quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Mito e realidade: os próximos quatro anos também serão medíocres














POR JORDI CASTAN

O resultado das urnas mostrou que o joinvilense preferiu seguir acreditando. É verdade que o baixo nível da maioria dos candidatos, no primeiro turno, e a absoluta falta de opções, no segundo turno, empurraram o eleitor a votar no ruim conhecido.
Começa agora o segundo mandato. Os que agora esperam pelo Udo real, podem esperar sentados. O real é um mito. Não apareceu antes porque não existe. A sua imagem de gestor é uma patranha, resultado de um bom marketing e pouco mais. Uma mentira como tantas outras que nos venderam e que os crédulos preferem acreditar. Há uma fascinação, quase infantil, com a imagem idealizada do colonizador que desbravou a floresta hostil.


Há também a ilusão da honestidade, do trabalhador incansável, do valor de madrugar. Há no DNA do joinvilense esta imagem idealizada do líder, do capitão da indústria, do empresário de sucesso. E é nessa imagem que o eleitor depositou a sua esperança de uma cidade melhor. Quanto maior a esperança maior será o tombo. Sem escusas para não fazer, o mito se desmanchara no ar. Agora com as contas em dia e com todos os projetos prontos Joinville viverá quatro anos de realizações. Só que não. Os próximos quatro anos serão tão medíocres como os últimos.
Pesou a favor de Udo a falta de opção do eleitor. Darci inspira ainda menos confiança. O Udo não ganhou, não teve a maioria dos votos dos joinvilenses. Os outros candidatos perderam e o eleitor ficou órfão de outras opções melhores. O eleitor desta vez votou sabendo que escolhia o “honesto que não faz”. Escolheu minimizar o prejuízo. Quem não faz, tampouco faz grandes estragos. É o que se denominou: “não rouba e não faz”.
Udo sairá deste primeiro mandato menor do que entrou e sairá do segundo ainda menor. Será uma sombra do que foi. A sua imagem de líder realizador e de gestor competente está definitivamente arranhada. O maior risco é que a única imagem que ainda consegue projetar - a de honesto - também acabe desgastada ao final da nova gestão. Em tempo, posar de bonzinho e utilizar capangas para atacar opositores e desafetos não pode ser considerado um exemplo de moral ilibada. É mais típico de covardes e pusilânimes. 

É questão de tempo para que o mito seja corroído pela realidade. E o tempo é implacável. 

10 comentários:

  1. Dá pra falar que este mito tomou conta de td os coxinhas pelo Brasil a fora, e não é só a esquerda que vive de idealismos. A questão do " gestor ", do empresário que vem moralizar a política com a imagem desgastada dos político é um mito. A questão do Dória Jr em São Paulo por exemplo ao dizer que seu patrimônio vem do trabalho é pra enganar trouxa, só muito trouxa para achar que se fica rico sem passar alguém para trás. O trabalho não deixa ninguém rico , no máximo classe média. A unica forma de ser rico sem passar ninguém pra trás é nascer com o negócio pra lua.
    Por muito tempo era a esquerda que se achava a dona das virtudes, os tempos passaram e a direita que se diz agora "mãos limpas."

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    1. a velha máxima dum ditado espanhol :
      "Quem trabalha muito não tem tempo para ganhar dinheiro."

      E para finalizar no contexto do eleito:
      - Para o comerciante até a honestidade é uma especulação financeira.

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    2. “...só muito trouxa para achar que se fica rico sem passar alguém para trás.”

      Tá aí! Não entendo esse tipo de retórica. O que seria “passar alguém para trás”?

      Pergunto porque a esquerdalhada mal-amada enfia no mesmo saco o cara que literalmente rouba ou não para impostos e o “burguês que explora a força de trabalho de seus pobres proletariados”... Então, você é como os esquerdistas patifes que generalizam o que lhes convém ou consegue separar esses dois tipos?

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    3. Se o cara se diz de esquerda e rouba dinheiro dos impostos, ele pode até pensar como a esquerda, mas não age como tal.

      Em um pensamento correto, o dinheiro dos impostos é para o bem de todos e não de si ou de um pequeno círculo.

      Este é o grande problema de quem se diz de direita hoje em dia. Ser de direita não é, necessariamente, ser direito. Ser direito e honesto é obrigação de todos.

      Todos os governos de esquerda deram errado justamente porque houve essa apropriação indevida de recursos. O problema não é o socialismo, mas sim o ser humano.

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  2. Não tenho nada contra empresários, burgueses , políticos, gestores, o qualquer que seja. Mas todos que estão lá no topo da piramide, sabem que a concorrência é grande, e não há como se manter lá neste topo com boas intenções. Como no filme "O diabo Veste Brada". Meu problema é com a Pseudo santidade dos Burgueses,e eles não são para mim exemplo de heróis trágicos os quais eu devoto. E minha diferença em relação a esquerda que não tenho nenhuma tendência anarquista, Eu dou a "Cesar o que é de Cesar". Acredito também em pecado universal , e na sua visão laica criada por Tomas Hobbes dizendo que o homem é lobo do homem. A salvação do homem não é nem econômica, nem social é moral.

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    1. Os burgueses não são santos, acho que essa visão é universal, mas transformar o proletário em eterna vítima da burguesia malvada não faz do pensador uma santidade, mas um estúpido.

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  3. 'agora, com as contas em dia...", e isso foi não fazer nada??? Poupe-me Jordi, se você não gosta do Udo, não jogue pedras só para se vingar. Não há um gestor aqui que, com o orçamento existente, estrutura engessada, excesso de funcionários corporativistas pudesse ter feito melhor e, sim, sem roubar... E, para finalizar, sim, sou anônimo porque esta opção está ali abaixo, então procure outra desculpa para me atacar...

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    1. Posso conviver neste espaço com anônimos, mas tenho dificuldade em lidar com estultos. Você acreditou mesmo que as contas da prefeitura estão em dia? Então também deve ter acreditado que os projetos estão prontos.

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    2. Você acreditou mesmo que as contas da prefeitura estão em dia? [2]

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  4. Bom mesmo era o candidato que foi porteiro da secretaria da fazenda e cobrava pedágio para concessão de benefícios fiscais...

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