POR FELIPE SILVEIRA
Cá com meus botões e convicções, entendo que transformar o mundo (pra melhor) passa por três áreas fundamentais: Educação, Legislação e Comunicação. Escolhi a última para atuar, mas entendendo que formam um tripé de uma possível mudança.
Falo em possível mudança porque é preciso entender que as mesmas coisas formam, atualmente, o tripé do conservadorismo. Temos uma educação que forma cabeças obedientes, resignadas, conservadoras e medrosas; temos leis que limitam a coragem, a ousadia, a transformação, leis que privilegiam quem tem mais em detrimento de quem tem menos; e uma comunicação voltada para não conhecermos e consequentemente não refletirmos adequadamente sobre a nossa sociedade.
E é dessa forma porque as leis foram feitas pelos grupos que se beneficiam delas, assim como o formato e o currículo escolar. Da mesma maneira que as concessões de rádio e televisão foram dadas para os mesmos grupos ou seus representantes.
Para haver a mudança, portanto, é preciso que o povo tome a frente desses meios e promova a mudança. É algo que está ocorrendo no campo da Comunicação, mas que pode ser ampliado.
Cada vez mais surgem alternativas relevantes de veículos e narrativas, como a Mídia Ninja, a Agência Pública, blogs, páginas de facebook etc. Ao mesmo tempo, a internet é invadida pelas empresas tradicionais, como Globo e RBS, que usam seu poder econômico e político para dominar o setor. Você pode analisar isso reparando nos próprios hábitos. Como você se informa pela internet? Quais páginas curte? Quais compartilha? Você conhece sites alternativos ou vai primeiro no Globo Esporte, no GSHOW ou no ClicRBS?
Eu entendo que é preciso fortalecer os veículos alternativos. Primeiro, com audiência. Criar o hábito de visitar esses sites e se informar por eles. Em segundo, com dinheiro. Há diversos veículos que contam com possibilidade de assinatura e doação. É preciso grana para fazer bom jornalismo e boa comunicação. Nem que seja para pagar um salário para quem produz. Em terceiro, é preciso boicotar aqueles que já provaram não ter credibilidade. A rede globo, por exemplo, apoiou a ditadura e manipulou debates eleitorais. Por que merece a sua audiência?
Ou aquele tradicional jornal local que sempre apoia as elites...
Além dos sites, há a questão dos jornais comunitários. Uma experiência riquíssima é a do Jornal do Paraíso, produzido pelos moradores do bairro, com apoio do curso de jornalismo do Ielusc. Para quem lembra da imagem que se tinha do bairro Jardim Paraíso há alguns anos, percebe-se uma mudança gigante para os dias de hoje. Não se pode dizer que o jornal é o responsável pela mudança, mas também não se pode negar sua importância nesse contexto.
CONVITE
É por essas e outras que o Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Bráz (CDH) criou o Núcleo de Comunicação Popular e Direitos Humanos, que vai debater, no dia 5 de julho, a partir das 16 horas, essas e outras questões, com a intenção de fomentar e fortalecer a comunicação alternativa local. Todos os interessados estão convidados.
Confirme sua presença aqui.
Belo texto, Felps! Mas prepare mostarda, maionese ou catixupi, pois vai aparecer um monte de coxinha bicudinho reclamando. Abraços!
ResponderExcluirMarcio Rocha
Você só esqueceu de dizer que as tais “mídias alternativas” são mais parciais do que esses jornais com poderio econômico. Acesso várias páginas de internet, tempos atrás também acessava as tais “mídias alternativas” até ficar enojado com o conteúdo ideológico e político. As “mídias alternativas” têm um alvo bastante específico que é formado principalmente por extremistas da esquerda e da direita.
ResponderExcluirDispenso!
Esse é um dos motivos pelos quais é preciso fortalecer a coisa, inclusive corrigir os erros.
ExcluirNo entanto, não dá pra dizer que as mídias tradicionais são menos ideológicas. Pelo contrário. Elas só não assumem a posição ideológica, que fica escondida sob o mito da objetividade e da isenção.
Muito interessante essa proposta de um tripé para mudança do mundo.
ResponderExcluirSó complementaria o texto com uma coisa: o perigo do reformismo. O que queremos é criar uma comunicação alternativa e fortalecê-la, mas mantendo os grandes grupos; ou queremos tomar de fato os espaços de comunicação hoje ocupados pelas elites?
A mudança real da sociedade (revolução) só vai acontecer se o povo - classe trabalhadora - tomar o poder de fato. Assim como as fábricas, os meios de comunicação devem ser de propriedade do povo.
Eduardo,
Excluirminha proposta é a extinção dos grandes grupos por meio da ascensão de uma nova comunicação, popular e transformadora.
E eu acho que esse é um estágio pré-revolucionário.
O CDH incentiva e promove diversos debates, já participei de alguns, por meio do Centro Dom Helder de acolhida e capacitação da juventude, são excelentes os debates. Recomendo.
ResponderExcluirMuito bom texto Felipe.