POR SALVADOR NETO
Reforma ou demolição?
A proposta (?) de reforma política que Eduardo
Cunha (PMDB) enfiou goela abaixo dos colegas deputados esta semana, isso após incinerar
a outra proposta criada por uma comissão especial que ele próprio incentivou,
está mais com cara de demolição da democracia que para um reforma. Como se diz
nos meios políticos, propõe-se mudar tudo para de fato, nada mudar.
Reforma ou demolição? (2)
Cunha fez surgir pelas mãos de seu amigo Rodrigo
Maia (DEM) um projeto forjado para dar ares de mudança a algo que eles não desejam
mudar. Como a um vestibular de múltipla escolha, colocaram lista de votação por
tema. Ao final deste grande teatro, estão mantidos o financiamento privado das
campanhas, agora somente a partidos; o voto proporcional, a manutenção das coligações
para o legislativo, e o fim da reeleição para o executivo.
Reforma ou demolição? (3)
De costas para o povo, aquela massa que em 2013
alguns chegaram a dizer que era o gigante que havia acordado, Eduardo Cunha e a
maioria dos deputados pioraram o que já era ruim. O financiamento privado aos
partidos inviabiliza ainda mais a transparência, porque não se saberão os “preferidos”
de cada presidente de sigla a receber os recursos. Uma jogada de mestre, sob o
ponto de vista de quem não deseja luz no principal motivador da corrupção no
Brasil: o financiamento privado das campanhas eleitorais.
Já em Joinville...
Já na provinciana maior cidade catarinense
continua-se a conviver com o abandono geral das ruas, praças e obras. Buracos
brigam por espaço no asfalto esfarelado, enquanto a gestão Udo Döhler (PMDB)
não consegue fazer andar licitações para pelo menos recapar tais ruas, que dirá
fazer os 300km de asfalto prometidos. Dizem que do estacionamento rotativo,
após quase um mandato inteiro de estudos, agora vai. Há quem acredite, mas o
povão da periferia não. É só dar uma visitadinha como faziam na campanha
eleitoral.
Greve à vista?
Ainda na cidade onde qualquer chuva alaga vias,
casas e escolas por pura falta de manutenção de rios, córregos e bocas de lobo,
voltamos ao filme antigo: embate entre Sinsej e Udo Döhler na questão do
aumento salarial dos servidores municipais. Udo oferecia nada. Depois a
inflação parcelada em oito vezes de pouco mais de 1 ponto percentual ao mês.
Piada de mau gosto até para quem não é servidor. O Sinsej, que no tempo de
Carlito Merss botava prá quebrar, mas agora amansou, diz que vai para a greve
na semana que vem... façam suas apostas!
LOT, lobbyes e vereadores
O prefeito Udo Döhler anunciou, via diários
oficiais do governo, ah, desculpem, os jornais diários locais, que mandará para
os vereadores a tão esperada (por inúmeros lados!) Lei de Ordenamento
Territorial, a LOT. Embates renhidos ocorreram no Conselho da Cidade, na
Justiça, e assim na base do arrasto, ela chega ao legislativo. Veremos momentos
de alta tensão nos próximos meses, capazes talvez de paralisar um governo que
está no ponto morto desde a posse.
E a cassação de Maycon César?
Na mira de vereadores que detestam seu modo de
fazer política, atirando contra o espírito de corpo da Câmara de Vereadores, os
colegas, Prefeito para se promover, o vereador Maycon César conseguiu cessar o
processo de cassação que corria contra ele, pelo menos temporariamente. Agora,
com a LOT na Casa de Leis, quem sabe se voltam a colocar a espada sobre a
cabeça de Maycon?
E o caso Lia Abreu?
A servidora Lia Abreu, fiscal da Vigilância
Sanitária em Joinville (SC), que foi afastada de suas funções no final de janeiro
deste ano pelas acusações de desapreço no recinto da repartição, conduta
escandalosa, abuso de poder e assédio moral, está pronta para falar. A tal sindicância
foi prorrogada, mas o prazo finda este mês. Gente poderosa está por trás da
medida, porque ela era uma pedra no sapato ao interditar escolas a cada momento
por pura falta de manutenção das mesmas. Lia, em breve, vai falar tudo sobre o
caso. Talvez até seja aqui no Chuva e para este jornalista. Leia o que escrevi
no artigo “Lia Abreu, cadê você?”.
Muito boa a chuva ácida. Haja guarda-chuvas.
ResponderExcluirDonald, obrigado!
ExcluirSalvador.... o Cunha fez foi legitimar a maior fonte de recurso para corrupção do país.
ResponderExcluirExatamente Anônimo, legitimou, legalizou e apagou as pistas que quem financia a corrupção no Brasil.
ExcluirSalvador uma série de reportagens esclarecendo o caso Lia Abreu seria muito bem vinda.
ResponderExcluirL.S. Alves, estamos pensando sim em reportagem, ou reportagens, mas também dependemos da disposição dela em conceder a entrevista, abrir o jogo!
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