quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Udo Dohler vai dar um murro na mesa?


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A frase é muito repetida em política: a vitória tem muitos pais, a derrota é sempre órfã. E parece que no caso da vitória de Udo Dohler a paternidade anda bastante dividida. Há uma óbvia vitória pessoal do candidato. Mas também tem gente a falar na vitória de Luiz Henrique. Outros reivindicam uma vitória do PMDB. E os opositores, claro, apontam uma vitória das oligarquias. Tem para todos os gostos.

Esse vício de contar armas é coisa da velha política de Joinville. Quem ganhou, quem perdeu, quem vai ficar com o butim. O problema é que quase ninguém discutiu o essencial: em democracia a vitória só pode ser do eleitor. Udo Dohler conquistou o mandato, mas o mandante é o cidadão joinvilense. O futuro prefeito terá que responder ao cidadão e, ao mesmo tempo, definir o papel que quer ter na história da cidade.

Dito isto, não restam dúvidas de que a primeira decisão do prefeito eleito terá que ser uma escolha de base: optar por um projeto de governo ou por um projeto de poder. E é aí que o bacorinho torce o rabo. Todos sabemos que Udo Dohler entrou para o quadro eleitoral nas vestes de gestor de empresas. Mas as relações políticas estabelecidas nesse processo obviamente vão deixá-lo refém de interesses partidários.

Há coisas que nunca mudaram ao longo de décadas: para os partidos da velha política joinvilense, a conquista do poder nada mais é do que o assalto ao aparelho da administração pública (vide cargos e posições). E é evidente que o PMDB e demais aliados vão atuar no sentido de empurrar Udo Dohler para um projeto de poder. Porque é disso que os partidos sobrevivem.

Mas há o reverso da medalha. O que o cidadão espera do novo prefeito? Ora, que ele trabalhe para resolver os problemas da cidade e não os problemas dos partidos. Tem muita gente a se indagar se Udo Dohler terá pulso suficiente para dar um murro na mesa e dizer que é ele quem manda. Ou seja, fazer uma opção clara por um projeto de governo (o que, claro, não exclui os partidos aliados). Mas é isso que os joinvilenses esperam.

E uma coisa é certa. Um percentual bastante expressivo dos eleitores de Udo Dohler espera um governo profissionalizado, com pouca politicagem. Mas a relação com os partidos aliados – e não vamos esquecer também a necessidade de negociar com a Câmara de Vereadores – vai exigir concessões. E de concessão em concessão, o prefeito corre o risco de fazer uma administração que, no final, acabe parecendo mais do mesmo.

Eis as opções: dar o murro na mesa e fazer um governo com pouca politicagem ou se deixar devorar pela voracidade dos partidos políticos. Esse é o primeiro e talvez principal dossier sobre a mesa de Udo Dohler.

P.S.1.: Sobre as eleições. Luiz Henrique da Silveira deve ter dado boas gargalhadas no segundo turno. Aposto que nem ele sabia que era tão poderoso quanto os seus opositores pintaram. A oposição tanto insistiu no seu nome que o tiro saiu pela culatra: retiraram o senador do seu ocaso e recriaram o mito de raposa política.

P.S.2.: Para quem estiver interessando na discussão do tema Udo Dohler-PMDB, recomendo a leitura deste texto escrito em janeiro. Reli e parece que continua valendo.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Barbie, maricas, filho da...

POR ET BARTHES
A vida do jogador Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, não é nada fácil. Em qualquer estádio que vá jogar, a torcida adversária solta o verbo. É um xingamento atrás do outro. Barbie, maricas, filho da... E ele devolve com o que sabe fazer melhor: gols. Vejam como foi em Mallorca.


Eu e o 50 tons


POR AMANDA WERNER

Na semana passada, acabei de ler o fenômeno literário do momento: "Cinquenta Tons de Cinza". Já fazia algum tempo que estava ouvindo efusivos comentários sobre o livro e, confesso, estava curiosa. Ao iniciar a leitura, tentei me despir de todo e qualquer preconceito em relação a best sellers.

Apesar do livro envolver sadomasoquismo, o 50 tons segue a tradicional receita dos romances femininos: homem multimilionário, complicado + mulher comum. Christian Grey, o galã da vez, além de rico, não usa drogas, não trai, e é louco pela protagonista - Anastasia Steele, que é uma garota comum, insegura, frágil e  sem sal, mas consegue a proeza de fazer o moço se apaixonar perdidamente. Qualquer semelhança com Bella Swan e Edward Cullen, de Crepúsculo, não pode ser mera coincidência.

A sensação de déjà vu se repete a cada parágrafo. A autora recriou uma espécie de cinderela moderna. O conto de fadas onde Grey não é um príncipe, mas um ricaço, e realiza a fantasia de grande parte das mulheres. Com muito mais do que a conhecida pegada forte.

Ultrapassado e clichê, o que atraía mulheres nos idos da rainha do romance, Barbara Cartland, continua fisgando muitas em 2012. O livro não tem plano de fundo, e a única complexidade é o sadomasoquismo.

Me causa espanto a quantidade de mulheres adultas que estão caindo de amores por Christian Grey.  Com linguagem adolescente, o livro é sim meio bobinho. E segue o mesmo roteiro de tantos outros como Sabrina, Júlia e Bianca. Quem não se lembra? Enquanto o lia, não pude evitar a comparação.

Juro que curto literatura de entretenimento, não acho que a leitura deve servir somente para intelectualizar. Mas daí a transformar um livro comum no preferido de muitas mulheres maduras, já é exagero. A coisa na vida real deve estar feia mesmo.

Talvez o livro sirva de alguma forma como porta voz da mulher que quer ser considerada descolada. E liberada sexualmente. Mas apesar da mulher, depois de tantas batalhas, ter conseguido conquistar sua autonomia financeira, e ser mantenedora de grande parte dos lares brasileiros, não consegue se desvencilhar do sonho de princesa. E creio que a personificação do homem ideal pelo imaginário feminino continua sendo o real motivo pelo qual o livro 50 tons de cinza tem tudo para quebrar o recorde de vendas mundial.

Valdin: "quem sabe o resultado teria sido outro"

POR GABRIELA SCHIEWE

Amanhã tem início ao Mundial de Futsal, a ser realizado na Tailândia, com o Brasil na disputa e defesa do seu título.

Os melhores atletas estão lá, inclusive Falcão, que, apesar de todo o bafafá com a diretoria da CBFS e recuperando-se de lesão, está confirmado.

O jogo de estréia será contra o Japão, com quem a Seleção Brasileira de Futsal realizou um amistoso há poucos dias, ficando num empate de 3 x 3.

O Brasil e a Espanha são as principais forças desse mundial. Mas o Brasil, diferente das Eliminatórias Sul Americanas para o Mundial, não pode ir com o "já ganhou" porque pode se dar mal de novo!

Agora, esses jogadores que lá estão para disputar o Mundial de Futsal, apesar da FIFA já estar tentanto apagar as "estrelas" brasileiras, terão a possibilidade de "brilhar". No entanto, há uma estrela que não irá brilhar.

O craque Valdin, nome certo das convocações do "Pipoca", atuante e fiel parceiro de Falcão, assim como um cometa, na sua velocidade sagaz, e com um brilho incandescente, se apagou e partiu!

Há exatos 5 meses e 10 dias realizou uma cirurgia extremamente delicada no seu joelho. E além daquilo que o bisturi permitiu, cortou o seu sonho de participar, pela primeira vez, do Mundial de Futsal.

Num bate papo breve, Valdin expressou o seu sentimento, como segue:

Gabriela - Você está pronto para voltar?

Valdin - Sem dúvida. [Ele esclareceu que ainda não está 100%, que nesses 5 meses e 10 dias de recuperação sempre buscou a sua melhora, aperfeiçoamento e readaptação, que é normal para a lesão que sofreu, sentir um certo desconforto no início, mas espera que isso logo passe].

Gabriela - No seu entendimento, o que teria sido diferente na final da Liga, se você estivesse jogando?

Valdin - Não digo que teria sido diferente, mas eu e Pixote poderíamos ter ajudado muito mais e quem sabe o resultado teria sido outro, ou não.

Gabriela - Você se sente frustrado por não ter participado da final da liga, assim como do Mundial?

Valdin Frustrante. Me sinto sim. Há 8 anos venho me preparando. No mundial de 2008, por opção do técnico não fui chamado e agora que acreditava, por estar sempre sendo convocado e ter a confiança do técnico, que estaria lá, sofri a lesão. A final da Liga também, pois é o principal campeonato e não pude jogar.

Gabriela - Quais os planos para a próxima temporada?

Renato e Valdin
Valdin - Voltar bem! Espero renovar o meu contrato com a Krona, que termina agora no final do ano e poder elevar o nome da Krona e disputar as finais. Agora no final do ano terá a Taça Brasil e espero estar jogando bem e chegar na final.

Gabriela - Você tem receio de não restabelecer o seu futsal?

Valdin - Tenho receio porque é uma lesão muito grave, mas como o Renato [fisioterapeuta do Krona] falou, sou muito dedicado e está minha dedicação ajudou muito na minha recuperação."

Nesse bate papo bem informal, com um olhar cheio de dúvidas mas emaranhado de muita esperança e força de vontade, Valdin falou que os primeiros 10 dias após a sua lesão foram os mais tensos.

Pairava nos seus mais nebulosos e atordoados pensamentos a dúvida de arriscar a sua saúde física e tentar jogar o Mundial ou pensar num bem maior, no seu futuro como atleta e nos 4 anos, pelo menos, que terá pela frente como atleta de alto nível no futsal.

Disse ainda que a "sua ficha só caiu" de verdade após a cirurgia. Aí conseguiu entender o que realmente estava acontecendo e que, ao apagar das luzes, lhe restava recomeçar.

Acrescentou que a sua família, assim como a sua determinação e vontade foram primordiais para a sua paz de espírito e continuidade do trabalho.

A verdade é que a sua estrela solitária, o cometa "levou", o brilho se apagou, mas sempre volta, por vezes menos intenso e muito mais rápido, sem sequer ser notado, em outras com um brilho ofuscante, deixando seu rastro transcender no horizonte e que assim seja para esse atleta, que busca todo dia, a certeza de que lhe será possível, brilhar novamente mas, principalmente, apenas jogar!

Boa sorte ao Brasil nesse Mundial. Boa sorte, Valdin, no seu retorno!

Obs.: o link a seguir mostra parte do treinamento do atleta http://globotv.globo.com/sportv/sportvcom/v/valdin-do-joinville-faz-treinamento-de-resistencia-fisica-com-paraquedas/2161717/

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sexo e novas tecnologias...

POR ET BARTHES
É um comercial feito especialmente para o público masculino. E mistura as novas tecnologias com a vida das pessoas. Check...



E agora?

POR JORDI CASTAN


E agora?

Num rompante de lucidez e de bom senso, o eleitor escolheu votar com a cabeça. Sem se deixar levar pelos cantos das sereias, pela fantasia e pelo discurso fácil. Depois de 10 anos de péssimas administrações e de ver Joinville diminuída e quase convertida numa caricatura da cidade que foi - e deve ser -, o eleitor deu um sonoro “basta”.

A maioria do eleitorado sinalizou que é a hora de arregaçar as mangas e trabalhar por Joinville. As últimas experiências não tem dado bons resultados e o velho bom senso recomenda não continuar apostando em propostas arriscadas, especialmente estas que  tem se mostrado tão desastradas. A resposta do eleitorado segue a lógica do pêndulo. Ir passando de um extremo ao outro, na esperança que o equilíbrio se encontre localizado em algum ponto indefinido. O resultado desta sucessão de decisões faz que o eleitor se encontre sempre numa voragem.

Na eleição passada, talvez o voto que elegeu Carlito fosse muito mais um voto contra a continuidade do modelo de gestão tebaldiana. O eleitor escolheu entre uma gestão competente, ao seu modo, mas que cheirava a peixe podre, e outra que se apresentava casta e virginal mas sem nenhuma experiência. Deu no que deu. Agora a opção foi escolher alguém que entenda de administração, mesmo que o preço a pagar seja uma boa dose de autoritarismo e de inexperiência política.

Joinville escolheu de novo trilhar um caminho desconhecido, mas desta vez o eleitor escolheu a opção mais conservadora, alguém com mais experiência administrativa, mais maduro, que não tem idade para fazer do seu cargo um trampolim para novas aventuras. A favor desta escolha o fato que o Udo Dohler tem muito mais a perder que a ganhar. Sempre é perigoso quando entra em cena alguém que não tem nada a perder, pode ser capaz dos maiores desatinos.

Vamos tomar assento, a viagem que temos pela frente nos próximos quatro anos não deverá ser vertiginosa. Deverá ter poucos solavancos e no máximo permitirá corrigir alguns os erros do passado. É bom não esperar muito, um parque aqui, um asfalto lá, pagar as contas, melhorar a saúde e pouco mais, porque quem muito espera se desespera. Se esta nova gestão conseguir colocar de volta a máquina nos trilhos, acho que já poderíamos nos dar por satisfeitos. Seria até um grande avanço.

Sejamos realistas, o candidato que prometia milagres não se elegeu. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Chuva prossegue no caminho do debate e da crítica


É Nóis!


Todos por Joinville!


Os fatores que levaram à vitoria de Udo

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

A vitória de Udo Dohler era pouco esperada, da mesma forma que a sua candidatura, um puro boato para muitos. Os meses foram passando, e seu nome conseguiu unir um partido que há anos estava rachado. O PMDB de Joinville não encontrava um norte desde que LHS saiu da Prefeitura e foi para o Palácio d'Agronômica. Esta foi a grande vitória de Udo, pois, sem isso, não seria eleito.

Conseguiu o apoio de um partido médio da cidade (o PDT) e alguns outros, formando uma coligação modesta, longe daquelas montadas por LHS nos anos 90. Mas, com um PMDB fortalecido como há tempos não se via. A campanha começou com Udo em quarto lugar, atrás mesmo de Carlito Merss e sua péssima gestão. Com uma chapa de vereadores consistente (a qual acabou elegendo quatro pessoas) e uma propaganda eleitoral diferenciada, mostrando propostas enquanto os outros se criticavam, subiu nos índices de uma hora para a outra, passando Carlito e assustando Clarikennedy e Tebaldi, os líderes intocáveis até então.

Com os ataques diretos a Tebaldi por parte dos adversários, Udo subiu e se consolidou como a segunda força ao fim do primeiro turno. E de fato era, junto com Clarikennedy, a candidatura que mais tinha vontade de chegar ao cargo de Prefeito. Tebaldi estava sonolento e Carlito apanhava nas cordas. Leonel era a surpresa, mas não encorpou a ponto de chegar.

Udo conseguiu não cair na armadilha de revidar os ataques, principalmente aqueles que surgiram após a sua ascensão (o vídeo da mulher "amarrada" vai ficar para a história). Ao não dar mídia para seus ataques, respondendo-as, sua candidatura se consolidou como um nome que estaria no segundo turno, pois continuou mostrando propostas, e apenas isto. 

O segundo turno mostrou a inversão de estratégia do empresário, atacando diretamente o seu opositor. E foi aí que Clarikennedy perdeu. Não foi nem no aceite dos apoios de Tebaldi e Carlito. O revide aos ataques prejudicou muito a sua imagem perante o eleitorado. E essa era a única arma que restou ao Udo e a sua competente equipe (ter uma campanha rica ajuda nessas horas...), revirando todo o passado documentado da vida do deputado, e espalhando através de sua militância. Como uma bola de neve, atingiu grande parte do eleitorado. Mais uma vez, o PMDB unido fez a diferença.

Como uma boa parcela do eleitorado de Clarikennedy ainda não estava decidida sobre o seu voto (aí que se encontra o grande erro dos institutos de pesquisa, pois estes não acompanham a maleabilidade do comportamento eleitoral das pessoas), e acabou invertendo sua intenção após o revide dos ataques, e da proliferação de todo o passado revirado. Udo pode não ter sido o candidato mais coerente, e com fatos estranhos (como o da renúncia de seu salário dias antes da votação) mas sabia que o pessedista iria cair na armadilha e "dar ibope" aos ataques, evidenciando-os. O feitiço persuasivo do deputado virou contra o feiticeiro, pois não conseguiu sustentar o seu discurso incoerente demonstrado através dos ataques.

O empresário Udo, um intruso no rachado ninho peemedebista, que falava com sotaque carregado, incomodado perante os belos discursos dos adversários nos debates (muitos deles desnecessários, tema para um post futuro), representante durante anos dos empresários, indicação do coronel urbano LHS, desconhecido do povão e sem apoios substanciais no segundo turno acabou levando. O seu sucesso deve-se muito também aos erros dos outros. Carlito teve tudo na mão para se reeleger, mas não soube aproveitar. Já Tebaldi sucumbiu após anos desastrosos.

Aos aliados, cabe agora a realização de uma ótima gestão, sempre visando o melhor para a cidade. Aos adversários (principalmente Tebaldi e Carlito) é hora de repensar as atitudes E AS PESSOAS QUE OS CERCAM. Caso contrário, não terão sucesso em 2014. A cidade de Joinville tem um novo Prefeito (o primeiro nascido em Joinville desde Rolf Colin), eleito em uma campanha que entrará para a historia, duplamente: pelo baixo nível dos debates e ataques e também pela virada histórica de Udo Dohler.