamento de solo. Aliás este é outro
setor que também foi transferido para a Piazza Itália.
Antes de que acabe esta gestão ainda está prevista uma nova mudança de endereço, com o Procon mudando-se para a Cidadela Cultural Antártica. Com todas estas mudanças de endereço é frequente que os cidadãos façam uma romaria antes de encontrar o local. E acabem se queixando do fora de mão e a dificuldade de acesso do contribuinte que requer os serviços do Procon. A mudança para a Cidadela Cultural Antártica é um avanço, porque facilitará o acesso dos joinvilenses.
Antes de que acabe esta gestão ainda está prevista uma nova mudança de endereço, com o Procon mudando-se para a Cidadela Cultural Antártica. Com todas estas mudanças de endereço é frequente que os cidadãos façam uma romaria antes de encontrar o local. E acabem se queixando do fora de mão e a dificuldade de acesso do contribuinte que requer os serviços do Procon. A mudança para a Cidadela Cultural Antártica é um avanço, porque facilitará o acesso dos joinvilenses.
Outro ponto que o Procon precisa implantar - e está devendo - é
o acesso ao bloqueio do telemarketing, para que os consumidores possam bloquear
seu telefone para deixar de receber publicidade e serviços não solicitados e
possam verificar se o seu telefone esta na lista dos bloqueados.
Eficiência, efetividade e resolutividade, acrescidos de transparência deveriam ser a base para avaliar o trabalho do Procon.
Eficiência, efetividade e resolutividade, acrescidos de transparência deveriam ser a base para avaliar o trabalho do Procon.
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
Nos fios da teia #3
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POR SALVADOR NETO |
Vamos tecendo mais alguns fios dessa teia do poder, este emaranhado difícil de decifrar e compreender!
Udo
Navalha
– O Prefeito de Joinville acaba de apagar de vez sua fama de “gestor” construída
ao longo de anos, e principalmente na campanha eleitoral de 2012. Ao anunciar
cortes pífios para “gerir” a Prefeitura, cortando direitos dos servidores
municipais, fazendo maquiagens de mudanças de secretarias e outras ações que não
farão as contas equilibrarem, ele assina embaixo: falta dinheiro, mas também
falta gestão, e muita!
Udo
Navalha 2
– Os cortes do Natal Luz, e do Carnaval, festas que motivam a população e
ajudam o comércio em épocas de vagas magras, e jogar dinheiro público fora na
tal de “Bierville”, mostram a falta de planejamento, de visão e principalmente,
de apreço à população mais pobre, com menor poder aquisitivo. Não temos obras,
não temos ruas sem buracos e sinalizadas, não temos praças limpas, falta saúde
conforme o prometido em 2012, a insegurança aumentou significativamente. Esses são
os grandes presentes do prefeito Udo a quem apostou seu voto. O povo já diz:
2016, venha logo.
País
da lama
– O desastre ambiental que acabou com o meio ambiente em mais de 600km a partir
de Mariana (MG) até o litoral do Espírito Santo, matando toda a fauna, flora e
impedindo a renda e ganho de vida de milhares de pessoas, mostra que vivemos em
uma grande lama suja que envolve ganância empresarial, falta de fiscalização efetiva
por parte de órgãos governamentais das três esferas públicas, e a incapacidade
de agirmos rápida e emergencialmente em casos de catástrofes.
País
da lama 2 – Mais
risível é a multa que anunciam. R$ 1 bilhão pelo MP, e R$ 250 milhões pelo
Ibama. Piada de mau gosto. Somente a Samarco lucrou, apenas no ano passado, R$
2,8 bilhões. Lucro, limpinho. O lucro de um mês é suficiente para pagar a multa
de R$ 250 milhões. A
exploração que vivemos nos tempos coloniais, hoje revive após a “entrega” feita
pelo governo tucano de FHC da nossa maior mineradora, a Vale. O entreguismo nos
deu isso: mais exploração, menos recursos para o Estado, e prejuízos
incalculáveis para o meio ambiente e as pessoas. E tentam enganar o povão via
grande mídia largando um bilhão como se fosse muito!!
País
da lama 3
– Só para os leitores entenderem mais ainda o que é o poder, principalmente o econômico.
Mesmo em meio à crise econômica do Brasil e com a redução do preço do minério,
tanto a Vale quanto a BHP Billiton, controladoras da Samarco de Mariana, têm
conseguido se manter estáveis. Este ano, a Vale acumulou receita líquida de R$
62,8 bilhões. No último trimestre, ela foi de R$ 23,3 bilhões, valor 117% em
relação ao mesmo trimestre do ano passado. Já a gigante BHP Billiton, maior
mineradora do mundo, registrou lucro de US$ 6,4 bilhões de junho de 2014 a
junho deste ano. A empresa, que divide com a Vale os capitais da Samarco,
estipulou a meta de investimento de US$ 8,5 bilhões até junho do próximo ano.
Que tal? Deu pra entender?
Delcídio
– Realmente
surpreendente a determinação de prisão ao senador petista Delcídio do Amaral,
decidida pelo STF. Primeiro por ter ele sido inocentado meses atrás pelas investigações
da Lava Jato, por falta de provas. Segundo por não ter sequer processo aberto
para ser determinada a prisão preventiva. E claro, era um senador bem quisto
pelos seus pares tanto na Câmara como no Senado. Mas mais surpreendente foi a decisão
do Senado de entregar um dos seus aos lobos do STF.
Delcídio
2
– Será que a decisão do STF foi motivada pelo aparecimento dos nomes de vários
ministros da alta corte nas gravações? Assustaram-se com a chegada da investigação
no Poder Judiciário? O STF é o guardião da nossa lei maior, a Constituição
Brasileira. Lá diz que artigo 53, § 2º, da Constituição Federal, que “desde a
expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos,
salvo em flagrante de crime inafiançável”. O STF pensa que é Deus. O Senado se ajoelhou. Os direitos fundamentais choram.
Delcídio 3 - Criaram uma exceção à regra da Constituição que pode ser um
tiro mortal na democracia, e no Estado Democrático de Direito. Flexibilizar a lei ao gosto do clamor, ou desejo, ou torpor da massa, é um risco alto para um Estado de exceção. O senador deve responder sim, mas dentro do rito legal existente, com ampla defesa. Prisões preventivas que viram prisões eternas, uma espécie de tortura psicológica até que se aceite o que alguém deseja, são inaceitáveis. Estejamos
alertas, e não sejamos enredados nas teias do poder midiático, e dos poderosos
do capital, do judiciário, do legislativo e do executivo. Pensemos. Povo que
não pensa, será sempre um povo escravo.
É assim, os fios da teia nas
teias do poder...
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