segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"Mas é uma pessoa tão boa..."

POR FELIPE SILVEIRA

Voto é igual... deixa pra lá... cada um tem o seu. E, por isso, todo mundo usa o critério que quiser pra escolher o seu candidato. Muita gente deve usar a insanidade como tópico principal, pois só assim se explica o tipo de figura que a gente vê em alguns cargos públicos. Esse post é pra fazermos uma reflexão sobre os nossos critérios.

Além da loucura “loucura”, os outros principais critérios são: a pessoa, o partido e as propostas. A “carrada de brita” e o “metro de barro” também são usados, mas, acredito, com cada vez menos freqüência. Mas o que eu não entendo, nesse lance dos critérios, é como as pessoas usam, geralmente, apenas algum deles para fazer a sua escolha.

Vamos começar pelo critério “pessoa”. Vocês não acham estranho que alguém seja votado por ser uma “pessoa boa”? Eu já vi um monte de gente dizer que votou por causa disso. Mas peraí, então por que diabos o Tebaldi foi prefeito? E outra coisa, como a gente sabe que uma pessoa é boa ou não?

Claro que o critério “pessoa” leva em consideração muitas coisas, como carisma, demonstração de competência etc. Mas o problema é que, ao usar esse critério, o eleitor esquece de outras coisas muito importantes, como as idéias e as companhias. Em outras palavras, os partidos e seus aliados.

A “pessoa”, em muitos casos, é escolhida a dedo – e trabalhada – justamente para disfarçar as fraquezas do partido, como a falta e a incoerência de idéias. Afinal, pra que convencer as pessoas de que suas idéias são as melhores para a sociedade se fosse tem o “melhor” candidato? Sem contar que, muitas vezes, o discurso do candidato é totalmente desalinhado com as idéias escritas no estatuto do partido.

As propostas também definem muitos votos, principalmente durante a campanha. Elas têm tudo a ver com as idéias do partido, mas também são reflexo das idéias dos candidatos. É preciso avaliar a coerência dessa mistura. O que é para ganhar voto e o que realmente pode ser feito? É isso que o eleitor esquece.

Enfim, o que eu quero dizer é que todos os critérios são importantes. Não adianta votar numa pessoa boa de um partido safado (o que essa pessoa boa está fazendo lá?). Não adianta votar no candidato do seu partido, se o mesmo é um incompetente ou se ele pensa de maneira contrária às ideias do partido (que, pela lógica, devem ser as suas). E não adianta votar pelas propostas, se essas são vazias e incoerentes. É preciso avaliar todos os aspectos. E, pra isso, é necessário buscar mais informação, ser mais politizado e menos ingênuo. Quem sabe assim a gente reverte esse quadro... Pois eu acredito que os políticos são um reflexo do sociedade. Se tá cheio de sem vergonha lá... bom.

Agora, como última reflexão, deve haver algum outro critério meio louco por aí. Afinal, por que alguém pretende votar no Seu Udo, né?

Um comentário:

  1. Prezado Felipe,
    em relação ao "outro" critério, por que não poderiam ser incluídos as fantasias e fetiches de cada um? Neste caso o sonho de ser acorrentado ao pé de uma mesa no ambiente de trabalho num clima de sado-masoquismo...

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