sábado, 17 de outubro de 2015
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
A mágica da multiplicação de vagas em CEIs
POR SALVADOR NETO
Joinville é a cidade onde se fazem milagres, até na educação infantil. De uma só canetada 600 vagas apareceram do dia para a noite na rede pública municipal. A receita? Acabar com o turno integral para 600 crianças, aproximadamente. Neste quadro de circo eles cortam para aumentar. Só esqueceram das crianças, seus pais e suas mães.
Os autores da mágica são o prefeito Udo Döhler, o secretário da Educação, Roque Mattei, e claro, a bancada governista formada por quase todos os 19 vereadores. Esta semana inclusive o líder do governo no legislativo, vereador Claudio Aragão (PMDB), encerrou reunião da Comissão de Educação – que preside – diante dos protestos de dezenas de pais e mães que não sabem o que fazer diante dessa “mágica”. Democrático o vereador governista não acham?
Os fakes governistas, os bajuladores
aninhados em cargos do governo, ou mesmo fora dele em empregos terceirizados,
podem me chamar de chato. Para este jornalista isso é um elogio. Sou obrigado a retomar o lema que marcou a eleição de
Udo em 2012: não falta dinheiro, falta é gestão. Tal frase, que levou milhares
a votar no empresário peemedebista, hoje soa como palavrão para a rapaziada do
outro lado do rio Cachoeira.
Entendo, é difícil explicar o
inexplicável hoje após quase quatro anos de governo que não disse a que veio. Após
os fiascos na saúde – o alcaide se diz conhecedor há 40 anos, portanto
presume-se que conhece do riscado -, na infraestrutura, mobilidade urbana,
embelezamento e manutenção da cidade, suas praças, ruas (buracos brigam entre
si nas vias centrais, e muito mais nos bairros), agora eles brindam os pais e
mães joinvilenses com um presentão em outubro, mês das crianças e dos
professores: tirar direitos para fazer nascer vagas para mais crianças.
Segundo a Prefeitura, e seus
planejadores, o município prevê mais quatro mil matrículas na faixa de idade
entre 4 e 5 anos. E que o atendimento na educação infantil vai aumentar de oito
mil para 12 mil crianças nesta faixa de idade em 2016, quando as matrículas a
partir dos quatro anos já serão obrigatórias por lei. Ao eliminar o turno
integral para aquela faixa etária, aponta o secretário Roque Mattei, a rede
ganhou novas vagas em número proporcional às matriculas desativadas.
Ora amigos e amigas, pais e mães que
foram surpreendidos a menos de três meses do final do ano com este anuncio,
onde anda a tal gestão profissional? Após três anos, com dados disponíveis ano
a ano, não sabiam que a demanda aumentaria? Que investimentos na educação são permanentemente
necessários?
Vamos buscar compreender então a gestão Udo, lenta como as tartarugas gigantes de Galápagos: é difícil criar tantas vagas, faltam verbas, etc, etc, etc. Mas o governador Colombo do PSD, é aliado e vive aqui assinando convênios. A presidenta Dilma também, pelo menos é o que diz o Prefeito. A verdade é que além da gestão, falta também criatividade, agilidade, vontade política.
Vamos buscar compreender então a gestão Udo, lenta como as tartarugas gigantes de Galápagos: é difícil criar tantas vagas, faltam verbas, etc, etc, etc. Mas o governador Colombo do PSD, é aliado e vive aqui assinando convênios. A presidenta Dilma também, pelo menos é o que diz o Prefeito. A verdade é que além da gestão, falta também criatividade, agilidade, vontade política.
Aliás, se há vontade política no
sentido de fortalecer a iniciativa privada que possui escolas de nível como a UNISOCIESC,
de onde o secretário Roque é oriundo, Elias Moreira, Bom Jesus, Santos Anjos, e
tantas outras, e tantos outros centros de educação infantil por toda a cidade,
porque não compram essas vagas e resolvam o problema?
Porque não utilizam estruturas do Estado que estão a cair por falta de alunos durante o dia, noite, e também por não ter manutenção, ocupando esses lugares ociosos para colocar nossas crianças e evitar o desespero de pais e mães? Ou o Prefeito, Secretário e Vereadores governistas do PMDB, PSDB, PSC, PDT, e outros menos votados creem que é fácil fazer a mágica com o bolso dos outros?
Porque não utilizam estruturas do Estado que estão a cair por falta de alunos durante o dia, noite, e também por não ter manutenção, ocupando esses lugares ociosos para colocar nossas crianças e evitar o desespero de pais e mães? Ou o Prefeito, Secretário e Vereadores governistas do PMDB, PSDB, PSC, PDT, e outros menos votados creem que é fácil fazer a mágica com o bolso dos outros?
Enquanto os pais são desrespeitados,
vendo seu direito retirado, o Prefeito viaja ao exterior e organiza uma espécie
de festa das cadeiras com o vice-prefeito Rodrigo Coelho (PSB) e o presidente
da Câmara de Vereadores, Rodrigo Fachini (PMDB): eu viajo, vocês assumem um
bocadinho cada um, sem brigar. Eles brincam de governar, e o povo chora em meio
à falta de saúde, vagas na educação, buracos nas ruas, matos em praças, bairros
abandonados ainda esperando os 300 km de asfalto.
No governo Udo agora falta tudo. Dinheiro, gestão, e vergonha. Dizem por lá também que não tem segredo, tem trabalho. Os cidadãos já viram que na verdade tem é muito segredo, e pouco trabalho. Joinville virou Sucupira. Resolvam o problema das vagas sem o sofrimento de pais e mães. É o mínimo que um gestor público deve fazer.
No governo Udo agora falta tudo. Dinheiro, gestão, e vergonha. Dizem por lá também que não tem segredo, tem trabalho. Os cidadãos já viram que na verdade tem é muito segredo, e pouco trabalho. Joinville virou Sucupira. Resolvam o problema das vagas sem o sofrimento de pais e mães. É o mínimo que um gestor público deve fazer.
É assim, nas teias do poder...
Labels:
CEIS,
Educação,
gestão pública,
mágica,
PMDB,
prefeitura de Joinville,
Rodrigo Coelho,
Rodrigo Fachini,
Roque Mattei,
Udo Dohler,
vagas,
Vereadores
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Peça de teatro em um ato: um projeto para Fakeville
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
ATO I
Sobe a cortina. Vereador de Fakeville está reunido com assessores. A sala está à pinha porque, afinal, é preciso ter um batalhão de assessores a pensar na cidade e no bem-estar dos cidadãos.
Sobe a cortina. Vereador de Fakeville está reunido com assessores. A sala está à pinha porque, afinal, é preciso ter um batalhão de assessores a pensar na cidade e no bem-estar dos cidadãos.
Vereador
- Minha gente,
preciso de ideias. Quero deixar uma marca pessoal nessa minha passagem pela
Câmara de Vereadores. Alguma sugestão? Algo que agrade ao maior número de
pessoas...
Estagiário
rindo à bandeira despregada – Diga que vai se
demitir... uah uah uah.
Vereador
– Seu animal. A tua sorte é que tu tem as costas
quentes. Só te aceitei aqui porque tive que fazer um favor ao meu cumpradre. Mas pisa miudinho...
Assessor
de imprensa – ... por falar em animal, isso pode ser
uma boa ideia. O pessoal não é louco por cães e gatos nas redes sociais. É só
pôr uma foto de um bichano que as curtidas viram uma loucura. Filhotinho de
cão, então, nem se fala.
Vereador
– Bem pensado. Tu é um daqueles caras que valem o
dinheiro dos impostos dos contribuintes. Vamos a isso. Que tal criar o Dia do Bicho
de Estimação?
Assessora
jurídica – Não quero jogar água no chope de vocês, mas
já existe uma semana da Proteção dos Animais, que é coisa bem parecida.
Vereador
– Puta que o pariu. Quem a besta que apresentou o
projeto?
Assessora
jurídica – O líder da oposição...
Vereador
– E vocês não me avisam? Seus incompetentes. Fiquem a
saber que este mês vou ficar com uma parte dos vossos salários só de sacanagem.
Assessor
de imprensa – Não pode, vereador. O senhor já leva
essa grana faz tempo.
Vereador
– Ah... e tu, seu incompetente, deixou essa merda
chegar à imprensa. Imagine que até aqueles caras lá do Chuva Ácida ficaram a encher
o saco.
Assessora
jurídica – Processa...
Vereador – Melhor não. Sacomé... gato escaldado...
Assessor
de imprensa – Que tal do Dia do Torcedor do FEC –
Fakeville Esporte Clube? Quase todo mundo na cidade torce pelo time.
Assessora
jurídica – Já existe e acho que é coisa do próprio
FEC. E o prefeito diz que as coisas do time são área de
propaganda dele.
Vereador
– Porra, assim não dá. Quero ideias, seus incompetentes...
Aspone
– Que tal o Dia do Colunista da Imprensa Cor de Rosa?
Vereador – Explica...
Aspone – Todo mundo gosta de sair nas colunas de notícias cor de rosa. Mesmo os pobres, que nunca aparecem, gostam de saber por onde andam os ricos...
Vereador – Claro. É perfeito. Como não pensei nisso antes? Já para os vossos
gabinetes e comecem a trabalhar no projeto. Agora vai...
P.S. – Este ato de uma peça de teatro é mera
ficção. Qualquer semelhança com personagens da vida real terá sido mera coincidência.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
terça-feira, 13 de outubro de 2015
A prova dos nove de Udo Dohler
Podia escolher outros fatos. Mas vamos focar apenas alguns pontos específicos para fazer uma análise do governo de Udo Dohler. O resultado não é bom, porque no frigir dos ovos a obra realizada até este momento está muito aquém das expectativas criadas. E antes de mais nada, deixo claro que ninguém pode duvidar que o prefeito esteja a fazer o seu melhor. Mas esse melhor parece ser pouco, muito pouco. Então, vamos à prova dos nove.
1.
Udo Dohler passou, para os eleitores, a ideia de que não era um político como os outros. Insistiu-se na imagem de um craque da gestão que ia pôr a cidade nos eixos.
Só que mal assumiu e acabou refém do que há de mais atrasado na política da cidade:
pressões por cargos, joguinhos de poder, o tráfico de influência. O político veio à tona, o gestor submergiu.
2.
“Não
falta dinheiro, falta gestão” foi o mote da campanha. Mas não demorou a surgirem as
primeiras lamúrias (ainda hoje persistentes) sobre o fato de não haver dinheiro. Lembro de ter ouvido, no início do ano, um secretário a dizer, numa rádio da cidade, que só haveria dinheiro se viesse do Governo Federal. É a única saída?
3.
Aliás,
não deixa de ser estranho, para uma cidade que precisa da grana de Brasília,
que o vice-prefeito tenha arroubos juvenis e viva a pedir o impeachment da
presidente Dilma Rousseff. Já escrevi aqui que essa falta de sentido de Estado
pode ser prejudicial para a cidade. No entanto, ninguém ouviu falar que o prefeito tenha
dado um puxão de orelhas no seu vice, a pedir mais contenção.
4.
A
promessa de uma Joinville para o ano 2030 esbarra nas ações concretas. A LOT –
Lei de Ordenamento Territorial continua a ser torpedeada por pessoas
preocupadas com a mobilidade, o meio ambiente e a qualidade de vida. Não dá
para entender, por exemplo, essa coisa da construção de
prédios altos, de 20 andares ou algo parecido. As cidades do futuro caminham em sentido oposto. O prefeito deve ser fã do filme "Blade Runner". A cidade de Rick Deckard, o caçador de androides, parece inspirar o seu ideal de futuro. Prédios enormes, nenhuma área verde, ambiente sufocante. Aliás, nem Deckard gostaria. Porque a última cena da edição original do filme mostra um voo sobre uma floresta, onde sobressaem o verde e o ar puro.
5.
Joinville
tornou-se uma cidade de maquetes, de 3D e de ozalids. Quem nunca viu o filme em
3D da duplicação da Santos Dumont, com canteiro central, ciclovia, rotatórias e
elevados? E que tal lembrar a maquete da ponte que liga o Adhemar Garcia ao Boa
Vista? E a planta da proposta de ampliação da Arena Joinville? Qual
dessas obras está realizada? Pergunta retórica.
6.
Udo
Dohler sempre salientou a expertise no setor da saúde. E o que acontece? Falhas atrás de falhas. Nem é preciso uma análise exaustiva. Basta lembrar uma nota do jornalista
Jefferson Saavedra, publicada há poucos dias: “o Hospital
São José é o novo alvo de pressão do Ministério Público na saúde de Joinville. Nesta semana, a
promotora Simone Schultz apresentou ação de execução contra a Prefeitura e o hospital alegando
descumprimento de parte do acordo fechado em março do ano passado entre duas
promotorias e o município de Joinville”. Nem mais.
7.
Outro
fato que não passou batido. O anúncio do fim do turno integral para crianças de
4 a 5 anos nos CEIs a partir do ano que vem. É uma medida paliativa que
resolve o problema da Prefeitura, às voltas com questões legais e
administrativas, mas transfere o problema para os pais trabalhadores. Ora, os administradores
são eleitos para resolver os problemas dos munícipes e não para acrescentar mais
dificuldades.
8.
Os buracos de rua são um fantasma
que persegue a atual administração. Por mais investimentos que haja em
comunicação, nem mesmo uma imprensa amiguinha - e não raro submissa - pode ignorar coisas do cotidiano. Faz poucos dias reeditei aqui um texto em que
abordava a questão. Não adianta ter um filme bonito na televisão ou um
anúncio criativo no jornal, porque os buracos na rua são muito poderosos e destroem qualquer imagem positiva. Não adianta investir tanto na velha
mídia, porque os novos meios digitais, em especial as redes sociais, tomaram o palco para exercer um novo tipo de fiscalização e pressão.
9.
Enfim, o nó górdio. A administração Udo
Dohler tem demonstrado ser um deserto de imaginação. Tudo é feito pelos padrões
políticos de sempre. Não surge qualquer iniciativa out of the box. Nada
surpreende (pelo menos positivamente). Ora, quando falta dinheiro é hora de usar a criatividade. Há coisas simples que podem ser feitas sem muito dinheiro. Mas quando faltam imaginação e criatividade, é a morte do artista.
É a dança da chuva.
P.S. Não venham os comissionados falar em mundos virtuais. Os tempos são outros.
É a dança da chuva.
P.S. Não venham os comissionados falar em mundos virtuais. Os tempos são outros.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Não falta dinheiro na Joinville das maravilhas
POR JORDI CASTAN
O prefeito se elegeu com o mote de que não faltava dinheiro, que o problema de Joinville era a falta de gestão. O eleitor foi facilmente levado a fazer a ligação entre a figura do empresário de sucesso e a necessidade de alguém que fizesse uma boa gestão.Três anos depois, as ruas de Joinville parecem uma praça de guerra. Em alguns pontos os buracos parecem crateras. Praças e espaços verdes estão abandonadas. As filas na saúde continuam escandalosas e só não estão pior pela intervenção do MPSC. Fornecedores recebem os pagamentos com atraso, em alguns casos quase meio ano. E o secretário de Infraestrutura admite publicamente que não há recursos para os programas de pavimentação comunitária.
O discurso ufanista da época de campanha deixou lugar a dura realidade do dia a dia. O joinvilense descobre que se não falta dinheiro o que falta mesmo é gestão. E se mostra cada dia mais irritado, porque se sente enganado. Se houvesse um Código de Defesa do Eleitor, muitos joinvilenses estariam neste momento pedindo o seu voto de volta. O discurso de que a prefeitura comprava mal e pagava caro, porque no pagava em dia continua atual. Os problemas na área da saúde tampouco se resolvem.
As metas divulgadas no fantasioso Plano 15 nunca saíram do papel. E a situação não é mais grave porque não faltam recursos para publicidade e a imprensa tradicional. É sensível a generosidade e responde com tanta amabilidade que radialistas e jornais publicam na integra o material produzido pela Secom (Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal), que apresenta diariamente uma imagem idílica e fantasiosa de Joinville.
Na Joinville das Maravilhas se gerenciam com tanta eficiência os problemas que a solução para resolver a falta de vagas nos CEIs é típica desta gestão tecnocrática. Reduzir o horário, acabar com o turno integral e deixar desatendidas as mães que trabalham. Neste quesito faltou além de gestão, planejamento. É difícil encontrar um único aspecto em que esta administração possa deixar saudades.
Em tempo e para que não tudo sejam criticas. Ouve-se que nos próximos dias a Associação Joinvilense dos Borracheiros autônomos homenageará, no seu baile de gala, o prefeito municipal, O presidente da Associação, Negão da Borracharia, personagem conhecido das redes sociais, declarou recentemente que "nunca na historia de Joinville furou tanto pneu e nunca as borracharias faturaram tanto".
Pensando bem, as homenagens não devem ficar só nessa. E faço a sugestão. Que tal a Associação dos fabricantes e revendedores de amortecedores deve nomear o Prefeito Udo Dohler seu presidente de honra e fazer-lhe entrega da comenda "Amortecedor de ouro" pela sua contribuição ao desenvolvimento do setor?
domingo, 11 de outubro de 2015
A intolerância religiosa também está aqui
POR FELIPE CARDOSO
Não é só em outras cidades que casos de intolerância religiosa acontecem. Aqui, na cidade dita civilizada e nas cidades vizinhas, o fanatismo tomou conta, seguindo a tendência que vem avançando, nos últimos anos, nas terras tupiniquins.
Neste domingo, um terreiro foi atacado por alguns moradores da vizinhança que agrediram, depredaram e ameaçaram um pai de santo, no bairro Santa Mônica, em Araquari.
Estamos voltando para a Idade Média. O fundamentalismo religioso está ganhando força. O discurso moralista, infundado e inverídico tem sido propagado diariamente por padres e pastores que se utilizam da Bíblia para expressar o ódio contra outros grupos, religiosos ou não.
Engraçado que nunca vemos o povo de santo nas praças, nos ônibus, ou indo de casa em casa pregar a salvação, ou tentando nos amedrontar com a falácia de que o fim do mundo está próximo. Muito menos invadindo igrejas e assembleias, ameaçando ou quebrando imagens, ou agredindo fiéis. Imagine se fossemos reclamar de barulho para cada igreja que além de berrar utilizam microfones e caixas de som para realizar suas orações.
Todos esses fatos só deixam mais evidente o verdadeiro objetivo de algumas igrejas: amedrontar, anunciar o caos para, assim, seguirem lucrando e conquistando cada vez mais poder. A bancada evangélica está aí. É uma realidade.
Seria cômico, se não fosse trágico.
E como não relacionar essa ocorrência com o racismo? Umbanda e Candomblé são religiões de matrizes africanas. São parte da cultura de África presentes no nosso país. Em terras de “um só povo”, essas religiões são inadmissíveis. Não correspondem com a “verdadeira” cultura do estado que luta para esconder a sua multiculturalidade. A presença dessas religiões em Joinville e região são uma das várias provas de que a população negra existe e que luta, diariamente, para se ver representada e ouvida.
A educação eurocêntrica nos ensina a ver com bons olhos a religião cristã e ver com maus olhos as religiões de matriz africana. A desconstrução dessa visão da cultura negra passa pelo estudo, pelo diálogo, pelo conhecimento. Só há conhecimento entrando em contato, conversando, pesquisando, visitando. Mas o que vemos é o crescente número de professores cristãos que demonizam tais religiões e fazem questão de não ensinar ou ensinar de maneira errada para seus alunos as culturas vindas de África, desrespeitando a Lei 10.639.
Toda essa ocultação histórica, somada com doses cavalares de fundamentalismo e moralismo, geram a ignorância e a intolerância.
Não pense que essa onda conservadora irá afetar apenas a liberdade das minorias. Logo, logo ela chegará até você (isso se ainda não chegou), tentando lhe impor o que você deve ou não fazer, como deve viver, a quem deve seguir, como deve se portar, falar e agir.
Precisamos de mais autonomia, mais liberdade. Não precisamos de mais restrições e censura. O povo de santo exige e merece respeito. A população negra, as mulheres e os LGBTs também.
Nem um passo atrás deve ser dado, devemos continuar caminhando, escrevendo e propagando a nossa história e a nossa cultura.
Vai ter batuque. Vai ter Orixás. Vai ter cânticos. Vai ter muito povo de santo. Vai ter muito axé!
Santa Catarina também é negra. Aceitem!
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
E já se passaram 4 anos - CHUVA ÁCIDA 4 ANOS
POR JORDI CASTAN
O que começou quase como uma brincadeira, um divertimento, uma forma de estimular o debate, o diálogo e o contraditório - numa cidade e numa sociedade que prefere a unicidade de pensamento e que lida muito mal com as opiniões divergentes - acabou vingando. E o Chuva Ácida é uma realidade.
Desde a definição do nome, o formato, a criação do blog, a
escolha dos primeiros nomes, as primeiras decepções e principalmente os
primeiros posts, os primeiros leitores e os primeiros comentários parece que já
passou uma eternidade. E foi só ontem. Quatro anos não são nada, mas é o tempo
suficiente para mostrar que a ideia vingou. Hoje o Chuva Ácida tem leitores
fiéis, anônimos ainda mais fiéis e colaboradores mais ou menos constantes. Mas, principalmente, o Chuva é leitura obrigatória para assessorias e formadores de opinião que precisam ter outras fontes e conhecer outras opiniões além das oficiais.
Escrever regularmente, dar a cara para bater, expressar
abertamente opiniões e assinar não é para fracos. É preciso ser disciplinado,
comprometido com o projeto, ter estômago de avestruz e ter o que dizer.
Blogueiros de boteco até há muitos, pois a conversa em volta de uma cerveja parece
um esporte nacional. Mas o Chuva Ácida é muito mais que isso. E é muito mais que
isso porque Joinville carecia de um espaço com estas características. E, como o
José António Baço sempre diz, somos os primeiros em ousar. Haverá melhores,
mais ácidos, mais diversos... mas o pioneirismo do blog esta aí para quem
quiser ver.
Agora é hora de reinventar. Porque o Chuva Ácida tem esta
capacidade de estar constantemente se inventando e se reinventando. E fazer
isso com colaboradores espalhados pelo mundo, que se encontram num mundo
virtual não deixa de ser uma experiência nova, desafiadora e estimulante.
Nos fios da teia #1
POR SALVADOR NETO
Inovar sempre é bom. Com Nos Fios
da Teia, notas curtas sobre temas variados, da província, do planalto, de além
mar, tecerei comentários e informarei os assíduos e permanentes leitores do
Chuva Ácida. Vamos lá?
Caso
Lia Abreu
– O texto da semana passada sobre a perseguição política à fiscal sanitarista
(clique aqui) chegou a mais de 5 mil visualizações únicas, mais de 300
compartilhamentos, superando mil leituras únicas somente no site, uma audiência que assusta a turma do outro lado do rio. Quem
não deve, não deveria temer. Final do caso está próximo. E vai sobrar para muita gente, do maior ao menor...
Fakes – Chega até a
refinada redação que há gente fiscalizando de perto alguns perfis “fakes” que
andam rondando, ofendendo e intimidando quem critica o governo da “Villa”. Os
dados de IPs, nomes e outras cositas más podem chegar em setor que ainda
trabalha no governo Udo. Esperemos.
Colombo
x PMDB
– O governador que mais anuncia obras na mesma proporção que não as inicia, nem
finaliza, está mais uma vez colocando o PMDB do finado LHS no bolso. Na base
dos convênios, enreda (ou seria enteia) o prefeito Udo, que espera a grana, a
obra, e nada. Enquanto isso, Darci de Matos articula.
Darci
de Matos
– Meio como quem não quer nada, nos escaninhos do poder, o deputado estadual do
PSD vai tecendo sua campanha à Prefeitura. Motiva outros candidatos a se
lançarem, acena a lideranças comunitárias com possíveis espaços a partir de
2017 na Prefeitura, e não briga com ninguém. Resta saber se aguentará a pressão
na hora do pau comer na campanha.
Mariani
Governador?
– Após longos anos brigando nas internas do PMDB, o deputado federal parece que
finalmente conseguiu quebrar a pedra que o impedia de seguir em frente na sua
obstinada vontade de ser governador. Só que falta combinar mais coisas com
Eduardo Moreira, Dário Berger, Paulo Afonso e outros. Muita água passará por
baixo das pontes da Ilha. Inclusive uma água do oeste chamada Merísio.
Amin
de novo?
– O ex-governador, deputado federal pelo famoso PP, estourou as urnas em 2014 e
volta com força total rumo ao governo de SC. Articula candidaturas por todo o
estado, inclusive em Joinville que agora não tem mais a força de LHS, e terá
apoio velado, ou aberto, tanto de PSD, PSDB e outros que cansaram de arrumar a
casa para outros morarem. Ano que vem vai mostrar se o carecone vem prá valer.
Virá.
PMDB
tucanou
– Enquanto aumenta a ocupação de cargos poderosos na esplanada em Brasília, o
partido que está sempre no poder (tal qual foi o PFL/DEM) faz jogo de cena em
cada estado. Uns gritam que não aceitam negociação de cargos, outros que querem
a governabilidade. E assim passam por grandes estadistas. Na verdade, tem
sempre é muita sede de poder. Com o PT ou quem estiver no Palácio do Planalto.
Tomaram o lugar dos bicudos em cima do muro.
Colocaram
a cunha no Cunha
– Eduardo Cunha (PMDB), o incansável achacador do governo Dilma, do PMDB, do
Temer e de quem quer que esteja na sua frente na corrida por mais poder, pensou
que seria Presidente. Mas colocaram uma cunha – logo pode ser uma tornozeleira
eletrônica – com as contas na Suiça, denuncia por corrução no STF. Em breve
teremos novo presidente na Câmara dos Deputados.
Dilma
e o golpe
– Quem conhece um mínimo de política, acompanha o setor historicamente, sabe
que o que está em jogo não é se a Dilma roubou ou não. A oposição quer voltar
ao poder na marra, e com ajuda da grande mídia, não cansa de criar fatos com
seus “soldados” bem instalados em TCUs, STJs, STFs, TSEs, ao longo de muito
tempo no poder. O que se quer é dar um golpe branco. Quem viveu o período da
ditadura militar sabe que a volta de tempos parecidos que sejam, seria um
desastre para o país. Engana-se quem acha que os movimentos sociais ficarão em
casa. Podemos viver tempos difíceis.
Prefeito
por um dia
– Joinville tem coisas que a colocam como cenário da novela de Dias Gomes, o
Bem Amado. Agora, por ocasião das férias do prefeito Udo Döhler, a grande negociação
pelo bem da cidade e que deve impactar deveras o futuro dos cidadãos, é quem
vai ser prefeito por cinco, sete, dez ou 15 dias: Rodrigo Coelho ou Rodrigo
Fachini. Os Rodrigos estão decidindo como farão para sentar naquela cadeira...
e a caneta, será que fica na mesa? Joinville, Joinville... você merece mais.
Muito mais.
É assim, os fios da teia nas
teias do poder...
Labels:
Amin,
Darci de Matos,
Dilma Rousseff,
Eduardo Cunha,
fakes,
golpe,
Lia Abreu,
Mauro Mariani,
oposição,
PMDB,
PP,
prefeitura de Joinville,
PSD,
PSDB,
Raimundo Colombo,
Rodrigo Coelho,
Rodrigo Fachini,
Udo Dohler
Assinar:
Postagens (Atom)