sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Não há segredo. Há trabalho. Será?


POR FELIPE SILVEIRA

Desde que assumiu a Prefeitura de Joinville, o prefeito Udo Döhler, assim como o vice Rodrigo Coelho, tem feito visitas a diversos órgãos municipais. Um dia foi à região rural, outro no hospital e outro nas regionais. Já Coelho apareceu na Estação Ferroviária e na Cidadela Cultural Antárctica, pois acumula o cargo de presidente da Fundação Cultural de Joinville.

Não tenho nada contra as visitas do prefeito e acho natural que sejam feitas no início do trabalho. No entanto, uma pergunta não para quieta por aqui sempre que leio essas notícias: o que, efetivamente, tem sido feito nessas visitas? Quais decisões foram tomadas?

Até agora, nada.

Estou realmente preocupado com o oba-oba em torno do novo prefeito. As visitas parecem (e são, diga-se de passagem) um evento voltado para a mídia, com muitas fotos, muitos apertos de mão, fãs...

Não estou questionando a capacidade de trabalho do prefeito, que, de certa forma, até admiro (mas não muito). Esse negócio de acordar às seis e ir até à noite, na minha opinião, é negativo, principalmente em relação aos funcionários, que se obrigam a acompanhar um ritmo que não vão conseguir. Se Udo é workaholic, beleza, mas é preciso entender que nem todos são.

Voltando... não estou questionando a capacidade de trabalho do prefeito e do vice. Porém, essa primeira quinzena de trabalho parece uma continuidade da campanha. Visitas, reuniões, fotos, apertos de mão, “vamos fazer isso, aquilo e aquilo outro”...

Mas o que, de fato, foi feito?

Um exemplo do que quero dizer é a visita à Cidadela Cultural. Segundo o Plano 15 (plano de governo da campanha de Udo Döhler), o espaço da antiga cervejaria, que foi criado para ser destinado a atividades artísticas, terá, de vez, esse destino. Hoje, o Instituto de Transporte e Trânsito (Ittran) está no local e paga boa parte das despesas.

Nessa semana, porém, o vice-prefeito, Coelho, visitou a Cidadela para “verificar a possibilidade de revitalização e reutilização do espaço com a possível mudança do instituto para outro local da cidade”. (frase do notícia no site da Prefeitura)

Peraí! E a promessa da campanha? Como assim “verificar a possibilidade”?

As reuniões de Udo não são diferentes. Recheadas de boas intenções, como “melhorar as condições” e “batalhar por investimentos do governo federal”, não há, de fato, grandes coisas a anunciar.

O problema, porém, é que a estratégia funciona. O telespectador vê o prefeito no hospital, na zona rural, nos lugares carentes e acredita que ele está, de fato, fazendo algo lá. E o oba-oba aumenta. Eu, espero, de fato, que ele faça.

Afinal, “não há segredo. Há trabalho”. Será?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tiger Woods e Rory McIlroy

POR ET BARTHES
Tudo bem que é propaganda de uma marca, mas está muito bem feito.



Entre ouvir e agir: qual o papel do poder público?

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Alguns comentários feitos no post do último "brainstorming" me trouxeram a necessidade de lançar o debate (e não esgotar por aqui) sobre o papel do poder público na sua tomada de decisões, as quais envolvem diretamente toda a população. Enquanto parte dos comentários defendiam que o gestor deve atender os interesses de seus eleitores (cidadãos com direito a voto, generalizando) outros lembravam que, com a democracia representativa, o Estado deve "julgar" o que é melhor ou pior para a população.

Coloco como ilustração da discussão o tema discorrido pelo autor do texto supracitado, a fim de facilitar o debate: como promover o uso da bicicleta e outros meios não-motorizados de locomoção se a população prefere usar o automóvel para seus afazeres diários? O gestor público, cercado por técnicos especializados (ou consultorias contratadas de forma conspícua), sabe que, para melhorar a mobilidade urbana de sua cidade, deve investir em medidas totalmente contrárias a vontade da maioria da população, como aconteceu em Bogotá-COL, por exemplo.

Mas, como absorver posturas parecidas a essas, a um passo de serem "antidemocráticas" (entre aspas mesmo), e promoverem um saber técnico em detrimento do saber local e todos os direitos garantidos em lei, como a participação na gestão urbana? Se as pessoas querem ruas asfaltadas, pontes, viadutos, grandes avenidas e demais infraestruturas que privilegiam o transporte motorizado, a "democratização das discussões" (ênfase para as aspas, novamente) será garantia de que o melhor sempre será feito?


Neste sentido, o Estado está inserido em uma problemática que é produto de uma desigualdade social. Por outro lado, somente evitando tecnocracias e mesclando o ato de ouvir os interesses populares com ações justificadas em estudos e proposições de nossos representantes, poderemos chegar ao que penso ser o verdadeiro papel do poder público em todas as suas esferas e setores (respeito todas as divergências filosóficas deste ponto). Porém, quem garante que, com uma gestão democrática, todos os grupos sociais participarão e escolherão as suas demandas em conjunto, buscando um consenso? Como as camadas mais populares irão sintetizar, arguir e pressionar (quando raramente participam) seus anseios na mesma qualidade que grupos de empreiteiros interessados sobretudo nas futuras licitações de pontes, asfaltamentos, etc? Além disto, como esperar que a participação popular não seja uma legitimação de interesses maiores, reproduzidos através de um poder simbolicamente e socialmente construído (relacionando ao tema do brainstorming, seria o "fetiche do automóvel")?

Infelizmente alguns discursos reproduzidos pela população são ideologias que servem interesses particulares, os quais tendem a parecer interesses coletivos – e únicos; formando assim, uma cultura dominante. Esta, por sua vez, contribui para uma união da classe dominante em torno de suas expectativas em comum (neste caso, os agentes tipicamente capitalistas que vêem na cidade suas fontes de renda) e para a legitimação da ordem estabelecida e das distinções sociais.

E em Joinville não é muito diferente...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Grávida do diabo? Eta insanidade...

POR ET BARTHES
Parece que a moça ficou grávida do diabo e deu à luz três caveiras de plástico. Hummm... não terá sido mais uma intervenção do boneco Chuck? O que mais impressiona no filme é a performance do pastor, que fez tudo direitinho e nem caiu na risada.



Nem doce, nem azedo


POR FABIANA A. VIEIRA
Quando fui convidada para escrever no Chuva Ácida, confesso que me pegaram de surpresa. Desde o lançamento do blog alimentava o desejo de escrever algumas ideias por aqui. Fui pegar uns textos antigos que havia produzido para colaborar naquela época e me deparei com um azedume muito grande, então desisti de usá-los. Agradeci aos céus por minha estreia só acontecer hoje e assim poder começar um texto novo. Nem doce, nem azedo.

Então, já que é pra começar do zero, que seja para me apresentar. 

Sou jornalista, formada no Ielusc em 2003 - ano em que deixei para trás meu trabalho dentro de um escritório de advocacia para ingressar na assessoria de imprensa do então deputado federal Carlito Merss. De lá pra cá participei direta e indiretamente de muitos debates sobre Joinville e, principalmente analisei muito a política local. Trabalhar como jornalista de uma liderança local durante quase 10 anos foi um grande aprendizado em vários aspectos.

Convivi com muitas pessoas que viriam a se destacar politicamente, ora no governo ou mesmo na oposição, em outros partidos. Nos bastidores do poder me deparei com alguns egocentrismos e atitudes que me decepcionaram profundamente e em 2010 resolvi voltar para o Legislativo, aceitando o convite para assessorar a senadora Ideli Salvatti e, depois,  seu suplente Belini Meurer.

Quando estava quase com os dois pés em Brasília, resolvi puxar um pouco o freio e permanecer em Joinville. Ainda faltava realizar o desejo de trabalhar numa redação diária. Integrei a equipe do jornal Notícias do Dia, que me possibilitou conviver com grandes jornalistas da cidade. Trabalhar do outro lado do balcão foi uma das experiências mais prazerosas dentro da minha profissão. Pude novamente voltar às principais discussões da cidade, agora de outra forma - jornalisticamente.

Foi dentro da redação do jornal que enxerguei o contraditório de "fazer política" e isso me possibilitou oxigenar alguns conceitos como poder, eficiência, imagem, comunicação e, claro, política. Foi na redação do jornal também que percebi uma lacuna entre a cidade que temos e a cidade que queremos. E o que preenche isso, além da política, se chama comunicação.


Foi para observar a comunicação nas diferentes esferas que aceitei escrever quinzenalmente aqui no Chuva Ácida. Pretendo trocar ideias a respeito de Joinville (ou de qualquer lugar do mundo), sem deixar de lado o debate sobre a eficiência da comunicação, ou os prejuízos causados pela falta dela nesse processo. Afinal já dizia o velho Abelardo: "quem não se comunica, se trumbica".

Limites do corpo

POR GABRIELA SCHIEWE

Quais os limites do corpo humano? É uma questão que a cada instante parece estar um passo à frente e estudiosos de várias áreas tentam concluir até onde pode-se chegar.

No entanto, eis que surge alguém que parece mais ter vindo de outro planeta, e desafia os limites até então impostos.

Viu-se muito esta discussão no período dos supermaiôs da natação, que foram proibidos porque acredou-se que as marcas então conquistadas pelos atletas só estavam sendo alcançadas devido ao acessório. Não é o que temos visto.

Usain Bolt tem desafiado os cientistas com as possibilidades do seu corpo e já estabeleceram uma meta máxima que ele poderá atingir.

Agora, paira a grande dúvida. Esses limites estão sendo periodicamente quebrados tão somente pelo corpo humano ou as substâncias químicas são relevantes e fundamentais nesse processo?

Inevitável, claro, até porque o assunto foi motivado pelo fato, não trazer à tona o caso de Lance Armstrong.

Foi noticiado que Armstrong concedeu uma entrevista, que ainda irá ao ar, em que confessa a utilização de substâncias não permitidas no ciclismo, modalidade que disputava. E que teria agido assim para ter, futuramente, a possibilidade de voltar a disputar em competições oficiais.

Nossa, isso está parecendo algum caso político, delação premiada e, no caso, ele confessa o que já estava comprovado para voltar a disputar.

E o caráter? O dele é claro. Por ter enganado tanta gente, pessoas que o elevaram ao grau máximo, a sua nação e, simplesmente por confessar todos os seus grotescos erros ficará tudo bem.

Não estou aqui pra colocar em questão a capacidade deste esportista e da sua capacidade de se recuperar de situações delicados, como a vitória sobre um câncer.

Entretanto, isso não lhe permite agir acima de qualquer suspeita e estar liberto, após todo esse tempo que se trabalhou para comprovar os seus atos ilegais e apenas agora confirmar que se dopou e seguir em frente competindo.

Os limites do corpo podem ultrapassar a questão ética do ser humano?

O que você acha a respeito?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sem calças no metrô

POR ET BARTHES
Você está a andar tranquilamente no metrô e, de repente, as pessoas começam a tirar as calças. Não se assuste, é o Dia Sem Calças, que já vai se tornando uma tradição.


Violência sem sentido

POR JORDI CASTAN

A constante exposição a elevados níveis de violência nos deixa insensíveis. O Brasil - e Santa Catarina não é uma exceção - é um dos países mais violentos do mundo. O número de mortos por arma de fogo no ano 2011 foi de 35.556, três vezes maior que nos Estados Unidos que, no mesmo período, teve 9.484 mortos.

No Brasil, o que surpreende e impressiona não são os números absolutos, que são aterradores. Os números são mais graves porque superam os de todos os países no mundo, inclusive os de países que vivem conflitos armados, como Afeganistão, Paquistão, Iraque, a Republica Democrática do Congo e dezenas de outros países e são levemente inferiores aos de países como a Síria que vive uma autêntica guerra civil. A ONU informou que desde março de 2011 até novembro de 2012 o número de mortos naquele país é de mais de 50.000. Considerando o período analisado, o Brasil corre o risco de superar os números da própria Síria.

O grave desta situação é principalmente a naturalidade com que aceitamos estes níveis de violência, a passividade com que a sociedade recebe as informações de corpos queimados, assassinatos a sangue frio de vítimas indefesas. A extrema violência contra idosos e crianças. A virulência e a sanha dos criminosos e a futilidade. Se nos centramos nas notícias divulgadas durante os últimos dias, um jovem foi assassinado por uma diferença de R$ 7,00 na conta de um restaurante, um idoso foi brutalmente assassinado pelo pouco dinheiro que tinha em casa. Mortos aparecem com mostras de tortura, corpos queimados são abandonados em estradas rurais, um jovem foi esfaqueado até a morte, na praia Brava, por um grupo, por uma discussão banal e sem sentido, testemunhas dizem que chegaram com intenção de matar. Outras vezes o motivo é o roubo de um relógio ou de um tênis de marca.

Frente a esta situação de violência e insegurança absoluta, corremos o risco de defender a violência policial que impotente e aparentemente pouco preparada passa a contribuir com boa parte dos dados das estatísticas. Sem querer cair na armadilha fácil de criticar a violência policial e defender os direitos dos criminosos de forma desproporcional, é evidente que a violência gera mais violência e que a situação atual esta fora de controle.

Neste quadro de violência generalizada devemos olhar com sumo cuidado a proposta apresentada pelo prefeito de Joinville de criar uma guarda armada com 500 efetivos. Enquanto dados da ONU recomendam um policial para cada 250 habitantes, a média no Brasil esta mais próxima dos 650 habitantes por policial, chegando alguns estados a quase 1.000 habitantes para cada policial. Como dado adicional no Estado de São Paulo, o número é de 10 homicídios por 100.000 habitantes. Já o de Alagoas é de 70 homicídios por 100.000 habitantes, enquanto o número de policiais por cada 100.000 é maior em Alagoas. Neste ponto é importante destacar que em Joinville, no ano de 2012, o número foi de aproximadamente 70, num índice que se mantém relativamente estável nos últimos anos e que representa 15 homicídios por cada 100.000 habitantes.

O risco neste caso é discutir estatísticas sem considerar o grau de preparo, o nível de equipamento e profissionalismo e a eficiência dos diferentes corpos de policia e de seguridade do estado.

Relação de habitantes por policial em alguns países

# 1 Montserrat: 7.81501 per 1,000 people

# 2 Mauritius: 7.28432 per 1,000 people

# 3 Dominica: 6.40311 per 1,000 people

# 4 Italy: 5.55565 per 1,000 people

# 5 Hong Kong: 4.79374 per 1,000 people

# 6 Macedonia, The Former Yugoslav Republic of: 4.7868 per 1,000 people

# 7 Portugal: 4.64878 per 1,000 people

# 8 Kazakhstan: 4.54998 per 1,000 people

# 9 Latvia: 4.51878 per 1,000 people

# 10 Czech Republic: 4.47613 per 1,000 people

# 11 Slovakia: 3.72086 per 1,000 people

# 12 Lithuania: 3.53934 per 1,000 people

# 13 Malaysia: 3.43936 per 1,000 people

# 14 Thailand: 3.35665 per 1,000 people

# 15 Kyrgyzstan: 3.25049 per 1,000 people

# 16 Slovenia: 3.14023 per 1,000 people

# 17 Moldova: 3.01481 per 1,000 people

# 18 Germany: 2.91153 per 1,000 people

# 19 Ireland: 2.8989 per 1,000 people

# 20 Hungary: 2.88528 per 1,000 people

# 21 Spain: 2.86696 per 1,000 people

# 22 South Africa: 2.7668 per 1,000 people

# 23 Estonia: 2.72543 per 1,000 people

# 24 Poland: 2.61367 per 1,000 people

# 25 Jamaica: 2.57054 per 1,000 people

# 26 Georgia: 2.46034 per 1,000 people

# 27 Norway: 2.42412 per 1,000 people

# 28 Turkey: 2.38057 per 1,000 people

# 29 Iceland: 2.24441 per 1,000 people

# 30 Romania: 2.18728 per 1,000 people

# 31 Colombia: 2.12215 per 1,000 people

# 32 Australia: 2.09293 per 1,000 people

# 33 France: 2.049 per 1,000 people

# 34 United Kingdom: 2.04871 per 1,000 people

# 35 Switzerland: 1.93617 per 1,000 people

# 36 Netherlands
: 1.92448 per 1,000 people

# 37 
Denmark: 1.91716 per 1,000 people

# 38 
Chile: 1.85583 per 1,000 people

# 39 
Korea, South: 1.85461 per 1,000 people

# 40 
Japan: 1.81103 per 1,000 people

# 41 
Sri Lanka: 1.72484 per 1,000 people

# 42 
Canada: 1.70767 per 1,000 people

# 43 
Zimbabwe: 1.68859 per 1,000 people

# 44 
Finland: 1.56347 per 1,000 people

# 45 
Zambia: 1.13674 per 1,000 people

# 46 
Papua New Guinea: 0.985032 per 1,000 people

# 47 
India: 0.956207 per 1,000 people

# 48 
Costa Rica: 0.370767 per 1,000 people

Media de 3.0 policiais para cada per 1,000 habitantes.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Visitas do Udo-Zoobotânico


Bêbado amarrado e amordaçado em avião

POR ET BARTHES
islandês Gudmundur Arthorsson, de 46 anos, ia viajar de Reykjavik para Nova Iorque, num voo da Icelandair. Mas antes de embarcar, decidiu tomar uns uísques e exagerou na dose. E depois, já dentro do avião, começou a ficar agressivo. O pessoal de bordo teve que tomar uma providência: amarrou e amordaçou o homem com fita adesiva. Se vira moda...