sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Por onde andam, o que fizeram os nossos deputados estaduais? Você sabe?

POR SALVADOR NETO






"Deputados estaduais eleitos por Joinville respondem como vão representar a cidade - Saiba como Darci de Matos, Kennedy Nunes e Patrício Destro vão se posicionar sobre prioridades na cidade”. Esse era o título da matéria do jornal A Notícia no dia 7/102014 (clique e leiaaqui os posicionamentos). Dalmo Claro de Oliveira (PMDB) assumiu o cargo após engenharia política do governador Raimundo Colombo (PSD) para recolocar peemedebistas na Assembleia Legislativa. Ele era o quarto suplente, e quando assumiu também se comprometeu com sua base eleitoral (assista aqui). Esses são hoje os deputados estaduais que deveriam estar trabalhando por você, eleitor da maior cidade de Santa Catarina. Você sabe o que eles estão fazendo por sua cidade até aqui?

Você os vê, por exemplo, batendo na mesa do governador Colombo para exigir que as obras do Estado em Joinville, como a famosa duplicação da avenida Santos Dumont, o elevado na mesma duplicada (só que não) avenida no cruzamento com a rua Tuiuti, o asfaltamento da estrada Rio do Morro na zona sul, a elevação e melhorias da rua Minas Gerais na zona leste,  aberturas das avenidas Max Colin e Almirante Jaceguay, e a grana preta prometida para pavimentação das ruas nos bairros e saúde (??), mais policiais militares e civis, entre outras obras e promessas que não acontecem nunca? Não. Publicamente então, jamais.

Escolas também esperam ação, grito, cobrança dos deputados
Você os vê reunindo a sociedade civil para organizar – de fato, não de mentirinha – para cobrar do governo estadual o que a cidade merece? Não. Os vê nas entidades sociais trazendo muitos recursos para a manutenção das mesmas, e também para obras importantes para a continuidade de atendimentos especiais como os deficientes físicos, visuais, intelectuais, downs, e tantas outras?

Diga assim, de primeira, qual o projeto de lei importante, relevante que Darci de Matos (PSD), Kennedy Nunes (PSD), Patricio Destro (PSB) e Dalmo Claro (PMDB) apresentaram, defendem ou aprovaram. Difícil não é mesmo?

Mas o que fazem os nobres deputados aparecerem? Ou é alguma eleição próxima (2016 está na porta), ou são as entidades da classe empresarial, ou a farra dos gastos com diárias, com viagens importantíssimas para a Europa, China, EUA que ninguém sabe qual benefício trouxe para Santa Catarina, e muito menos para Joinville, e também a mais recente farra descoberta com a alimentação dos nobres deputados catarinenses, entre os quais os nossos também se encontram utilizando o nosso dinheirinho suado, sofrido, que é recolhido regiamente aos cofres públicos, no caso, do estado.

Dizia o falecido senador, ex-governador Luiz Henrique da Silveira (criador de todos estes que aí estão), quando prefeito de Joinville, que a cidade era “a quinta roda da carroça”. Por isso precisaríamos eleger o governador – no caso ele, que foi eleito e reeleito – e muitos deputados.

A primeira parte conseguimos, a bancada grande não, e pior, sempre pouco efetiva nas conquistas e brigas pela cidade. Hoje, continuamos a ser a quinta roda da mesma carroça (talvez a sexta...), só que agora sob as rédeas do lageano Raimundo Colombo e sua turma. Entre os quais os nossos “representantes” Darci de Matos, Kennedy Nunes, Patricio Destro e Dalmo Claro.

Como do meu artigo anterior na sexta-feira passada no Chuva Ácida (leia aqui) quando lancei a ideia de não reeleger nenhum dos atuais vereadores na Câmara de Vereadores de Joinville para realizarmos a reforma política popular, que tal iniciarmos a fiscalizar e cobrar os nobres deputados estaduais que vivem à sombra, olhando de longe os graves problemas da cidade que os elegeu, sem esboçar indignação, força e cobrança ao Governo? Já chegaram à metade do mandato, e o que produziram? Pergunte a eles! Cobre, mande seu email, mandem em massa, mobilizem-se! Cidadania é isso.

Aqui seguem os links de suas páginas na Assembleia Legislativa de SC para sua pesquisa, e também os emails dos nobres. Faça a sua parte. Leia no início deste artigo, no link, o que eles disseram que fariam. Analisem. Eu faço a minha cobrando aqui publicamente mais ação efetiva, trabalho, conquistas de obras e recursos para a cidade que está virando um grande chão de fábrica, falido. Anotem e cobrem, encham as caixas deles, liguem:




Patricio Destro – email: não disponível no site da Alesc, pois o mesmo está licenciado...

Fiscalize, cobre, coloque a lista na porta da geladeira, exerça o seu poder.

É assim, nas teias do poder...

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A Consciência Negra é necessária


POR FELIPE CARDOSO

Mês de novembro chegou e com ele vem o dia da Consciência Negra. Muitas pessoas questionam o motivo de tal data, reforçando que o que deveríamos ter, realmente, era um dia da Consciência Humana.

Muito admira os questionamentos e as intromissões quando se trata das pautas da população negra. Em outubro tivemos três festividades germânicas no estado, mas os mesmos questionamentos não foram feitos. Não foi cobrado, por exemplo, para que fosse realizado uma festa das tradições joinvilenses, com todas as culturas representadas, ao invés de celebrarmos apenas a cultura germânica.

Esses questionamentos mostram uma tentativa de silenciar quem sempre lutou e luta para ser escutado e representado. Esses questionamentos são frutos de uma cultura racista que nunca permitiu ou viu com bons olhos o que era produzido pela população negra que, aqui na região, insistem em afirmar que não existia, mesmo que a história afirme o contrário e mostre que, em Joinville, os negros e negras – escravizados e libertos – já frequentavam a região, junto com as famílias luso-brasileiras, e ajudaram os primeiros colonizadores, alemães e noruegueses, que aqui chegaram, em 1851. Para quem ainda duvida, visitem o Cemitério dos Imigrantes de Joinville e vejam lá enterrados alguns dos escravos que aqui viveram.

Além do resgate e da luta para que essa história seja propagada e apresentada tanto para moradores, quanto para turistas, a Consciência Negra se faz necessária em uma cidade que continua a insistir ser pertencente a um só povo e que, com isso, contribui para o surgimento de grupos neonazistas e separatistas.

Ao acreditar que o problema racial seria resolvido se fosse silenciado, seguindo a lógica Morgan Freemiana, permitiu-se que o problema crescesse, fazendo surgir diversos casos e denúncias de racismo.

Recentemente, o caso envolvendo a modelo Haeixa Pinheiro, na disputa do concurso para eleger a rainha da 77ª Festa das Flores, viralizou na internet e deixou mais do que evidente a importância de uma data que relembre o sofrimento da população negra no período escravocrata e as consequências dessa época que persistem até hoje. A invisibilidade negra nos concursos de beleza, por exemplo, é parte das grandes consequências geradas pela escravidão em terras brasilis.

Não me agrada esses tipos de concursos, a objetificação da mulher e sua exposição, tendo que corresponder a um padrão pré-estabelecido, reduzindo todas as suas qualidades a simples aparência, tentando criar padrões que demonstrem o que é belo e o que é feio, o que é bom e o que é ruim, o que deve e o que não deve ser aceito, mas diante dos fatos é preciso fazer uma outra análise sobre outra problemática existente: o racismo.

Se é permitido a presença de mulheres brancas disputando a coroa de rainha das Escolas de Samba, no Carnaval, por que não é permitido a presença de mulheres negras na disputa pela coroa em eventos da cultura germânica?

Ainda insistem em nos intitular como extremistas e intolerantes, quando a realidade nos mostra o contrário.

Haeixa pode até não saber, mas representa a negritude joinvilense, todos aqueles e aquelas que se escondem, não querem tocar no assunto, sentem medo. Haeixa está encorajando negros e negras a buscarem a Consciência, a representatividade e o direito de dizer que estamos aqui, que ajudamos a construir essa cidade e que queremos respeito.

Respeito à nossa cultura, as nossas tradições. Respeito à diversidade.

Somos diferentes, sim. Minha pele negra é diferente da pele branca, mas não é isso que gera o racismo. O que gera o racismo é querer usar dessa diferença para sobressair, tirar vantagem das outras pessoas, hierarquizar. Foi isso que foi feito na escravidão e persiste até os dias de hoje. Sobre os que têm e os que não têm, os que mandam e os que obedecem, os que vivem e os que morrem, os que são livres e os que são encarcerados...

Acredito também que devemos ver o que nos une, mas sem um olhar clínico, crítico e analítico do que nos separa, jamais atingiremos a unidade que tanto queremos. É esse olhar clínico que a Consciência Negra tenta trazer todos os anos, todos os meses, todos os dias, mas nunca consegue ser escutada. Os problemas raciais são estruturais no nosso país, não é esvaziando os debates, não é tentando silenciar que iremos chegar a uma solução eficaz. É justamente por meio da escuta, da educação, da pesquisa, da leitura, do conhecimento e, principalmente, da empatia.

Se você quer mesmo ter uma Consciência Humana, comece entendendo que a Consciência Negra é importante, pois com todas as desumanidades que nós enfrentamos nos mantemos de pé, tentando dialogar e ensinar um pouco mais sobre a nossa cultura, a pedir mais respeito, a lutar pelo fim do genocídio e da marginalização da nossa população, da nossa religião, das nossas tradições.

Salve Zumbi! Salve Dandara! Salve Tereza! Salve todos os heróis e heroínas, negros e negras, que morreram lutando por justiça e liberdade! Estão vivos e serão sempre lembrados.

O quilombo é inspiração! UBUNTU!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O jornalismo do Profissão Repórter precisa ser regra, e não exceção

Imagem do filme Boa Noite, e Boa Sorte
POR FELIPE SILVEIRA

O Profissão Repórter de ontem, 3 de novembro de 2015, mostrou mais uma vez a diferença que o jornalismo pode fazer na vida das pessoas. Você não deve ter visto, pois o programa da Rede Globo comandado pelo experiente e compromissado Caco Barcellos, que coordena uma equipe de jovens jornalistas, vai ao ar na última hora das terças-feiras, às vezes na primeira hora das quartas – talvez propositalmente.

No programa de ontem, Caco e sua equipe contaram histórias de agricultores que foram afetados pelo uso de agrotóxicos nas plantações, especialmente de tabaco. Ouviram as famílias de pessoas que tiraram a própria vida, pois o agrotóxico gera e agrava o quadro. Da mesma forma com o câncer, causado pela exposição ao veneno. Mostraram também como esses trabalhadores estão sujeitos a péssimas condições.

Ou seja, o programa apresentou ao Brasil uma questão fundamental que afeta a todos nós, mas que, talvez pelo horário, talvez pelo estilo do programa, poucos viram. Certamente, uma maior exposição de temas como esse causaria um maior debate e mudanças na sociedade. E, talvez, dessa forma, resolvêssemos melhor nossos problemas. Neste caso, notadamente, poderíamos avançar na questão da saúde.

Mas, infelizmente, não é assim que a banda toca. Como o jornalismo tem a capacidade de apresentar soluções aos problemas, quem não quer resolvê-los achou um jeito de anular este poder. O jeito encontrado é não fazer jornalismo, ou fazer um jornalismo tacanho, insuficiente para promover o diálogo e encontrar soluções. Há cada vez menos jornalistas nas redações, e as opções de carreira em outras áreas são cada vez mais atraentes aos novos e velhos profissionais.

Há, sem dúvida, bom jornalismo sendo feito em diversos lugares. Às vezes nas redações mais tradicionais, às vezes na própria Globo, como o caso que abre o texto. Novas e independentes alternativas surgem com mais ou menos força. Mas ainda é muito pouco para a demanda. A TV e o rádio, que alcançam a maior parte da população, raramente discutem grandes questões. Algumas, pelo contrário, se especializaram em fazer terrorismo político. Ao tratar questões de maneira superficial, como o aumento de preços, sem tratar das causas, sem aprofundar as explicações, sem propor soluções, os donos das emissoras fazem a pior política.

É ótimo que existam programas como o Profissão Repórter, mas ele não pode ser a exceção. Este tipo de jornalismo precisa ser a regra.

Força, Lola

Lola Aronovich é uma blogueira feminista das mais atuantes, que publica quase que diariamente em seu blog Escreva Lola Escreva. Pela firme atuação, Lola é odiada por canalhas misóginos que tentam, de todas as formas, fazer com que ela pare. Além das terríveis ameaças de violência e morte para ela e para a família, o que já é gravíssimo, os vermes usam de outras táticas para atingi-la.

A última delas foi a criação de um site falso com conteúdos preconceituosos e de ódio que, quem conhece a Lola, sabe que ela jamais escreveria algo parecido. Como se não bastasse tamanha escrotice, o conteúdo foi compartilhado por perfis com diversos seguidores de direita, como Olavo de Carvalho e Roger, duas formas decadentes de existência. Roger, mesmo alertado da falsidade do site, manteve o compartilhamento e ainda tentou justificar.


A perseguição à Lola é uma perseguição a todas as mulheres. As mulheres têm conquistado grandes vitórias em sua luta por igualdade e direitos e é por isso mesmo que tem sido cada vez mais atacadas pelos vermes que não suportam perder seus privilégios. Vermes que querem liberdade para odiar, explorar e violentar. Mas eles vão perder.

De minha parte, quero demonstrar aqui minha solidariedade à Lola, ajudando a divulgar a história do site fake, e também minha solidariedade a todas as mulheres.

Cunha sai, pilula fica!

Nesta sexta, às 18 horas, na Praça da Bandeira, vai rolar o ato contra o PL 5069, de autoria de Eduardo Cunha. A movimentação está acontecendo em todo o Brasil e levou milhares de mulheres às ruas na semana passada. A manifestação em Joinville foi adiada por causa da chuva. Cunha tem sido tratado, com razão, por causa da condução do legislativo, como um inimigo das mulheres. E elas estão protagonizando o movimento que vai derrubá-lo. Venha ajudar. Evento aberto a todos e todas.

Confirme presença e saiba mais aqui.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

De táxis, brasileiros, crises e Facebook




POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Hoje andei de táxi. O taxista, pessoa muito simpática, tinha enorme interesse pelo Brasil. Diz ser muito conhecido pela comunidade brasileira por causa do seu táxi (uma van), que tem um tamanho à medida de quem vai mudar e tem muita bagagem para transportar. O homem brincou, dizendo ver os seus clientes uma única vez.

-       É quase sempre gente que está de volta para o Brasil. Só não entendo por que querem voltar se aquilo lá está tão mal.

Expliquei que para muitos desses brasileiros, em especial os mais suscetíveis ao desemprego ou subemprego, é mais vantajoso voltar para o Brasil. Crise por crise, pelo menos que seja em casa. E acrescentei que, guardadas as proporções, a crise no Brasil não é muito diferente das crises de outras partes do mundo, como Portugal, Espanha, França ou mesmo a Alemanha.

Ou seja, cada país tem as suas peculiaridades, mas crise é crise em qualquer latitude. Só que algumas sociedades tendem a reagir de maneiras diferentes. No Brasil, por exemplo, há quem queira resolver a crise com o caos. Ou seja, há quem ache possível apagar o fogo jogando gasolina. 

Fiquei curioso e perguntei ao taxista como ele sabia dos acontecimentos no Brasil. A resposta foi um tanto inesperada, mas não surpreendente.

-       É o que eu leio no Facebook.

Todos sabemos que as redes sociais eliminam fronteiras. E que por causa da língua é natural haver uma maior interação entre brasieiros e portugueses. Mas daí a tomar o Facebook como fonte de informação é baixar a guarda e expor a inteligência ao nocaute. Se os próprios brasileiros, que vivem a realidade no dia a dia são presas fáceis para as patranhas das redes sociais, pior para quem está do outro lado do Atlântico.

Mas sabem o que é mais preocupante? É que a comunicação social portuguesa – e também em outras partes da Europa – tem como referência a velha e caquética imprensa brasileira. Ou seja, vai beber informação na fonte de um pessoal que mandou a compostura e a ética às ortigas. O que temos então? Um país com a imagem cada vez mais parecida com uma república das bananas.  E o Brasil vira um país onde os empresários pensam duas vezes antes de investir.

Mas, afinal, dirão os anônimos nos comentários: quem se importa com o que os estrangeiros pensam? 

É a dança da chuva. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Galpões de reciclagem nos quatro cantos de Joinville?


POR JORDI CASTAN

Alguns vereadores tem uma especial habilidade para envolver seus nomes em projetos “esdrúxulos”. Nunca é casualidade que sejam sempre os mesmos e é bom que nestes casos a população fique de olhos bem abertos, para depois não lamentar o impacto e os prejuízos que estes projetos, caso sejam convertidos em lei causarão a sociedade.

Infelizmente o Vereador Bento e outros pares estão, novamente, prestando um desserviço à população. Toda essa movimentação na Câmara, toda essa pressão e especialmente o fato de estar usando catadores e recicladores, (muitos deles são pessoas simples e sem o mínimo de instrução, de acordo com o estudo apresentado recentemente pela própria prefeitura de Joinville)  Gente bem intencionada e que enfrenta problemas por conta da atividade que realiza, presa fácil de vendedores de ilusões, trambiqueiros, enganadores e vereadores de qualquer ideologia. Que os tem convertido em massa de manobra para pressionar pela aprovação de uma lei que precisa ser bem conhecida, especialmente para todos aqueles moradores que correm o risco de um dia para outro ter um galpão de reciclagem instalado ao lado do seu imóvel. Faltam como sempre dados verazes, mapas detalhados e os estudos técnicos pertinentes. Aspectos estes que os nossos vereadores acham que carecem de importância. Deveriam estar previstas Audiências Públicas sobre esta questão, sob o ponto-de-vista ambiental.

É bom lembrar que um projeto anterior, (PLC 01-2015) com o mesmo objetivo já  foi vetado pelo Prefeito Udo Dohler e mesmo assim um novo projeto está em tramitação da Câmara com mesma roupagem.

O Vereador Bento e o Vereador João Carlos Gonçalves não desistem e estão mobilizando catadores e recicladores vendendo a ideia de que a poderão ser instalados galpões de reciclagem em quase todas as áreas de Joinville. É bom entender o que é e como funciona um galpão de reciclagem e não se deixar iludir com as palavras mansas dos nossos legisladores. É importante entender que são atividade poluidoras e potencialmente poluidoras, que devem estar restritas a áreas especificas da cidade. Que não podem e não devem ser instaladas perto de áreas residenciais, que permitir que se instalem nas áreas previstas nos projeto de lei é um atentado ao futuro de Joinville. É vergonhoso o que os dois vereadores estão fazendo. No caso do Vereador Bento (PT) poderia se fosse o caso ser acusado de reincidência, não só pela insistência em aprovar este projeto, mas pelo perfil e objetivos da maioria dos projetos que tem liderado, quando o tema é urbanismo. Foi dele a iniciativa de aumentar o perímetro ..... e foi dele o projeto da Lei Bentinho que já foi objeto de um post aqui no Chuva Ácida. Chego a conclusão que esse senhor é perigoso para o futuro de Joinville. Que esta pouco preocupado com Joinville e que só esta focado nos seus interesses pessoais.

É esse aspecto pessoal e humano o que esta sendo explorado pelos vereadores e divulgado pela imprensa. Corre-se o risco novamente de não tratar com a seriedade e a tecnicidade que requer o tema, por conta do enfoque sentimentaloide e pontual acrescentado a isso a pressão que se faz não só para que seja aprovado, mas para que não seja discutido adequadamente.


A Câmara de Vereadores tem divulgado este release:

Atualização: No final da sessão de hoje os vereadores da Comissão de Urbanismo Jaime Evaristo (PSC), João Carlos Gonçalves (PMDB), Maurício Peixer (PSDB) e Manoel Bento (PT) apresentaram requerimento convocando reunião extraordinária para amanhã (28) às 16h30.
A Comissão de Urbanismo deve debater no dia 5 de novembro, em reunião extraordinária, o Projeto de Lei Complementar 46/2015, que tem como objetivo permitir que galpões de reciclagem possam se instalar em mais áreas da cidade. O projeto estava na pauta da reunião da Comissão hoje, mas não foi votado.
A Câmara de Vereadores já havia aprovado projeto de lei com o mesmo objetivo, o PLC 1/2015, mas ele teve veto do prefeito Udo Döhler. De acordo com a justificativa do veto, as emendas ao projeto aprovadas pelos vereadores causaram a “desconfiguração dos seus objetivos exorbitando o âmbito da matéria”.
O presidente da cooperativa de trabalhadores de material reciclável Recicla, Anderson Ramalho da Silva, pediu em Plenário que o projeto seja aprovado com rapidez. “A demanda por material reciclado só aumenta e nós não podemos trabalhar”, afirmou.
Texto: Marina Bosio 


Fazendo uma leitura do mapa elaborado para aprovar o projeto de lei, pode se ver claramente (em vermelho) que a área destinada a permitir a instalação de galpões e de empresas de serviços de reciclagem. No caso de Pirabeiraba a situação será de converter a maior parte da área do distrito em área para a instalação deste tipo de atividades. Precisa mesmo fazer uma coisa dessas com a população daquela região? Tampouco é melhor a situação dos Bairros São Marcos, Boa Vista, Espinheiros e da Zona sul. Vamos assim converter Joinville numa imensa área de reciclagem.

Região de Pirabeiraba


Amanha 3ª. Feira (03/11) haverá uma reunião na Comissão de Urbanismo, a partir das 14h30min na Câmara para a discussão final deste projeto absurdo.

É de importância vital que os moradores dos bairros atingidos pelo projeto, individualmente ou através das suas associações de moradores tomem conhecimento deste projeto, pois será permitido em 5 regiões da Cidade e próximo às zonas residenciais (No Santo Antônio está prevista nas proximidades da Avenida Marquês de Olinda e para a divisa do bairro com o Costa e Silva e Distrito Industrial e no lado da Rua Arno Waldemar Dohler) que os catadores e recicladores constituam depósitos de reciclagem.

Projeto autoriza a instalação de empresas de reciclagem em quase todos os bairros


E no caso que sejam autorizados estes depósitos, infelizmente, como a fiscalização da PMJ é zero, representam um foco permanente de roedores, insetos, doenças, mal cheiro, poluição ambiental e visual, problemas de mobilidade urbana, segurança e um convite à desvalorização imobiliária, muito embora nossos legisladores usem a demagogia do discurso da renda e dignidade à estas pessoas

Um detalhe que corre abertamente pelos gabinetes da Câmara é que um dos panos de fundo deste projeto é que empreendedores ligados à área funerária estão fazendo um lobbie poderoso para aprovar o uso de Crematórios nestas regiões, já que o atual Crematório está embargado pela Justiça por conta das trapalhadas cometidas pela administração municipal.

Conhecendo os nomes envolvidos no projeto, o seu empenho e pertinácia não se deve duvidar de que esse seja também um dos objetivos por trás de tanta insistência.


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Macacos me mordam #1


Não reeleja, renove geral!


POR SALVADOR NETO

Anote os nomes a seguir: Adilson Mariano (PSOL), Claudio Aragão (PMDB), Dorval Pretti (PPS), Fabio Dalonso (PSDB), Jaime Evaristo (PSC), James Schroeder (PDT), João Carlos Gonçalves (PMDB), Levi Rioschi (PPS), Lioilson Correa (PT), Manoel Bento (PT), Mauricinho Soares (PMDB), Mauricio Peixer (PSDB), Maycon César (PSDB), Odir Nunes (PSDB), Pastora Leia (PSD), Roberto Bisoni (PSDB), Rodrigo Fachini (PMDB), Rodrigo Thomazi - Suplente/Sidnei Sabel (PP) titular, Zilnety Nunes (PSD). Anotou? Agora fixe essa lista em sua geladeira, quadro branco, ou onde deixe suas anotações importantes do que tem a fazer. Já explico.


Essas pessoas listadas acima são os vereadores no exercício do cargo em Joinville (SC). Eleito em 2012 ainda pelo PSD, Patricio Destro, hoje PSB (é...) virou deputado estadual em 2014 abrindo a vaga para Zilnety Nunes. Rodrigo Thomazi assume quando Sidnei Sabel deseja ser secretário do Governo Udo. Temos mais nomes de suplentes – aqueles que ficam na fila para assumir caso um dos eleitos tenha de deixar o cargo por qualquer motivo -, mas isso fica para um exercício de casa para você eleitor. Sim, você quer uma cidade melhor, tem de fazer a lição de casa: pesquisar, saber quem é quem, de onde veio, para onde foi, quais negociações fez, se tem nome sujo (processos, acusações, etc), se trabalhou, se não. Coisas básicas para exercer de fato o seu direito de cidadão. E aí votar.

Esclarecido isso, faça o passo seguinte, claro, somente em 2016: não reeleja nenhum destes vereadores ocupantes das cadeiras no legislativo joinvilense. Renove geral. Somos quase 700 mil habitantes dos quais quase 400 mil tem direito a votar, e ser votado. Portanto, há muita gente que pode dedicar seu tempo, conhecimento, habilidades, estudo, formação, visão de mundo, para a coisa pública. Aliás, isso deveria ser uma missão de todo cidadão, alguma vez se candidatar, fazer política partidária, não partidária, se envolver nas associações de bairros, de classes, ser voluntário de instituições sociais e públicas, participar de diretorias de entidades sociais. Fazer política é isso, não é somente votar, ou reclamar diante da TV, dos noticiários.



Claro que na lista atual de vereadores, e de suplentes, há pessoas de bem, com bons serviços prestados. Mas como diz o ditado, o uso do cachimbo deixa a boca torta. Eleitos, começam a compreender a máquina, o os corruptores, lobbies, lobistas, achacadores, e outros, e a se influenciar, ou influenciar outrem. Com isso perde a sociedade. É só ver a quantas andam os projetos cruciais para o bem de Joinville como a Lei de Ordenamento Territorial (LOT), por exemplo. Começam a se acostumar com as benesses (carro, combustível, diárias, tudo livre), com o dia a dia da reclamação do povo, e sequer dão bola para os gritos das ruas e bairros. Portanto, se elegeu, teve seu tempo, realizou, não realizou? Troquemos na próxima!

Como os políticos legislam sobre o sistema político – a tal reforma política muda para nada mudar a anos – mudemos nós a nossa postura. Deixemos de atender ao coração porque o tio, o pai, o irmão, o primo, o amigo precisa... Abandonemos a tentação do aceno de cargo público, ajuda de custo, barro, saibro, máquina para limpar um terreninho... Vamos mudar, pois o poder está conosco, no voto, na nossa escolha! Se mudarmos todos, novos entram, sangue novo, renova-se o ar político. E quando falo de renovar não é a ideia de idade – até porque há nesta lista e em outras, novos bem velhos! -, mas sim de pessoas que nunca passaram pelo legislativo, não conhecem aquele mundo por dentro.

Comecemos, pois esse movimento social pela renovação total do legislativo municipal pela nossa cidade. Não reeleja ninguém, renove geral! A ideia pode parecer utópica, mas é preciso retomar as utopias para que a sociedade volte a ter crença nela mesma, e na política! Acabe com o carreirismo político. Renove tudo, e vejamos como aí sim a juventude voltará a acreditar na política como instrumento de transformação social, que de fato é. A provocação está feita. Comecemos aqui em nossa cidade. Em 2016, não reeleja, renove geral.


É assim, nas teias do poder...

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

#PrimeiroAssédio



POR VANDERSON SOARES

vanderson.vsoares@gmail.com

As redes sociais, nos últimos meses, tem trazido à baila um problema antigo, mas ainda bem atual: o assédio sexual. Em especial, os maiores incentivadores deste debate foram os tweets e postagens sobre a menina Valentina, participante do MasterChef Jr e o #PrimeiroAssedio, hashtag criada no Twitter para que as meninas que já sofreram assédio pudessem falar mais a respeito de suas desagradáveis experiências.

Detive-me a ler os tweets e comentários e não pude deixar de pensar no quão difícil deve ser mulher nos tempos de hoje. Não por ser mulher, mas por ser o maior alvo no caso do assédio. Este texto não tem a presunção de analisar o machismo, pois este é mais amplo (atinge o mercado de trabalho, a vida conjugal, a forma de educar os filhos, etc), mas o assédio é um dos aspectos no rol de atividades que o machismo incentiva, o ato em si é algo que ultrapassa a barreira da criminalidade, do mais baixo nível que nossa espécie pode chegar.

O que mais assombra no relato das meninas é que quase todas sofreram abusos ou tentativas enquanto ainda crianças, com 9, 10, 12 anos. Você que é homem e lê este texto, você acha normal uma criança despertar o seu tesão? Se sim, procure ajuda, pois não, não é normal. 

Fiquei intrigado com o tema e conversei um pouco com as mulheres que convivo no trabalho ou nos grupos que participo e todas que pude conversar admitiram que já sofreram algum tipo de assédio. E por assédio, não se entenda somente os comentários ofensivos e chulos que são feitos na rua (que também ferem e machucam), mas também gestos, atitudes e até tentativas de agressão.

Imagine você que é pai, que é marido, que é irmão ou que é um ser humano capaz de viver em sociedade, consegue imaginar o medo que sua filha, namorada ou mãe tem ao andar sozinha na rua ou em horários noturnos? Pois não deveriam ter esse receio. O direito de ir e vir não escolhe gênero. Ainda me recordo das vezes que escutei meu pai ou mãe falar para minha irmã trocar de roupa, pois a calça dela estava apertada demais. Entendo que seja uma forma de proteger, de querer o bem, mas isso é educar ao contrário, é culpar a vítima e não o agressor. 

O que tira a fé na reabilitação da humanidade é ler os comentários de gente que não tem empatia tampouco capacidade de vivência em sociedade, defendendo o assédio (sim, o crime) com comentários do tipo: “Mas também, olha a roupa que ela estava usando”, “Ela estava pedindo”, “Essa merece” e por aí vai. 

Esse tema se desmembra em tantos outros que não caberiam apenas neste texto, mas uma grande “justificativa” difundida para este crime é que é “da natureza do homem, do instinto”. Se dermos crédito a isso, estaremos nos reclassificando novamente como primitivos, como animais. É também próprio da espécie humana querer a evolução, a compreensão e a plena convivência em sociedade.

Por ser homem, não me sinto com autoridade suficiente nem com domínio do assunto para incentivar as mulheres em como reagir, mas com certeza se calar não é a melhor forma de lidar. Sofrer um abuso, um assédio, por mais próxima que seja a pessoa, um vizinho, tio, amigo, deve ser denunciado e sofrer os rigores da lei. Se não isso, ao menos a franca conversa com a mãe, a filha ou alguém de confiança, pois guardar para si apenas colabora para a continuidade do problema na sociedade e não superação pessoal do ocorrido.