POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
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Calçar as sandálias da humildade.
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Cretino absoluto.
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Delírio.
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Justificar a tortura porque o fiz de boa fé.
- O cemitério está cheio desses heróis.
- O cemitério está cheio desses heróis.
As
expressões reproduzidas acima são do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal,
e foram publicadas na imprensa nacional esta semana. O ministro não cita nomes, mas é fácil depreender que as críticas têm
endereço certo: o procurador Deltan Dallagnol e o juiz Sérgio Moro (ver imagem no final do texto). Foi um tranco. Parece que há algo de podre no reino de Curitiba. Surpreende? Claro que não.
O
que o juiz Sérgio Moro parece não saber – mas deveria ter intuído, se não se tivesse deixado deslumbrar pela luz dos holofotes – que
certo tipo de "heróis" tem prazo de validade. Ou seja, são pau para
uma obra. É só ir à história recente. Quem ainda fala em Joaquim “Batman”
Barbosa? De herói das multidões reacionárias, hoje o ex-ministro vive um ocaso, longe da admiração dos seus antigos admiradores. É assim no reino dos golpistas: os reaças têm memória curta... e nenhuma gratidão.
Os
fatos recentes podem indiciar que Sério Moro vai no mesmo caminho. Muito prestável
na missão de provocar um rombo no PT – e fazer o trabalho que a oposição
desejava dele – , o juiz de Curitiba pode estar a ser reduzido ao estatuto de
simples peão na base da pirâmide do Judiciário.
“Mudai os tempos, os lugares, as opiniões e as circunstâncias... e os grandes heróis se tornarão pequenos e insignificantes
homens”, diz a frase atribuída a Mariano Fonseca, o Marquês de Maricá. Ninguém duvida.
Pode ser apenas um puxão de orelhas. Mas as circunstâncias parecem estar a mudar. E quando
um superior hierárquico do calibre moral de Gilmar Mendes usa expressões como
“cretino” para classificar pessoas e “delírio” para descrever as propostas defendidas por Sérgio Moro e Deltan Dallagnol,
então está entornado o caldo jurídico. E a poderosa Republiqueta
de Curitiba pode estar a soçobrar.
É a dança da chuva.
É a dança da chuva.