POR CLÓVIS GRUNER
A estas alturas todo mundo já sabe do erro crasso do IPEA na
divulgação dos resultados da pesquisa, segundo a qual 65% dos brasileiros consideram que a mulher, a depender do tipo de roupa que usa ou de seu comportamento em público, merece ser estuprada. O equívoco, que entre outras coisas resultou na demissão do diretor do Instituto, provocou reações muitas e variadas. No
seu texto de segunda, Jordi Castan sugere interesses escusos por detrás
da pesquisa: “Por que divulgá-la justo agora?”, questiona. A pulga não incomodou apenas atrás da orelha do meu colega de blog: aqui e
acolá, e antes mesmo do IPEA assumir o erro, li gente questionando sobre as “razões
ocultas” do estudo.
É verdade que poucos foram tão longe quanto o delirante comentarista que, por falta de respeito, coragem ou os dois, preferiu manter-se anônimo: truculento como a maioria dos inominados, acusou Fernanda Pompermaier de “inocente útil” no grande plano petista de dominar a vida, o Universo e tudo mais. Segundo nosso leitor, que além de anônimo assume-se preguiçoso, a pesquisa foi “uma manobra bem urdida pelos porões pestistas (sic) para alavancar a anta deles, afinal, a poucos meses da eleição, que tal reforçar a visão de que as mulheres são vítimas dos machistas, assim, sempre que um candidato opositor, por acaso todos machos, falar mal da anta deles será visto como um monstro do lago Ness”. Certo, certo, sabemos que o machismo, o racismo, a homofobia e as diferenças e conflitos de classe são invenções do governo do PT e inexistiam antes de 2002.
É verdade que poucos foram tão longe quanto o delirante comentarista que, por falta de respeito, coragem ou os dois, preferiu manter-se anônimo: truculento como a maioria dos inominados, acusou Fernanda Pompermaier de “inocente útil” no grande plano petista de dominar a vida, o Universo e tudo mais. Segundo nosso leitor, que além de anônimo assume-se preguiçoso, a pesquisa foi “uma manobra bem urdida pelos porões pestistas (sic) para alavancar a anta deles, afinal, a poucos meses da eleição, que tal reforçar a visão de que as mulheres são vítimas dos machistas, assim, sempre que um candidato opositor, por acaso todos machos, falar mal da anta deles será visto como um monstro do lago Ness”. Certo, certo, sabemos que o machismo, o racismo, a homofobia e as diferenças e conflitos de classe são invenções do governo do PT e inexistiam antes de 2002.
Também é óbvio que não há distinção entre críticas à
presidente e violência contra a mulher, dois eventos que devem ser tratados
como absolutamente simétricos. Assim, durante a campanha, sempre que a
candidata Dilma Rousseff for pressionada pelos concorrentes, “todos machos”, poderá
erguer os braços e gritar: “estupro!”. Mas se a pesquisa foi uma “manobra bem
urdida pelos porões pestistas (sic)” com fins eminentemente eleitoreiros, por
que divulgar o erro e expor governo e candidata, submetendo-os à crítica sempre
refinada da oposição, e nos obrigar a ler estultices como o comentário do nosso
preguiçoso leitor? Afinal, a tal maquinação só surtiria efeito se
continuássemos a acreditar nos primeiros resultados divulgados, não é mesmo? Ah,
a preguiça...
CULTURA DO ESTUPRO – Estupro é coisa séria, e é sempre
temerário quando um assunto dessa gravidade é tratado com irresponsabilidade – e pouco importa se o irresponsável é um Instituto ligado
ao governo ou um leitor, anônimo, preguiçoso, paranoico e pouco capacitado intelectualmente.
E não há motivo algum para comemorar o erro: é uma vergonha que 26% dos
brasileiros considerem a mulher responsável pelo estupro. É uma infâmia que 26%
dos brasileiros acreditem que o tipo de roupa ou o comportamento feminino induz
ao ou facilita o estupro.
Os números reais não nos colocam numa posição confortável. Como
se não bastasse, eles tem servido nesses dias para a propagação de um discurso
que minimiza ou simplesmente nega as muitas violências, simbólicas e físicas,
perpetradas diariamente contra a mulher. Os exemplos são muitos, a começar pela
ignomínia que é equiparar o feminismo a um regime totalitário e genocida,
presente na denominação “feminazi”, esse neologismo grosseiro tão ao sabor dos
conservadores brasileiros. Nos ônibus, no metrô (e na campanha do metrô), nas
ruas, no ambiente de trabalho, em casa: em que pese as mudanças percebidas
principalmente nas últimas décadas, ainda há muito por fazer e mudar para
tornar menos desigual (e eu não falo de diferença, mas de desigualdade) as
relações de gênero.
No caso específico do estupro, entre nós o tema é ainda
muitas vezes banalizado, motivo de piada e tratado com arrogância e desdém,
como no episódio do humorista Rafinha Bastos, para quem mulheres feias devem
não acusar, mas agradecer seu estuprador. Ou na indiferença do Conar à campanha
da Nova Schin, mantida no ar pelos marmanjos que comandam o órgão sob a
alegação de ser “baseada em uma situação absurda”: afinal, na peça
publicitária, o homem que constrange mulheres e invade seu vestiário,
provocando visível horror e medo, é invisível. Para alguns, se a mulher for
feia ou homem, anônimo, o estupro é válido e, em alguns casos, pode ser até divertido.
AS ESTATÍSTICAS DO HORROR – Os índices de violência física não
minimizam, agravam a sensação de que vivemos em uma cultura que tem feito pouco
das agressões contra mulheres. O Mapa da Violência de 2012, estudo
conduzido há anos pelo sociólogo Julio
Jacobo Waiselfisz, dedicou um apêndice para tratar exclusivamente da violência
de gênero. E anota uma tendência ao crescimento nas taxas de homicídio ao longo
das últimas três décadas, chegando a quase 4.500 em 2010 (4,6 homicídios por
100 mil habitantes). Há uma breve interrupção na curva ascendente em 2007, que
os pesquisadores atribuem à aprovação da Lei Maria da Penha no ano anterior. Breve,
porque dos 3,9 por 100 mil habitantes registrados naquele ano, o número volta a
crescer nos subsequentes (respectivamente, por 100 mil/hab.: 4,2 em 2008;
4,4 em 2009; e 4,6 em 2010). Importante registrar que os índices se referem exclusivamente a homicídios motivados por questões de gênero e
exclui aqueles em que mulheres foram vítimas de assassinatos “comuns”.
Razão pela qual a violência contra a mulher
não pode ser jogada na vala comum dos índices de criminalidade, porque se trata
de um fenômeno específico, não raro praticada nos limites de ambientes como o trabalho e a
casa e perpetrada por homens conhecidos, em muitos casos colegas e membros da
própria família, pais e maridos inclusive. Como é o caso do estupro: em 2012,
foram mais de 51 mil casos registrados, uma taxa de 26,3 por 100 mil
habitantes, segundo o Anuário de Segurança de 2013.
Como a qualidade dos registros varia entre os estados, e muitos casos sequer
chegam a ser denunciados, é bastante provável que os números, já altos, sejam
ainda maiores: sabe-se que muitas vezes as vítimas, por vergonha ou porque ameaçadas,
optam pelo silêncio.
Como se vê, não há muito que comemorar com o equívoco do IPEA. Mesmo com e apesar dele, os índices de violência contra a mulher deveriam ser
motivo de preocupação: estamos entre os 10 países mais violentos do mundo, distante e à frente inclusive de nações vizinhas como a Argentina e o Chile. Lamentavelmente, vivemos uma realidade onde alguns preferem cruzar os braços, indiferentes à barbárie. Uma
das coisas mais abjetas que li sobre o assunto nesses últimos dias foi
assinada por Rodrigo Constantino, um dos blogueiros do conservadorismo de
boutique tão em voga no país: para ele, “moças direitas” tem menos chance de
serem vítimas de violência porque “não se faz um banquete diante de famintos”. Alguém
precisa avisar o menino que mulheres não são um pedaço de carne, e que estupro é um ato de força e poder: não é sobre sexo, é sobre violência.
Acabo de ler no site do AN: "Catarinense recheio da Sexy fez ensaio fotográfico em barco no Guarujá". Mulher virou "recheio" de revista.
ResponderExcluirAcredito que ninguém mereça ser estuprado: mulheres, crianças e homens. Cultura do estupro tem em alguns países africanos e até mesmo em regiões de conflito, onde o estupro é usado para subjugar o inimigo. Essa pesquisa do IPEA é muito estranha, mal formulada e desnecessária, como a maioria das pesquisas em época eleitoral.
ResponderExcluirAbrçs
A pesquisa do IPEA é mais que estranha, ela é ruim. Mas pior que a pesquisa é estarem a usar a cagada do IPEA como pretexto para desqualificar a discussão, necessária, sobre o estupro, que não começou com a pesquisa do IPEA nem vai encerrar com ela. Meu texto trata disso.
ExcluirAbraços.
Ôôô seu imbecil, por acaso você percebeu que, na mesma pesquisa, 91,4% dos entrevistados concordam que o homem que bate na mulher deve ir para a cadeia? Isso não te faz parar um pouquinho para raciocinar sobre o absurdo dessa pesquisa, mesmo com o resultado de 26%?
ResponderExcluirÔôô sua anta, você não percebeu nada de estranho entre a primeira pergunta: “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser ATACADAS", e a segunda: “Se as mulheres soubessem se comportar haveria menos ESTUPROS"? A primeira, sem citar a palavra ESTUPRO prepara o caminho para a armadilha da segunda, sem que o desavisado entrevistado sequer perceba, muito menos alguém como você, que só enxerga o que já anteviu...
Ôôô seu beócio, você, por acaso, verificou que 66% dos entrevistados eram mulheres! Talvez muito mais impiedosas com as “periguetes” rivais do que os homens…
Ôôô, seu analfabeto funcional: meu texto não é sobre a pesquisa.
ExcluirComo bem escreveu um ótimo analista de fraudes, a frase do IPEA é vaga e induz os entrevistados a pensar na atração que mulheres desnudas despertam em potenciais estupradores e a especular que um cuidado maior diminuiria a incidência de estupros, o que em nada depõe contra o caráter desses entrevistados, muito menos comprova o seu “machismo”.
ResponderExcluirQuando 91,4% dos entrevistados concordam que o homem que bate na mulher deve ir para a cadeia não é porque eles toleram menos a “violência doméstica” do que o estupro, mas porque esta é justamente a frase menos capciosa e portanto mais reveladora da pesquisa. “Bater na esposa” e “ir para cadeia” são expressões muito mais diretas e objetivas do que aquelas usadas nas frases anteriores.
Os números indicam que zonas iluminadas e movimentadas são menos suscetíveis a ser cenário de estupros, mas isso não equivale a dizer que quem passa por zonas sem iluminação e deserta é culpado se for estuprado ali; é apenas uma medida de precaução aconselhável devido à existência real de um perigo.
Que a pesquisa do IPEA é equivocada está dito no primeiro parágrafo do meu texto, que aliás, não é sobre ela.
ExcluirPesquisas do departamento de justiça americano averiguou que, quando uma mulher está com uma arma ou com uma faca, apenas 3% dos estupradores conseguiram consumar o estupro. Já em Orlando, a mídia resolveu divulgar uma iniciativa do bem — em vez de manipular pesquisas — e difundiu um curso de defesa para mulheres, onde elas aprendiam a usar armas. O resultado foi: a taxa de estupros em Orlando caiu 88%, enquanto se manteve constante nas cidades vizinhas.
ResponderExcluirMas como bom exemplar do politicamente corretinho, que só quer o bem e a paz na terra, certamente você deve odiar essas precauções bélicas, certo?
Esse tipo de cuidado é ainda mais necessário no Brasil, onde a justiça é falha e lenta, tornando ainda mais fácil que os estupradores fiquem soltos e impunes, onde o governo sempre pinta o bandido como se fosse um coitado, e a mídia sempre manipula todo e qualquer fato possível para colocar a culpa na sociedade. Essa, sim, é a verdadeira cultura da violência, a do incentivo à impunidade.
Em Orlando talvez não manipulem pesquisas, mas você manipula muito bem as informações que publica. Sabe de que ano é a tal "iniciativa do bem" a que você se refere? 1966! Não, você não leu errado: 1966. Vou digitar de novo: 1966. Mais uma vez: 1966. Agora eu vou escrever por extenso que é pra você não ficar na dúvida: mil novecentos e sessenta e seis!
ExcluirE????? What's the point????
ExcluirEssa pesquisa da qual vocês corretinhos usaram e abusaram é tão absurda, tão sem sentido, tão manipulada que só mesmo militontos cegos pela ideologia poderiam levar a sério. E olhe que vocês acreditaram até naquela dos 65%, sendo que eu considero ridícula inclusive a dos 26%. Até mesmo em ambientes absolutamente permissivos e com uma dose de laxismo absurda, como as prisões brasileiras, os estupradores são hostilizados e merecidamente punidos, o que dizer dos 65% que trabalham e dão duro para levar uma vidinha simples e tranquila...
ResponderExcluirVeja como se deu o efeito dominó da mentira e nunca mais embarque em histerias assim:
- O IPEA chegou a conclusões absurdas totalmente divorciadas da amostra colhida em maio e junho de 2013 (e, coincidentemente, trazida a público às vésperas de uma eleição entre uma mulher e dois homens, que, por dever de ofício, terão de ATACÁ-LA);
- Os ativistas dos grandes jornais fizeram um escarcéu em cima disso, com direito a manchetes de “Brasil medieval”;
- Os especialistas de plantão, como a antropóloga Mirian Goldenberg, produziram sociologia barata (“A mulher é culpada de ser mulher”) em torno de duas questões sem-vergonha que nada tinham a ver com as demais respostas das entrevistas;
- A ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, lamentou o resultado e disse que é preciso “fazer muito mais”, sem sequer explicar por que um instituto de pesquisas ECONÔMICAS estava “fazendo muito mais” do que lhe cabe e entrando na área dela;
- A presidente Dilma Rousseff tirou uma casquinha da pesquisa no Twitter com a frase “Tolerância zero à violência contra a mulher”;
- O programa Fantástico deixou a reportagem de lado e fez propaganda das conclusões forçadas do diretor do IPEA, Daniel Cerqueira, de que “A sociedade brasileira está impregnada pela cultura machista”;
- O autor Manoel Carlos colocou os personagens da novela “Em família” para julgar moralmente “mais da metade dos brasileiros”, dizendo que aquilo era “coisa dos primórdios da humanidade” e pior: “de reacionário”!
Meu texto tem por objetivo mostrar o quanto o erro na pesquisa do IPEA tem servido de pretexto para posicionamentos como o seu, que se valem dele para desqualificar as denúncias contra o estupro, que não começaram com a pesquisa do IPEA, nem encerrarão depois e apesar dela.
ExcluirVocê pelo menos o entendeu. Embora, tenho certeza, nem se deu conta disso.
Esquecendo a minha teoria da conspiração (na qual acredito piamente), vamos à simples contestação da metodologia da barafunda Ipeana:
ResponderExcluirPara o economista Adolfo Sachsida, que já trabalhou na realização desse tipo de estudo para o Ipea, o primeiro e mais grave dos problemas é a amostra da pesquisa. O instituto ouviu 3810 pessoas em todo o Brasil, 66,5% dessas mulheres, 15 pontos percentuais a mais do que a proporção de mulheres na população geral, de acordo com o último censo, realizado em 2010 pelo IBGE.
— Essa amostra não pode ser usada para fazer inferências para a população brasileira porque ela não tem as características da população brasileira. Isso aconteceu com a pesquisa porque foram entrevistadas pessoas que estavam em suas casas em horário comercial.
Para Sachsida, quando as perguntas foram formuladas de maneira direta e sem ambiguidades, “o brasileiro mostrou que não é tolerante à violência contra a mulher”. Ele ressalta, por exemplo, que 91% dos entrevistados concordam que o homem que bate na esposa deve ir para a cadeia e 89% acreditam que o homem não pode xingar sua mulher.
O economista Marcos Fernandes, da FGV (Fundação Getulio Vargas), questiona também a formulação de boa parte das perguntas da pesquisa. Para ele, o levantamento do Ipea tem valor ao estudar a percepção da violência, mas não tem valor científico. Segundo ele, é um erro aferir a opinião das pessoas usando ditos populares como “a roupa suja deve ser lavada em casa”, afirmação com a qual 89% dos entrevistados concordaram e “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, com 82% de aprovação entre os ouvidos pelo Ipea.
— Quando você pergunta se a pessoa concorda que em briga de marido e mulher não se mete a colher, não está sendo específico, é um dito popular. A pessoa dizer sim não significa que não denunciaria se o homem espanca a mulher. Existem problemas na formulação das perguntas que podem enviesar a resposta.
No caso da pergunta que motivou a campanha “Não Mereço Ser estuprada”, Fernandes afirma que não é possível afirmar que, de fato 63% dos entrevistados defendam que mulheres que usam roupas curtas devam ser estupradas. “O termo usado na pergunta, o “atacadas”, também gera margem para outras interpretações.”
A professora Wânia Pasinato, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, acredita ser importante o estudo do Ipea, mas ressalta que a metodologia das próximas pesquisas deve ser revista.
— Eu acredito que o questionário, de uma maneira geral, precisa ser revisto. Dependendo de como você enuncia uma questão, você induz uma resposta. Perguntar se uma mulher merece ser atacada não me parece a melhor maneira de fazer isso. Termos que se relacionam com a área de direitos humanos e violência contra a mulher exigem cuidado maior na elaboração.
Para ela, o estudo abre a possibilidade de discutir melhores métodos de se fazer pesquisas sobre a percepção da violência contra a mulher no Brasil.
— O Ipea é um instituto renomado, mas não tem experiência em estudos desse tipo. Eu sugiro que se realize um bom seminário com especialistas da área de políticas públicas e gente que estuda as questões de gênero para discutir os resultados e contribuir para que o instituto possa ser um aliado na luta de enfrentamento da violência contra a mulher. Divulgando números com alarde e deixando um vazio depois, essa pesquisa não contribui.
Só pra conferir: você percebeu que os depoimentos que menciona concordam comigo e com meus argumentos, não é? Não? Imaginei. Deve ser a preguiça.
ExcluirPois é, senhor juiz de todas as causas, se alguém escrevesse que “se as crianças não aceitassem balas de estranhos, haveria menos risco delas usarem drogas indevidamente”, então, na lógica desse infeliz, estaria endossando o uso de drogas. Pelo mesmo raciocínio, se alguém disser que “se as pessoas não clicarem em e-mails de phishing, reduz-se o risco de contaminação de seu computador com spywares e malwares”, estaria endossando a invasão do computador.
ResponderExcluirEnfim, é claro que apontar um risco causado pelo comportamento não implica em endosso à materialização do risco, e, portanto, a tentativa de usar a expressão “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupro” como um endosso ao estupro é uma fraude intelectual das mais patéticas.
Tão patéticas quanto seres que se imaginam ungidos para representarem todas as causas da moda, do momento, que lhes preenchem a alma com um sentimento de benfeitores da humanidade, um ser único lutando bravamente contra uma horda de estupradores, racistas, homofóbicos e blablabla....
Me explica melhor esse lance da bala.
ExcluirO legal de ler, um após o outro, os comentários dos anônimos (serão "os" ou será apenas "o", se esforçando para parecer muitos?), é que eles, um após o outro, confirmam cada linha do que escrevi.
ResponderExcluirAh, e que indelicadeza de minha parte. Esqueci de agradecer: obrigado, meus ratinhos de laboratório.
ResponderExcluirpor 100 mil habitantes dá sempre número prá manchete.
ResponderExcluirpor mulher brasileira, em 2012, a taxa é essa: 0,00050746268657. Essa parte de cada mulher brasileira foi estuprada em 2012.
E mesmo esses dados deveriam ser relativizados.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/09/120917_suecia_estupro_lgb.shtml
Na suécia a discussão tem que ir pra psicologia, e os dados da índia são uma piada.
quais são os poréns no Brasil? ninguém diz...
Números, que deveriam servir para que a gente compreendesse melhor o mundo que nos rodeia são frios demais nesses casos. Uma mulher sofrendo abuso em um ano é vergonhoso. Não tem que se fazer discussão nenhuma. tem que educar quem é jovem e punir os macacos velhos. Aparentemente a polícia faz a sua parte. Os responsáveis pela educação não sei.
Vou repetir o que comentei no post da fernanda: no Brasil, nem bandido defende estupro. Sequer sugerir que brasileiro é conivente com isso não bate com a realidade.
Tá dificil se fazer entender com o nobre intelectual anonimo. Ninguém nem o texto coloca que o brasileiro é a favor do estupro, a unica coisa que está sendo questionada é que uma porção SIGNIFICATIVA da população acredita que o mesmo ainda é fruto das "facilidades" proporcionadas pelas mulheres. Quer que a gente desenhe ou entendeu?
ExcluirSérgio, ai meu deus que não existe, lá vou eu...
Excluiro Clóvis está dizendo em todos os comentários que o objetivo do texto dele não foi falar da pesquisa. Então se vc notar eu não a citei no meu comentário. Mas se vc quer falar sobre o assunto vamos lá: a porção SIGNIFICATIVA que vc cita são os 66% ou os 26%? Qual dos dados do IPEA serve para a sua "tese"?
Se uma mulher "facilitar" ela corre riscos sim. E da mesma maneira eu corro risco de ser assaltado (ou estuprado, tem gosto pra tudo..., ou assassinado) e um motorista, de atropelar alguém, se facilitarmos. Mas o facilitar no caso das mulheres tem nada a ver com vestimenta. não me parece que estuprador escolhe vítima pela quantidade de roupa.
Mas vamos em frente: qual é o problema das pessoas acharem isso? vou repetir a pergunta: qual é o problema de uma velhinha, do seu carlos do dominó, de um pai, uma mãe, um conservador, da filha desse conservador, de um padre, uma freira, um gari, um frentista, o empresário, o professor, da minha tia, de um índio, um negro, o branco, a porra dos 66% da população brasileira - que fossem!! - achar que mulher com pouca roupa corre risco? isso gera um aumento no número de estupros e violencias contra a mulher? as mulheres que quiserem estão proibidas de usar minissaia por causa da porra das respostas da pesquisa? Eu não concordo com isso (vou repetir aqui dentro dos parenteses o que escrevi lá em cima: não me parece que estuprador escolhe vítima pela quantidade de roupa), mas se algumas pessoas pensam isso é problema delas. Quer tutelar a opinião das pessoas, coisa mais chata.
Pra terminar queu vou tomar uma cerveja: desenho é coisa elaborada, que exige estudo e muito conhecimento. acho que vc não seria capaz da façanha. E serei umirde como a valesca popozuda: eu num so intelectuar, e menos ainda nobre, velhinho. Prefiro rimbaud a machado de assis.
PERFEITO!!! Anônimo das 12:48.
ExcluirEngraçado mesmo é o autor e seus asseclas tentarem dizer que não estão falando da pesquisa... Hilário!!! Eles estão, SIM!!!, dando corda a esta safadeza armada pelo IPEA, ao publicar uma pesquisa de 2013 bem no meio do tsunami da Petrobras e a poucos meses da eleição, quando uma MULHER vai enfrentar HOMENS numa campanha em que, por dever de ofício, eles terão de ATACÁ-LA...
Perfeito. Mulheres não são estupradas, estupro não é um problema. O problema é a Dilma ser atacada pelo Aécio. Você entendeu tudo.
ExcluirMuito, mas muito mais patético que o erro do IPEA é associar este tipo de pesquisa com fins eleitorais ou coisa que o valha. Realmente o estupro foi inventado a partir de 2002, antes disto todas as mulheres no Brasil eram mais comedidas e nem pensavam nestas bobagens de libertação, as familias brasileiras eram ordeiras, pacatas e não tinham problemas para discutir, enfim graças ao Lula e a Dilma assistimos diariamente a desintegração da nossa tradição, familia e propriedade.
ResponderExcluirNão, o erro do IPEA é pior..
ExcluirClaro, afinal, o que é o estupro diante do erro do IPEA, não é mesmo?
ExcluirClóvis, o erro do IPEA é pior que a tentativa de vinculação da pesquisa a causas eleitorais, eu retruquei.
ExcluirEntendi. O erro do IPEA foi crasso. Achar que a pesquisa foi uma "grande manipulação petista" não chega nem a ser um erro. É só mais uma das estultices produzidas em ritmo industrial pelos comentaristas do blog.
ExcluirPode ser delírio, pode não ser. Como é suposição preferia me abster de discutir isso. Mas vamos lá, a "estultice" só surgiu por causa do erro, que de tão absurdo permite a leitura escrota. Que não compartilho, mesmo sem nunca ter votado no pt (coisa da qual me orgulho quando vejo a fábrica de trambiqueiragem que se transformou isso). Pq se eu for acreditar nisso é melhor jogar o título de eleitor fora de uma vez, seria muita baixaria...
Excluir