segunda-feira, 28 de julho de 2014

Fernanda M Pompermaier



POR FERNANDA M. POMPERMAIER

Acho meio descabido eu morando há 3 anos e meio a 11 mil quilômetros de distância de Joinville, estar declarando meu voto nas eleições por aí. Ainda não posso votar por aqui, e nem sei como fazer para votar nas eleições brasileiras. Sei que brasileiros que moram no exterior estão dispensados de todas as eleições, exceto a de Presidente da República. Pretendo votar, provavelmente na embaixada que fica em Copenhagen. Veremos.

Sou filiada ao PSOL, e não apenas por esse motivo, voto na Luciana Genro.

Os motivos pelos quais me filiei ao Partido do Socialismo e Liberdade são inúmeros: comprometimento com a pauta de direitos humanos, acreditar numa reforma política, possibilidade de melhorar a distribuição de renda através de imposto progressivo, fim dos enormes caixas de campanha, entre outros. Moro num país que tem uma exemplar igualdade social e isso não foi conquistado de graça. A Suécia já foi pobre, já foi exclusivamente monárquica, já foi socialista, hoje o regime é Monarquia Constitucional Parlamentarista, ainda bem comprometido com as questões sociais e as liberdades individuais. O povo que detesta bolsa família ia ficar piradinho por aqui. Todas as famílias recebem ajuda de custo para cada criança (eu inclusa) de aproximadamente 300 reais mensais por crianca. Valor muito maior do que é dado no Brasil e não apenas para quem tem renda baixa, mas para todos:  por exemplo, para a minha família, na qual ambos os pais trabalham e conseguem se manter.

A palavra socialismo ainda assusta muitos desinformados que a relacionam com utopia, com dificuldade de ação, com comunismo ou sei lá o quê. E é por isso que o nome da sigla é socialismo e liberdade, porque se pretende melhor distribuição de renda garantindo as liberdades individuais, através da democracia. Gostaria que todos tivessem a possibilidade de conhecer na prática como é viver numa sociedade com igualdade social e percebessem a necessidade da classe média/alta abrir mão de privilégios para o bem coletivo. E reconhecessem a real necessidade de um Estado que se compromete com os direitos de todos, que protege o cidadão que teve menos oportunidades, que protege as crianças e a sociedade em geral desse mercado com estratégias tão agressivas de venda e marketing. Não acredito no fim do Estado. Acredito nele como um "garantidor" de direitos, um regulamentador.

Acredito que o PSOL pode ser capaz de mudar essa ideia do estado como uma máquina pesada sugadora de impostos para um verdadeiro prestador de servicos de qualidade.


3 comentários:

  1. Sabem qual é o problema com o PSOL? Se for eleito, serão quatro anos, não parece muito mais muita coisa pode acontecer nesse período. Aí entra a questão, o PSOL é igual ao PT da década de 80 – o mesmo discurso, a mesma ideologia. É só olhar pra trás para perceber que a partir do momento que entregar o canetão nas mãos de quem tem o poder de governar ele vai obedecer o “fluxo natural” das coisas, afinal, o executivo não apresenta leis e não as aprova, apenas as sanciona e executa, sem maioria nas duas casas não tem conversa e os projetos ficam engavetados. Tem outra questão sensível que é a economia, convenhamos que só os picões para mexer nesse vespeiro. O PSOL tem profissionais para esse intento ou vai se basear no manifesto comunista? Eu convivi com os governos do PMDB, PSDB e PT e sei como eles funcionam, quais os pontos fortes e fracos de cada um, e percebi que os três têm muito mais similaridades do que diferenças. Não pense que o PSOL ou o PSB serão diferentes. Por isso prefiro votar com o grau de incerteza que possuo, adquirido com as experiências anteriores, do que investir em um partido que, além não apresentar os resultados esperados nos próximos 4 anos, pode piorar ainda mais a situação do país.

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  2. Concordo com o Carlos. Um exemplo é a Marina Silva com seu discurso de sustentabilidade que até agora não explicou de fato a aplicação de tal modelo. Óbvio que a maioria sabe o significado de sustentabilidade, mas como colocá-lo em prática? Procurei e não encontrei nenhum documento vindo de Marina ou do seu partido REDE explicando a aplicabilidade de um modelo sustentável nos moldes brasileiros (principalmente na economia). Daí fica difícil.

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  3. Carlos, faço das suas as minhas palavras. Esse tipo de conversa nos dias de hoje beira o ridículo. Comunismo, socialismo e similares é coisa do passado. PSOL é um PT mixuruca, deformado e paralítico. Caí nesse artigo por acaso, mas comparar a Suécia com o Brasil é até um descalabro. Da história, cultura e até o tamanho territorial, as diferenças são gritantes.

    Com certeza o PSOL ou qualquer partidinho de esquerda faria a mesma coisa que o PT: iria virar um comunista de merda capitalista de centro-esquerda com polarização de direita. Ou seja, não irá mudar nada.

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