terça-feira, 23 de agosto de 2016

A esquerda festiva e o caviar nosso de cada dia
















POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Hoje não interessa falar a sério. Porque vou fazer a minha homenagem a um pessoal que sempre foi injustiçado pela história: a esquerda festiva. Aliás, um dia destes, um leitor habitual deste espaço escreveu a me “acusar” de ser da tal esquerda festiva. Ou "caviar", como dizem os seguidores daquela mula sem cabeça que dá pelo nome de Rodrigo Constantino. Não sei se a intenção era me chatear. Mas não chateou. Afinal, esse é o meu time.

Onde mais eu poderia estar, leitor e leitora? É óbvio que prefiro estar onde está o pensamento humanista e, principalmente, onde houver festa. Muita festa. É uma coisa que aprendi desde o primeiro livro do Marx, o Groucho. Foi ele quem ensinou esta preciosa lição:
- Eu bebo para que as pessoas fiquem interessantes.

Só há uma diferença. É que antes, nos tempos mais inflamados, eu bebia cerveja e hoje prefiro vinhos de qualidade. Sinal dos tempos. Ah... e eu sou daqueles socialistas que querem socializar a riqueza, ao contrário dos caras que andam por aí a socializar a pobreza. Catso, é não é que virei esquerda caviar? Então...
- Desce uma Moët & Chandon, companheiro. 

Quem é da minha geração concorda. Qualquer pessoa com dois dedinhos de testa e os tomates no lugar só podia ser da esquerda festiva. Por pouco íamos escapando aos anos de chumbo. Eu só me vi como ser político ativo quando a ditadura já estava a desabar de podre. Então, com a milicada a deixar o poder e a abertura a chegar, tínhamos motivos de sobra para comemorar. Tchim, tchim.

Mas cá entre nós, leitor e leitora, sempre achei meio chata a ideia de revolução armada. Não gosto de armas. Nunca dei um tiro na vida. E não sou chegado em violência. É por isso que prefiro fazer as minhas revoluções numa mesa de bar. Espocar só do champanhe. Até porque a revolução das pessoas e das ideias é essencial para todas as outras revoluções. E todos sabemos que não há ambiente mais revolucionário que uma mesa de bar.

INJUSTIÇAS - Ah... e há injustiças que o mundo precisa corrigir. A maioria das pessoas parece não reconhecer, mas ser de esquerda é difícil para cacete. Vamos analisar: como é que um cara acaba aderindo ao ideário da esquerda? Ora, é preciso ler muito. Ler, ler, ler. E olhe que esses autores de esquerda escrevem feito loucos, com teorias cada vez mais complicadas. O leitor precisa de resistência de maratonista.

Outra coisa chata é o estereótipo (que vem dos anos 60). Todo mundo vê os homens de esquerda como uns caras barbudos que não tomam banho, usam sacolas a tiracolo e boinas estranhas. E as mulheres são umas desgrenhadas, que não cuidam da aparência e não raspam os sovacos. Mas, no que me diz respeito, o fato é que as mulheres de esquerda são muito interessantes. Porque elas também se cuidam. E têm o que dizer.

Outra injustiça é ser chamado de radical. A palavra foi deturpada pela direita. Ser radical é ir à raiz dos problemas (o que é bom), mas alguém fez acreditar que os radicais são um monte de gente de turbante pronta a explodir tudo. Até houve um tempo em que éramos “xiitas”. Ainda são? É que essas estereótipos mudam muito.

Antes, quando Saddam Hussein era amigo, os xiitas eram bandidões ferozes. Mas depois da queda e do cadafalso para o ditador, eles voltaram a ser pessoas simpáticas. Ah... a história e os seus relativismos.

Viu como é difícil, leitor? Agora você entende que depois de tanto preconceito e perseguição, a gente bem que merece uma festinha para compensar. Um brinde a la revolución. Tchim, tchim. E termino com o meu lema: “liberdade, igualdade, fraternidade. Com caviar e Moët & Chandon para todos, claro”.


É a dança da chuva.


15 comentários:

  1. O autor esqueceu que “esquerda festiva” ou “esquerda caviar” são eufemismos para hipocrisia e demagogia. E convenhamos que um hipócrita ofendido pelo epíteto não seria um hipócrita.

    Sobre essa “leitura” necessária para se transformar num esquerdista festivo, não é necessária visto os milhares de descerebrados que saem das universidades querendo “mudar o mundo” a começar pelo vizinho porque leram a sinopse de O Capital que ouviram falar através dos combalidos professores de história.

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    1. Eu li "O Capital". Mas confesso que não sei quem casa com quem no final.

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    2. O Baço toma invertida em cada texto que escreve. Chuva ácida está virando blog de humor. Chora mais esquerdinha caviar!! E não esquece de acordar cedo para lavar pratos na europa. Abraços

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    3. Lavar pratos o caralho. Já disse que limpo privadas.

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  2. Mais criatividade nesses textos, Baço, ou essa esquerda não será mais tão festiva assim.

    George Soros, fica a dica.

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    1. Se me disseres quantos prêmios de criatividade ganhaste na vida, a gente começa a conversar...

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    2. Baço, coloca no google: George Soros e Midia Ninja.

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    3. Blog errado. Aqui a gente se garante sem o Soros. É que somos financiados pelo Lulinha (não te contei?).

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  3. Soros só quando bebemos demais...aí paramos no hospital.

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  4. "Sinal dos tempos. Ah... e eu sou daqueles socialistas que querem socializar a riqueza, ao contrário dos caras que andam por aí a socializar a pobreza.". Quem são os caras que andam por aí a socializar a pobreza?? Deixa eu pensar....já sei..os teus amigos da Venezuela e daquela turma do PÍSOL!!

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    1. Anônimo, me digas, o que tu sabes da Venezuela? Qual a capital da Venezuela? Quais as cores e a organização da bandeira da Venezuela? Qual o principal ou os principais produtos que a Venezuela exporta e comercializa? Saberias citar alguma personalidade famosa da Venezuela, ou pelo menos nascida nesse país? Em que lugar geograficamente, entre quais países fica a Venezuela? Qual a moeda da Venezuela? Quais as maiores, as principais cidades da Venezuela? Qual é aproximadamente a população da Venezuela? Que tipos de música e pratos são típicos na Venezuela? Sabes citar ao menos 1 ponto turístico da Venezuela?
      Se tu souberes responder todas essas perguntas, parabéns, pois poderemos dizer que conheces alguma coisa da Venezuela (eu sei responder algumas delas, por isso tenho noção que conheço muito pouco da Venezuela, quase nada), mas ainda assim é pouco, possivelmente tu não sabes responder essas perguntas nem sobre o Brasil, e mesmo que saibas, isso ainda não significa conhecer a Venezuela, longe disso, pra conhecer é preciso ir ao país, conviver com a população por algum tempo, viajar o país, etc.
      A verdade é que tu certamente não conheces quase nada da Venezuela, mas fica aí falando asneiras, coxinhices (coxinhice é sinônimo de alguém falar 1 monte de algo pensando que conhece aquilo, mas não conhece praticamente nada, só recebe informações da mídia, uma mídia que por sinal tem sempre seus intere$$e$).
      Eu viajei alguma coisa na região Sul do Brasil, especialmente em SC e no RS, e 1 pouco em outros estados e regiões do país, sei responder todas aquelas perguntas sobre o Brasil, mas nem por isso afirmo que conheço muito o país, ao contrário, mesmo morando há décadas aqui, e por isso não fico defecando digitações sobre coisas ou locais que nem conheço, ao contrário de ti.

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    2. Olha a tua frase, meu! "Deixa eu pensar". E o que sai? Venezuela. Não tem deprimes por viver com apenas um pensamento? Triste por ti...

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    3. Não existe um exemplo melhor do que o da Venezuela para demonstrar o quanto esse pensamento esquerdista-socialista-latino-americano pode ser desastroso. O Brasil do PT ia pelo mesmo caminho.

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    4. Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela, Venezuela. Eita sujeitinho chato.

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  5. O anônimo das 14:37 deve ser daqueles que desfila com a camisa do Jec e não perde um programa da TVBE.

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