quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tommy's verdadeiras, europeus de araque

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Faz alguns dias, aqui mesmo no Chuva Ácida, rolou uma discussão mais divertida que útil: uma repetição insistente de marcas ligadas ao mundo da moda. E, do que me lembro, as mais mencionadas foram Tommy e Nike. Não é precisa muita ginástica mental para perceber que, no caso de muita gente, o uso dessas marcas produz a sensação de sofisticação. Na boa.

Não quero jogar mais achas nessa fogueira de vaidades. Mas acho legal discutir o valor aspiracional que as marcas representam para as pessoas, em especial a classe média mediana. Ops... classe o quê? Simples. É classe média em termos econômicos e mediana em termos culturais. O fato é que qualquer estudioso do marketing sabe que a marca, em especial na moda, é um escudo e uma forma de defesa para certas inseguranças sociais.

A tal classe média mediana é formada por gente com o saldo bancário confortável. Mas, como já disse alguém, é um tipo de gente tão pobre que tem apenas dinheiro. Falta cultura. Falta charme. Falta mundo. Então, o que o cara faz? Se esconde atrás de símbolos (a marca é um deles), que funcionam como próteses da personalidade. Ou seja, se eu nada tenho a dizer, a marca fala por mim.

LENDA URBANA - Achei divertido ver tantas citações à marca Tommy. E lembrei de uma lenda urbana. Há um bom tempo, a imagem da marca sofreu um forte baque com uma notícia que se espalhou: Tommy Hilfiger teria dito, no programa da Oprah Winfrey, que não teria criado produtos tão bons se soubesse que seriam usados por negros, judeus, asiáticos ou latinos.

É um hoax que circula há quase uma década. Hilfiger só esteve no programa uma vez: para um desmentido. Só que o boato custou uma boa fatia de mercado à marca. Porque muita gente com grana deixou de usar os seus produtos. Não porque o dono da empresa teria sido racista, mas porque não queriam estar no mesmo grupo de negros, asiáticos ou latinos. Consumidor é um bicho estranho, meu povo.

QUE EUROPEUS? - É o que traz uma insidiosa ironia. Afinal, as pessoas que se manifestaram sobre as marcas aqui no Chuva Ácida são latinas. Ok... tem uns caras que, por terem muitas consoantes no sobrenome, não se consideram latinos e juram que são europeus. Tem gente que até ostenta passaportes de países da Europa onde nunca pôs os pés.

Detesto ser eu a trazer péssimas notícias, meus amigos, mas vocês não são europeus. Ter olhos azuis, cabelos loiros e um nome difícil de escrever não basta. A questão é geográfica: europeu é quem nasce na Europa ou viveu lá o tempo suficiente para adquirir a nacionalidade (nunca a naturalidade). E a machadada final vem com este raciocínio lógico: os latinos estão entre os que dão má fama à marca... então, ao usarem as suas vistosas camisas, os latino-americanos de Joinville também estão a dar força para o estereótipo. Será que percebem?

É chato ser discriminado, não é?

21 comentários:

  1. Que texto idiota.

    Cria premissas tolas que só existem na cabeça do Autor e de alguns outros bitolados (alguns deste blog mesmo) e em decorrências destas premissas cria uma suposta conclusão lógica. Sugere que os latinos anseiam ser europeus, sugere que os europeus são mais “merecedores” de algo ou coisa do tipo. Talvez o Autor tenha algum recalque em ser latino, mas não venha passar os seus recalques íntimos como se todos da classe média assim o tivessem. Desconheço entre todos os meus amigos latinos existir um se quer que anseie ser europeu e tão pouco quem tenha vergonha ou algo assim em ser latino. Muito pelo contrário.
    Negros, judeus, asiáticos e latinos... coloquemos então os árabes e afins... sobra quem mesmo? Má fama só na cabeça do autor do texto. Má fama para quem?
    É bobagem demais neste blog.
    Mas bobo também sou eu mesmo que não só li como comentei esta droga.

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  2. Jordi é europeu!!! Uauh! Quem pode com uma homem destes?

    Viu Roberta, Jordi é europeu, tu não és, tu não és, Jordi é europeu, tu não és, tu não és... lalalala, lalalala.... és só latina só latina... lalalala, lalalala...

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  3. Depois dessa vou correndo comprar uma Tommy...

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  4. Quando eu crescer, quero ser igual ao Baço. Ai vou morar na Europa, viro europeu e deixo de ser latino. Sonho da consumo...

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  5. oHHH... meus Deus... eu sou latino... o Baço descobriu tudo.... oh céus, oh vida, oh azar... tenho que correr para a Europa, como ele.

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  6. Achei o artigo desrespeitoso. Não há mal nenhum em ser latino. Tenho orgulho disso e toda a minha família também, mesmo com sobrenome italiano e português. Muito preconceito no texto. Nunca quis ser Europeu. O texto lembra-me o sujo falando do imundo. Claro que eu entendo e quem escreveu não é mais inteligente do que ninguém para ficar fazendo pouco caso.

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  7. "Depois dessa vou correndo comprar uma Tommy..."

    kkkkkkkk

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  8. "Ok... tem uns caras que, por terem muitas consoantes no sobrenome, não se consideram latinos e juram que são europeus."

    Engraçado, fora o Autor, não conheço mais ninguém que jure ser...

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  9. Mas qual a "moral" em ser europeu?

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  10. Eu não sei dizer qual é a moral, mas acho que para o autor do texto o europeu tem "cultura", "charme" e "mundo".

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  11. Texto desrespeitoso, odioso e cheio de preconceito, melhor rever os conceitos e usar a lógica de forma inteligente.

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  12. Não achei o texto desrespeitoso ou preconceituoso. Talvez porque a carapuça não serviu em mim!

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  13. Infeliz das minorias sem o que o Luiz Eduardo de Carvalho Silva disse fosse verdade...

    Pensando bem... coitada das minorias e afins por muitos pensarem da forma como o Luiz Eduardo.

    Se não me atinge, não me serve e não é comigo, não vejo desrespeito ou preconceito... legal né?

    Alguém por aqui já havia falado sobre integrantes de uma bolha que só olha para o próprio umbigo...

    E o resto? Que resto? Até porque, resto é resto, e eu não sou resto, não é mesmo?

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  14. Concordo com o Luiz Eduardo. Não achei o texto desrespeitoso. Acrescento que conheço algumas pessoas, que além das características do texto, às vezes até forçam um sotaque para dar mais veracidade à descendência.

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  15. Fala ai Baço: O Carlito Merss (com RSS no final do nome) acabou de voltar da Europa. Ele também é o reles latino que pintas ou, como esquerdista, tem o "salvo conduto"?

    Ma parabéns pelo texto, muito melhor um texto absurdo mas provocador do que um texto sem graça.

    Outra perspectiva na base do custe o que custar.

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  16. (retificando então)

    Amanda, também conheço algumas pessoas, lá de Pirabeiraba e do Vila Nova, que tem um sotaque que dá veracidade à descendência...

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  17. 1. Se você enviou um comentário e ele não foi publicado... é porque não cumpre as mais elementares regras de urbanidade.
    2. Não vou responder a pessoas que sequer tem a coragem de assinar o que escrevem.

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  18. Fim ao movimento dos "Anonymous". Vida longa ao pensamento de Marx.

    É isso ai Baço, este negócio de liberdade de expressão não esta com nada.

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  19. "É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (art. 5º, IV, da Constituição).

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  20. Se isto não é desrespeitoso, então me calo:
    "A tal classe média mediana é formada por gente com o saldo bancário confortável. Mas, como já disse alguém, é um tipo de gente tão pobre que tem apenas dinheiro. Falta cultura. Falta charme. Falta mundo.Então, o que o cara faz? Se esconde atrás de símbolos (a marca é um deles), que funcionam como próteses da personalidade. Ou seja, se eu nada tenho a dizer, a marca fala por mim."

    As velhas generalizações e estereótipos...

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