quinta-feira, 6 de setembro de 2012

As polêmicas pesquisas e o início da guerra eleitoral

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Pode parecer estranho, mas até agora não tivemos campanha eleitoral em Joinville, exceto pela movimentação frenética dos candidatos a vereador. Acompanhamos até então, por parte dos candidatos a Prefeito, ações ensaísticas sobre o que começa agora, de fato, após as pesquisas eleitorais divulgadas nos últimos dias, as quais mostram uma evolução de Udo, uma estabilização negativa para Carlito e positiva para Clarikennedy e Leonel, e a cachoeira de Tebaldi.

A campanha eleitoral na TV, por mais que não defina o voto, faz as pessoas discutirem sobre quem votar. As informações circulam, geralmente rebatendo no líder das pesquisas, ou no candidato com maior rejeição. No caso joinvilense, Tebaldi e Carlito, respectivamente. Após algumas semanas de informações circulando, três pesquisas aparecem, com dados totalmente distintos entre si. A mais distante das outras é a pesquisa da RBS/Ibope, a qual mostra Udo na frente, algo inédito até então. Vale lembrar que os quatro pontos percentuais praticamente empatam Udo, Tebaldi e Clarikennedy, e, ainda: a pesquisa foi realizada dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro. Ou seja, em um final de semana, e isso influencia muito no perfil dos entrevistados que responderão à pesquisa. O perfil de pessoas que circulam pela cidade varia, de acordo com o dia da semana. Para quem tiver dúvida, a pesquisa Origem-Destino 2010 mostra bem esta realidade. Só um exemplo: aos domingos, os mais pobres e mais velhos costumam ficar em casa, e este pequeno detalhe pode interferir em uma pesquisa...

E será que o crescimento de Udo é o motivo da Gazeta de Joinville não divulgar uma pesquisa, de sua encomenda, e que foi registrada no TRE dia 23 de agosto?

Independente dos números precisos da pesquisa A, ou da pesquisa B (os assessores sempre vão acreditar naquela que dá a vantagem para o seu candidato), a questão é que temos três fatos novos:

  1. Tebaldi em queda livre;
  2. Clarikennedy chegou ao teto, pois em nenhuma pesquisa passa dos 25%;
  3. Udo cresce em todas as pesquisas.
Antes da divulgação destas pesquisas, todos os candidatos estavam acomodados e apenas fazendo indiretas, nos debates, e nos seus respectivos programas. O alvo principal era Tebaldi, invertendo agora todas as atenções para Udo Dohler. Posso estar errado, mas quem menos irá "bater" em Udo será o PT (o PT precisa olhar para si antes de bater em alguém, além de ver em Udo um histórico - e potencial - aliado). Um dos outros candidatos já está usando a questão de racismo para dar suas indiretas. A guerra está lançada, finalmente! Não se espantem se aquela história das costureiras acorrentadas aparecer por aí! Se até jornalista abobado falou de beijo entre dois homens na campanha do Leonel... não duvido de mais nada!

Nem tudo é maravilhas para os lados da Rua Alexandre Schlemm. A campanha estava sendo montada para chegar ao segundo turno, raspando na trave. Ninguém esperava o crescimento nesta fase da campanha. A prova disso é que toda a estratégia de Udo foi montada em cima de suas propostas, sem se preocupar com com os tiros apontados para Tebaldi e Carlito (o Clarikennedy não esquece Carlito em nenhum de seus programas). Agora que a situação mudou, será que a estratégia adotada por Udo será a mesma? Como irá se defender dos ataques? Tem pique para aguentar o crescimento? 

Estas e outras questões só o tempo vai responder, entretanto, os fatos novos mudam a direção do arsenal bélico de quem precisa de guerra para se manter bem nos índices. O circo finalmente vai pegar fogo, finalmente!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Tebaldi fica acima ou abaixo dos 20%?

Tebaldi termina as eleições com mais ou menos de 20% da preferência dos eleitores? O José António Baço e o Jordi Castan tinham uma "teima" a esse respeito e trazem a troca de ideias para o Chuva Ácida. E você, leitor e leitora, o que acha? Tebaldi fica acima ou abaixo dos 20%?





Facebook, a nova fábrica de dogmas


Plato's allegory of the cave, from the Republic, illustrating Plato's concept of the ideas or pure forms, ref.: drawing by the author ( P J Lewi)
 POR AMANDA WERNER
A manifestação do pensamento é uma das formas que encontramos para demonstrar nossos valores, crenças e opiniões, formar a nossa identidade social, fazer parte de grupos.

O ato de pensar pressupõe um sistema mental, uma série de etapas que devem ser cumpridas, onde recebemos a informação, analisamos a veracidade e a possível conexão com a realidade, enfim, digerimos. Ou seja, há todo um raciocínio, uma atividade cognitiva. O ato de manifestar o pensamento, presume que tenhamos passado por todo esse processo de pensar.

A quantidade de informações inverídicas, infundadas e incompletas que circulam por aí impressiona. A falta de crivo, de uma apreciação um pouco mais sofisticada, principalmente agora, em tempos de eleição, e, no Facebook, assusta. As informações não são checadas - alguém que eu considero inteligente, ou que aparente ter algum conhecimento, falou, então é verdade. Ouço/leio, logo concordo. E replico. Ou, compartilho no Facebook.

Talvez, a onda dos mastigados livros de autoajuda tenham nos feito mais mal do que imaginávamos.

Mas, afinal, não sabemos mais pensar? Ou, talvez, não conseguimos mais nos expressar por conta própria? Aquela frase pronta, tentadora, na nossa timeline, cuja origem não sabemos, por vezes nos cai tão bem, não é? E, logo, passamos adiante. Pois estamos mostrando ao mundo que é exatamente daquela forma que vemos a questão. De onde vem tanta credulidade?

Não há verificação da veracidade, não há análise do contexto, não se dá o direito ao contraditório. Quem falou? A fonte é segura? Por quem foi encomendada a pesquisa? Há conteúdo racista ou discriminatório? E, no caso de compartilhamentos na internet, não seria uma tentativa de difamar ou caluniar alguém, ou alguma instituição? Quais interesses ($$$) estariam envolvidos? Eu tenho conhecimento suficiente para comungar ou discordar do que está escrito/falado?

Não devemos replicar informações, se tivermos um por cento de dúvida. Simplesmente. Caso contrário, não poderíamos reclamar dos governantes, que não educam o povo, para virarem massa de manobra (aliás, este é outro jargão bem repetido). Pois estaríamos prestando o mesmo desserviço. Disseminando leviandades e desconhecimento. Somos responsáveis por aquilo que falamos, e também pelo que publicamos. Não somente na acepção jurídica de responsabilidade. Que não sejamos nós, contribuintes da falta de cultura e desinformação. E do emburrecimento geral.

Sim, este é um rogo em favor do pensamento. Um repúdio a novos dogmas. E a tudo o que nos cerceia a possibilidade do questionar.

Descartes nos ensinou um método, que considero válido até hoje. O de sempre duvidar. Partir do princípio de que não temos certeza de nada. Somente temos a certeza da nossa existência, pois pensamos. E logo, existimos.

Paralimpíadas e JEC, de tirar o chapéu

POR GABRIELA SCHIEWE

PARALIMPÍADAS - Estamos acompanhando, desde o último dia 29, a 14ª edição dos Jogos Paralímpicos. Os jogos ocorrerão até o dia 09 de setembro em Londres, cidade onde também foram os Jogos Olímpicos.

No sexto dia de competição, o Brasil ocupa a 7ª colação no quadro geral de medalhas, num total de 21:
- 10 ouro
- 7 prata
- 4 bronze

Se tanto comentamos acerca dos investimentos do governo brasileiro na equipe que participou dos Jogos Olímpicos de Londres, o que dizer então do time paralímpico, com 189 competidores em 18 modalidades, na sua 11ª participação?

A equipe olímpica foi composta por 257 atletas, distribuídos em 32 modalidades, terminando a competição na 22ª colocação, com 17 medalhas (3 ouro; 5 prata; 9 bronze).

SIMPLESMENTE O MELHOR - Se você parar por alguns instantes para apreciar os Jogos Paralímpicos, inevitável que permeie a reflexão. Pois estamos diante de pessoas com algum tipo de deficiência fazendo o seu melhor, sempre. Estes atletas nunca se contentam em apenas "passar" por uma competição, eles darão o seu máximo em qualquer disputa, mostrando a todos nós que sempre, e sempre mesmo, você é capaz, basta querer, se dedicar, se esforçar no limite, equilibrar mente e coração.

Tenho visto o dia a dia da competição paralímpica apenas em momentos esparsos e pude notar na delegação olímpica: atletas já consagrados não fazendo nem o necessário, quiçá o seu melhor, indo ao limite extremo (como mostra Cleiton Conservani). E esses atletas é que cada vez mais receberão maior apoio do nosso Governo.

Os lutadores, na acepção da palavra, estes ficarão subrogados a uma Lei Piva e alguns resquícios de verba.

Possuímos os melhores atletas em algumas categorias, recordistas na natação e no atletismo. Campeões nas duas últimas paralimpíadas no Futebol 5 (em que são cegos 100%). No entanto, o seu destaque se resume a relação direta ao apoio e verba que recebem para competirem, infelizmente.

FORA DO CONTEXTO - Bom, basta vermos como os deficientes, em todas as suas formas, seja visual, físico, mental são tratados e recepcionados no nosso contexto. Se é que eles fazem parte do nosso contexto?

É absurdo - e isso sim é de atacar o fígado,  colega Baço - pessoas que realmente mostram para o mundo o que é viver, com extrema competência e dignidade e para esses sim o slogan compete "Sou brasileiro, não desisto nunca!"


CONTINUAR A APLAUDIR - O JEC empatou em casa e daí? O Barcelona empata em casa e não causa esse espanto. Gente, quero aqui registrar que, mesmo que o Joinville não suba à Série A, fato totalmente normal, o time merece os meus mais exaustivos elogios e respeito pelo que vem demonstrando em campo durante todo o campeonato. O torcedor de verdade - e aquele que aprecia realmente o futebol - continuará aplaudindo o JEC, sempre.

Na rodada da noite passada, o Tricolor, aos 46 minutos do segundo tempo, tomou a virada do Bugre, sendo derrotado por 2 x 1. E com a combinação de resultados da rodada o JEC, neste momento, ocupa a quinta colocação, a 2 pontos do G-4.