POR FELIPE SILVEIRA
Segurança Pública é, muito provavelmente, a questão que mais divide direita e esquerda hoje. Tema da vez no Brasil, a discussão precisa encontrar pontos de convergência para produzir algum avanço. Se a direita é punitivista e não consegue enxergar as complexidades produtoras de violência social, a esquerda, pelo menos uma parte, se recusa a discutir propostas de curto prazo, de modo que não consegue oferecer uma resposta convincente à população.
A esquerda defende que a violência é resultado de uma sociedade desigual e é a resolução deste problema que vai resolver o primeiro por consequência. O argumento se justifica ao olhar para sociedades mais iguais, ricas (Suíça e outros países do norte europeu) ou pobres (Cuba), onde os índices de violência são muito baixos. Como a direita não quer uma sociedade mais igualitária (ser de direita, em resumo, é isso), mas quer uma sociedade com menos crimes (especialmente contra o patrimônio), ela precisa de outros argumentos. Foca-se, então, no armamento da população (ótimo negócio para a indústria bélica) e no punitivismo mais louco.
O problema da argumentação à esquerda é que desigualdade social não se resolve do dia pra noite e as pessoas estão amedrontadas com a quantidade de crimes violentos que ocorrem diariamente. Amedrontadas e indignadas porque perderam bens materiais e perderam pessoas para a violência. Mesmo em locais onde há redução da desigualdade (melhora no IDH), há aumento da violência, pois esta não é uma solução de curto prazo.
As ideias de esquerda a respeito da segurança não se resumem à redução da desigualdade. A legalização/descriminalização das drogas, em especial da maconha, está totalmente atrelada à discussão. A desmilitarização da PM também. Penas alternativas, tratamentos psicológicos, redução do punitivismo, educação e lazer no sistema penitenciário fazem parte de uma gama de pequenas soluções. Porém, tudo isso é lido como “pena de vagabundo” e “coisa de maconhista”.
Uma parte da responsabilidade sobre essa interpretação é da própria esquerda, que não se prepara para o diálogo e para explicar suas propostas sobre a legalização da maconha e o desencarceramento. A repetição de clichês e uma confusão argumentativa permitem que a direita nade de braçada no debate, deturpando as propostas mais progressistas.
Um exemplo disso é a questão do “fim da Polícia Militar”. A ideia é clara: desmilitarizar a polícia, promovendo melhorias na instituição (melhor preparação, garantia de direitos etc.), e ao mesmo tempo denunciar os abusos cometidos cotidianamente pelos fardados. A direita explora essa ideia como se a esquerda quisesse o fim da polícia, pura e simplesmente isso. Além disso, uma parte da esquerda realmente quer o fim da polícia e pronto.
É preciso enfrentar essa confusão, essa conversa torta, onde cada um grita no seu canto e a população vai na onda da indignação, pois isso responde seus anseios. Estabelecer o diálogo, construir pontes e criar propostas de médio, curto e longo prazo são coisas necessárias. Para isso, estudar as propostas que já existem e cuidar para não reproduzir clichês se tornam urgentes.
No caso do ES, tem de investigar quem está por trás dessa greve velada. Óbvio que não são as esposas dos pms, mas, quem sabe, os famigerados sindicatos. A questão é que os pms do ES recebem em média 2,6 mil reais, longe de ser o menor salário do país, além disso, nenhum funcionário público do estado tem seus vencimentos atrasados, como em outros estados. Isso significa que o ES tem suas contas em dia, ao contrário de estados governados pelo PT (RS, MG) e peemedebistas ligados ao Lula (RJ).
ResponderExcluir2,6 mil é um bom salário?
ExcluirDepende. Um bom salário seria o dobro, mas qual UF paga isso, a não ser a ilha da fantasia chamado DF?
ExcluirGovernador do RS é do PT? Essa é nova pra mim!!
ExcluirE outra: PMDB ligado ao Lula? PMDB é a prostituta dos partidos políticos... faça-me o favor.
Tarso Genro te lembra algo? A destruição da economia gaúcha deu-se na gestão anterior!
ExcluirO presidiário ex-gonernador do Rio é amiguinho do Lula, que é amiguinho do ex-bilionário, que é amiguinho do dono da empreiteira. Não lembro de outro peemedebista com tamanha relação com o nove-dedos.
Sem entrar na discussão esquerda vs direita, a questão sobre educação e lazer no sistema penitenciário é algo já previsto pelo nosso atual sistema prisional.
ResponderExcluirHá aquele abismo colossal entre a teoria e a prática apenas. A menos que seja educação para o crime e o lazer seja futebol durante o banho de sol.
Abraços.
Sim, Zorak, o nosso sistema de ressocialização é ótimo no papel, mas é preciso por em prática.
ExcluirAbraço!
Quer resolver os problemas sociais do Brasil? Corte o $ dos sindicatos!
ResponderExcluirCuspi no monitor de tanto que ri com essa frase.
ExcluirIsso que está acontecendo no ES é para essa esquerda burra que acha cool falar mal da polícia e idolatrar bandido, ver o que acontece quando os policiais resolvem deixar a população desarmada a mercê dos vitimados pela sociedade.
ResponderExcluirCaro retardado, só na tua cabeça a esquerda idolatra bandido. Quanto a falar mal da PM, se algum funcionário público não executa suas atividades à contento eu acredito que seja direito do cidadão reclamar desse funcionário/instituição.
ExcluirMas vamos ao que interessa. O que vemos no ES é a falência do estado graças a gestão neo-liberal do Hartung. E só pra avisar isso é uma pequena amostra do que acontecerá com o Brasil devido a aprovação da PEC 55.
Sobre a crise no Espírito Santo, só tenho a dizer aos anônimos: calem a boca!
ResponderExcluirhttp://m.cbn.globoradio.globo.com/editorias/policia/2017/02/12/INVESTIGACAO-APONTA-QUE-PARTE-DAS-MORTES-REGISTRADAS-NO-ES-TEVE-ATUACAO-DE-PMS.htm?utm_source=facebook
Pobreza e não desigualdade este é o problema econômico que tem que ser resolvido. As pessoas são diferentes, tem objetivos diferentes e isto por si só pode gerar grandes desigualdades econômicas. A decisão de cometer um ato violento contra outro pessoa é do indivíduo é um claro ato de desrespeito e quem sabe inveja. Atribuir a responsabilidade a desigualdade, é transferir a responsabilidade para o outro, típico de quem procura justificar seus atos. Vejam bem estamos falando de violência e não de furtar para saciar a fome ou de lutar contra um governo opressor.
ResponderExcluirAnderson Titz