terça-feira, 12 de junho de 2012

O falido planejamento regional e a repetição de um filme


POR CHARLES HENRIQUE VOOS


Nos últimos anos estamos acompanhando o crescimento acelerado das cidades vizinhas a Joinville, como Araquari e Itapoá. Além do aumento populacional, estas cidades estão absorvendo atividades econômicas de grande impacto, usando-se do poderio que a cidade de Joinville tem como pólo regional. Infelizmente, nas últimas décadas, não estamos falando a mesma língua, e a questão regional corre um sério risco de se tornar um caos regional.

Por mais que exista a AMUNESC (Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina), cada Prefeitura tem a sua própria linha de atuação. Umas atraem empresas abertamente, crendo cegamente que a instalação de indústrias é sinônimo de qualidade de vida. Outras atraem atividades sem nenhuma análise de impacto nas cidades vizinhas. O que importa é trazer. Entretanto, por qual preço? Todos sabem que instalar uma empresa nas cidades vizinhas a Joinville é muito mais fácil e lucrativo (devido ao valor da terra extremamente baixo) e cada vez mais Joinville está se espraiando para essas regiões. Joinville e Araquari não eram ligadas há 15 anos da mesma maneira que são hoje, por exemplo.

Devido a este processo de conurbação, a Prefeitura de Joinville precisa levar toda a infraestrutura até as áreas limítrofes com seus vizinhos. O custo que é caro para “mim”, é consequência da ação desenfreada “deles”, a qual, por sua vez, é fruto  da falta “nossa” falta de diálogo. Cabe a Joinville liderar esse processo. Mas, em uma cidade que mal consegue dar jeito em seu planejamento “intraurbano”, como conseguirá ditar alguma diretriz de ocupação para a região? E mais: as cidades vizinhas parecem não querer crescer de forma conjunta, pois o clima é de competição para a atração do maior número possível de empresas, principalmente entre as menores.

O cenário infelizmente é desanimador. Por mais que cresçamos economicamente, todos os absurdos vividos na cidade de Joinville nas décadas de 1950 a 1990, enfrentaremos no contexto regional. Sinceramente, não quero que Araquari seja para Joinville o que Colombo é para Curitiba, ou que Garuva e Itapoá não sejam para Joinville o mesmo das cidades satélites do Distrito Federal para Brasília: cidades dormitórios, com moradias de baixa qualidade, sem infraestrutura e detentoras de altos índices de violência.

É uma nova pauta, e muito pouco discutida (por mais que haja uma Câmara Setorial para tratar deste assunto no Conselho da Cidade de Joinville). Precisamos tomar um novo rumo nestas discussões, visando a qualidade de vida e não apenas o crescimento econômico, pois estaríamos cometendo o mesmo erro do século XX. Há muitos anos, perguntávamos sobre qual cidade queríamos no futuro. Agora a pergunta deve ser “em qual região viveremos?”

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Mostrar os seios contra o turismo sexual


POR ET BARTHES
Ativistas da organização FEMEN, aquelas que mostram os seios, fizeram um protesto contra o Euro 2012, em frente ao Estádio Nacional de Varsóvia, no jogo inaugural da competição. As ativistas estavam a chamar a atenção contra o turismo sexual. Mas levaram a pior. Eram quatro mulheres contra 12 policiais.


CÃO TARADO


domingo, 10 de junho de 2012

Como fazer sucesso com a classe média


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O Chuva Ácida sempre convida os seus leitores (os que não são anônimos, claro) para escrever textos. Mas tem gente que sofre da tal síndrome da folha em branco (ou a tela do computador em branco) e acha difícil escrever. Por isso, arrisco dar uma fórmula eficaz aos nossos leitores.

Dica 1 - Fale mal de Dilma e dos ministros que não param de cair. Diga que são todos corruptos (nem precisa ter provas). É tema de sucesso garantido entre as classes médias que lêem jornais ou blogs.
Dica 2 - Falar mal de Lula é garantia de leitura. Meta o dedo na ferida: Lula não fez faculdade. Ironize, achincalhe e diga que é uma vergonha o Brasil ter um sem-diploma como presidente.
Dica 3 -  Fale mal da esquerdalha que tomou conta do poder na América Latina. Chávez, Morales, Correa. Faça piada com o populismo dessa gente. Não tem erro.
Dica 4 - Pegue numa frase feita e destrua a nossa auto-estima. "O Brasil não é um país sério", "coisa de brasileiro", "eta povinho", por exemplo, é receita certa. Culpe o governo, culpe os políticos, culpe os brasileiros. Todos são culpados menos você, que está heroicamente a escrever um texto (é fazer algo,afinal).
Dica 5 - Se for de Santa Catarina, mostre respeito pelos velhos caciques e oligarcas. Elogie. Puxe o saco sem pudor. Diga que são velhas raposas. Atenção: nem pense em dizer que são uns tipos pouco escrupulosos que fazem tudo pelo poder. Ah... e omita dizer  que alguns estiveram ligados à ditadura.
Dica 6 - Incorpore o paladino da ética e da moral. Seja agressivo. Diga que está indignado com toda essa bandalheira (não precisa especificar, há bandalheira em todos os lugares). Use palavras fortes como "lixo", "nojo", "repugnância" etc.
Dica 7 - Lance um slogan. Proponha coisas do tipo "não reeleja". É uma ideia totalmente idiota, mas os slogans são mera publicidade e não estão sujeitos à verificação.
Dica 8 - Não é preciso estudar, ler, pesquisar. Simplifique. Veja apenas a revistona semanal e tire de lá os seus argumentos. Podem ser pura balela, mas o povo acredita e gosta.
Dica 9 - Falar mal de integrantes dos movimentos populares é tiro certo. Use termos como baderneiros, invasores, criminosos, terroristas. Falar mal dos sem-terra é garantia de êxito.
Dica 10 - Culpe os políticos por tudo. Diga que são todos iguais. Ninguém vai perguntar se você, alguma vez na vida, levantou o traseiro da cadeira para tentar mudar as coisas a sério. Afinal, como já foi dito, você está escrevendo um texto para denunciar toda essa sacanagem. E isso é fazer muito.

DICAS DOS LEITORES

Dica 11: Fale mal de Jonville, diga que é uma "vila", que é cidade pequena, de gente atrasada e que Curitiba é o que há. Não tem erro.
Dica 12: Diga que Joinville é uma cidade cosmopolita que mantém as suas tradições.
Dica 13: Eike Batista perdeu 1 bilhão em 24 horas, a Busscar foi para o saco de vez, a Construtora tal tá mal das pernas, a empresa do candidato também, o Chavez e Castro tem 2 meses de vida, e por aí vai. A classe média adora a desgraça alheia.

sábado, 9 de junho de 2012

Russos promovem pancadaria na Eurocopa

ET BARTHES
E bastou um dia de competições para que o pau quebrasse na Eurocopa 2012. Em Wroclaw, os torcedores russos agridem os stewards e mostram o grau de civilização que se adquire na terra de Putin.