quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Ônibus em Joinville? Um horror

POR DIEGO LIP*

Um amigo informa que Joinville foi citada no "Jornal da Record" como a cidade com a passagem de ônibus mais cara do país. Muito interessante. Saudades de ver nossa cidade ser orgulho nacional, porque agora viramos vergonha e piada nacional. Recordes de assassinatos, ex-prefeito condenado na justiça por desvio de verbas, anúncios de perdas de obras por falta de projeto ou dinheiro, colégio particular querendo mandar na cidade etc. 

E agora, com essa notícia do aumento das passagens, fico pensando como essas duas empresas de ônibus sanguessugas chamadas Gidion e Transtusa podem fazer tudo o que querem em Joinville e ninguém pode fazer nada por força de um contrato maldito? Elas reclamam na Justiça um suposta dívida de mais de R$ 300 milhões da Prefeitura, por conta de aumentos dados abaixo do que elas pediram ao longo desses quase 18 anos (desde o contrato de permissão de 1998). Mas se elas tivessem ganhado os aumentos pedidos, quanto custaria a passagem hoje? Se com R$ 4,50 alegam prejuízos.

Porra! Todavia essas empresas compravam ônibus de uma mesma fábrica de carrocerias, dentro de Joinville. Nos últimos anos unificaram as compras de chassi, da marca mais barata, a carroceria, também as marcas mais baratas, e temos a passagem mais cara do país!

A cada mês mais linhas e horários são extintos, a cada renovação chegam ônibus cada vez piores, secos, desconfortáveis, com peças de soltando. Uma integração de merda onde você perde a baldeação, funcionários despreparados, calor e ruídos insuportáveis dentro dos coletivos. Um horror. Nem gado é tão maltratado assim! 

Onde está a Prefeitura de Joinville? Incompetente administração. Udo Döhler foi eleito com a promessa de um transporte público melhor e cadê? Disse que não tinha pressa na licitação e que o mais importante era que todo joinvilense pudesse comprar um carro. E agora há engarramentos por todos os lados. 

Em 2014, tivemos que fazer um vídeo de repercussão nacional para agirem sobre um corredor de ônibus. Levou mais de um ano pra agirem de fato. Pior é a fiscalização deficitária da Secretaria de Infraestrutura de Joinville (apenas um fiscal trabalha de verdade, o resto se esconde), responsável por fiscalizar o transporte da cidade. Os fiscais multam as empresas por irregularidades cometidas e elas debocham das multas. Por quê? Não existe, praticamente, punição no contrato de permissão da exploração do transporte coletivo. Esse mesmo contrato impede que empresas intermunicipais façam embarque/desembarque dentro de Joinville, comum dentro de outras grandes cidades. 


Está tudo uma merda!


*Técnico em gestão da mobilidade urbana

7 comentários:

  1. É culpa do prefeito?
    Será?
    Foi ele quem assinou o contrato de licitação em 1998? Quantas empresas estão interessadas em investir em transporte público em Joinville, porque tem que investir e dividir $ e as rotas com as já atuantes, e qual empresa está disposta? Existe uma planilha de preços aberta a quem se interessar, porque você, que é técnico em gestão da mobilidade urbana, não a contesta junto ao MP? Qualquer um pode fazer isto!

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    1. Anônimo, não houve licitação em 1998. Udo poderia dar continuidade aos processo iniciado pelo Carlito, mas disse não ter pressa, a bomba estourou e ele se mostra inerte. A planilha está sendo contestada. Qualquer pessoa pode ver a maquiada ali, ônibus de 700 mil reais? Onde ele está?

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  2. ...só esperando um debilóide dizer que falta geston.

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    1. Não é a falta dela. É ela existir sendo ruim. Abraço.

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  3. ...nao falta "geston". Esta tudo perfeito

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  4. A planilha é uma farsa. Ela mostra que cada ônibus faz 0,80 km/litro, quando, na verdade. fazem de 3 a 5.

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  5. ainda existem pessoas que defendem o aumento da tarifa? Acho que entendi o porque de tanto buraco nas ruas da cidade: para ter como desculpa para o auto custo da mobilidade, e também desencorajar outras empresas de tentarem entrar em uma licitação futura. Quem sabe em um futuro distante, no ano de 2130 ou 2135. ( estou sendo sarcástico, hein?)

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