sexta-feira, 30 de março de 2012

O consumidor prefere produtos sustentáveis?

POR GUILHERME GASSENFERTH

Nesta semana a revista Época Negócios divulgou uma notícia que me encheu de alegria. A reportagem informa que 74% dos brasileiros estão dispostos a comprar produtos de empresas com ações e programas de sustentabilidade, segundo uma pesquisa produzida pela Nielsen e enviada em exclusividade àquela revista. O levantamento foi feito pela internet em 2011, com 28 mil consumidores de vários países.

Esta informação traz à tona diversos pensamentos, sobre o assunto e sobre a metodologia utilizada.

A pesquisa foi feita pela internet. Assim, um pequeno estrato da população brasileira foi analisado. É claro que a maior parte dos brasileiros hoje tem acesso à internet, mas uma parcela significativa só acessa e-mail ou redes sociais. Parece-me que esta pesquisa foi feita justamente entre um grupo mais bem informado e, provavelmente, mais consciente.  Isto não invalida a pesquisa, mas reduz a possibilidade de analisarmos o comportamento “do consumidor brasileiro” como um todo. Em verdade, estaremos analisando o comportamento apenas do “consumidor brasileiro com amplo acesso à internet e que a utiliza para obter informações”. Tal distinção afunila bastante a fatia de brasileiros em questão.

Outras duas perguntas deixadas de lado na pesquisa (ou na cobertura da reportagem) referem-se ao comportamento do consumidor. “Você está disposto a pagar um preço um pouco maior para adquirir produtos de empresas com programas sustentáveis?” Empresas que não se preocupam com o consumidor, a sociedade e o meio-ambiente geralmente conseguem produzir com custos reduzidos, e seus produtos acabam por custar menos para o comprador final.

Outro questionamento: “Você pesquisa os programas, projetos e ações das empresas em sustentabilidade e responsabilidade social?” Se três quartos dos consumidores estão dispostos a comprar produtos com o apelo da sustentabilidade mas não pesquisarem a veracidade das informações dos rótulos, o risco de serem enganados é grande. Há um crescente índice de empresas descambando para o “greenwashing”, ou seja, o verniz verde, que consiste em dar uma roupagem ecológica ou socialmente justa a um produto ou serviço, mas que fica só na cara do produto.

No entanto, declaro-me satisfeito e feliz. 74% é um bom índice, embora menor que a média latino-americana. Representa que as empresas devem adequar sua gestão à observância de conceitos como sustentabilidade e responsabilidade social. É uma questão de competitividade e precisa começar a ser pensada desde já. Chegará um tempo que os 74% responderão sim às duas perguntas propostas nos parágrafos anteriores e quem estiver preparado lucrará.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Universal x Mundial: a guerra (de bugios)


O material é editorializado. Mas, como diz o ditado, "zangam-se as comadres e sabem-se as verdades".  De fato, é uma guerra de bugio... uns atiram excrementos nos outros.




Pobre cidade rica


POR JORDI CASTAN

Vivemos numa pobre cidade rica e pagamos um alto preço por isso. 

De tanto escutar que a prefeitura não tem dinheiro para nada, que nenhuma obra pública importante pode ser levada adiante pela falta de recursos para fazer as desapropriações necessárias, que a capacidade de endividamento da nossa cidade esta comprometida, confesso que quase acreditei.

Cada vez que o prefeito começava com a cantilena, a minha primeira iniciativa era pôr a mão no bolso e ver se tinha uns trocados para oferecer. Porque é quase um discurso de pedinte, daquele que não tem mais crédito e ficou sem dinheiro até para comprar o pão e o leite. Situação constrangedora para a cidade que insiste em se apresentar como a maior de Santa Catarina, a terceira maior economia do sul do Brasil, a Manchester Catarinense e por aí afora. Bater no peito e estar quebrado é uma situação para envergonhar qualquer um. Se não morasse aqui, diria que me produz vergonha alheia esta situação de extrema penúria.

Mas surgem dados mostrando que Joinville é sim uma cidade rica, que o seu orçamento é maior que o de muitas cidades de porte e população semelhante, que o que aqui se arrecada - graças à pujança da nossa economia - é significativo e deveria nos permitir uma situação mais confortável. O jornalista Jefferson Saavedra, do jornal A Notícia, informa que: “A receita de R$ 1 bilhão apurada em 2011 fica acima da media de municípios do mesmo porte. Londrina fechou com R$ 840 milhões e Juiz de Fora, também com 520 mil habitantes como Joinville, teve receita de R$ 830 milhões. Com população um pouco menor, Caxias do Sul teve R$ 962 milhões à disposição no ano passado. Uberlândia atingiu R$ 1,1 bilhão, mas tem 90 mil moradores a mais que Joinville. As cidades com receitas bilionárias no interior paulista, na faixa do R$ 1,3 bilhão registrado no ano passado, como Sorocaba e Ribeirão Preto, já passaram dos 600 mil habitantes”.

O problema, neste caso, deverá ser encarado desde outra perspectiva: a própria administração que se faz dos recursos públicos. O prefeito Carlito Merss divulgou, nestes dias, que o gasto em saúde aumentou dos 15% exigidos por lei para os atuais 32%, bem mais que os 26% da gestão anterior. É perigoso aceitar a lógica que gastar mais é um bom indicador. As escolas de administração recomendam que se gaste bem, ou que se gaste melhor. Se a pesar de aumentar o gasto na saúde mais do dobro do exigido por lei, a saúde em Joinville continua em crise e sendo notícia negativa quase que semanal é lógico pressupor que seria oportuno que o prefeito revisasse seus conceitos, tanto de administração, como da gestão da saúde, sob risco de passar a comprometer uma parcela ainda maior do orçamento municipal para tentar resolver o problema. O próprio peso da folha, do pagamento de juros e do principal da dívida representa um peso significativo no orçamento do município e drena os recursos necessários, não só para a manutenção e recuperação do deteriorado patrimônio público, também para novos investimentos. Hoje é provável que uma análise mais criteriosa destes dados mostre indicadores elevados de desperdício, gasto excessivo e má administração. Vivemos numa pobre cidade rica e pagamos o preço por isso.

terça-feira, 27 de março de 2012

Mundial x Universal: a guerra

Sem palavras.
  


                                   

Amanhã, a Mundial contra Marcelo Rezende.

Cão Tarado


Tô cansado dessa choradeira “volta Tebaldi”

       POR CHARLES HENRIQUE

     
Faz muito tempo que não falo de política partidária por aqui. Foi de propósito. O cenário nos últimos meses vem me enojando muito. Algo que compõe isso tudo é a choradeira dos tucanos e simpatizantes, anti-PT e anti-Carlito (estes dois últimos são grupos totalmente distintos) para que o ex-Prefeito, ex-Secretário de Educação e meio Deputado Federal Marco Tebaldi seja candidato pelo PSDB nas eleições 2012. O coro “volta Tebaldi” é comparável ao esquecimento da população brasileira na hora de apertar os botões da urna eletrônica.

Tebaldi, que saiu queimado da Secretaria de Educação, foi recebido com um pétit-comité que não existiria em nenhum lugar de Santa Catarina. Só em Joinville mesmo. Com essa festinha veio o bombardeio nas redes sociais de um “volta Tebaldi”, “quero Tebaldi de volta” e até uma declaração de amor: “Tebaldi, não sei viver sem você”... e este discurso foi impregnado nas entrelinhas de alguns radialistas e apresentadores de TV. Claro, são todos amigos que querem voltar para o lado de lá do balcão.

Mas pedir para o ex-Prefeito voltar, além de representar o retrocesso da volta de um grupo político que há anos estava no poder (e que perdeu espaço após o fim dos 8 anos de LHS no Governo Estadual), é pedir para Flotflux voltar, juntamente com o Boulevard Cachoeira, abertura da Rua do Príncipe, o paver nas praças, a TLL anual, a tarifa de varredura, Secretário da Saúde preso, a venda da conta-corrente do funcionalismo público e todos os demais escândalos e incompetências que a sua gestão teve de 2002 a 2008. Está certo que tivemos ganhos como a municipalização do serviço de água e esgoto, e mais certo ainda que a gestão Carlito é um grande cabo eleitoral da oposição, mas o PSDB seria muito mais digno se lançasse uma proposta nova para a cidade, juntamente com um nome diferente.

Tô cansado da memória curta e da choradeira desse povo que quer voltar mais do que o próprio Tebaldi. Mais cansado ainda dos nomes que surgem como pré-candidatos, vazios e sem propostas. Nós já temos uma representação fraca em Brasília, e, sendo assim, não seria melhor pedir um “volta Tebaldi para Brasília?”. Tem uns que pedem um “volta Tebaldi para Erechim”, mas, não é o meu caso. Talvez as praças (ou frigideiras em dia de verão) da Rua do Bera (projetadas na gestão Tebaldi) sirvam para o show beneficente em prol da compra  das passagem de volta do Deputado para os pampas. Ta aí a dica para os petistas que adoram aquele marco do urbanismo local.

PS. Meu dedo tá coçando pra apertar o branco em Outubro. Tenho esperança de não realizar tal ato.