quarta-feira, 19 de abril de 2017

O Dia da Terra e o ponto de não-retorno

POR RAQUEL MIGLIORINI
Como o brasileiro é um povo festivo, vai aqui uma data importante: no próximo sábado, dia 22 de abril, é comemorado o Dia da Terra. Podemos fazer uma comemoração proporcional ao desastre que estamos causando ao planeta.

A Global Footprint Network e a WWF divulgam todos os anos, desde 1975, o “Dia da Sobrecarga da Terra” (Overshoot Day), onde são analisados e compilados os dados que mostram que os humanos usaram mais recursos do que o planeta é capaz de repor em um ano.

Em 2016, os recursos se esgotaram no dia 08 de Agosto. Isso mesmo: ficamos devendo planeta para o planeta. Usamos o cartão de crédito, o cheque especial e só não fizemos empréstimos porque não tem banco interplanetário para isso. No ano 2000, os recursos da Terra se esgotaram no dia 05 de Outubro. Em 2010, no dia 31 de Agosto. A velocidade assusta. É como se fizéssemos um "orçamento ecológico" e fechássemos sempre no vermelho.

Os brasileiros consumiram 1,6 planetas Terra, pouca coisa acima da média mundial, que foi de 1,5. Alemães consumiram 3,1 planetas e os vencedores, claro, foram os norte-americanos, com o consumo de 4,8 Terras só em 2016. O bom e velho “american lifestyle” (será que existe um termo em inglês para “estilo de vida destrutivo”?).

Alguns dados importantes deixam claro o tamanho da destruição:
2000 m2 de solo cultivável é o tanto de terra suficiente para produção de comida para um habitante do planeta. Os cidadãos da União Européia utilizam 3100 m2.
1/3 dos cardumes dos oceanos sofre com a pesca predatória e metade desses cardumes não conseguem mais alcançar a taxa de reprodução necessária para a manutenção das espécies. Segue notícia recente que exemplifica isso (aqui).
As reservas subterrâneas de água doce estão contaminadas ou em vias de secarem, graças ao desmatamento ao redor das nascentes. A OMS prevê que, em 2030, a escassez de água potável atingirá todos os países da Terra.
Desmatamento, erosão, perda de biodiversidade, aumento da acidez dos oceanos são agravados por licenciamentos ambientais feitos de qualquer maneira, visando apenas o lucro de alguns poucos habitantes desse planeta. Saiba mais em (aqui).

Creio que algumas pessoas acreditam existir poltronas ejetáveis que as levarão para algum lugar com mais recursos para sobreviver. Não sei se é burrice, ignorância, irresponsabilidade ou, simplesmente, descaso. Nesse ritmo, a extinção acontecerá para todos. Mas pode ser que alguma coisa mude. E é isso que me faz lutar até o fim.


3 comentários:

  1. O pior parasita, é aquele que mata o hospedeiro.
    Já dizia um louco, na solidão da sua cornitude-psico-masturbastória .... "humanos, demasiado humanos"
    .... um projeto fadado ao fracassssso.
    A gente vai morrreeeeerrr ...... a gente vai morrreeeeerrrr ..... a gente vai morrrreeeeeerrrrr

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  2. O ecossocialismo faz cada vez mais sentido...

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  3. Sim, alguma coisa certamente vai mudar. Teremos um novo céu e uma nova terra, onde todas as criaturas viverão em absoluta harmonia. Mas isso só vai ocorrer depois da segunda vinda de Cristo, para julgar os povos. Corra que ainda dá tempo de você decidir de que lado vai estar.

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