segunda-feira, 22 de maio de 2017

Segurança pública: soluções simples diminuem ambiente de guerra


POR JORDI CASTAN

O tema que proponho é segurança.
No Brasil, a média é de 32,4 assassinatos por 100 mil habitantes. A ONU considera que o índice de normalidade seria de 10 a cada 100 mil. Santa Catarina apresenta uma média percentual de 7.5 mortes a cada 100 mil habitantes. Entre os números divulgados, destaque para Joinville que, com uma taxa de 7,7 por 100 mil habitantes, é a campeã do Estado. E nem tivemos maior repercussão desta noticia, que nós deixa tão malparados e apreensivos.

Destaque também para a vizinha Jaraguá do Sul, com a menor taxa de homicídios entre os municípios de maior porte, com 1.2 a cada 100 mil habitantes. A diferença entre os dois valores é tão significativa que não há nada a acrescentar. É importante destacar que os dados não se referem ao total de homicídios. Neste caso, a liderança de Joinville seria o resultado lógico de ser a cidade mais numerosa do estado. Como os dados se referem a mortes por cada 100 mil habitantes, é possível comparar alhos com alhos e bugalhos com bugalhos.

O tema da segurança - ou melhor dizendo, a falta dela - é grave. E com frequência é o principal motivo pelo qual os turistas desistem ou desconsideram o Brasil como destino turístico. A pergunta que me fizeram nestes dias, de passagem pela Colômbia: como vocês fazem? Essa pergunta vindo de um colombiano, que viveu durante mais de 50 anos uma guerra cívil no seu pais, não deixa de ser irônica.

O aumento descontrolado da violência é resultado de uma longa série de elementos e listá-los aqui não é o objetivo deste texto. Mas interessa citar exemplos que têm dado bons resultados no sentido de reduzir ou conter a violência. Exemplos simples, econômicos e que funcionam.

No Equador, todos os taxis estão equipados com duas câmaras de vídeo internas e dois botões de pânico, um para o passageiro e outro para o motorista. Como resultado, os assaltos a motoristas de táxi reduziram sensivelmente. O ultimo homicídio de um taxista em Quito foi resolvido em menos de 72 horas e os culpados presos. Tanto os taxistas como os usuários se sentem seguros e aprovam o sistema. As câmaras pertencem à municipalidade, que as instala em todos os táxis. As câmaras transmitem constantemente imagens para a central de segurança unificada. 





A ideia de unificar as policias é outro tema tabu aqui por estes lados. As imagens são projetadas na central do 911, o número da polícia no país. Se houver uma emergência, tanto o motorista como o passageiro podem acionar o botão de pânico, que dispara o alarme na central. O táxi, localizado por um sistema de GPS, a mesma tecnologia que utiliza o UBER e outros aplicativos semelhantes, informa a posição de cada carro em cada momento e permite que a polícia possa intervir.

Simples e efetivo. Aliás, vendo este exemplo lembrei de quando a Conurb administrava a rodoviária e propusemos instalar câmaras de monitoramento na área de embarque dos táxis. O objetivo evidente era o de aumentar a segurança dos taxistas. Pouco tempo antes um taxista tinha sido brutalmente assassinado. Estações rodoviárias são pontos vulneráveis de segurança. Há movimentação de passageiros honestos e também de outros passageiros que tem outros interesses e objetivos. O curioso foi a oposição dos taxistas a instalação das câmaras, na época fiquei pensando por que motivo seriam contrários a instalação de sistemas de segurança pensados para melhorar a sua e a dos passageiros.  

Segurança é um tema complicado no Brasil, em que cada vez temos menos claro quem está de que lado. É possível melhorar. Sim.

12 comentários:

  1. Quer melhorar a segurança de algum lugar?
    "Tolerância Zero"
    Foi o que fizeram numa das cidades mais violentas dos EUA na década de 90, Nova Iorque, com o então prefeito Rudolph W. Giuliani. Hoje Nova Iorque é uma das cidades mais seguras dos EUA.
    O Estado de SP está tentando fazer o mesmo com as cracolândias criadas pela péssima gestão municipal anterior, quando a prefeitura de Haddad oferecia cachimbos e seringas.

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    1. Nossa... de onde vem tanta merda? A mídia internacional reconheceu o Haddad como um dos prefeitos que mais conseguiu combater o vício do crack. Dá uma procurada por "haddad crack" no google.

      Não adianta chegar chutando todo e expulsando os usuários da Cracolândia. Eles vão achar outro lugar em breve. Inclusive uma ação dessas já foi feita em outros tempos e tivemos essa nova aí.

      O vício precisa ser combatido na origem e não extremidade. É educação, educação e mais educação. Com um povo bem educado, a segurança aparece facilmente.

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    2. Concordo. Lembro bem dos tempos de Giuliani, que resolveu o grande problema de NY que estava se transformando em Terra de Ninguém, exatamente como hoje estão Rio, São Paulo e outras, Joinville inclusive. Porém, estamos falando de Estados Unidos da América, País que tem LEI, obedecida e cumprida. No Brasil, ao contrário não dispomos de leis, nem de Juizes e de Polícia. Um programa como o de Giuliani jamais terá sucesso aqui no Bananão enquanto não dispormos desses instrumentos. Com as leis que temos, continuaremos sendo Terra de Ninguém...apesar dos enormes esforços de alguns.

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    3. Sobre a boa avaliação de Haddad, Zorak, não foi o que a periferia de SP mostrou nas eleições.
      O ex-prefeito de SP apresentou uma gestão voltada exclusivamente para nos new-old-hippies-ciclistas da cidade, e só! Para manter os zumbis quietinhos sem importunar os transeuntes, Haddad ofereceu-lhes cachimbos e seringas descartáveis. Acontece que o efeito foi desastroso: enquanto havia apenas uma cracolândia, passou a haver outras quinze espalhadas pelo centro expandido. Esse é o tipo de administração esquerdista: paliativa, na defensiva, na coxas...

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    4. Você precisa provar isso que você está falando. A distribuição de seringas é feita pelo SUS (Federal) já faz tempo. Não é coisa do Haddad. Várias cracolândias? É sabido que o problema da droga é caso de saúde pública. Lógico que isso está espalhado por todos os lugares.

      A boa avaliação do Haddad pode ser confirmada em qualquer mecanismo de busca. Mesmo tendo sido uma "boa" administração, os paulistanos acharam melhor trocar por algo que eles julgaram ser ainda melhor. Só o tempo dirá se eles acertaram.

      Administração esquerdista? Na boa, vai se foder.

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    5. Confirmando o que eu falei: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/em-vez-de-acabar-cracolandia-muda-de-endereco

      Nada de Dória acabar com o problema. É só o velho embuste de sempre. Só empurrando com a barriga.

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  2. Botar câmera? ....mas aí vem o datavênia e diz que o cidadão tem seus direitos de privacidade. Nossa sociedade é cheia de merdinha com leizinha pobre e piegas .... câmera em taxi "ofende o direito do cidadão"
    Vaaaaaaaiiiiii pro quinto dos infernos, pô ! A segurança da coletividade está na frente dos direitinhos do indivíduo. É por essas e outras que nossa polícia é desprestigiada e desrespeitada. O verme opta por viver afrontando e ameaçando a sociedade .... ainda peita os policiais escudado em leis hipócritas e juristas cagões. Aí o policial mata um verme e opera-se o milagre: a bala ungida transforma o verme num pai de família vítima oprimida e marginalizada pela sociedade.
    Paaaaaaaarraaaaaa !!!! Vão pará de mimimi ?!!!.
    NÓS (sociedade) temos um problema
    NÓS temos que debatê-lo
    NÓS temos que solucioná-lo
    ... não podemos ficar nos escudando em Leis defasadas para dar a desculpa de não agir

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  3. Pra começar do começo …. primeiro, nós cidadãos, temos que nos conscientizar de que o problema é coletivo e a solução será, da mesma forma, coletiva.
    Não existe o “eles contra nós” …. é tudo “NÓS”

    Temos que sair da zona de conforto e participar dos debates coletivos, aprendendo a conviver com diferentes pontos de vista, necessidades e interesses …. sim naturalmente.
    Temos que criticar com o intuito de buscar um aprimoramento do TODO.
    Temos que respeitar o patrimônio público como sendo NOSSO;
    Temos que respeitar a NOSSA polícia como sendo NÓS;
    … meu médico, meu mecânico, minha oficina …. MINHA POLÍCIA
    Temos que mostrar a nossos dirigentes nossas expectativas e cobrar que ações sejam postas em prática.
    Temos que debater sem nos escudar em Leis Hipócritas e populistas
    O problema violência permeia nossa sociedade desde sua criação.
    Se nos agrupamos em sociedade é porque não temos condições de suprir todas as nossas necessidades. Um individou dará saúde, outro a segurança, outro a educação, outro a moradia, outro o alimento …. Todos trabalharão seguindo uma direção de busca coletiva de qualidade de vida. Quem for contra isso está fora do barco ……. quem for contra isso será considerado um empecilho, um revés.
    E para ordenar isso tudo, criamos Leis.
    Porém, da mesma forma que a sociedade evolui, a Lei deve evoluir. Leis estagnadas e promulgadas fora do contexto atual servem apenas de escudo para uma falta de ação. Se a lei é inificiente e não atende o que a sociedade necessita …. muda-se a lei. Seja uma constituição ou um estatuto de condomínio. Lembro que Leis já elegeram Hitler, proibiram o voto de mulheres, ordenaram o apartheid, permitiram a propriedade de escravos. A lei seca semeou e empoderou gangsters. Hoje questionamos como pôde a humanidade tomar esses caminhos. …. e daqui à cem anos, quando olharmos para trás? … para o inicio dos anos 2000 ? O que veríamos?
    Eramos ameaçados e não podíamos nos defender … não participávamos da vida pública …. nossos políticos defendiam seus prórpios interesses … nossa polícia era desprestigiada e acuada pela justiça …. um dos profissionais mais mal pagos do mercados eram os professores … o dinheiro comprava leis, juizes, politicos … a TV ordenava nosso horário … batata frita engordava (esta eu incluí por minha conta).
    Temos que entender que as áreas estão intrinsecamente ligadas …. educação, segurança, saúde, cultura, economia, habitação, mobilidade, comunicação transparência, política …. participação
    Assuntos que incomodam e que são evitados mas que arranham nossa qualdade de vida ….. controle de natalidade, velhice, aborto, descriminalizaão do uso de drogas, penas trabalhadas, depressão, suicídio assistido, pena de morte, porte de armas, ….
    Ninguém se sente confortável, mas todos esses assuntos estão presentes em nossas vidas.
    Infelizmente, não se cura câncer tomando aspirina. Medidas radicais se farão necessárias. Não obrigatoriamente, violentas, mas com certeza … que nos colocarão diante do problema e com a responsabilidade da solução.

    Ameaça tem que ser tratada como ameaça ….
    Se um indivíduo optou de livre e expontânea vontade por sobreviver prejudicando a coletividade … ele abre mão dos direitos vigentes nessa sociedade. Daí deveria sair uma atualização de conceito de direitos humanos ... com deveres e obrigações humanas. Se agires como verme, serás tratado como verme.
    Não gostou? ….. lamento. Não tenho evolução suficiente para enxergar de outra forma
    Temos que ter claro que não somos a Dinamarca e que o problema violência está longe de ser resolvido só na conversa dita civilizada.
    Antes de lustrar e perfumar a casa, temos que tirar a lama.
    Primeiro temos que nos unir

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  4. Concordo com o Zorak e amplio a questão.
    Para qualquer problema a solução é educação, educação e mais educação.
    Quanto a tolerância... tolerância 0 = intolerância 100%

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    1. O problema é que, com educação, a solução leva tempo. O povo é imediatista. Ninguém quer esperar. As soluções imediatas são: pena de morte, cadeia (para pobre) e multas.

      Educar leva tempo e dá sensação de impunidade, mas logicamente é a melhor solução para a sociedade. Enquanto isso, vamos vendo nossa sociedade se desmontando.

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    2. Zorak quando se discutia a reforma do ensino médio muito se discutiu sobre educação na minha faculdade. Uma das teorias que chegamos foi:
      Após a saída dos militares houve uma reformulação do ensino no Brasil em geral. Um processo que acredito tenha nascido no início da década de 90, gerando uma nova mentalidade para os universitários que iniciaram a graduação por volta da virada do século. A partir de 2005 temos novos professores chegando às salas de aulas. Discentes com uma vivência mais democrática e questionadora. E o resultado disso foi uma nova geração de estudantes do ensino médio. Esses jovens que vimos participando das ocupações, das discussões políticas, passeatas, etc. Essa nova geração de estudantes mais interessados em política e em participar da vida pública do país é tão incomoda aos interesses vigentes que a solução foi implantar uma reforma feita a toque de caixa para estancar esse tipo de movimento.

      Quanto a questão de imediatismo, eu acredito que 30 anos em termos de país é praticamente instantaneo.

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    3. Pobrezinho...
      Professores com falta de caráter já existiam nos idos da primeira república, a diferença é que eles eram sumariamente ignorados pelo sistema e discentes. Com os esquerdistas no poder desde a redemocratização, esses professores passionais e desonestos sentiram-se a vontade para contar mentiras e colocar cocô nas cabecinhas de secundaristas e universitários.

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