segunda-feira, 3 de abril de 2017

Há uma certeza: Joinville está no atoleiro do qual é difícil sair


POR JORDI CASTAN
A certeza nos apequena. São as duvidas que nos desafiam e nos fazem crescer. Pode estar aí uma boa explicação para o momento atual que vive Joinville. A cidade está apequenada, desnorteada, sem saber para onde ir, nem como sair do atoleiro em que está metida. O desenvolvimento de qualquer cidade é dinâmico, as mudanças constantes e surgem a cada dia situações que não existiam antes.

O novo é desconhecido. E, por princípio, o administrador público deve trabalhar a partir do que conhece para resolver o que não conhece. Joinville não é diferente de qualquer outra cidade. Seu crescimento desordenado é o resultado das certezas dos seus dirigentes e não das suas incertezas. A persistência em manter modelos conhecidos, mas ultrapassados, impede o desenvolvimento e o aprendizado. A teimosia, neste caso, tem um efeito perverso sobre a cidade e os cidadãos.

O bom administrador é aquele que tem a humildade de reconhecer que não sabe. O administrador certo de que tem todas as respostas é o que tem maior possibilidade de cometer mais erros. Porque isso o impede de escutar, refletir e, a partir deste ponto, aprender. É evidente que conviver com a ideia de “não saber” não é tarefa fácil numa sociedade que valoriza em excesso a segurança das certezas. A humildade permite reconhecer o que não sabemos. A arrogância faz o contrário, pois quem acredita que tudo sabe acha que não precisa aprender.

Isso explica por que políticos precisam recitar, com inventivo fervor e frequência insuportável, slogans curtos com que apregoam as suas certezas. Precisam mostrar que “sabem”, transmitir as suas certezas aos eleitores. E com este pouco que sabem, têm o suficiente para se lançar a administrar cidades e países. A verdade dessas pessoas está reduzida as poucas frases feitas que são recitadas diariamente. Não querem e não podem ser confrontados com informação divergente, porque são incapazes de lidar com dúvidas e incertezas e arrogantes demais para reconhecer a sua própria ignorância.

O risco desta estulta certeza é o de não entender que a sociedade para crescer e se desenvolver precisa colocar em dúvida suas certezas, de forma constante. O conhecimento que não provoca novas ideias e não abre novas perspectivas fenece rápido. É preciso manter a tensão que provoca o desenvolvimento. Viver num mundo de certezas representa um risco letal para uma sociedade.

A Joinville dos últimos anos parece estar submersa nesta espiral de certezas e ter perdido a capacidade de aprender. Neste quadro, a única certeza é a de que se reconhecermos que “não sabemos”. Ou, ainda, que as propostas apresentadas não são as únicas possíveis. Que pode haver outras melhores, mais econômicas e mais fáceis de implantar que as atuais. Isso pode nos levar mais longe que nos manter estultamente aferrados às nossas certezas.

8 comentários:

  1. Respostas
    1. Francisco eu duvido sempre e em se tratando da nossa prefeitura ainda mais.

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    2. Sr. Francisco, dá um volta na rua São Paulo e confira a obra da prefeitura que se arrasta por meses. E depois disso, certamente, o senhor não terá mais dúvidas sobre a tal de sensibilidade da atual gestão.

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  2. Quando o Chuva sai da sombra da Esquerda/Petista e fala de Joinville geralmente acerta !!! ultimamente tem saído bons textos falando da CHUVILLA !!!! E para o povo Udista ... Não se esqueçam que o Carlito fez muito mais !!!! abçs du Grego

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    1. A calçada do batalhão feita com tijolos doados e a mão de obra grátis dos soldados, não deixam mentir!!!

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    2. Porque o tio Udo não usa do mesmo recurso?

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  3. Três prefeitos anteriores ao Udo (LHS, Tebaldi e Carlito) providenciaram a limpeza dos rios do Anita Garibaldi. Só no final de 2016 e no início de 2017 já tivemos muitos alagamentos no bairro e nada da Prefeitura limpar os rios. Foram 4 anos no primeiro mandato do prefeito Udo e nada de limpar os rios. Será que estão esperando alguém morrer em uma ambulância por não conseguir ser transportada até o Hospital São José? Daí vão botar a culpa no Carlito, ou quem sabe no excesso de chuvas que é algo novo em nossa cidade?

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  4. Eu recordei esse texto, ele mexeu com verdadeira fato lógico, que nossa cidade em questão esta colapso administrativo, e politicamente, temos oposição calada e amedrontada, acovardada em grande transformações, a cidade perdeu sua hegemonia, estamos sem rumo, assim como cachorro quer morder seu próprio rabo, acostumamos com que esta ai esta, ficamos dependentemente do governador, alguns itens vem por meio judicializa em questão ou tudo fica como esta parece que mundo diferente do nosso, ou outras cidades são melhores que nossa, aqui quanto pior, melhor parece que belo, não existe mais em nossa cidade e melhor pra todos desta forma!! Um dia isto vai melhorar mais esse dia pode ser daqui alguns anos, ou quem sabe décadas, e isto não interessa mais para população, alguns já estão bem próximo óbitos, como alguns empresas já se foram, juntamente com cidade que parece que esta sendo enterrada, somente vive aqueles que são mais expert, vivamos quem vai escapar disto!! Pelo leitura atual muitos poucos!!

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