segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Colombo, Sebastião Scarzello e a Ajorpeme

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Nesta última semana, vários moradores da região sul da cidade montaram uma manifestação em frente à escola estadual Sebastião Scarzello, no Itaum, pedindo para que a escola (interditada desde 2011, por incrível que pareça) não seja destinada à Ajorpeme. A Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville já manifestou este interesse de cessão, para que a entidade utilize o prédio como local de incubadoras de empresas e projetos sociais (Ajorpeme faz projeto social? Precisamos lembrar que a Ajorpeme é uma das principais envolvidas na antidemocracia do atual Conselho da Cidade).

A gestão Colombo, mais uma vez, comete uma grande falha, e das graves. Deixa uma escola estadual ser interditada (por mais que o problema de manutenção não seja exclusivo de seu governo), não a reforma, coloca alunos em posições provisórias e paliativas em outras escolas, e o local vira abrigo para mendigos, a ponto do poder público enxergar a doação do local para os empresários como a única solução possível.

Mas, convenhamos: os empresários da Ajorpeme pagam uma mensalidade para serem associados (o que não é pouco, corresponde a renda média de milhares de famílias joinvilenses), têm altas taxas de lucros em cima de seus produtos, são responsáveis por grande parte do PIB de Joinville e ainda querem que o governo doe para si um patrimônio público? Não há dinheiro o suficiente para que a Ajorpeme, por suas próprias fontes de recursos (ou com 1% do lucro de todos os seus associados), construa um prédio de incubadoras sem precisar das camarilhas que envolvem os políticos e empresários desta cidade há décadas?

Não foi a mesma Ajorpeme que, ao criar o já falido projeto do parque empresarial da zona sul (mesma zona da escola interditada), dizia que queria levar desenvolvimento social para os moradores desta região? E como que esta entidade consegue se contrapor em poucos anos, ao aceitar uma doação de uma área que é uma escola? Acabar com o principal equipamento público que a nossa sociedade tem é algo que não dá para admitir.

E o governo Colombo mostra que a sua intenção, ao não dar conta das escolas interditadas em Joinville, é promover uma lenta falência deste setor, privatizando-o, mesmo que aos poucos e sem lei específica para isto. A cessão do terreno pode ser interrompida pela Assembleia Legislativa. É neste momento que veremos em qual lado os nossos deputados estaduais estarão: ao lado de seus amigos empresários financiadores de campanha e pauteiros de suas ações, ou do povo que sofre com uma gestão Colombo que aniquila todas as demandas e direitos sociais. Ir para Florianópolis apoiar pautas dos empresários (Santos Dumont, bombeiros voluntários, segurança pública para as áreas comerciais, etc) é fácil, não?

É esperar para ver.

10 comentários:

  1. Estamos diante de um governo estadual que só pensa em marketing e eleição.
    O pior é saber que ano que vem não haverá nenhum candidato que possa tirá-lo do palácio da Agronômica.
    Serão mais 4 anos de muitas placas e poucas Obras, e as SDRs cada vez mais cheias de asponis...

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  2. Ótimo texto Charles, essa pegou na veia. Abs

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  3. Não custa lembrar que o mesmo Governador Colombo já conseguiu - se livrar - das crianças do CEIs por meio de uma "municipalização a forceps" para a rede municipal.

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  4. Depois que deixou a faze "deprê" e entrou no ritmo de paladino da verdade e defensor dos fracos e oprimidos, CHV está mudando em meu conceito!

    NelsonJoi@bol.com.br

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    1. Está se aproximando muito de Kennedy Nunes.

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  5. Opção da AL?? A dois, é claro!!! Que dúvida...

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  6. Ridiculo esse texto, bem populista para quem não tem argumentos, muito fraco e sem fonte de pesquisa.

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    1. Anônimo! Você teria alguma fonte confiável para contestar tal afirmativa?

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    2. Anônimo! Terias alguma fonte confiável que confirme a sua afirmação?

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