sexta-feira, 15 de julho de 2016

Villa: os bobos da corte são descartáveis

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Marco Antonio Villa foi demitido da Veja. Não surpreende. É mais um caso de obsolescência planejada, a mesma que já tinha atingido Arnaldo Jabor, Joice Hasselman ou Rodrigo Constantino, por exemplo. Ao longo dos últimos anos, essa gente foi estrategicamente enfiada na comunicação social com um único objetivo: fazer quinar o projeto do Partido dos Trabalhadores. Feito o trabalho, tornaram-se descartáveis.

Nenhum deles foi contratado pelo talento ou respeito no meio jornalístico (no campo da opinião, claro). As publicações apenas usaram o fato de serem pessoas com balizas éticas maleáveis ou por serem apenas ignorantes. E, claro, por se sujeitarem a ser a voz do dono em troca de um punhado de reais. Foi uma solução usada pela imprensa conservadora: pôr os seus títeres a fazer a cabeça de um público inculto, raivoso e fascistóide.

O trabalho não exige especiais dotes intelectuais. E é um claro desserviço à inteligência coletiva do país. Não se trata apenas de formar opinião na contramão do processo civilizacional. O dano mais grave foi a gestação de um fenômeno de identificação. Os ignorantes se reveem nesses arquétipos da mídia e passam a achar sábia a própria ignorância. Têm sido momentos redentores para o pensamento reacionário.

Mas o mercado midiático tem uma lógica própria. Em crise, percebeu que é economicamente inviável acomodar analistas monotemáticos. O comentador que só tem um tema – neste caso, ser contra o PT – torna-se descartável quando o tema perde relevância. Não é desajustado dizer que a tendência vai se manter. Os analistas que fizeram carreira exclusivamente a falar mal de um partido têm os dias contados. E o mercado vai estar mais fechado. Afinal, não vamos esquecer que a credibilidade é o calcanhar de Aquiles desse pessoal.

Enfim, no futuro os historiadores – não incluo Marco Antonio Villa – farão uma recensão deste período. E a história só poderá ser escrita com tintas pesadas. A função da mídia é mediar a relação do ser humano com o mundo (passe a obviedade). E muitos meios de comunicação brasileiros deixaram de lado a informação para fazer propaganda. Marco Antonio Villa e seus congêneres nada mais são do que garotos propaganda. Simples bobos da corte.


É a dança da chuva.



18 comentários:

  1. Cavaram uma cova sem se dar conta que era para eles próprios... Tenho que rir!

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  2. Menos um imbecilóide à propagar tanta imbecilidade.

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  3. Vários articulistas bons foram demitidos da revista Veja, e não tem nada a ver com obsolescência, mas com a crise mesmo. Uma pena...

    Existem outros canais onde esse nobre historiador (que é historiador de verdade, não um babaca perdedor frustrado!) apresenta seu ponto de vista.

    Por outro lado, espero que a crise e a Folha poupem aquele bobo da corte mau-caráter chamado Guilherme Boulos, divirto-me imenso com retórica demagoga dele.

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    1. Historiador não é o cara que tem um diploma de história. É mais que isso...

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    2. O que é um "historiador de verdade"? Se o critério é formação, a minha é a mesma do Villa. Se for vinculação institucional, Villa também leciona em instituição federal, como eu. Se for produção acadêmica, a minha não é só mais extensa, como de melhor qualidade que a dele.

      Por outro lado, eu nunca me deixei cair em pegadinha fácil de assessor de comunicação social de prefeitura, principalmente ao vivo, pra todo mundo ouvir.

      Mas, principalmente, nunca aluguei meu verbo a quem me pagasse melhor. Então se o seu critério para definir um "historiador de verdade" é o quão mercenário um profissional é, aí de fato, Villa é do tipo de historiador de quem eu faço questão de manter distância.

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    3. Historiador de verdade é aquele que não faz proselitismo político em sala de aula.

      Não há problema em usar um canal da internet, programas de rádio ou tiras de jornais para expor as ideias. Corvadia é fazer isso para alunos em salas de aula.

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    4. Acho que ainda não conseguiste captar a coisa. Historiador é uma coisa, professor de História é outra (não quer dizer que não possam ocorrer juntos). E, de maneira geral, o seu comentário não tem ponta por onde pegar...

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    5. 11:07/17:22, e supondo que sejam a mesma pessoa, tenho certeza que nunca lhe ocorreu, nem por um segundo, que talvez seja alguém como Marco Antonio Villa quem faça proselitismo político em sala de aula.

      Afinal, um historiador sem pesquisa, com produção intelectual pífia e de discurso monotemático, além de postura política aberta e claramente partidária, tem muito mais chances de confundir a sala de aula com um estúdio da Jovem Pan.

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    6. Marco Antonio Vila também dá seus pitacos nos livros de história do MEC. Ele e Demétrio Magnolli.

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  4. Mudando um pouco de assunto...

    Essa tentativa de golpe militar na Turquia deve ter colocado em guerra os três neurônios que cada esquerdista tem nos miolos.

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    1. Esse seu comentário faz tanto sentido quanto uma banda de heavy metal num velório...

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    2. Zé, os dois neurônios que o cara tem nos miolos surtaram.

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  5. BRAVO! BRAVO! BRAVO! ESTOU APLAUDINDO TEU TEXTO COM O CORPO TODO. VOCÊ LAVA MINHA ALMA. ATÉ AGORA CONCORDO ATÉ COM TUAS VÍRGULAS.

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    1. O Baço a ter um orgasmo em 3, 2, 1...

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    2. Não é caso para orgasmos, anônimo. Sou modesto. Para mim basta poder gozar na tua cara.

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  6. Excelente, realista e irretocável. Aliás, leitores da Veja (e outras tranqueiras midiáticas) são quase sempre deploráveis e, claro, preocupantes.

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    1. Não era o que os petistas esquerdistas demagogos pensavam quando empunhavam a revista Veja (e a Isto É!) com denúncias contra os governos de Collor, Itamar e FHC para os mais de 50 pedidos de impedimento desses, todos assinados pelo partido mais sem-vergonha da história desse país... De repente a revista virou “tranqueira midiática”, estranho...

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    2. na verdade não foi de repente. O jornalismo por lá foi decaindo ao longo do tempo.

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