POR JORDI CASTAN
Joinville não pode ficar atrás e o prefeito anunciou, na
semana passada, que há um projeto para construir uma praia artificial no Espinheiros.
Joinville redescobre o mar. A cidade, que estava de costas para o mar, descobre
a sua vocação marítima e propõe construir uma praia.
O discurso do prefeito Udo
Dohler me lembrou o daquele político em campanha que, ao chegar a uma
cidadezinha do interior, antes de descer do carro com pressa pergunta ao seu
assessor o que deve prometer aos eleitores? O assessor responde que a cidade
precisa de “um posto”. O candidato no seu inflamado discurso promete construir “uma
ponte”, o assessor esbaforido, corre pra informar que a cidade não tem nem um
rio sequer e que não precisa de nenhuma ponte. O candidato não deixa por menos
e promete que colocara um rio em baixo da nova ponte.
Me ocorrem duas possibilidades para que o prefeito
proponha esta praia. Neste momento, a primeira é que o prefeito tenha
ouvido outra coisa e entendido errado. Quem sabe algum assessor tenha
sugerido uma praça, ainda que se fosse uma praça aqui em Joinville, teria dito
um parque. Pode ser que tenham sugerido um palco, ou até
um posto. E do jeito que os postos de saúde andam incomodando o prefeito, talvez ele
tenha preferido propor uma praia, achando que construir uma praia no
Espinheiros será mas fácil que construir e equipar um posto de saúde.
A segunda possibilidade é que da forma que o prefeito anda
fascinado pelo desenvolvimento imobiliário de Joinville e pensando em quanto
aumentaria a arrecadação do IPTU com a construção de mais prédios. O prefeito, com inveja de Florianópolis ou de Balneário Camboriú, talvez tenha pensado em construir
uma praia para poder implantar uma faixa viária a que porá o nome de Beiramar e
poderá autorizar a construção de espigões de mais de 15 pavimentos, assim
Joinville também terá a sua Avenida Atlântica, ou a sua Copacabana sambaquiana.
Mas imaginemos, por um instante, que o prefeito acredite
mesmo que é possível construir uma praia artificial nos manguezais das margens
da Lagoa de Saguaçu. Não seria bom que alguém o avisasse antes que pode estar se metendo numa bela encrenca? Primeiro precisaria despoluir a lagoa,
que há décadas sofre com o esgoto doméstico e metais pesados, depositadas no lodo. Que ainda falta muito investimento para que Joinville chegue a ter metade do seu
esgoto tratado e que enquanto isso não aconteça a Lagoa de Saguaçu é um esgoto
a céu aberto. Que Joinville tem outras prioridades mais urgentes e mais
importantes que essa praia. Mas se alguém lhe disse-se seria que ele escutaria?
da pra ver que vc conhece pouco a lagoa do saguaçu Jordi.
ResponderExcluirTens razão nunca naveguei nela...só vi ela em fotos.
ResponderExcluirNão discordo da idéia da criação da praia. E como já citei em outros ambientes, vale inclusive para outras belas areas inexploradas como o Morro do Amaral, por exemplo. Com racionalidade, sensatez e bom senso muita coisa bonita poderia ser feita.
ResponderExcluirMas o Jordi tem razão. Vamos ter que nos livrar primeiro de muitas milhares de toneladas de lixo e esgoto da lagoa do Saguaçu. Isso é um fato e só não enxerga quem é cego.
Aliás, não só na lagoa. É o Linguado inteiro, até S. Chico, passando por Araquari.
Vou falar bem baixinho pra não dar idéia, mas se esses dois municipios um dia entrarem com uma ação contra a destruição ambiental causada por Joinville e suas indústrias àquelas regiões...nós e as gerações futuras teremos uma bela dívida para pagar....Ou pensam que é só o rio Cachoeira?
Nelson, logo logo quem deverá indenizar a região será Araquari com a destruição crescente das suas florestas e restingas legitimadas pela falta de fiscalização e planejamento do poder público municipal e estadual.
ExcluirSei. Também lamento a destruição do "inferninho" como outrora era chamada aquela mata especial. Mas, para sermos justos, incluamos nessa conta uns bons nacos de mangues que foram dizimados ali pra frente de uma certa fundição...
ExcluirA praia que foi comentado que iriam fazer é como a que temos na Vigoreli...parece que é um pouco diferente dessa ai da foto...e o texto explica bem a minha opinião sobre essa ideia. Antes de pensar em fazer algo turístico na baia e no mangue deviam limpar o rio. E outro ponto que deve ser considerado. La no trapiche pelo menos antes da reforma tinha no maximo 15 ou 20 metros livre de cada lado, hoje nem sei como ficou mas imagino que o espaço seja menor. Então não da pra fazer muita coisa alem de jogar uma carrada de areia no mangue sujo...pelo menos não por enquanto....quem sabe essa ideia é para Joinville de daqui 30 anos.
ResponderExcluirespinheiro internacional beach park resort ....imagina só Jordi
ResponderExcluirMega Plus... Pegou bem a ideia
ExcluirÉ que como esá tUdo parado, então ele inventa novos projetos.
ResponderExcluirPrimeiro a própria dohler tem que parar de descarregar química nos córregos...
Se na administração passada era falta de gestão, essa é no mínimo falta de bom-senso.