POR JORDI CASTAN
Meus votos para presidente serão para Eduardo Campos, no
primeiro turno, e para quem enfrente a Dilma e a máquina do governo, no
segundo. O mais provável, hoje, é ser Aécio Neves, que não é o candidato dos
meus sonhos mas tampouco dos meus pesadelos.
Fico feliz porque a maioria dos meus companheiros do Chuva
Ácida tem a sólida convicção de que num país como o Brasil e possível fazer
política partidária, ideológica. E que há espaço para o idealismo e os
idealistas. O Clóvis e o Baço já parecem ter passado um pouco desta fase.
Num país em que o único ponto em comum de todos os partidos é chegar ao poder, se manter no poder e usar o poder - e para isso são capazes de fazer as mais espúrias alianças -, para mim, como eleitor, é impossível o voto partidário ou o voto em programas que mudam de acordo com os objetivos do momento. E assim, mesmo podendo provocar ataques de urticária nos meus co-bloggers, voto em pessoas. É o resultado de uma democracia imperfeita e à deriva.
Dilma declarou abertamente que vai "fazer o diabo". Não voto
em quem pensa e age assim. Acredito que esta eleição será em dois turnos e acho
salutar que assim seja. Estou curioso para saber como votarão os demais membros
do blog num eventual segundo turno. Quem sabe podemos repetir a experiência e
fazer uma nova declaração de voto. Se a candidata do PT conseguir de fato "fazer o diabo", pode até ser que nem haja segundo turno. Mas até lá temos
tempo para pensar antes de tomar uma decisão. A minha, como eleitor, está
tomada. Votarei em qualquer candidato que represente uma opção real de mudança
frente à corrupção institucionalizada, à amoralidade instalada no governo e que
não aplauda corruptos presos e condenados como se fossem heróis.
Sobre o discurso do combate à pobreza, as bolsas, o
assistencialismo e todas essas histórias, tenho uma visão muito simples (e talvez curta): o melhor programa de combate a miséria é um bom emprego.
"...o melhor programa de combate a miséria é um bom emprego."
ResponderExcluirPois é, Jordi. Uma pesquisa recente feita pela OIT questionou qual seria o mais importante legado de um governo, e a resposta uníssona (muito antes do controle inflacionário, saúde, segurança e educação) é a geração e manutenção dos empregos. As constantes intervenções do Estado, com ideias mirabolantes e mudanças nas regras, afastam investidores e causam desconfiança nos empresários. O resultado disto é o processo de desindustrialização do Brasil, setor que emprega e profissionaliza o cidadão de baixa renda. Sinceramente tenho receio de 2015. A cúpula extremista do PT já sinalizou que, caso a Dilma seja reeleita, não haverá mudança na política econômica, ou seja, a inflação continuará represada e constante. Com inflação alta e a credibilidade em baixa, os empresários não terão mais o que fazer senão diminuir o número de empregados, e o resultado disto já é percebido nos dados do IBGE.
Aécio Neves também não é o meu candidato dos sonhos, mas não vou desperdiçar meu voto com Eduardo Campos que há pouco tempo bebeu na mesma fonte que o PT.
José
Quem sabe ele faz um Aecioporto aqui em Garuva, Araquari, igualzinho os que ele fez nas fazendas dele em MG...
ExcluirSe ele fizer está ótimo, ao menos beneficiará a todos, mas tem de ser privatizado.
ExcluirIgualzinho o aeroporto nas terras do tio: privatizado.
ExcluirClóvis, vai votar na Dilma que tu ganha mais...
Excluir14:16, se há uma coisa de que não preciso a estas alturas da minha vida, é conselho de quem tem vergonha do próprio nome.
ExcluirConcordo integralmente Jordi. É triste ver esta cegueira dos admiradores do Lula. Votar em bandidos por medo das outras opções eu não consigo. Precisamos alternar o poder. Se não der certo, mudamos novamente em 4 anos. O que não dá é para votar neste grupo que institucionalizou a corrupção e faz com que parte da população tenha orgulho disso... "Genoíno herói!!!".
ResponderExcluirNão sou eleitor do PT, mas me surpreendo ao ver alguém pregar o voto no PSDB alegando a necessidade de alternância no poder.
ExcluirA alternância só vale para o governo federal ou vale para SP, onde o PSDB está há mais de 20 anos?
E qual sua sugestão para governar SP, o PT?
ExcluirAté pode ser Juarez Vieira. Mas não foi o caso do comentário acima, que em momento algum defende o PSDB.
Excluir"...o melhor programa de combate a miséria é um bom emprego."
ResponderExcluirCaro Jordi. É público e notório que a taxa de desemprego no Brasil atualmente (e desde os últimos quatro, cinco anos) é bem menor que em países como Espanha e Portugal. Sobre a frase acima, entre aspas, citada por você, creio que foi dita primeiramente por Ronald Reagan. A partir do governo dele, a taxa de desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres disparou nos EUA. Hoje é abissal (cfme relatório do banco Credit Suisse de 2013) e continua crescendo. Já a taxa de desigualdade no Brasil, vergonha histórica, vem diminuindo (embora ainda continue enorme e até maior que nos EUA). E quando o 1% mais rico controla quase metade da renda de um país, o dinheiro não circula, o que, entre outras causas, gera crises econômicas (como a de 2009 por exemplo).
Sabe tenho dificuldade em entender taxa de desemprego num país com tantos milhões que não tem emprego e tampouco procuram emprego. Acho que issi distorce muito qualquer percepção e qualquer comparação.
ExcluirEm tempo a frase é atribuida mesmo a Ronald Reagan mesmo.
Curti mil vezes o seu comentário anonimo, isto comprova que existem anônimos com alguma coisa na cabeça....
Excluir"quando o 1% mais rico controla quase metade da renda de um país, o dinheiro não circula..."
Excluirquanta bobagem. esse leu muito tio patinhas. e o manoel aprova...
Falar em taxas de desemprego no Brasil é o mesmo que tentar decifrar a desaceleração da economia seguida de um aumento da inflação – são coisas antagônicas. Houve aumento na oferta de emprego, afinal o que esperar em 12 anos de governança (DOZE, não QUATRO) com vendas de commodities com preços estratosféricos, investimentos do PAC 341, obras (?) de uma copa e investimentos estrangeiros? Reformas econômicas sérias? Nenhuma!
ExcluirAcontece que o índice de desemprego nas principais regiões metropolitanas está em ascensão. Pior é que este índice só computa os desempregados com interesse a uma vaga, não os desinteressados (muitos segurados ou marginalizados). Portanto, embora, em ascensão espera-se nos próximos levantamentos um denominador ainda maior do desemprego.
Quanto a desigualdade, depois dos 12 ANOS de governo petista, o Brasil continua com a desonrosa segunda posição dos países mais desiguais do mundo entre as economias emergentes. Para um país que sofreria uma revolução social, os seis pontos percentuais do IDH acrescidos nesses 12 ANOS demonstram insuficientes. O modelo de distribuição de renda, embora importante, também parece mais do que paliativo. O valor é irrisório e o controle é escasso.
Enfim, o PT vem seguindo o mesmo modelo dos governos anteriores, porém com égide socialista e maniqueísta, com a falsa sensação de controlar grupos descontroláveis tornando-o potencialmente totalitário quando pressionado. Por este motivo prefiro a alternância do poder.
Vou votar no PSDB.
A bbc tem uma materiazinha menos vagabunda sobre o mesmo assunto
Excluirhttp://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140122_desigualdade_davos_pai.shtml
E lá tem também essa entrevista bem legal com o secretário de Ações Estratégicas do governo
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140523_ricos_desigualdade_ms.shtml
E o que eu quis dizer com o tio patinhas é que não dá para imaginar que os bilhões do Bill Gates, para ficar num exemplo clássico da turma do 1%, estão todos em moedinhas numa caixa forte. Eles estão aqui, nesse momento, permitindo que eu e vc conversemos. Concentração de renda é também condição para que bens sejam gerados e distribuídos, isso para não falar de pesquisa e inovação. Ninguém lembra de criticar a concentração de renda quando vai a supermercados, que só existem pq alguém concentrou riqueza...
Para anônimo que postou em 27 de julho de 2014 12:43h:
Excluiro engraçado é q o artigo que vc mesmo mencionou cita que "a desigualdade foi identificada como uma das principais ameaças à economia mundial."; o que corrobora o que escrevi primeiramente: "E quando o 1% mais rico controla quase metade da renda de um país, o dinheiro não circula, o que, entre outras causas, gera crises econômicas (como a de 2009 por exemplo)." O que eu quis dizer é que as riquezas, o dinheiro, não circulam como deveriam, caso a desigualdade fosse menor (e isso é fato, inclusive consta na fonte citada por você).
O que você escreveu depois: "...é que não dá para imaginar que os bilhões do Bill Gates, para ficar num exemplo clássico da turma do 1%, estão todos em moedinhas numa caixa forte..."; nunca foi imaginado ou citado por mim. Não tem nada de moedinhas em caixa forte, mas sim muitas propriedades (imóveis, imensas extensões de terra,...) que ficam imobilizadas nas mãos do 1%; muitas vezes enormes extensões de terra não produtivas. Sem mencionar quantias exorbitantes nas contas bancárias do 1%, muitas vezes paradas por anos ($$ que não circula como deveria se estivesse melhor distribuído), ou então ações de empresas nãos mãos do 1%.. Riquezas essas que se estivessem melhor distribuídas, serviriam para uma parte maior da população consumir mais, movimentando mais a economia. Isso precisa realmente ser explicado pra você?! São fatos.
E ref. o que vc escreveu depois ("Ninguém lembra de criticar a concentração de renda quando vai a supermercados, que só existem pq alguém concentrou riqueza..."): ninguém aqui é contra uma certa concentração de renda. Porém metade das riquezas concentradas nas mãos de 1% é um cenário prejudicial até a própria economia capitalista, pois acarreta em crises econômicas (novamente, fato mencionado também na fonte citada por você).
que tamanho de concentração de renda vc aceita?
Excluirfalou, velhinho, abraço, mas pensa aí pq precisamos tanto de inimigos...
O tamanho da concentração de renda que eu aceito não importa.. o que importa é o quanto a própria economia aguenta.
ExcluirO Jordi engrossa o coro daqueles que querem qualquer coisa menos o PT. Poderia ser até a reencarnação de Mussolini, Hitler ou o Franco que tudo bem... isto se chama preconceito e privilégio de classe acima de tudo.
ResponderExcluirSergio, esperava comentarios como o seu. Não esperava que fossem tão estultos. Mas deixa pra la. É obvio que não concordo com qualquer coisa ou opção para tirar o PT, menos os exemplos que você postou. Mas inutil explicar. Alias achei interessante a ligação que fez com os nomes que citou. Faltou a Coreia do Norte, Cuba, Gabão e a Venezuela para a estupidez estar completa. Mas não desista, continue comentando e vote na sua candidata, ela precisa do seu voto.
ExcluirComo se não bastasse chamar o outro de fascista e nazista pela simples discordância de voto, ainda mete um “preconceituoso” no final.
ExcluirE pensar que o país está nas mãos desses caras...
"...o melhor programa de combate a miséria é um bom emprego". Hoje o Brasil é um dos países com menor taxa de desemprego do mundo, e o bolsa-família por exemplo ainda amplia esta oferta ao possibilitar às muitas famílias abertura de seus negócios e através de aumento do consumo. Só nestes quesitos vai por terra toda a sua profecia de crise e mau agouro.
ExcluirSergio, nao tem nada de profecia. A crise eh atual. Todos que tem uma micro empresa jah perceberam a piora nas vendas dos ultimos 3 anos. Soh quem nao percebe eh funcionario publico, dirigente sindical ou quem se conforma com a miseria da assistência estatal.
ExcluirO governo atual é incompetente e merece sair.
Sabe UFANISMO? pois é o que mais vejo entre os que defendem a continuidade do atual governo, nem traços de trabalho, esforço, planejamento e superação.
ResponderExcluirpois é, Jordi.
ExcluirPara anônimo que postou em 27 de julho de 2014 12:43h:
ResponderExcluiro engraçado é q o artigo que vc mesmo mencionou cita que "a desigualdade foi identificada como uma das principais ameaças à economia mundial."; o que corrobora o que escrevi primeiramente: "E quando o 1% mais rico controla quase metade da renda de um país, o dinheiro não circula, o que, entre outras causas, gera crises econômicas (como a de 2009 por exemplo)." O que eu quis dizer é que as riquezas, o dinheiro, não circulam como deveriam, caso a desigualdade fosse menor (e isso é fato, inclusive consta na fonte citada por você).
O que você escreveu depois: "...é que não dá para imaginar que os bilhões do Bill Gates, para ficar num exemplo clássico da turma do 1%, estão todos em moedinhas numa caixa forte..."; nunca foi imaginado ou citado por mim. Não tem nada de moedinhas em caixa forte, mas sim muitas propriedades (imóveis, imensas extensões de terra,...) que ficam imobilizadas nas mãos do 1%; muitas vezes enormes extensões de terra não produtivas. Sem mencionar quantias exorbitantes nas contas bancárias do 1%, muitas vezes paradas por anos ($$ que não circula como deveria se estivesse melhor distribuído), ou então ações de empresas nãos mãos do 1%.. Riquezas essas que se estivessem melhor distribuídas, serviriam para uma parte maior da população consumir mais, movimentando mais a economia. Isso precisa realmente ser explicado pra você?! São fatos.
E ref.o que vc escreveu depois ("Ninguém lembra de criticar a concentração de renda quando vai a supermercados, que só existem pq alguém concentrou riqueza..."): ninguém aqui é contra uma certa concentração de renda. Porém metade das riqueza concentradas nas mãos de 1% é um cenário prejudicial até a própria economia capitalista, pois acarreta em crises econômicas (novamente, fato mencionado na fonte citada por você).
Quem pensou numa caixa forte cheias de moedinhas, como na ficção do Tio Patinhas, foi vc..
Uma dúvida Jordi: Com a entrada de Marina no lugar de Eduardo, você vai de Marina ou fará um novo post sobre seu novo candidato?
ResponderExcluirAbs,
Cássio,
ExcluirMuito obrigado pela sua questão. Acho que há um abismo entre o que Eduardo era e representava e o que a Marina é e representa.
Tento me imaginar votando nela e não consigo. Me treme a mão, seria como votar na Dilma.
Assim que neste momento me declaro indeciso. Estou mais perdido que o Adão no dia das mães. Sem saber qual é a melhor opção para o Brasil. Tenho poucas duvidas de qual é a pior, ou quais são as piores. E lembro do nosso vizinho do sul, a Argentina que insiste em se afundar, cada vez mais fundo no lodaçal da historia escolhendo um presidente pior que o outro. Sinto que estamos indo ladeira abaixo.