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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Galpões de reciclagem nos quatro cantos de Joinville?


POR JORDI CASTAN

Alguns vereadores tem uma especial habilidade para envolver seus nomes em projetos “esdrúxulos”. Nunca é casualidade que sejam sempre os mesmos e é bom que nestes casos a população fique de olhos bem abertos, para depois não lamentar o impacto e os prejuízos que estes projetos, caso sejam convertidos em lei causarão a sociedade.

Infelizmente o Vereador Bento e outros pares estão, novamente, prestando um desserviço à população. Toda essa movimentação na Câmara, toda essa pressão e especialmente o fato de estar usando catadores e recicladores, (muitos deles são pessoas simples e sem o mínimo de instrução, de acordo com o estudo apresentado recentemente pela própria prefeitura de Joinville)  Gente bem intencionada e que enfrenta problemas por conta da atividade que realiza, presa fácil de vendedores de ilusões, trambiqueiros, enganadores e vereadores de qualquer ideologia. Que os tem convertido em massa de manobra para pressionar pela aprovação de uma lei que precisa ser bem conhecida, especialmente para todos aqueles moradores que correm o risco de um dia para outro ter um galpão de reciclagem instalado ao lado do seu imóvel. Faltam como sempre dados verazes, mapas detalhados e os estudos técnicos pertinentes. Aspectos estes que os nossos vereadores acham que carecem de importância. Deveriam estar previstas Audiências Públicas sobre esta questão, sob o ponto-de-vista ambiental.

É bom lembrar que um projeto anterior, (PLC 01-2015) com o mesmo objetivo já  foi vetado pelo Prefeito Udo Dohler e mesmo assim um novo projeto está em tramitação da Câmara com mesma roupagem.

O Vereador Bento e o Vereador João Carlos Gonçalves não desistem e estão mobilizando catadores e recicladores vendendo a ideia de que a poderão ser instalados galpões de reciclagem em quase todas as áreas de Joinville. É bom entender o que é e como funciona um galpão de reciclagem e não se deixar iludir com as palavras mansas dos nossos legisladores. É importante entender que são atividade poluidoras e potencialmente poluidoras, que devem estar restritas a áreas especificas da cidade. Que não podem e não devem ser instaladas perto de áreas residenciais, que permitir que se instalem nas áreas previstas nos projeto de lei é um atentado ao futuro de Joinville. É vergonhoso o que os dois vereadores estão fazendo. No caso do Vereador Bento (PT) poderia se fosse o caso ser acusado de reincidência, não só pela insistência em aprovar este projeto, mas pelo perfil e objetivos da maioria dos projetos que tem liderado, quando o tema é urbanismo. Foi dele a iniciativa de aumentar o perímetro ..... e foi dele o projeto da Lei Bentinho que já foi objeto de um post aqui no Chuva Ácida. Chego a conclusão que esse senhor é perigoso para o futuro de Joinville. Que esta pouco preocupado com Joinville e que só esta focado nos seus interesses pessoais.

É esse aspecto pessoal e humano o que esta sendo explorado pelos vereadores e divulgado pela imprensa. Corre-se o risco novamente de não tratar com a seriedade e a tecnicidade que requer o tema, por conta do enfoque sentimentaloide e pontual acrescentado a isso a pressão que se faz não só para que seja aprovado, mas para que não seja discutido adequadamente.


A Câmara de Vereadores tem divulgado este release:

Atualização: No final da sessão de hoje os vereadores da Comissão de Urbanismo Jaime Evaristo (PSC), João Carlos Gonçalves (PMDB), Maurício Peixer (PSDB) e Manoel Bento (PT) apresentaram requerimento convocando reunião extraordinária para amanhã (28) às 16h30.
A Comissão de Urbanismo deve debater no dia 5 de novembro, em reunião extraordinária, o Projeto de Lei Complementar 46/2015, que tem como objetivo permitir que galpões de reciclagem possam se instalar em mais áreas da cidade. O projeto estava na pauta da reunião da Comissão hoje, mas não foi votado.
A Câmara de Vereadores já havia aprovado projeto de lei com o mesmo objetivo, o PLC 1/2015, mas ele teve veto do prefeito Udo Döhler. De acordo com a justificativa do veto, as emendas ao projeto aprovadas pelos vereadores causaram a “desconfiguração dos seus objetivos exorbitando o âmbito da matéria”.
O presidente da cooperativa de trabalhadores de material reciclável Recicla, Anderson Ramalho da Silva, pediu em Plenário que o projeto seja aprovado com rapidez. “A demanda por material reciclado só aumenta e nós não podemos trabalhar”, afirmou.
Texto: Marina Bosio 


Fazendo uma leitura do mapa elaborado para aprovar o projeto de lei, pode se ver claramente (em vermelho) que a área destinada a permitir a instalação de galpões e de empresas de serviços de reciclagem. No caso de Pirabeiraba a situação será de converter a maior parte da área do distrito em área para a instalação deste tipo de atividades. Precisa mesmo fazer uma coisa dessas com a população daquela região? Tampouco é melhor a situação dos Bairros São Marcos, Boa Vista, Espinheiros e da Zona sul. Vamos assim converter Joinville numa imensa área de reciclagem.

Região de Pirabeiraba


Amanha 3ª. Feira (03/11) haverá uma reunião na Comissão de Urbanismo, a partir das 14h30min na Câmara para a discussão final deste projeto absurdo.

É de importância vital que os moradores dos bairros atingidos pelo projeto, individualmente ou através das suas associações de moradores tomem conhecimento deste projeto, pois será permitido em 5 regiões da Cidade e próximo às zonas residenciais (No Santo Antônio está prevista nas proximidades da Avenida Marquês de Olinda e para a divisa do bairro com o Costa e Silva e Distrito Industrial e no lado da Rua Arno Waldemar Dohler) que os catadores e recicladores constituam depósitos de reciclagem.

Projeto autoriza a instalação de empresas de reciclagem em quase todos os bairros


E no caso que sejam autorizados estes depósitos, infelizmente, como a fiscalização da PMJ é zero, representam um foco permanente de roedores, insetos, doenças, mal cheiro, poluição ambiental e visual, problemas de mobilidade urbana, segurança e um convite à desvalorização imobiliária, muito embora nossos legisladores usem a demagogia do discurso da renda e dignidade à estas pessoas

Um detalhe que corre abertamente pelos gabinetes da Câmara é que um dos panos de fundo deste projeto é que empreendedores ligados à área funerária estão fazendo um lobbie poderoso para aprovar o uso de Crematórios nestas regiões, já que o atual Crematório está embargado pela Justiça por conta das trapalhadas cometidas pela administração municipal.

Conhecendo os nomes envolvidos no projeto, o seu empenho e pertinácia não se deve duvidar de que esse seja também um dos objetivos por trás de tanta insistência.


sábado, 24 de março de 2012

Somos analfabetos ambientais?


POR AMANDA WERNER

Desde muito cedo aprendi com meus pais a reciclar o lixo. Tínhamos até uma composteira para resíduos orgânicos em casa. Naquela época era mais difícil, pois não havia coleta seletiva e tínhamos que acumular latinhas, papelões e plásticos para entregar para o “homem da lata” que vinha de quando em vez para apanhar o nosso lixo. Hoje, o caminhão de coleta seletiva cobre todos os bairros da cidade, restando-nos apenas o trabalho de separar o lixo.
         
Você já parou para contar o quanto de lixo reciclável você e sua família produzem por semana? Eu já. Posso afirmar que em se tratando de volume e peso, a quantidade de lixo reciclável produzida é, no mínimo, o dobro da quantidade de lixo orgânico. Faça o teste em sua casa. Após, por favor, me corrija se eu estiver errada.

Poucos reciclam. Parece que a ideia de reciclagem aplica-se somente às latinhas de cerveja e refrigerantes. Talvez pelo incômodo que causem, ocupando grande volume dentro do lixo de cozinha comum. Dá tanto trabalho assim lavar o plástico que veio como embalagem da carne a vácuo? Sendo a resposta afirmativa, o esforço não terá valido a pena?

Não avançar é recuar. Com tanta informação sobre reciclagem nas escolas e meios de comunicação, continua-se fazendo mais do mesmo. Não reciclando ou reciclando somente o que convém. O analfabetismo ambiental cobra custos elevados, quando, por exemplo, durante uma enchente, garrafas pet e todo o tipo de resíduos sólidos que deveriam ter sido reciclados, entopem os bueiros, e nos vemos em meio a um verdadeiro caos de sujeira e entulho.

Pouco adianta nos sentirmos conscientes, ao optarmos por comprar produtos com embalagens recicláveis, quando na hora de descartarmos esta mesma embalagem, misturamos tudo com os resíduos orgânicos. O ato da compra da embalagem correta, não torna ninguém, por si só, ecologicamente responsável. É imprescindível que o lixo seja adequadamente separado.

A preocupação persiste quando se pensa que no momento da entrega do lixo reciclável para o caminhão de coleta o problema está resolvido. A nossa cidade estaria preparada para dar o destino correto ao lixo separado? Me pergunto se, ao deixar minha casa limpa, mandando o lixo pelo caminhão, não estaria apenas empurrando esse lixo para outro lugar.

A Ambiental, que é a empresa que faz a coleta seletiva de lixo em nossa cidade, informou que os resíduos recicláveis são encaminhados para cooperativas e associações de pessoas carentes, que separam e revendem o material. Ou seja, o que pra nós não passa de lixo, para outros é renda, forma de sustento.

Na cidade de Wiesbaden, na Alemanha, alguns mercados possuem uma grande máquina, onde as pessoas depositam resíduos sólidos recicláveis dentro de um buraco. De acordo com o tipo de resíduo, aparece um valor no visor da máquina, que corresponde à quantidade de créditos que a pessoa recebe para utilizar na compra de alimentos dentro dos próprios mercados. Não é genial? Você pode argumentar, que não funcionaria aqui em Joinville, que na Europa é diferente e tudo mais. Mas que tal se a partir desse exemplo, pensarmos em algo semelhante, algo que funcione como estímulo para os que ainda não reciclam? Há diversos bons exemplos mundo afora.

O fato, é que nossas ações testam diariamente a capacidade de suporte dos ecossistemas. Estamos diante de recursos naturais finitos. Se por um lado faltam políticas públicas para tratar da questão, por outro, falta boa vontade para separar corretamente o lixo reciclável. Devemos nos lembrar que a capacidade de resiliência da Terra é limitada e a nossa forma atual de consumo não.