quarta-feira, 6 de julho de 2016

A (in)gerência da (i)mobilidade em Joinville - parte 1

POR DIEGO FELIPE DA COSTA*

Próximo o fim da atual gestão à frente da Prefeitura de Joinville, penso ser pertinente listar o que foi feito (e também que deixou de ser) nos últimos três anos e meio na área da mobilidade urbana em Joinville. Temas como planos de gestão, soluções para os principais problemas no sistema de transporte coletivo da cidade, melhoria e otimização do viário urbano local, etc.

De antemão, fica claro que  o atual governo não efetivou qualquer obra nesse setor. Questões mais concretas se resumiram a pinturas de vias, mudanças no sentido do tráfego de algumas ruas e criação de alguns corredores com precária estrutura e sinalização. O que foi inaugurado de mais substancial geralmente adveio do governo anterior, com conclusão ou mesmo início na atual gestão. 

O atual prefeito de Joinville, foi eleito com a promessa, repetida inúmeras vezes pelo finado ex-prefeito, na época senador, Luiz Henrique da Silveira, como a "salvação para Joinville". A pessoa que iria colocar a cidade novamente nos trilhos novamente, prezando principalmente a qualidade no sistema de transporte coletivo.

A ideia passada na propaganda eleitoral de 2012 era a de que o atual prefeito seria tão bom para a cidade quanto o finado prefeito Wittich Freitag, também empresário, que realizou uma grande gestão em Joinville na década de 80, com evidentes avanços na área da mobilidade urbana, principalmente no que tange ao sistema de transporte coletivo da cidade. 

Vale analisar se tudo o que foi anunciado e prometido na campanha eleitoral do atual prefeito se concretizou na área da mobilidade urbana (é um tema que cabe à minha competência como técnico em gestão de mobilidade urbana).

No começo do ano escrevi sobre o transporte coletivo e Prefeitura de Joinville quando houve o aumento abusivo das tarifas de ônibus (leia aqui) e agora a intenção é analisar o que foi feito desde 2013, já que nesse mesmo ano a atual gestão recebeu da gestão Carlito Merss o edital de licitação do transporte coletivo pronto, o primeiro da história da cidade. Era então apenas dar continuidade e licitar. Porém, os responsáveis pela Prefeitura disseram não haver pressa em licitar.

O IPPUJ e a Seinfra “enrolaram” com o edital e usaram a desculpa do PlanMob (Plano de Mobilidade Urbana), que deveria ser prioritário. Depois a desculpa foi o problema da confissão de dívida da Prefeitura com as empresas, feita por Carlito Merss. Uma das soluções mais plausíveis era colocar o valor da dívida na outorga da licitação. Mas afastaria as empresas concorrentes? Sim, mas não todas. Inclusive há empresas dispostas a pagar os mais de RS 134 milhões da dívida para operar na cidade. Inclusive, uma comentou que enxerga potencial para 600 ônibus operando em Joinville, onde atualmente são 362 veículos. E olha que em campanha, em 2012, foi prometido aumentar a frota na cidade.

Em 2013, com o contrato de concessão amparado na lei nº 3806 de 1998 - vencido e sendo renovado com contrato emergencial de 180 dias -, a cidade foi contemplada com veículos piso-baixo, ainda referentes a 2012 e mais 84 ônibus comuns de motor dianteiro. Curiosa a renovação em plena época de discussão de licitação. Sobre o assunto, a Prefeitura pôde sinalizar uma renovação por mais quinze anos com as empresas, sem licitação, uma vez que o contrato de concessão permite isso. Afinal, o contrato é precário e não prevê uma série de exigências de qualidade, além de ser é extremamente permissivo com as empresas.

...continua amanhã.

*Diego Felipe da Costa é técnico em gestão da mobilidade urbana


Um comentário:

  1. Pra piorar a PMJ deu o golpe nos contribuintes. Tirou o sistema de ouvidoria do ar forçando as pessoas a mandarem por formulário sem poder acompanhar a situação deles.

    Quando se telefone para o 156 ele diz que todos estão ocupados e cai a ligação, nem permite esperar na linha.

    Parabéns Marcão, resolveste todos os problemas agora, sem registros não tem atraso né?

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