POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Lembro de ter lido, em um livro qualquer, que uma única edição de fim de
semana do “The New York Times” trazia mais conteúdos do que Emmanuel Kant teria
recebido de informação ao longo de toda a vida. É difícil de acreditar, mas, de
qualquer forma, estamos a falar na era do impresso e da pouca mobilidade
geográfica. Pode explicar.
Um dia destes, fiquei a saber de um estudo realizado pela Universidade da
Califórnia (publicado na revista Science) que apresentava este cálculo: nos
dias de hoje, numa sociedade moderna, uma pessoa recebe um volume de informação
que se equipara a 174 jornais por dia. Há pouco mais de duas décadas, antes da
internet, esse número era de 40 jornais diários.
É claro que estamos a falar dos infoincluídos, das pessoas que têm acesso à
internet e a todas as suas vantagens, em especial as redes sociais. Aliás, acho
divertidas as pessoas que não têm Twitter ou Facebook, quando estamos à frente
de dois dos maiores negócios do nosso tempo (somente o Facebook faturou US$ 1,6
bilhão só no ano passado).
Mas o que essa gente faz com tanta informação? Despreza. Desperdiça.
Desaproveita. Como é possível ter acesso a um volume de informação
correspondente a 174 jornais e permanecer na iliteracia? É só passar uns cinco
minutinhos no Twitter ou no Facebook para perceber que esses meios representam
a democratização da estupidez. O problema não é o volume de informação, mas a
capacidade de gerir essa informação.
Há um diferença: comunicar é uma coisa, informar é outra. Não basta ter
acesso à informação. É preciso dispor de instrumentos mentais que permitam
interpretá-la e ler o mundo. Quer dizer: essa gente vive soterrada em
informação, mas não entende patavina. É a alienação (palavra de outros tempos).
É uma geração de “midiots”. Ou seja, idiotas da mídia. Os caras estão
ligados à internet, têm acesso à informação e conseguem comunicar em tempo real
por meio de engenhocas cada vez mais sofisticadas. Mas continuam idiotizados. Entenderam, anônimos?
Basta ver o portugues correto que utilizam os "intelectuais" que começam comentários com "Estes petralhas...", ou aqueles que comentam acidentes e fatos políticos no ND ou no AN. É uma abundância de conhecimento....
ResponderExcluirhe he he, não diz que tu és o exemplo!? Ó Manoel!
ExcluirNão falei?....rsrs
ExcluirEsse manoel enxerga adversários do pt até em sombra..
ResponderExcluirmidiot detected...
Excluirun, e é poliglota...
ExcluirEste é um dos grandes dilemas do novo século, impulsionado pelo rápido e fácil acesso a fontes de informação. A Internet é boa para a atualização, quando você quer tirar dúvidas de um assunto que já tem algum conhecimento. Mas para aproveitar isso é necessária uma base anterior
ResponderExcluirBaço, você conseguiu descrever o que você é. Pela primeira vez concordo com você.
ResponderExcluirPelo menos eu assino o que faço. Em ti a idiotia é a tua impressão digital...
ResponderExcluirE assim disse o jornalista...
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