terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Algumas palavras sobre o IPPUJ

POR CHARLES HENRIQUE

Da mesma forma que criticamos as posturas presentes em toda a sociedade, também sofremos com o processo inverso. Sobre isso já abordei aqui no Chuva Ácida, mas, hoje, reforçarei o que penso sobre um órgão em específico da Prefeitura de Joinville: o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville – IPPUJ, para que todos entendam claramente por qual motivo gosto tanto do tema planejamento urbano.

Ao longo de meus atuais 23 anos, talvez seja o órgão municipal em que eu mais preste atenção e acompanhe os seus passos, desde a infância. Pois é. Desenhava com amigos um possível sistema integrado, com rotas, horários, e modelos de carros das mais diversas empresas fabricantes de ônibus. Um doce sonho infantil, óbvio. Acontece que este sonho foi o que me direcionou rumo à graduação em Ciências Sociais e ao Mestrado em Urbanismo, pois sempre quis entender que “bicho” é esse chamado Joinville, e como se organiza espacialmente. Poderia ter escolhido qualquer outro curso, mas fui para as Ciências Sociais por acreditar que a cidade é feita de pessoas dos mais diversos grupos sociais. Entretanto, ao longo dos anos, aprendi que o planejamento urbano é feito por poucos.

Sempre tive a vontade de trabalhar no IPPUJ, e poder dialogar com os arquitetos-urbanistas, engenheiros, geógrafos e demais profissionais que por lá estariam. Consegui, por partes. De 22 de fevereiro a 9 de julho de 2010 estive lá (sim, como comissionado), contribuindo no projeto da pesquisa Origem-Destino.

Após a realização da pesquisa, e alguns problemas de metodologia com a gerente interina da época, decidi que sairia após as férias (eu já tinha acumulado meses de trabalho em outra pasta). Antes disso, um fato que me fez perder muito do “encanto” pelo IPPUJ: fui chamado (por uma pessoa do segundo escalão do IPPUJ) para prestar esclarecimentos sobre um texto que escrevi dias antes. O “UFSC em Joinville” criticava a postura da Reitoria da UFSC (nada a ver com Prefeitura), mas, fui orientado a “parar” de escrever sobre este tema. Voltei de férias e pedi para sair da pasta, sem enfrentamentos, por acreditar que meu tempo ali tinha acabado. Estou estudando muito para voltar um dia.

Deixo aqui a livre interpretação de cada um.

Colocando as introduções de lado, acredito num IPPUJ em que os setores dialoguem sobre programas. Infelizmente o que acontece é uma falta de diálogo. Arquitetos-urbanistas, engenheiros, e todo o restante do corpo técnico permanecem em um “cada um cuida do seu”, realizando projetos específicos. O negócio é muito cartesiano. Por lá existem ótimos profissionais, que, desarranjados, não dão o seu melhor. Talvez falte até um diálogo maior com as universidades da região, promovendo cursos, workshops, etc.

O IPPUJ é um dos poucos setores que possui, ao longo de sua história, um gestor-técnico, pois quase sempre algum profissional com graduação ou pós-graduação na área comandou as ações do órgão. A possibilidade de se despir daqueles cabides de madeira (velhos, descascados, com o gancho torto) por cabides de plástico (com diferentes moldes e nova tecnologia) é singular. Espero que a confecção dos instrumentos regulatórios do Plano Diretor de 2008 seja realizada com a convicção de que o melhor possível foi feito para toda a sociedade. Já que o planejamento é feito por poucos (por mais que plenárias e audiências públicas contribuam com o tema em questão), ele pode e deve ser feito para todos.

As críticas sempre existirão, mas são proporcionais à importância do IPPUJ. Alguns podem encarar o que se diz sobre ele como um “patrulhamento” ou “asneiras sem fundamento”, porém sempre é pensando no melhor para a cidade, sem encarar como verdade absoluta. Eu prefiro 520 mil pessoas patrulhando o IPPUJ (e também a Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores) ao cenário das décadas de 1960 e 1970, onde tudo era feito em gabinetes, sem discussão, e atendendo ao desejo de poucos. O tema de tão vigente e importante, tornou-se o assunto principal de muitos diálogos. É isso que assusta alguns que estão do lado de lá do balcão (e aqueles que têm acesso livre a eles).

PS: sempre estive aberto ao diálogo e admiro o esforço de cada um em fazer o IPPUJ funcionar.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Deputada chama Chávez de ladrão...

POR ET BARTHES
Para uns, Chávez é apenas um tiranete. Para outros, está empenhado em construir um novo socialismo. Mas será difícil negar a existência de liberdade de expressão. Pelo menos é o que se pode deduzir depois da intervenção da deputada María Corina, pré-candidata a presidente, que usou o microfone para chamar o presidente venezuelano de "ladrão" (e com o presidente presente).


Os defenestrados contra Carlito Merss

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Numa entrevista recente ao jornal A Notícia, o prefeito Carlito Merss produziu uma declaração que pede uma reflexão mais detida sobre este momento ímpar na história política de Joinville. Disse o prefeito:


- Acredito que nossa forma de governar tirou muita gente do conforto, inclusive servidores.


A frase pode ser interpretada de maneiras diversas. Carlito Merss está a ser político e a defender o seu governo. É a sua função, claro. Mas não é o que interessa nesta abordagem. Se a forma petista de governar é melhor ou pior, o julgamento acontecerá nas eleições que estão aí à porta.


MAIS DO MESMO - No entanto, a afirmação de que muita gente foi obrigada a sair da zona de conforto é incontornável para entender os fatos destes últimos três anos. Porque a entrada do PT na prefeitura provocou uma ruptura com uma lógica que durava há décadas: entrava governo, saía governo... e era sempre mais do mesmo. Com uma ou outra mudança pontual, o poder era partilhado sempre pelos mesmos grupos de interesse. Não havia alternância.


Com a eleição de Carlito Merss criou-se uma situação inédita: muitos daqueles que durante décadas viveram enquistados nas estruturas da administração municipal foram empurrados para o desconforto da perda da boquinha. E por boquinha vamos entender: empregos, poder e um lifestyle muito próprio. Tomo a liberdade de chamá-los “defenestrados” (apesar de que a expressão “teúdos e manteúdos” de Tebaldi ou LHS cobriria um bom período histórico).


LINCHAMENTO MIDIÁTICO - Quando a atual administração assumiu, os assessores de Carlito Merss estavam avisados para o fato de que era essencial blindar a sua imagem. Não havia dúvidas de que os defenestrados iriam iniciar uma luta sem tréguas contra a atual administração. E houve uma tentativa de linchamento midiático do prefeito nos meios à disposição desse pessoal. Eu mesmo lembro de ter ouvido um radialista a sugerir que as pessoas fossem vaiar o prefeito num evento.


Mas para a sorte de Carlito Merss, os caras são pouquíssimo competentes. E dispararam toda a artilharia pesada logo nos primeiros tempos. Resultado: se por um lado afetaram a imagem do prefeito, por outro as coisas não poderiam ficar piores para ele. Ou seja, não dava para afundar ainda mais a imagem de Carlito Merss, que a partir daí só poderia recuperar.


Mas as eleições estão aí e o prestígio do prefeito, mesmo que dê tênues sinais de recuperação, continua seriamente abalado. Parecendo que não, isso traz um problema para os eleitores. Porque as alternativas são escassas. Diria quase ridículas. Não me lembro de uma eleição que tenha conseguido reunir tantos nomes risíveis para concorrer à prefeitura. Aliás, um dia destes um leitor do Chuva Ácida, que não vota em Carlito Merss, definiu a coisa:


- Sejamos sinceros: está difícil escolher quem é o menos pior nas eleições desse ano.


CERTEZA VERSUS INCERTEZA - Grosso modo, hoje teríamos três correntes a disputar a tão desejada cadeira da Hermann Lepper, com vista para o ainda líquido Cachoeira.


1. Os caras do costume, separados ou amontoados na tal tríplice, tetra, penta ou hexa (whatever) aliança. O que representa a volta dos defenestrados à tal zona de conforto.


2. Também há uma rapaziada nova a tentar ganhar densidade política.


3. Por fim, o time de Carlito Merss que, longe de bater um bolão, pelo menos ainda não aprendeu a viciar o jogo.


Essa é a escolha que Joinville vai ter que fazer nos próximos meses. E, no final, dá para arriscar uma polarização entre dois campos: a certeza versus a incerteza. Os caras da tríplice aliança oferecem uma certeza: tudo voltará a ser a lesma lerda. Ou seja, uma volta à política do século passado - que já era arcaica no século passado. Do outro lado, uma incerteza. O time de Carlito Merss andou apanhando da bola nestes primeiros anos, mas pode ter o benefício da dúvida: talvez tenham aprendido qualquer coisinha sobre governar a maior cidade do Estado.


Afinal, quem terá que sair da zona de conforto é o eleitor.Vai ser difícil escolher.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Pensar, escrever e conviver


POR EDUARDO DALBOSCO

Com uma certa surpresa, recebi o convite para colaborar com o Blog do Chuva Ácida. Surpresa pois sou uma referência do governo municipal de Joinville e a Chuva, nem sempre amena, ventila ares independentes, marcadamente críticos e com orientação preferencial, não obtusa, pela direção contrária ao estabilishment político.

Escrever 3.447 toques, articular frases, organizar idéias, encadear o pensamento e ser convincente, influindo na opinião pública é enorme desafio. Acredito ser de uma grande responsabilidade social, com alcance nem sempre mensurável, tecer um comentário sobre algo, alguém ou alguma coisa, registrando de forma peremptória um parecer seja condescendente, acusatório ou de apologia desbragada.

Neste caminho, enobrecer ou avacalhar são práticas idênticas, que utilizam os mesmos instrumentais para gerar eficácia na tarefa de convencer. Nem sempre uma critica autodenominada de esperta, tem pertinência com a vida mesma, ou consistência para lograr o rótulo de válida ou lógica. Quantas vezes um comentário de 140 toques, limite da capacidade de produção teórica para muitos, tece juízos fulminantes sobre assuntos que requerem espaços verdadeiramente acadêmicos para se fazerem entender, tal a complexidade dos mesmos. É comum o entusiasmo juvenil de críticos de plantão produzir frases curtas, pobres, sobre assuntos polêmicos. É usual o deleite prazeroso que muitos tem de fulminar outro, com palavras rápidas, mas certeiras,  impressas e definitivas em palpites nas colunas de opinião nos jornais, na provocação de um microfone aberto de rádio ou na facilidade comunicativa das redes sociais, que aceitam qualquer comentário.

Recentemente o colunista Paulo Ghiraldelli Jr., da Folha, asseverou que o comportamento udenista que grassa na história política brasileira, o mesmo que já apostou no PT e no PSDB, agora encontrou nas redes sociais o seu lócus apropriado para reproduzir a crítica sacrossanta de que todos são eticamente impuros. O texto, “Frustração e ódio à democracia”, alerta para o perigo deste comportamento quase sempre localizado na classe média. Concordo com o recado, mas não compartilho com o mérito da análise.
Sou da opinião de que cada palavra precisa ser respeitada. Cada idéia, abriga um sentido que, pertinente ou não, merece ser sempre considerado. Conviver com o diálogo, saber transitar na diversidade de opinião, confrontar sem destruir, construir pelo convencimento e pela humildade de aceitar a mudança de posicionamento, dá trabalho, mas pode ser decisivo para que o pacto societário seja obrigatoriamente prisioneiro e liberto pelos valores da humanidade e da inteligência.

Ouvir é uma capacidade fora de moda. Aqueles que silenciam e escutam, valorizando a carga de idéias que recebem, processando o contraditório antes de emitir precipitadamente qualquer opinião, geralmente são considerados fracos, ausentes de posições firmes, carentes daquela energia individualista que determina, pauta, manda, afirma ou decide. Acho sinceramente que precisamos saber ouvir. Precisamos ter paciência histórica com aqueles que dizem barbaridades de assuntos que não conhecem e com os que se declaram absolutamente certos de temas dos quais eles não têm o menor domínio ou propriedade.

A desigualdade intelectual é propriamente humana, não compreendê-la é burrice. Sem cair no relativismo, o juízo ou a decisão merecem a sabedoria de uma reflexão apropriada.

O maniqueísmo do bem contra o mal, da direita contra a esquerda, do certo contra o errado, está em assintonia com a sociedade contemporânea. Pensar a diferença tendo como ponto de partida a exclusão do adverso é comportamento medieval,  próprio dos amantes da guilhotina.

Pensar a complexidade incluindo o diverso é atual, moderno e necessário. Exige tolerância, preparação, estudo, apego à coerência. E, sobretudo, honestidade com as convicções.

Parabéns ao Chuva Ácida. Espaço plural de crítica inteligente. Jonville sai ganhando. Todos saem ganhando.

Eduardo Dalbosco é Chefe de Gabinete da Prefeitura de Joinville

Soldados dos EUA mijam sobre cadáveres de talibãs

POR ET BARTHES
Você pode até nem entender inglês, mas as imagens - surgidas recentemente na internet - parecem esclarecedoras. O vídeo mostra quatro marines norte-americanos urinando sobre o corpo de três talibãs mortos em combate no Afeganistão. A notícia correu como rastilho, revoltou a comunidade internacional e está a criar enormes problemas para o Marine Corp, que iniciou uma investigação. Tem gente a dizer que é um novo Abu Ghraib para os Estados Unidos.





Abrir com autoajuda, fechar com autoflagelação


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O melhor cinegrafista do mundo

POR ET BARTHES

Ser cinegrafista numa partida de tênis é bem fácil. Basta acompanhar a bolinha, ou, para aqueles que ficam no fundo de quadra, basta fixar o ângulo e pronto. Mas nesta partida algo de diferente aconteceu... ai, ai... seres humanos e seus vícios!!


Delícia, delícia, assim você me engorda!

POR GUILHERME GASSENFERTH

[Preâmbulo: dia desses um amigo disse que 95% de minhas postagens no Facebook eram sobre comida. Evidente exagero, mas não muito desconexo da realidade. E agora trago isto para o Chuva Ácida. É assim, foi só entrar um gordo para o blog começar a ter "gordice" e ganhar seu primeiro post sobre comida! Mas não será comum. Realmente gosto de escrever sobre comida, mas minha preferência disparada é comer.]

Nos últimos 10 anos, Joinville assistiu uma evolução gastronômica delicios... digo, vertiginosa!

Sinto falta de cafés como aqueles que vemos nos filmes, em Paris ou Viena, mas temos ótimas confeitarias, como a São José (a receita daquela torta salgada de frango, requeijão e palmito foi repassada por Deus!) e a Delikatessen Viktoria. Algumas panificadoras, como BrotHaus, Amor & Canela, da Vila e Bavária são pontos de parada às 4 da tarde pra tomar um gostoso café e saborear uma torta, ou às 18h30, voltando pra casa do trabalho. E temos também um café-bistrô, que quase ninguém conhece. Recomendo muito o Bistrô Antoine – na rua Fernando Machado, 190, no América, junto ao Espaço Cultural Avá Ramin. Ambiente agradável, comida boa e barata, decoração impecável - com uma atmosfera cultural impagável. Só que só abrirá de volta a partir do fim de janeiro.

Da memória coletiva, das histórias dos pais e avós, dá saudade de uma Joinville que nunca conheci, como diria o Charles Henrique. O sorvete com salada de frutas da Polar, o pão do Brunkow, os biscoitos e confeitos do velho Trinks – ainda no século XIX, a comida típica do Recanto do Marreco e do Bierkeller, os bons momentos no bar do Museu de Arte, no Ernest ou no Pinguim, a Antarctica de Joinville, o antigo bar do Sopp e as carnes da Churrascaria Familiar (desta ainda lembro, com água na boca). Das antigas ou nem tanto, felizmente alguns empreendimentos se mantém abertos: o Jerke e suas famosas empadas, competindo com as do também antigo Hasselmann, o Zeppelin e suas várias cervejas e aquela lingüiça que se frita na mesa do cliente, o Botequim da Frau – uma reinvenção do antigo bar da Frau Ritzmann, o Pinus, o restaurante do Glória, e alguns outros.

Dando uma esticadinha lá pelas bandas de Pirabeiraba e a zona rural, quem não gosta de comer os pasteis e tomar um caldo de cana no Max Moppi ou Rio da Prata? Dá pra almoçar no Serra Verde, Grün Wald ou Gute Küche, tomar um café colonial no Rudnick ou parar e comprar biscoitos, pães, bolos, melados e geléias coloniais direto do produtor, na Estrada da Ilha, Estrada Bonita ou na Dona Francisca! Isto tudo sem contar as iguarias que se comem nas festas típicas, como a do Pato, ou nas grandes festas de bodas, regadas a schwarzsauer, cerveja, eisbein, cerveja, marreco com repolho roxo e – por que não dizer – cerveja.

Nos últimos anos, as opções aumentaram muito, pra felicidade dos glutões como eu e da economia da cidade. Houve o florescimento da Via Gastronômica, antes só com a Slice – que pizza!,  o Pinus e o Fornão. Fora estes, só na rua Visconde de Taunay, temos ainda: Confeitaria XV, D.O.C., Paddock’s, Paiol, Bovary, Disk Gourmet, Myioshi, Le Jardin no Bourbon, Fatirella, o Panorâmico no Tannenhof, a pizzaria Hullen, Chimarrão, Musashi, Didge, Água Doce, Madrileño, Mango Tex Mex, Zum Schlauch, Subway, Fiji, Kib's, Fattori, Ásia, Biergarten, Pizza na Pedra, Otto, Gergelim. Ufa! Sim, são 30 opções em uma rua de 1.400 metros. Há também deliciosos restaurantes nas imediações da rua Ministro Calógeras (que ambiente e comida boa no Radio Burger!), da Max Colin (o tradicionalíssimo Sopp e as várias opções do Parque Opa), da Otto Boehm (no Mamma Lu ainda não fui), da Dona Francisca e da XV (um vinho e uma massa caseira no Trento ou Trentini vão muito bem no inverno). Vai também uma menção especial ao restaurante Socha, no Tênis Clube – comida boa sem pesar no bolso.

Foi pra balada e tá com fome? Pare num dos vários carrinhos de cachorro-quente - meus favoritos são o da Madol (hoje é Magazine Luiza, mas o nome antigo ficou pra mim), na frente do Hotel Blue Tree Towers; o do estacionamento da Dpaschoal, na João Colin; ou na frente da Casa China, também na João Colin, pertinho do Terminal Norte. Quer algo mais elaborado? O famoso Magrão (há controvérsias), Adriano, Xande ou o McDonald’s da Beira Rio.

No verão ou no inverno, frutos do mar sempre caem bem. Escolha pelo Martins, Evaristo, Pedrinni, Babitonga’s, Iate Clube, Beira Rio ou Polinésia. Quer caranguejo? Barbante, Caxias, Janga ou Alemão – sempre acompanhado de uma boa Original! A ideia é comer frutos do mar com visão deslumbrante? Dou duas opções: as petisqueiras da praia da Vigorelli ou ainda no longínquo Morro da Amaral. Sem infraestrutura pra chegar, mas vale a pena. No Morro do Amaral provei uns filezinhos de peixe-espada que são ótimos, ainda mais com uma vista emoldurada pela baía da Babitonga e mata atlântica, regado a cerveja e acompanhado de uma brisa leve. Ah, recomendo o bolinho de arraia da Mercearia Sofia, no Mercado Municipal! Nham!

Sirvo um parágrafo especial para o restaurante Poco Tapas, na rua Piauí, pertinho do Shopping Americanas. Que sensação! Gasta-se um pouco mais, mas é algo inesquecível. É uma experiência para os sentidos – olfato, paladar e visão. Recomendo demais! Segue o link da reportagem que saiu no Bom Dia Brasil, pro Brasil inteiro ver nosso restaurante: http://glo.bo/eEiRpL

Ficou com fome? Quer conhecer melhor os restaurantes de Joinville? Recomendo então o Festival Gastronômico de Joinville, que já está acontecendo em 24 restaurantes nesta edição verão, de 11 a 29 de janeiro. Um prato de entrada, o prato principal e uma sobremesa por R$ 29,90, em todas as casas. O link é www.gastronomiajoinville.com.br – no site constam as casas participantes e o cardápio que oferecem para o Festival. Estarei lá. Vale a pena conferir!

Em 2012, uma de minhas metas é perder 20kg. Mas com toda essa diversidade, tá difícil: Joinville está cada vez mais gostosa!

POST SCRIPTUM - SUGESTÕES DOS LEITORES


Eu sabia que o texto geraria algumas sugestões - algumas eu não conhecia, outras não couberam no texto que não tinha a pretensão de relacionar todos os bons restaurantes de Joinville. De qualquer modo, seguem abaixo as sugestões:

RESTAURANTES
Tante Frida (não seria Berta?) - Rebeca
Armazém Velho Condeixa - Nico Douat
Sabor do Mar - Zé Lazzaris
Poial Tropeiro - Zé Lazzaris
Rosti Haus - Zé Lazzaris e Diego Soares (e eu também adoro o local, esqueci!)
Veneza - Zé Lazzaris
Boteco que vende costela na Anita - Zé Lazzaris
Casas Orientais - Anônimo (Casa Oriental, China, China in Box... fora os citados Ásia, Myoshi, Musashi e o Niu Sushi que fica no Parque Opa. Esqueci algum?)
Hübener - Diego Soares
Croasonho - Diego Soares
Recanto do Osmar - Diego Soares
Peia - Diego Soares
Bezerro's Grill - Diego Soares


COMIDAS
Krakóvia do Duvoisin - Raquel Fausto
Roll Mops - Alexandre Setter com endosso do Luiz Eduardo Carvalho Silva

LEMBRANÇAS
Dietrich - Stefana e Arno Kumlehn
Bar do Museu de Arte - Stefana
Galetos - Clovis Gruner

Obrigado!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Um hotel de 30 andares... em 15 dias

ET BARTHES
Em alguns lugares, quando se fala numa obra - especialmente pública - ela demora, demora, demora… Pois não é assim para os chineses da Broad Sustainable Building Corporation. Os caras são mesmo rápidos. Há algum tempo tinham construído um hotel de 15 andares em seis dias. Mas não ficaram por aí. Tanto que acabam de concluir um novo hotel na província de Hunan, desta vez com 30 andares. O tempo de construção? Apenas 15 dias. E o mais interessante: o edifício passou por rigorosos testes, inclusive de resistência a terremotos.



Verde em Joinville: agora tem... agora não tem mais



POR JORDI CASTAN
Etienne P. Douat, leitor fiel deste espaço, me intimou a escrever sobre o verde urbano. Não vou aqui discorrer sobre dados e estatísticas para dizer que temos pouco verde. Mas vou me socorrer de dados apresentados pelo engenheiro agrônomo Gilberto P. Gayer, outro leitor deste blog, para quem os indicativos de referência de área verdes existentes são questionáveis.
Para o IBAMA/FATMA seria de 8 m² por habitante (indicativo usado para calcular as áreas verdes previstas nos licenciamentos ambientais de loteamentos e condomínios).
Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica um mínimo de 12m² por habitante, mesmo sem ser clara a metodologia aplicada para chegar a este número.
“De qualquer forma, adotando o que a OMS define, em Joinville deveríamos ter um mínimo de 6 milhões de m² de área verde. 
Há quem diga que temos algo próximo de 80 m² por habitante, o que seria espantoso.
Porém, se considerarmos os mangues, rios, margens de baías e lagoas, cumes de morros e encostas mais íngremes, todos estes já são garantidos por lei federal (por enquanto).
Acrescenta-se os vazios urbanos que são privados e podem sumir a qualquer instante.
E sobra muito pouco. As cotas 40 são espalhadas e privadas.
Por isto há a necessidade de políticas de criação de Unidades de Conservação (como a ARIE do Boa Vista e Iririú), e principalmente de arborização urbana”, diz Gayer.
A EMOÇÃO DO VERDE - Não tem como não se emocionar ao chegar a Joinville pela primeira vez. Eu continuo me emocionando quando a chegada é por avião. Sobrevoar a Baia da Babitonga, a Lagoa de Saguaçu e as áreas de mangue é um espetáculo. As áreas remanescentes de verde nos morros do Boa Vista e do Iririú e a vista do verde intenso da Serra do Mar não podem deixar a ninguém indiferente.
Se a chegada é por carro, seja pela BR- 376 ou pela SC- 301, descendo de Curitiba ou de Campo Alegre, a impressão não é menos intensa. Esta impressão nos deixa com a percepção que Joinville é – ou deve ser – a capital internacional do verde e que contamos com percentuais de verde invejáveis para cada cidadão.
Mas estes dados, como tantos outros que nos são apresentados a cada dia, para nos convencer disto ou de aquilo, podem ser incluídos numa teoria científica bem consolidada, a “Teoria do Frango”. O estudo prova que se eu comi dois frangos e você nenhum, na média cada um de nos comeu um frango.
A maioria das áreas verdes que um turista poderia observar ao sobrevoar Joinville, na metade da década de 90, já não existe mais. As áreas foram desmatadas, ocupadas, urbanizadas e continuam a ser com intensidade e velocidade cada vez maior. O avanço da urbanificação sobre as áreas rurais tem o estímulo descarado do poder público em nome do desenvolvimento.
Gosto de citar, um caso emblemático do Rio de Janeiro, o Morro da Viúva as margens da enseada de Botafogo.

 Além da imagem que ilustra este post, e que mostra o Morro da Viúva rodeado por uma muralha de prédios. Duas imagens uma anterior a construção do aterro do Flamengo e a outra bem atual, servem para evidenciar a ameaça real que os nossos morros sofrem, com bandos de aloprados gananciosos estimulando o adensamento e a verticalização em volta dos morros do Boa Vista e Iririu.

ECOCHATOS E DESOCUPADOS - O verde preservado pela legislação federal, como os topos de morro, os manguezais e as margens de rios e lagoas, são espaços de preservação permanente e não podem ser considerados espaços para o lazer urbano, não atendem a estas necessidades. No caso de Joinville o avanço criminoso feito sobre os rios, as suas margens e os fundos de vale exigirá pesados investimentos públicos. Segundo os números apresentados pelo poder público, pouco mais de R$ 1 bilhão. Desnecessário dizer que estes recursos não existem e não devem aparecer facilmente.
O verde por habitante deve ser considerado pelo conjunto de praças e parques, por um lado, e pela soma do patrimônio que representa a arborização urbana do outro. Joinville tem perdido, de acordo com os dados do próprio poder público, mais de 40% das árvores que existiam nas vias públicas na década de 90. E além de não terem sido repostas as perdas, tampouco tem continuado o plantio.

O problema principal pode ser a percepção muito forte de que há um enorme estoque de verde urbano. De que esta é uma das cidades que mais perto está do paraíso. E também de os defensores da preservação da qualidade de vida representada pelo verde são uma minoria absoluta de ecochatos e desocupados.



O discurso desenvolvimentista dos talibãs do tijolo aproveita bem esta percepção da maioria. E é por isto que o verde que você já viu, hoje não vê mais. Como por arte mágica, ele está desaparecendo. Mas, ao contrário, das apresentações de mágicos e ilusionistas, ele não reaparece em outra parte do cenário.