POR JORDI CASTAN
Estamos tão acostumados a escutar a ladainha, acompanhada do
choro das carpideiras profissionais, que acabamos acreditando que na
administração pública nada funciona por que há sempre falta de recursos. Mas
quando sobram recursos e as coisas tampouco funcionam é hora de analisar com
maior critério o porquê desta incompetência contumaz.
No caso de Joinville, um caso interessante é o da iluminação
pública. O excesso de recursos levou a administração anterior a “jogar dinheiro
fora” (como é fácil mal gastar quando o dinheiro não é nosso). Foi feita a troca
de todas as luminárias dos maiores eixos viários da cidade e de jogar no lixo
as luminárias que até aquela data estavam funcionando perfeitamente. A troca de
luminárias por outras de maior consumo não melhorou a eficiência energética,
mas tentar explicar isso para um administrador público é como arar no mar. Havia
dinheiro na conta da COSIP, então vamos gastar.
O jornal A Notícia, na coluna do jornalista Jefferson
Saavedra, informou recentemente sobre os recursos arrecadados pela COSIP. “A
COSIP tem trazido boa receita para a Prefeitura de Joinville. No ano passado, a
contribuição cobrada na conta de luz passou de R$ 21,9 milhões para R$ 23,9
milhões. Dá e sobra para bancar a iluminação pública, despesa que fechou em R$
16,3 milhões no ano passado (inclui manutenção)".
Como contribuição a Cosip não pode ser usada para outro fim
que aquele a que está destinada. Mas qual é o objetivo de arrecadar R$
5.600.000 mais do necessário em 2013? Numa situação que deve se repetir também
em 2014. São recursos que saem do bolso do joinvilense e que acabam ou parados
numa conta ou servindo para projetos dispendiosos como o da troca de luminárias
na administração anterior.
Seria bom ver os recursos da Cosip direcionados a reduzir o custo da iluminação pública, a troca de luminárias por outras com leds, sem que isso represente desperdício de dinheiro público como frequentemente acontece. Excesso de dinheiro na conta não sempre é uma boa notícia para o contribuinte. O objetivo deve ser o de buscar uma COSIP justa e uma iluminação pública eficiente e econômica. A administração municipal não só erra ao não reduzir o valor da COSIP, erra também ao não promover uma política de redução energética que busque a eficiência.
Seria bom ver os recursos da Cosip direcionados a reduzir o custo da iluminação pública, a troca de luminárias por outras com leds, sem que isso represente desperdício de dinheiro público como frequentemente acontece. Excesso de dinheiro na conta não sempre é uma boa notícia para o contribuinte. O objetivo deve ser o de buscar uma COSIP justa e uma iluminação pública eficiente e econômica. A administração municipal não só erra ao não reduzir o valor da COSIP, erra também ao não promover uma política de redução energética que busque a eficiência.
Aliás a, ACIJ, entidade empresarial que o prefeito presidiu meia dúzia de vezes, tem feito da redução do consumo de energia e da
melhoria da eficiência energética uma das suas bandeiras. Quando se trata de economizar dinheiro dos empresários
e de reduzir os custos para as indústrias o esforço vale a pena. Mas se o dinheiro for do contribuinte não há a
mesma preocupação.
Uma vez evidenciado que no caso da COSIP há excesso de
recursos e o serviço de iluminação pública e manutenção é terceirizado, a lógica deveria fazer deste um dos melhores serviços prestados ao
joinvilense. Os dados da ouvidoria provam que não. Que este serviço é o campeão
em reclamações. “As luzes apagadas em postes em Joinville estão no topo
das reclamações que chegam por meio da Ouvidoria da Prefeitura. Dos 12.518
pedidos feitos nos últimos sete meses, 11,2% foram sobre troca de lâmpadas
queimadas ou estragadas.”
Voltamos ao início. Se nesse caso não há como alegar falta
de recursos, a única justificativa lógica deve ser a da falta de competência. Portanto, se o caso é de incompetência, isso se resolve com gestão. Aliás, a gestão
não era o mote da campanha? Logo aparecerão os comentários dos anônimos de
sempre a dizer que ainda não deu tempo, que as criticas são extemporâneas. Que
o homem precisa de mais tempo. Que as críticas viraram pessoais e outros chavões. Oremos ao padroeiro dos incompetentes que
parecem vicejar as margens do Cachoeira e entra governo sai governo permanecem
firmemente agarrados as tetas do poder.