quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Facebook, a nova fábrica de dogmas

POR AMANDA WERNER
A manifestação do pensamento é uma das formas que
encontramos para demonstrar nossos valores, crenças e opiniões, formar a nossa
identidade social, fazer parte de grupos.
O ato de pensar pressupõe um sistema mental, uma
série de etapas que devem ser cumpridas, onde recebemos a informação,
analisamos a veracidade e a possível conexão com a realidade, enfim, digerimos. Ou seja, há todo um raciocínio, uma atividade cognitiva. O ato de
manifestar o pensamento, presume que tenhamos passado por todo esse processo de
pensar.
A quantidade de informações inverídicas, infundadas e
incompletas que circulam por aí impressiona. A falta de crivo, de uma
apreciação um pouco mais sofisticada, principalmente agora, em tempos de
eleição, e, no Facebook, assusta. As informações não são checadas - alguém que eu considero
inteligente, ou que aparente ter algum conhecimento, falou, então é verdade.
Ouço/leio, logo concordo. E replico. Ou, compartilho no Facebook.
Talvez, a onda dos mastigados livros de autoajuda
tenham nos feito mais mal do que imaginávamos.
Mas, afinal, não sabemos mais pensar? Ou, talvez, não
conseguimos mais nos expressar por conta própria? Aquela frase pronta, tentadora,
na nossa timeline, cuja origem não sabemos, por vezes nos cai tão bem, não é?
E, logo, passamos adiante. Pois estamos mostrando ao mundo que é exatamente
daquela forma que vemos a questão. De onde vem tanta credulidade?
Não há verificação da veracidade, não há análise do
contexto, não se dá o direito ao contraditório. Quem falou? A fonte é segura?
Por quem foi encomendada a pesquisa? Há conteúdo racista ou discriminatório? E,
no caso de compartilhamentos na internet, não seria uma tentativa de difamar ou
caluniar alguém, ou alguma instituição? Quais interesses ($$$) estariam
envolvidos? Eu tenho conhecimento suficiente para comungar ou discordar do que
está escrito/falado?
Não devemos replicar informações, se tivermos um por
cento de dúvida. Simplesmente. Caso contrário, não poderíamos reclamar dos
governantes, que não educam o povo, para virarem massa de manobra
(aliás, este é outro jargão bem repetido). Pois estaríamos prestando o mesmo
desserviço. Disseminando leviandades e desconhecimento. Somos responsáveis por
aquilo que falamos, e também pelo que publicamos. Não somente na acepção
jurídica de responsabilidade. Que não sejamos nós, contribuintes da falta de
cultura e desinformação. E do emburrecimento geral.
Sim, este é um rogo em favor do pensamento. Um repúdio
a novos dogmas. E a tudo o que nos cerceia a possibilidade do questionar.
Descartes nos ensinou um método, que considero válido
até hoje. O de sempre duvidar. Partir do princípio de que não temos certeza de
nada. Somente temos a certeza da nossa existência, pois pensamos. E logo,
existimos.
Paralimpíadas e JEC, de tirar o chapéu
PARALIMPÍADAS - Estamos acompanhando, desde o último dia 29, a 14ª edição dos Jogos Paralímpicos. Os jogos ocorrerão até o dia 09 de setembro em Londres, cidade onde também foram os Jogos Olímpicos.
No sexto dia de competição, o Brasil ocupa a 7ª colação no quadro geral de medalhas, num total de 21:
- 10 ouro
- 7 prata
- 4 bronze
Se tanto comentamos acerca dos investimentos do governo brasileiro na equipe que participou dos Jogos Olímpicos de Londres, o que dizer então do time paralímpico, com 189 competidores em 18 modalidades, na sua 11ª participação?
A equipe olímpica foi composta por 257 atletas, distribuídos em 32 modalidades, terminando a competição na 22ª colocação, com 17 medalhas (3 ouro; 5 prata; 9 bronze).
SIMPLESMENTE O MELHOR - Se você parar por alguns instantes para apreciar os Jogos Paralímpicos, inevitável que permeie a reflexão. Pois estamos diante de pessoas com algum tipo de deficiência fazendo o seu melhor, sempre. Estes atletas nunca se contentam em apenas "passar" por uma competição, eles darão o seu máximo em qualquer disputa, mostrando a todos nós que sempre, e sempre mesmo, você é capaz, basta querer, se dedicar, se esforçar no limite, equilibrar mente e coração.
Tenho visto o dia a dia da competição paralímpica apenas em momentos esparsos e pude notar na delegação olímpica: atletas já consagrados não fazendo nem o necessário, quiçá o seu melhor, indo ao limite extremo (como mostra Cleiton Conservani). E esses atletas é que cada vez mais receberão maior apoio do nosso Governo.
Os lutadores, na acepção da palavra, estes ficarão subrogados a uma Lei Piva e alguns resquícios de verba.
Possuímos os melhores atletas em algumas categorias, recordistas na natação e no atletismo. Campeões nas duas últimas paralimpíadas no Futebol 5 (em que são cegos 100%). No entanto, o seu destaque se resume a relação direta ao apoio e verba que recebem para competirem, infelizmente.
FORA DO CONTEXTO - Bom, basta vermos como os deficientes, em todas as suas formas, seja visual, físico, mental são tratados e recepcionados no nosso contexto. Se é que eles fazem parte do nosso contexto?
É absurdo - e isso sim é de atacar o fígado, colega Baço - pessoas que realmente mostram para o mundo o que é viver, com extrema competência e dignidade e para esses sim o slogan compete "Sou brasileiro, não desisto nunca!"
CONTINUAR A APLAUDIR - O JEC empatou em casa e daí? O Barcelona empata em casa e não causa esse espanto. Gente, quero aqui registrar que, mesmo que o Joinville não suba à Série A, fato totalmente normal, o time merece os meus mais exaustivos elogios e respeito pelo que vem demonstrando em campo durante todo o campeonato. O torcedor de verdade - e aquele que aprecia realmente o futebol - continuará aplaudindo o JEC, sempre.
Na rodada da noite passada, o Tricolor, aos 46 minutos do segundo tempo, tomou a virada do Bugre, sendo derrotado por 2 x 1. E com a combinação de resultados da rodada o JEC, neste momento, ocupa a quinta colocação, a 2 pontos do G-4.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Se beber, não dirija... retroescavadeiras
POR ET BARTHES
Todos sabemos russos tem a fama de ser um povo que gosta de bebidas alcoólicas. E todos conhecemos a determinação de que não se deve beber e dirigir. Especialmente se for para dirigir uma retroescavadeira. Mas o sujeito aí achou que estava tudo sob controle e detonou sete veículos no estacionamento. E apanhou...
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