quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Por uma política cultural integrada com a gestão do território

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Ao fim de 2012, quando os alunos que estão concluindo o curso de Arquitetura e Urbanismo da SOCIESC (instituição na qual leciono) escolheram os seus temas para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o tema de uma aluna me chamou a atenção. Ela quer entender o porquê das políticas culturais de Joinville serem tão concentradas no centro da cidade e quase não haver contato da Fundação Cultural com os bairros mais periféricos. A discussão integrando políticas culturais e gestão do território, salvo melhor juízo, nunca ocorreu na academia em Joinville. E está na hora de refletirmos sobre este tema, ainda mais com as ações da Lei de Ordenamento Territorial (que voltará a ser discutida em 2013) e a consolidação da cidade de Joinville como um importante centro de gestão de políticas culturais no Brasil (fruto das últimas duas gestões).

Ocorre que, em nossa cidade, o planejamento urbano por muito tempo foi visto como sinônimo de zoneamento urbano, juntamente com as demais regras que regem o uso e a ocupação do solo. O próprio plano diretor de 2008 não envolve o tema "políticas culturais no território". Apenas faz uma importante menção ao patrimônio material de nossa cidade.

Com a centralização territorial das ações, e um atendimento de forma "passiva" perante a população, esperando que ela procure pelos serviços dos diversos órgãos pertencentes à Fundação Cultural, gera um desequilíbro socioespacial, pois os moradores de apenas uma parte da cidade estariam contemplados com as políticas culturais. Por coincidência, estas áreas tendem a ser as de maior renda per capita da cidade. É só fazermos um breve levantamento e verificarmos onde estão os aparelhos culturais da cidade (os que sobraram após a gestão Carlito). Estão, em sua maioria, na região central!

Por qual motivo o poder público (generalizando para todas as cidades brasileiras) leva até as camadas mais populares a escola, o posto de saúde, o ginásio de esportes, a praça, o asfalto, o comércio e toda a estrutura necessária para a descentralização da cidade e esquece-se dos aparelhos culturais? Qual o problema de ter perto da casa das pessoas de mais baixa renda um teatro, uma escola de artes, de dança ou de música e canto?

Precisamos integrar as ações culturais com o crescimento das cidades, como não é diferente no caso joinvilense. A estigmatização social é reproduzida pelo poder público mesmo "sem querer", agindo desta forma centralizadora. Só irá reproduzir o clichê de que "cultura é coisa para rico e pobre tem que pensar em como botar comida na mesa". A grande "revolução no cenário cultural" com a construção do Centreventos, por exemplo, foi para poucos. Mesmo sem dados que comprovem, posso apostar que mais de 50% da população de Joinville nunca entrou lá para assistir a um espetáculo qualquer. Em contrapartida, várias cidades da Colômbia conseguiram diminuir os índices de violência a partir do planejamento urbano pensado de forma integrada com a gestão cultural nas periferias. Em Joinville já tivemos a experiência da "Caravana da Cultura" de forma incipiente e itinerante, mas que contemplava a intenção de levar até o bairro a atenção do poder público com a cultura para todos (esta ação foi extinta na gestão Carlito).

Claro que é um tema novo em nossa cidade (e com uma grande amplitude), mas fica aqui o alerta. Devemos parar de reproduzir uma cidade voltada para poucos e democratizar todas as ações possíveis. Espero que o trabalho desta aluna (o qual serei o orientador) possa render muitos frutos e apresentar soluções plausíveis para as futuras políticas culturais.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A minha estreia no Chuva Ácida

POR FERNANDA M. POMPERMAIER


Recebi nesta semana o convite oficial, vindo do Baço, para começar a escrever quinzenalmente no Chuva Ácida, revezando as quartas -feiras com a Fabiana Vieira. Preciso confessar que fiquei ligeiramente, aliás, extremamente lisonjeada com o convite. Não sou jornalista, nem sou formada em letras, e isso me deixa bastante insegura. Gosto de escrever e gosto da língua portuguesa, portanto não desejo assassiná-la. Serei criteriosa mas não garanto nota 10 na gramática, infelizmente, sejam tolerantes comigo.

Honestamente essa é uma característica que me atrai em blogs: a liberdade do escritor de não estar preso à uma forma. De não precisar ser assim, 100% preciso e correto o tempo todo. Penso que o blog é um tipo de veículo que deseja ser sincero, expressar opiniões pessoais e ficar mais próximo do leitor que uma revista ou um jornal. Num tom mais leve, ou às vezes até mais pesado, os textos estão mais comprometidos com a interação escritores/leitores do que com a comunicação como um simples repasse de  informações, não é?
O blog tem esse dinamismo que o jornal impresso não tem. Tem a caixa de comentários que é um espaço riquíssimo de discussão, aprimoramento e aprendizado para todos. Ele cria relações entre as pessoas, discussões acaloradas e reposicionamentos que não são possíveis se você somente lesse a versão do autor. Apesar de eu gostar muito dos comentários que concordam com as minhas opiniões, eu me empolgo muito mais com os que discordam. Uma porque eles me dão a oportunidade de repensar, de me questionar e talvez de reformular meus pensamentos ou seja, aprendizado.

Outra porque, se não existirem bons argumentos do lado de lá, posso quem sabe convencer o leitor do meu ponto de vista. E aí será mais um para o lado negro da força, hahahahaha! Espero mesmo que minha contribuição nesse espaço seja motivo de reflexões e novas construções de pensamento de ambas (e todas) as partes. Acredito mesmo que vá ser, porque o Baço me explicou que devo falar sobre sex toys, relacionamentos abertos e novas posições na cama. Brincadeirinha... Pretendo falar um pouco sobre a Suécia, país onde moro há 2 anos, sobre algumas das suas políticas, tradições e cultura.
Talvez relacionar as soluções que encontraram para alguns problemas, com problemas que temos em Joinville. Cidade onde nasci e morei por 28 anos, onde tenho uma grande família e bons amigos, por isso também torço por ela. Outros temas podem aparecer e se eu tiver sorte poderemos conversar sobre eles. Em tempo, inicio nosso relacionamento desejando um ótimo 2013 à todos, com mais tolerância, mais compreensão e mais seriedade no nosso país.
Beijos, amigos! Não somos novela mas nos acompanhe!

Eu já participei do Chuva como convidada na seção brainstorming, seguem os links abaixo:
Sobre as famosas cesáreas eletivas no Brasil - http://www.chuvaacida.info/2012/12/e-uma-cesaria-realmente-necessaria.html?m=0

PS.: Gostaria de expressar a minha gratidão e de outras colegas de trabalho à ex-coordenadora da ed. Infantil de Joinville, Solange Coral, que deixou o cargo nesta semana. Sua visão moderna de educação infantil, sua diplomacia e sua dedicação ajudaram a construir a história da educação infantil joinvilense elevando-a ao patamar de referência pela qualidade no Brasil  por que não dizer, no mundo. Sinto muito orgulho por ter feito parte da sua equipe, aprendido e compartilhado conhecimento por tantos anos. O sentimento no momento é de perda, mas que o foco continue sendo a qualidade do atendimento oferecido e o bem-estar das crianças. Sucesso para a próxima gestão.

Chuva pra que te quero!

MESMICE - Olá "chuvas", Feliz 2013 aos meus colegas aqui do blog e cheio de novidades neste ano, adorei, muito mais divino e também a todos que nos acompanham e principalmente aos chuvas mais ligados ao esporte, assunto que me cabe.

E, falando em esporte, a coisa está meio paradinha nessas bandas e neste 2013 as coisas não mudaram muito.

Os times de futebol estão retornando ao batente, apresentando novos jogadores, tem aqueles que se atrasaram, o Eduardo apareceu, mas ficou esquisito hein. E o Valdívia, botou a boca no trombone, rolou até um "babaca", coisa feia.

O Adriano diz que continua se preparando para voltar, o povo continua se "matando" no UFC (santíssimo o que foi a surra do Cigano, o cara apanhou, mas apanhou muito, mas ele aguentou os 5 rounds - ta bom, da um tempo, ele é um ótimo lutador, mas nessa luta foi um fiasco, #fato).

O basquete de Joinville continua sem teto, no Flamengo o papo é o mesmo, é aquele conhecido, "esse ano vamos nos reestruturar".

O Barcelona ganhou de novo, o CR7 de bico e o Messi, bom todo mundo já sabia e o cara foi até fantasiado de palhaço, pois é pra rir esse Bola de Ouro.

Leonel Messi, assim como falei  textos atrás concernente o Falcão do futsal, ele é de outro planeta, ele tinha que ser a parte, um prêmio especial para aí, então, oportunizar aos demais, que são jogadores espetaculares a participar da brincadeira.

Esse jogador é extradordinário, evidente que não pode ser igualado aos comuns, pois ele não é comum. Ver Messi, Federer, Falcão, Phelps, Alonso, Bolt nos faz parecer que é muito fácil desempenhar cada um o seu esporte, tudo acontece de uma maneira muito natural, sem esforço. É como se fosse para nós acordar todo dia, ir ao banheiro, tomar café, assim, simples.

Não vou me estender sobre o assunto, até por que esse assunto está pra lá de comentado por todos os cantos mas, como palpiteira do esporte, não poderia me eximir de emitir opinião acerca deste fenômeno e dizer que ele é muito merecedor, pois é o melhor indiscutivelmente.

JEC - E tem algo de novo sim neste ano, o Tricolor agora tem o seu Centro de Treinamento, e é lá que o time está reiniciando suas atividades. Questão muito importante para uma equipe que almeja a elite do futebol. Mais um passo foi dado. Parabéns!

NO CHUVEIRINHO - Acho que é a primeira vez que vou falar sobre esse esporte aqui na minha coluna e, também acho que vocês não sabem que eu jogava e, até que bem, handebol.

E, hoje este esporte está na pauta, pois  a mellhor jogadora do mundo, eleita em votação pela internet promovida pela Federação Internacional de Handebol, foi a brasileira Alexandra Nascimento, que hoje atua em clube da Áustria.

O handebol é um esporte aqui no Brasil, pouquissimo promovido e deixado bem nas rabeiras pelos nossos gestores do esporte, infelizmente. Não detém o valor que merece e pela qualidade de atletas que possui no país.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Eduardo Galeano explica...

POR ET BARTHES
E já que o assunto de hoje é Hugo Chávez, talvez seja interessante  ver o que Eduardo Galeano, o autor de "As Veias Abertas da América Latina", tem a dizer sobre o assunto (lá pelo minuto seis).


Não há segredo...


Hugo Chávez: contra os argumentos, não há fatos






Há muito tempo, obrigações acadêmicas me levaram a estudar Roland Barthes com muita atenção. De tudo o que li (e escrevi) da sua obra, houve um conceito que adotei para a vida: é imprescindível ser um mitoclasta. O que é isso? Em resumo: é ir contra as verdades prontas, questionar as certezas consumadas, duvidar do argumento fácil. Foi o que me levou a estudar, com maior atenção (ainda que à distância), o caso Hugo Chávez. E hoje toco no assunto porque tenho visto muita gente aí pelas redes sociais a detonar o homem, mas sem conseguir formular qualquer pensamento razoável.

Por que isso acontece? É o efeito do linchamento midiático que há anos a comunicação social vem produzindo. Não tenho dúvidas de que, como já escreveu Ignacio Ramonet, doutor em Semiologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, Hugo Chávez é o chefe de Estado mais difamado no mundo. E agora, com as redes sociais, a coisa ficou ainda mais acintosa: qualquer tipo que nunca leu uma linha a sério sobre o tema tem sempre seis ou sete opiniões para dar. Todas arrasadoras.

Atenção, leitor e leitora. Uma pequena pausa para um aviso ao pessoal da Reaçolândia: não estou aqui para discutir se Hugo Chávez é bom ou mau. O meu tema é essa tentativa de assassinato midiático. Afinal, a gente pode procurar, procurar, procurar e dificilmente vai encontrar um texto da grande imprensa ou uma reportagem na televisão a falar bem dele. Mas será que o homem não acertou nadinha? Você, leitor e leitora, não acha isso estranho? Não duvida?

Uma das patranhas mais ridículas é a imprensa venezuelana (efetivamente um partido de oposição) fazer manchetes a dizer que há censura na Venezuela. A televisão a dizer que não há liberdade de expressão. Peraê. Se há censura, como é que o jornal pode publicar? Como é que a televisão está no ar para reclamar liberdade? A censura não é justamente para silenciar, impedir a crítica? Lembram que durante a ditadura militar no Brasil os jornais substituíam matérias censuradas por receitas e poemas? Isso sim é censura.

Mas os caras sacaneiam na cara dura. Vejam essa charge (ao lado) publicada há anos no jornal El Nacional, associando o presidente aos famigerados membros do clã Duvalier, François e o seu filho Baby Doc, responsáveis por autênticos banhos de sangue no Haiti. Por quê? É um sistema semiológico interessante. Se a gente põe Chávez no lugar do Baby Doc, então Chávez parece um autoritário e sanguinário. Barthes explica: é a construção do mito.

Outra coisa ridícula que os conservadores brasileiros engolem sem pestanejar. A imprensa mundial – e obviamente a revistona semanal brasileira – gostam de chamar Hugo Chávez de “ditador eleito”. Mas quem acredita que um ditador possa ser eleito por voto popular em eleições livres? Ah... você vai argumentar que há fraude. Tolice. Não vamos esquecer que há observadores internacionais para garantir a lisura dos processos. Os europeus, por exemplo, estiveram nas últimas eleições e nada viram de errado.

Mas por que esse ódio da grande mídia contra Hugo Chávez? Podia apontar muitos fatores, mas fico por este: vocês acham mesmo que o petróleo nada tem a ver com isso? Bem ou mal, o cara afrontou as oligarquias venezuelanas, cheias de corruptos e vendilhões, e os defensores dos interesses dos poderosos. Hugo Chávez tem sido uma pedra no sapato daqueles que pretendem a liberalização do mercado e a privatização da PDVSA - Petróleos de Venezuela. E há que considerar os interesses dos Estados Unidos na região. Ok... não dá para negar que alguma culpa dessa imagem negativa é do próprio Hugo Chávez que, com o seu estilo fanfarrão, não se cansa de cutucar a onça com vara curta.

E você, leitor e leitora, por que odeia Chávez? É claro que eu podia ficar aqui a tecer teses acadêmicas sobre o linchamento midiático do presidente venezuelano. Mas vou no popular. No Brasil, os conservadores odeiam Lula. Lula é amigo de Chávez. Então os conservadores odeiam Chávez. Simples assim. Sem sociologia. Sem discussão. Sem inteligência. É apenas pobreza intelectual. Os conservadores ficam cegos e, nessa cegueira, contra os argumentos não há fatos.

É como diz o velho deitado: “quando todos pensam da mesma forma, então alguém não está a pensar”.


Lembram da adolescente Malala Yousafzai, símbolo da luta anti-talibã no Paquistão, que havia sido baleada quando saía da escola com algumas amigas? A boa notícia é que há poucos dias ela recebeu alta e deixou o Hospital Queen Elizabeth, na Inglaterra, para onde havia sido transferida. Para quem não lembra, Malala é odiada pelos talibãs por defender o direito das mulheres, e em especial o direito de as meninas irem à escola, como os rapazes. Longa vida a Malala.



E por falar em direitos das mulheres, todos ficamos a saber do caso da Índia, onde uma estudante de medicina foi violada por seis homens e morreu em consequência da violência. Mas um caso que parece tão ou mais grave aconteceu no vizinho Paquistão, onde uma menina de apenas nove anos foi violada por três adultos e abandonada à frente da própria casa desmaiada e a sangrar. Os agressores ainda não foram presos e, até fechar esta coluna, não soube se a menina, que foi levada para um hospital, teria sobrevivido. Índia, Paquistão... terras de muitos canalhas.









"Entroikado".
 Escolhida a “palavra do ano” em Portugal.

A portuguesa Porto Editora tem essa iniciativa bastante interessante: escolher a palavra do ano. O caras pegam em 10 das palavras mais usadas ao longo do ano e põem em votação pela internet. E em 2012 a palavra eleita foi “entroikado”. Não sabe o que significa? Tem tudo a ver com a famigerada troika - formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI -, que dá as diretrizes para os governos dos países em crise, como é o caso de Portugal.


FLASH
Viagem de turismo é assim. O trem para e os turistas curtem o ambiente. A foto mostra a entrada de um túnel nas montanhas entre Myrdal e Flam, na Noruega. Os noruegueses afirmam que é o mais belo percurso ferroviário do mundo. A via foi construída em meio a montanhas (começa a 866 metros e termina a dois metros de altitude) e tem 20 túneis e uma ponte, tudo construído com tecnologia rudimentar, uma vez que as obras tiveram início em 1923. É uma exemplar obra de engenharia, feita com recursos quase sempre manuais.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

São Chico nas nuvens com a TAM


POR ET BARTHES
Se você viaja na TAM, talvez já tenha visto. Mas se não viu, eis uma reportagem sobre São Francisco do Sul que o Brasil inteiro pode ver.




Quem coloca o sino no gato?

POR JORDI CASTAN

Vocês conhecem a história de um grupo de camundongos que, reunidos em assembleia, decidiram colocar um sininho no gato para poder escutar fugir com tempo? Pois me pareceu a mais adequada para falar do orçamento e gastos da Câmara de Vereadores de Joinville.

Que o nosso legislativo anda gastando muito, não é novidade. Que gasta mal e sem que haja um efetivo controle da sociedade, é algo que cada dia fica mais evidente. A equação é muito simples: o orçamento da Câmara de Vereadores está atrelado ao orçamento do município, que não tem deixado de crescer (e de crescer muito bem nos últimos anos). Quer dizer que o orçamento da Câmara de Vereadores também tem crescido de forma consistente. O que acontece quando a receita é maior que as despesas? Numa família normal ou numa empresa, o bom senso recomenda que se economize ou que se invista. O que acontece quando se ao final do exercício o dinheiro excedente, que sempre há, precisa ser devolvido? Pois nesse caso não há nenhum incentivo a economizar e se opta pela gastança.

Carros alugados, computadores, contas ilimitadas de telefone e dezenas de assessores para cada vereador. É verdade que a situação chegou a um ponto tão escandaloso que o Ministério Público teve que tomar medidas e como resultado mais de 50 assessores parlamentares foram demitidos e, se o número ainda é escandalosamente alto, há esperanças que se cumpra o TAC - Termo de Ajuste de Conduta e continue a redução dos funcionários em excesso. Hoje há em média 10 comissionados para cada concursado.

O problema reside na falta de controle por parte da sociedade sobre o orçamento do legislativo e os seus gastos. A mais recente informação da conta que a câmara tem se convertido numa agência de viagens. O número de viagens e o valor das diárias - dividida pelo número de funcionários, numa simples conta aritmética, ou por qualquer outra conta que se faça - é vergonhosa. 

A sociedade deve estar atenta e iniciar uma campanha para que o percentual do orçamento municipal destinado a Câmara de Vereadores de Joinville seja compatível com a realidade. O valor permitido é de 6% do orçamento do município, o que representaria mais de R$ 100 milhões por ano. É um valor tão fora da realidade que, nos últimos anos, tem permanecido em pouco mais de 2,5% do orçamento do município, aproximadamente R$ 33 milhões anuais. Se divididos pelos 19 vereadores, representa mais de R$ 1,6 milhão para cada parlamentar.

Com tanto dinheiro é fácil contratar carros, assessores, passagens, cursos e qualquer outra despesa que a criatividade parlamentar possa vier a propor. Ainda é comum que os nossos parlamentares apareçam na foto doando os aproximadamente R$ 5 milhões anuais, que tem sobrado a cada ano e que tem ficado conhecidos como “sobras”. Aliás, sobras estas que tem sido destinadas aos mais variados objetivos, direcionados para entidades indicadas pelo legislativo ou para obras públicas que, mesmo sendo necessárias, acabam parecendo fruto da bondade discricional dos nossos vereadores. É uma situação que ofende o bom senso e fere a prática da eficiência e da economicidade da gestão pública. Para não desperdiçar nenhum centavo do dinheiro público o ideal é que o orçamento da Câmara responda a valores exatos, sem sobras, nem excedentes.

domingo, 6 de janeiro de 2013

O dinheiro esconde coisas sujas?

POR ET BARTHES
O dinheiro pode esconder coisas sujas. Um tour pelas desgraças do mundo feito pela Anistia Internacional, que diz rejeitar dinheiro de multinacionais e governos.



sábado, 5 de janeiro de 2013

Chuva Ácida mais feminino


POR COLETIVO CHUVA ÁCIDA
Quando o Chuva Ácida foi criado, houve um aspecto que nunca levantou qualquer dúvida: o blog seria uma espécie de “work in progress”. Ou seja, a própria vivência no dia a dia do projeto permitiria saber onde estavam os pontos positivos e negativos, o que permitiria fazer os ajustes de curso necessários. O objetivo foi sempre melhorar o produto “Chuva Ácida”.

Quanto aos pontos positivos, importante salientar a independência dos integrantes do blog. É óbvio que muitos leitores podem divergir de muitas das opiniões, mas está clara a diferença para os velhos senhores da 
velha mídia, que só se ocupam de defender os interesses pessoais. O Chuva Ácida é um espaço contraditório e por isso tem um painel de comentadores com presença em todas as latitudes do espectro ideológico.

O aspecto menos positivo mais saliente desde o momento zero do Chuva Ácida foi a presença reduzida de vozes femininas. Um problema que tentamos colmatar com o convite à Amanda Werner, que marcou presença no blog por vários meses, trazendo temas diferentes e um novo tipo de público leitor. Mas, para nossa tristeza, ela teve que sair por problemas pessoais.


Também foi nesse tempo que ficamos a saber de uma advogada louca por esporte, principalmente o futebol. E percebemos que ela realmente entendia do assunto. Não deu outra. Tivemos que convidar a Gabriela Schiewe para escrever no blog. Hoje ela é já um nome de referência no esporte da cidade e tem o seu público cativo. Mas neste ano a coisa deve melhorar ainda mais. Estamos a trabalhar nisso.


O fato é que encerramos o ano também com a saída do Guilherme Gassenferth por conflito de interesses, como ele próprio explicou. Mas, de qualquer forma, foi uma saída que coincidiu com a reentrada do Felipe Silveira, um dos criadores do Chuva Ácida e um dos nomes "preferidos" dos leitores. Aliás, saídas e reentradas eram previstas desde o início.


Mas ficou ainda a questão das vozes femininas. E já que os tempos são de mudança, o Chuva Ácida convidou duas mulheres para integrarem o grupo dos “molhados”: Fabiana Vieira e Fernanda Pompermaier. As duas já escreveram no blog como convidadas do Brainstorming e agora vão revezar textos quinzenalmente às quartas-feiras. Para quem não as conhece, elas se encarregarão de fazer a própria apresentação.


E por falar nisso, quem dispensa apresentações é o publicitário e viniblogueiro Alexandre Setter, que vai estar presente no Chuva Ácida com a série de fotografias “Joinville Secreta”. Se você gosta de belas fotos e curte a sua Joinville, então este é um espaço a não perder.

O Chuva Ácida é assim. Sempre em movimento... para ser cada vez mais uma referência no blogosfera joinvilense.