terça-feira, 12 de julho de 2016

A tocha passa por Joinville. E daí?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Qualquer gestor, quando vai fazer um investimento, faz uma operação básica: vê qual é a relação custo-benefício da ação. É o raciocínio que deveria ser aplicado à passagem da tocha olímpica por Joinville. A Prefeitura informa que o custo é reduzido, quase residual. Tudo bem. Nada contra a tocha. Mas quais são os benefícios? Não há. Aliás, parece ser o contrário, porque há muitos joinvilenses críticos em relação à iniciativa.

Há um problema de gestão. Afinal, o que a passagem da tocha deixa em Joinville? Nada. Talvez provoque algum ruído durante o evento. É previsível a mobilização de uma comunicação social sempre disposta a carregar o atual governo municipal ao colo. Mas por mais que tentem pintar um quadro grandiloquente, o fato é que no dia seguinte a coisa terá sido esquecida. Porque a passagem é isso mesmo... passageira.

Ora, vamos ser práticos. Que notícias o leitor reteve dessa digressão da tocha pelo país? Sem puxar muito pela memória, lembro da morte da onça Juma, que provocou uma onda de indignação no Brasil e mundo afora. Ou o rapaz que, na passagem por Cascavel, tentou apagar a chama e foi preso. E a imagem um tanto cômica – viralizada nas redes sociais – em que o sujeito escorrega e dá um grande tralho no asfalto com a tocha nas mãos. Enfim...

Há algumas tentativas, por parte do poder público, de dar relevância ao evento. Mas os argumentos, em tom meio acanhado, soam de forma pífia. Porque no frigir dos ovos todos sabemos que a Prefeitura está a oferecer uma mão cheia de nada. E é isso o mais preocupante. A falta de imaginação dos decisores. Perdidos em grandes vaidades e pequenos jogos de poder, os caras transformam a cidade num deserto de ideias.

A passagem da tocha é um evento desgarrado. Não traz valias para a cidade porque não faz parte de uma estratégia. Não existe um projeto para Joinville. Udo Dohler se apresentou como gestor e, como tal, deveria saber que as cidades precisam seguir estratégias de marketing territorial. Hoje o marketing territorial – em todas as suas vertentes – deve ser o elemento orientador dos planos de governo. Mas é preciso saber como fazer... e querer. A aposta tem sido no velho e carcomido clientelismo.

De volta à relação custo-benefício. O custo da passagem tocha é coberto pelos patrocinadores da competição? Perfeito. Mas quais os benefícios para a cidade? Nenhum. E se, num caso extremo, a ideia fosse dar uma forcinha para a reeleição de Udo Dohler? Aí a coisa degringolava. É só dar uma olhada para as redes sociais e tomar o pulso do eleitorado. As pessoas parecem muito pouco felizes. E para que não seja eu a falar, abaixo deixo ao leitor e à leitora uma reprodução de alguns comentários.


É a dança da chuva.



18 comentários:

  1. Desculpem-me a franqueza, mas a tocha olímpica não é palhaçada. A tocha representa o esporte. Palhaçada é a corrupção, a politicagem, os políticos, a carga tributária, etc. Por isso Joinville merece a passagem da Tocha olímpica. Infelizmente se a economia estivesse boa todos estariam lá prestigiando tal evento. O problema de o pais estar ruim é a corrupção politica e não da tocha…
    Este evento deveria ser um evento familiar, é importante apresentar o espirito olímpico às crianças. A tocha simboliza todo o evento e o espírito das olimpíadas. É um ato de patriotismo, assim como apoiar os atletas brasileiros.
    Devemos dar resposta aos políticos nas urnas, pois certamente as olimpíadas ficarão marcadas na memória daqueles que de alguma forma participaram.

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    1. Eu não disse que era palhaçada. Que tal ler o meu texto?

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    2. Eu li o texto como também li as postagens...

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  2. A passagem da tocha não acrescentará nada. Tomara que chova.

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  3. Lá no começo teve aquele que caiu num buraco também, se acontecer aqui não será novidade

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  4. Fiquei sabendo que tem gente que vai querer apagar a tocha olímpica com um extintor de incêndio. O motivo? A indignação com a classe política que vive inventando eventos para distrair a população dos reais problemas da cidade, estado e país. Dez mil reais é pouco mesmo, mas por que 8 seguranças particulares se já temos Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Municipal? E se resolverem trazer o Fritz? Teremos também a Guarda Ambiental? Escondam o Fritz!

    Pouca vergonha o que estão fazendo com Joinville. Por debaixo dos panos - nem tão debaixo assim, pois basta procurar no portal da transparência da cidade - milhões estão sendo transferido, em forma de prestação de serviços para empresas de segurança. E ninguém aborda o assunto...

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  5. Quem trouxe essa porcaria de olimpíada para o Brasil?
    Aquele populista safado!

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  6. Logo vocês, esquerdistas, tão simpáticos à Olimpíada do Hell e “tudo de bom que ela trouxesse”? Cadê o espírito esportivo agora?

    Ah, claro! Desta vez Dilma terá um papel secundário nessa bandalheira toda... Os “louros políticos” que a olimpíada traria ficaram para trás... Como se não bastasse a estupidez que Lula e o PT fizeram com a Copa com todos esses elefantes brancos que EU e a torcida do Flamengo havíamos vislumbrado antes do evento.

    Vai ter Olimpíada, SIM, hipócritas!
    E com Temer (o salvador!) que os petistas e esquerdistas enfiaram no governo. É a chance do país de mostrar ao mundo o quão incompetente é, além da imundice e abandono do Hell pelo poder público que foi alçado pelos cariocas e fluminenses – os mesmos que votaram maciçamente em Dilma nas eleições de 2010 e 2014 – Bem feito!

    Eduardo, Jlle

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    1. Outro que não leu o meu texto. Como sempre...

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    2. Gente, o Eduardo é doente, ou muito infeliz. Ou os dois.

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    3. Os dois. Cróvis.

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    4. Acho que deve ser um aposentado com muito tempo e nenhuma imaginação.

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    5. Eduardo, não adianta criticar esta turma que não passa de um bando de ociosos bitolados! Ah, para o Baço, aposentado é ofensa.

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    6. 1. Ocioso é a puta que te pariu. 2. Nada contra aposentados. Mas há mais coisas para fazer do que ficar por aí a vomitar tolices.

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  7. HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA Seus petralhas!!

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