quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Obama 2008, Obama 2012
POR ET BARTHES
Mudam-se os tempos, permanece o discurso. É claro que há uma maldade com Obama, mas de fato parece que continua a dizer as mesmas coisas. Ou não seria um político.As polêmicas pesquisas e o início da guerra eleitoral
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
Pode parecer estranho, mas até agora não tivemos campanha eleitoral em Joinville, exceto pela movimentação frenética dos candidatos a vereador. Acompanhamos até então, por parte dos candidatos a Prefeito, ações ensaísticas sobre o que começa agora, de fato, após as pesquisas eleitorais divulgadas nos últimos dias, as quais mostram uma evolução de Udo, uma estabilização negativa para Carlito e positiva para Clarikennedy e Leonel, e a cachoeira de Tebaldi.
A campanha eleitoral na TV, por mais que não defina o voto, faz as pessoas discutirem sobre quem votar. As informações circulam, geralmente rebatendo no líder das pesquisas, ou no candidato com maior rejeição. No caso joinvilense, Tebaldi e Carlito, respectivamente. Após algumas semanas de informações circulando, três pesquisas aparecem, com dados totalmente distintos entre si. A mais distante das outras é a pesquisa da RBS/Ibope, a qual mostra Udo na frente, algo inédito até então. Vale lembrar que os quatro pontos percentuais praticamente empatam Udo, Tebaldi e Clarikennedy, e, ainda: a pesquisa foi realizada dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro. Ou seja, em um final de semana, e isso influencia muito no perfil dos entrevistados que responderão à pesquisa. O perfil de pessoas que circulam pela cidade varia, de acordo com o dia da semana. Para quem tiver dúvida, a pesquisa Origem-Destino 2010 mostra bem esta realidade. Só um exemplo: aos domingos, os mais pobres e mais velhos costumam ficar em casa, e este pequeno detalhe pode interferir em uma pesquisa...
E será que o crescimento de Udo é o motivo da Gazeta de Joinville não divulgar uma pesquisa, de sua encomenda, e que foi registrada no TRE dia 23 de agosto?
Independente dos números precisos da pesquisa A, ou da pesquisa B (os assessores sempre vão acreditar naquela que dá a vantagem para o seu candidato), a questão é que temos três fatos novos:
- Tebaldi em queda livre;
- Clarikennedy chegou ao teto, pois em nenhuma pesquisa passa dos 25%;
- Udo cresce em todas as pesquisas.
Antes da divulgação destas pesquisas, todos os candidatos estavam acomodados e apenas fazendo indiretas, nos debates, e nos seus respectivos programas. O alvo principal era Tebaldi, invertendo agora todas as atenções para Udo Dohler. Posso estar errado, mas quem menos irá "bater" em Udo será o PT (o PT precisa olhar para si antes de bater em alguém, além de ver em Udo um histórico - e potencial - aliado). Um dos outros candidatos já está usando a questão de racismo para dar suas indiretas. A guerra está lançada, finalmente! Não se espantem se aquela história das costureiras acorrentadas aparecer por aí! Se até jornalista abobado falou de beijo entre dois homens na campanha do Leonel... não duvido de mais nada!
Nem tudo é maravilhas para os lados da Rua Alexandre Schlemm. A campanha estava sendo montada para chegar ao segundo turno, raspando na trave. Ninguém esperava o crescimento nesta fase da campanha. A prova disso é que toda a estratégia de Udo foi montada em cima de suas propostas, sem se preocupar com com os tiros apontados para Tebaldi e Carlito (o Clarikennedy não esquece Carlito em nenhum de seus programas). Agora que a situação mudou, será que a estratégia adotada por Udo será a mesma? Como irá se defender dos ataques? Tem pique para aguentar o crescimento?
Estas e outras questões só o tempo vai responder, entretanto, os fatos novos mudam a direção do arsenal bélico de quem precisa de guerra para se manter bem nos índices. O circo finalmente vai pegar fogo, finalmente!
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Facebook, a nova fábrica de dogmas

POR AMANDA WERNER
A manifestação do pensamento é uma das formas que
encontramos para demonstrar nossos valores, crenças e opiniões, formar a nossa
identidade social, fazer parte de grupos.
O ato de pensar pressupõe um sistema mental, uma
série de etapas que devem ser cumpridas, onde recebemos a informação,
analisamos a veracidade e a possível conexão com a realidade, enfim, digerimos. Ou seja, há todo um raciocínio, uma atividade cognitiva. O ato de
manifestar o pensamento, presume que tenhamos passado por todo esse processo de
pensar.
A quantidade de informações inverídicas, infundadas e
incompletas que circulam por aí impressiona. A falta de crivo, de uma
apreciação um pouco mais sofisticada, principalmente agora, em tempos de
eleição, e, no Facebook, assusta. As informações não são checadas - alguém que eu considero
inteligente, ou que aparente ter algum conhecimento, falou, então é verdade.
Ouço/leio, logo concordo. E replico. Ou, compartilho no Facebook.
Talvez, a onda dos mastigados livros de autoajuda
tenham nos feito mais mal do que imaginávamos.
Mas, afinal, não sabemos mais pensar? Ou, talvez, não
conseguimos mais nos expressar por conta própria? Aquela frase pronta, tentadora,
na nossa timeline, cuja origem não sabemos, por vezes nos cai tão bem, não é?
E, logo, passamos adiante. Pois estamos mostrando ao mundo que é exatamente
daquela forma que vemos a questão. De onde vem tanta credulidade?
Não há verificação da veracidade, não há análise do
contexto, não se dá o direito ao contraditório. Quem falou? A fonte é segura?
Por quem foi encomendada a pesquisa? Há conteúdo racista ou discriminatório? E,
no caso de compartilhamentos na internet, não seria uma tentativa de difamar ou
caluniar alguém, ou alguma instituição? Quais interesses ($$$) estariam
envolvidos? Eu tenho conhecimento suficiente para comungar ou discordar do que
está escrito/falado?
Não devemos replicar informações, se tivermos um por
cento de dúvida. Simplesmente. Caso contrário, não poderíamos reclamar dos
governantes, que não educam o povo, para virarem massa de manobra
(aliás, este é outro jargão bem repetido). Pois estaríamos prestando o mesmo
desserviço. Disseminando leviandades e desconhecimento. Somos responsáveis por
aquilo que falamos, e também pelo que publicamos. Não somente na acepção
jurídica de responsabilidade. Que não sejamos nós, contribuintes da falta de
cultura e desinformação. E do emburrecimento geral.
Sim, este é um rogo em favor do pensamento. Um repúdio
a novos dogmas. E a tudo o que nos cerceia a possibilidade do questionar.
Descartes nos ensinou um método, que considero válido
até hoje. O de sempre duvidar. Partir do princípio de que não temos certeza de
nada. Somente temos a certeza da nossa existência, pois pensamos. E logo,
existimos.
Assinar:
Comentários (Atom)

