segunda-feira, 1 de junho de 2015

Prefeito piadista, gestão ilusionista



Não há dia que o prefeito não saia com alguma tirada nova. Seja no Twitter ou em entrevistas concedidas à imprensa local, o prefeito tem se especializado em criar factóides para tentar dar a imagem que alguma coisa está acontecendo.

Um dia é o novo projeto da Santos Dumont que transforma o que era para ser uma avenida duplicada num remendo de binário e alguns trechos duplicados. Quem acreditou que Joinville teria finalmente uma rua duplicada vai ter que esperar outro prefeito.

No outro dia o prefeito concede entrevista informando que o projeto das bicicletas públicas agora sai.  Já se vão mais de três anos que a equipe do IPPUJ está às voltas com uma licitação, que foi anunciada várias vezes e que não há maneira de sair. E o prefeito ainda informa que essa é uma licitação simples porque não há que modificar qualquer lei. Se uma licitação fácil se alastra há anos, imaginem uma mais complexa. Podemos antecipar que a do transporte público vai se realizar só nas calendas gregas. Ou seja, nunca.

Outra coisa que vem no mesmo pacote é a licitação do estacionamento rotativo. A cidade esta sem o serviço há anos e agora vem uma licitação que incorporará parquímetros (que Joinville já teve) internet e as mais modernas tecnologias. Tem tudo para empombar de novo e Joinville ficar outros dois ou três anos sem o serviço.

A melhor de todas é essa pérola divulgada, nestes dias, de que os recursos para a ponte do Adhemar Garcia serão oriundos do Fonplata. Uma ponte fantasiosa, de que não se conhece o projeto nem os estudos ambientais, que parece existir unicamente na mente fértil do prefeito e dos seus assessores mais próximos. A última notícia é que os recursos para a quimérica ponte estariam garantidos pelo Fonplata.

O mesmo fundo "financiou" os parques, tema que se alastra por anos a fio mas que acabou não resultando em qualquer parque digno de tal nome. Ou seja, só algumas praças de maior ou menor porte. O fato é que Joinville ainda carece de um parque digno desse nome. Se a obra da tal ponte seguir o roteiro da dos “parques”, teremos uma ponte em Joinville que poderá rivalizar com a Hercílio Luz da capital.

O problema maior é que os políticos ficam falando bobagens na maior parte do tempo, especialmente se houver jornalistas por perto. Os jornalistas escrevem as bobagens que os políticos falam e os jornais as publicam. Aí, quando os políticos leem os jornais, ficam a acreditar nas bobagens que eles mesmo disseram.


O prefeito pode não estar fazendo a gestão que prometeu em campanha, mas tem se revelado um piadista de primeira magnitude. É especialista em criar factóides, quando não tem nada para mostrar. O curioso é que suas tiradas ocupem espaço na seção de notícias e não se restrinjam às páginas de humor dos jornais.

A impressão é de que ninguém acredita no que é dito. E que está começando a virar motivo de gozação. 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Apenas notas um pouco ácidas...

POR SALVADOR NETO

Reforma ou demolição?
A proposta (?) de reforma política que Eduardo Cunha (PMDB) enfiou goela abaixo dos colegas deputados esta semana, isso após incinerar a outra proposta criada por uma comissão especial que ele próprio incentivou, está mais com cara de demolição da democracia que para um reforma. Como se diz nos meios políticos, propõe-se mudar tudo para de fato, nada mudar.

Reforma ou demolição? (2)
Cunha fez surgir pelas mãos de seu amigo Rodrigo Maia (DEM) um projeto forjado para dar ares de mudança a algo que eles não desejam mudar. Como a um vestibular de múltipla escolha, colocaram lista de votação por tema. Ao final deste grande teatro, estão mantidos o financiamento privado das campanhas, agora somente a partidos; o voto proporcional, a manutenção das coligações para o legislativo, e o fim da reeleição para o executivo.

Reforma ou demolição? (3)
De costas para o povo, aquela massa que em 2013 alguns chegaram a dizer que era o gigante que havia acordado, Eduardo Cunha e a maioria dos deputados pioraram o que já era ruim. O financiamento privado aos partidos inviabiliza ainda mais a transparência, porque não se saberão os “preferidos” de cada presidente de sigla a receber os recursos. Uma jogada de mestre, sob o ponto de vista de quem não deseja luz no principal motivador da corrupção no Brasil: o financiamento privado das campanhas eleitorais.

Já em Joinville...
Já na provinciana maior cidade catarinense continua-se a conviver com o abandono geral das ruas, praças e obras. Buracos brigam por espaço no asfalto esfarelado, enquanto a gestão Udo Döhler (PMDB) não consegue fazer andar licitações para pelo menos recapar tais ruas, que dirá fazer os 300km de asfalto prometidos. Dizem que do estacionamento rotativo, após quase um mandato inteiro de estudos, agora vai. Há quem acredite, mas o povão da periferia não. É só dar uma visitadinha como faziam na campanha eleitoral.

Greve à vista?
Ainda na cidade onde qualquer chuva alaga vias, casas e escolas por pura falta de manutenção de rios, córregos e bocas de lobo, voltamos ao filme antigo: embate entre Sinsej e Udo Döhler na questão do aumento salarial dos servidores municipais. Udo oferecia nada. Depois a inflação parcelada em oito vezes de pouco mais de 1 ponto percentual ao mês. Piada de mau gosto até para quem não é servidor. O Sinsej, que no tempo de Carlito Merss botava prá quebrar, mas agora amansou, diz que vai para a greve na semana que vem... façam suas apostas!

LOT, lobbyes e vereadores
O prefeito Udo Döhler anunciou, via diários oficiais do governo, ah, desculpem, os jornais diários locais, que mandará para os vereadores a tão esperada (por inúmeros lados!) Lei de Ordenamento Territorial, a LOT. Embates renhidos ocorreram no Conselho da Cidade, na Justiça, e assim na base do arrasto, ela chega ao legislativo. Veremos momentos de alta tensão nos próximos meses, capazes talvez de paralisar um governo que está no ponto morto desde a posse.

E a cassação de Maycon César?
Na mira de vereadores que detestam seu modo de fazer política, atirando contra o espírito de corpo da Câmara de Vereadores, os colegas, Prefeito para se promover, o vereador Maycon César conseguiu cessar o processo de cassação que corria contra ele, pelo menos temporariamente. Agora, com a LOT na Casa de Leis, quem sabe se voltam a colocar a espada sobre a cabeça de Maycon?

E o caso Lia Abreu?
A servidora Lia Abreu, fiscal da Vigilância Sanitária em Joinville (SC), que foi afastada de suas funções no final de janeiro deste ano pelas acusações de desapreço no recinto da repartição, conduta escandalosa, abuso de poder e assédio moral, está pronta para falar. A tal sindicância foi prorrogada, mas o prazo finda este mês. Gente poderosa está por trás da medida, porque ela era uma pedra no sapato ao interditar escolas a cada momento por pura falta de manutenção das mesmas. Lia, em breve, vai falar tudo sobre o caso. Talvez até seja aqui no Chuva e para este jornalista. Leia o que escrevi no artigo “Lia Abreu, cadê você?”.






quinta-feira, 28 de maio de 2015

Descaso político


POR MÁRIO MANCINI

Joinville possui o maior colégio eleitoral de Santa Catarina, o suficiente para decidir uma eleição, tanto que os políticos sabem disso, quando em campanha são totalmente dedicados à cidade e, principalmente, a seus eleitores.
Passada a eleição, o descaso aparece, promessas (há quem acredite nelas) são esquecidas, junta-se a isso a participação pífia dos representantes locais nos governos Federal e Estadual.
Temos alguns exemplos para justificar a premissa acima. Comecemos pela Arena. Enquanto a local vive a míngua, à espera de recursos, enquanto as “lideranças” políticas locais trocam “elogios” pelas redes sociais, a de Chapecó está pronta, com todo respeito que a cidade merece, não tem comparação, em tamanho, habitantes, economia, etc., só que possuem representação mais ativa.
A duplicação da avenida Santos Dumont foi transformada em uma colcha de retalhos, trocada pelos famosos binários, um paliativo de duração limitada. A desculpa de sempre, o custo das desapropriações. Pergunto: fosse em Florianópolis já não estaria pronta?
A elevação da rua Minas Gerais, a duplicação da Rua Dona Francisca, a UFSC e seu acesso, o Hospital da Mulher, BR 280, etc.
Já passou do momento de cobramos dos nossos políticos o retorno dos votos neles depositados. Chega de sermos “vaquinhas de presépio”, cobrar resultados faz parte da democracia.
Sabemos que sem projetos não há dinheiro, e que projeto não é o forte da atual administração, nem licitações, pois cobremos deles.
Ano que vem tem eleição. Façamos a lição de casa, ou melhor, comecemos a arrumar a casa, mudando, se necessário, e assim sucessivamente, até acertar. Ou não?

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JEC
O que está acontecendo com o time? Excesso de respeito é sinônimo de medo e em futebol é técnica suicida. Não é este o perfil do time.


Coragem, pois poderemos até perder, mas perder de cabeça erguida. Fica a dica...