POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Democracia é uma coisa complicada. O povo saiu
às ruas e, ao que parece, pediu uma reforma política (eu até acho que não foi
intencional). O fato é que a presidente Dilma Rousseff acenou positivamente com
um plebiscito. E o que parecia ser um avanço acabou virando mais um retrocesso,
um ponto de dissenso entre apoiantes e adversários do governo.
Agora o embate (não há debate) é se queremos
um plebiscito ou um referendo. Se a coisa descambou para a confusão, pelo menos não há
disfarces: de um lado estão os que, ao lado de Dilma, preferem entregar os anéis
para não perder os dedos; do outro estão aqueles que há mais de 10 anos não
aceitam outra opção que não seja apear o PT do poder.
O Brasil sofre de distúrbio bipolar. De um
lado estão os caras do PT e do outro os caras do PSDB e aliados. É uma guerra que
consome as vontades democráticas. Nesta questão plebiscitária ou referendária não
há ideias, apenas slogans (quase sempre contra alguma coisa). Todos sabemos que slogans são coisas fáceis de
repetir, mas não esclarecem e nem informam.
Não seria produtivo pensar mais no conteúdo e
menos na forma? De que adianta uma pendenga para decidir entre plebiscito e
referendo se ela nos distrai do essencial: qual é a substância do que vamos
referendar ou plebiscitar? A reforma política é uma coisa séria demais para
ficar perdida nessa tolice bipolar. Afinal, o que queremos?
Há muito por debater. Presidencialismo? Parlamentarismo? Monarquia? República? O fim do Senado? A redução do número de deputados? O voto distrital? Regulamentar o financiamento dos partidos? O escambau? Enfim, há tantas coisas sérias para discutir que despender energias nessa disputa entre plebiscito e referendo é por a carroça à frente dos burros. É uma coisa só favorece aos que não gostam da democracia.
Há muito por debater. Presidencialismo? Parlamentarismo? Monarquia? República? O fim do Senado? A redução do número de deputados? O voto distrital? Regulamentar o financiamento dos partidos? O escambau? Enfim, há tantas coisas sérias para discutir que despender energias nessa disputa entre plebiscito e referendo é por a carroça à frente dos burros. É uma coisa só favorece aos que não gostam da democracia.
Você, que defende o plebiscito, quer
plebiscitar o quê?
Você, que defende o referendo, quer referendar
o quê?