POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Marco Antonio Villa foi demitido da Veja. Não
surpreende. É mais um caso de obsolescência planejada, a mesma que já tinha atingido
Arnaldo Jabor, Joice Hasselman ou Rodrigo Constantino, por exemplo. Ao longo
dos últimos anos, essa gente foi estrategicamente enfiada na comunicação social
com um único objetivo: fazer quinar o projeto do Partido dos Trabalhadores.
Feito o trabalho, tornaram-se descartáveis.
Nenhum deles foi contratado pelo talento ou respeito no meio jornalístico (no campo da opinião, claro). As publicações apenas usaram o fato de serem pessoas com balizas éticas maleáveis ou por serem apenas
ignorantes. E, claro, por se sujeitarem a ser a voz do dono em troca de um
punhado de reais. Foi uma solução usada pela imprensa conservadora: pôr os seus títeres a fazer a cabeça de um público inculto, raivoso e fascistóide.
O trabalho não exige especiais dotes
intelectuais. E é um claro desserviço à
inteligência coletiva do país. Não se trata apenas de formar opinião na contramão
do processo civilizacional. O dano mais grave foi a gestação de um fenômeno de
identificação. Os ignorantes se reveem nesses arquétipos da mídia e
passam a achar sábia a própria ignorância. Têm sido momentos redentores para o pensamento
reacionário.
Mas o mercado midiático tem uma lógica própria. Em
crise, percebeu que é economicamente inviável acomodar analistas monotemáticos.
O comentador que só tem um tema – neste caso, ser contra o PT – torna-se
descartável quando o tema perde relevância. Não é desajustado dizer que a tendência vai se manter. Os analistas que fizeram carreira exclusivamente a
falar mal de um partido têm os dias contados. E o mercado vai estar mais fechado. Afinal, não vamos esquecer que a credibilidade é o calcanhar de Aquiles desse pessoal.
Enfim, no futuro os historiadores – não incluo Marco
Antonio Villa – farão uma recensão deste período. E a história só
poderá ser escrita com tintas pesadas. A função da mídia é mediar a relação do ser
humano com o mundo (passe a obviedade). E muitos meios de comunicação brasileiros deixaram de lado
a informação para fazer propaganda. Marco Antonio Villa e seus congêneres nada
mais são do que garotos propaganda. Simples bobos da corte.
É a dança da chuva.