sábado, 16 de maio de 2015
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Para onde irão chorar as viúvas e viúvos?
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LHS deixou centenas de viúvas e viúvos políticos (foto Salmo Duarte/Ag. RBS) |
POR SALVADOR NETO
Neste final de semana, uma semana após a morte
do senador Luiz Henrique da Silveira – o quase imortal político que a tudo
controlava na política catarinense – poderemos ter uma análise melhor do novo
quadro que se anuncia. É só dar uma verificada nas três missas de sétimo dia
agendadas para Joinville e Florianópolis. Para além do valor humano, da perda
que é dura aos familiares, ao qual respeito, há que se verificar para onde irão
as viúvas e viúvos do poderoso LHS agora que ele foi a outro plano.
Imaginemos, pois, para onde irão as viúvas
penduradas, digo, aninhadas no impoluto senado federal? No velório as falas
eram muitas, e as fontes muito próximas garantiam: só por lá seriam entre 60 e
65 que prestavam seus serviços aqui, lá e acolá. Talvez migrem, com o coração
peemedebista partido, para o colo tucano do senador que assume a vaga, Dalírio
Beber. Talvez. Ou então para outro bicudo, Paulo Bauer? Mas vejam, esses galhos
tucanos já estão prá lá de lotados. Imagino o choro por um pedacinho do graveto.
Viúvas e viúvos aboletados em cargos do governo
de SC? Não são poucos! Eles e elas estão por toda Santa Catarina, ou nas
cabideiras SDRs – que estão na mira do governador Colombo – ou em cargos nas
autarquias, secretarias, empresas, conselhos e outros ramos da mãe estado. Qual
dos líderes políticos vai oferecer guarida a tantos “assessores”? Colombo?
Mauro Mariani? Eduardo Moreira? Dário Berger? Fico a imaginar quanto faturam
neste momento as fotocopiadoras por este estado afora! Dá-lhe currículos!
LHS foi um paizão. Na imensa rede onde descansam,
ou descansavam, vários “assessores”, há de tudo. Desde grandes letrados (?) que
ocupavam, e ocupam, cargos estratégicos para que seus projetos tenham caminho
aberto, até seguradores de mala, motoristas, mantenedores de currais
eleitorais, tocadores (?) de obras, e claro apaniguados de muitos deputados
estaduais e federais dos mais diversos, todos certamente empenhados em dar o
melhor para a gente catarinense.
Ah, sim! Viúvos e viúvas do empresariado que
tanto tinham apreço por LHS, para onde correrão neste momento difícil? Dá para
imaginar? Voltarão ao projeto Bornhausen? Amin? Ou já miram para os filhotes de
Colombo como Gelson Merísio, Antônio Gavazzoni, João Rodrigues? LHS, LHS,
porque nos abandonaste, era a cantilena ouvida pelos cantos do Centreventos
Cau Hansen durante as exéquias ao grande líder. Se apurarmos os ouvidos, sons
chegam da Fiesc e associações empresariais de muitas cidades. Mas estes, bom,
estas viúvas tem muitos pretendentes sempre.
O que dizer dos partidos nanicos, cujos líderes viúvos
ficaram tão sentidos a ponto de brigar para segurar na alça do caixão do
senador falecido à saída para o féretro que levaria o grande líder em um
caminhão de bombeiros para sua última morada. Não é invenção não, meninos e
meninas, eu vi! E o seu PMDB, o maior viúvo do talento de LHS para manter o
poder, que será deste? A argamassa que conseguia unir tantos desunidos se foi. As
pequenas repúblicas internas se desprenderão rumo a outros pretendentes?
Em Joinville, onde o senador mandava há décadas
no seu partido e em outros tantos, o engalfinhamento tende a ser magnífico.
Senão uma luta fratricida, talvez traições inimagináveis tempos atrás. O atual
prefeito Udo Döhler, que só é o alcaide pelas mãos de LHS, vai colocar seu
poder para tomar de assalto a legenda? Ou então aproveitará a deixa para voltar
à redutos mais adequados ao seu modo de ser, tipo PSD, DEM, PR, etc? O que
farão os deputados Dalmo Claro, Mauro Mariani? Os vereadores Rodrigo Fachini,
João Carlos, Mauricinho e Claudio Aragão? Essa reunião de viúvas de LHS será
difícil de unir.
Mas se o espólio político de Luiz Henrique
deixou muitas viúvas e viúvos a chorar, embaralhando o cenário estadual, por
outro lado atiçou ainda mais o desejo do PSD de controlar o cetro deixado pelo
senador. Com o comando do governo estadual, e sabendo manejar o poder como
poucos, os pessedistas devem acelerar a máquina contra o PMDB, de olho já em
2016 e 2018.
Se quem mais enviuvou foi o PMDB, a choradeira
pode aumentar e muito mais. Porque viúvas e viúvos também traem a memória e o
legado deixado. É esperar e conferir para onde correrão as lágrimas de tantas
viúvas e viúvos mal acostumados com os benefícios do poder.
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Joinville bem de saúde?
POR MÁRIO MANCINI

A Prefeitura de Joinville tem R$ 579 milhões previstos para a área, o que equivale a 25,7% do
orçamento para 2015. Um bom dinheiro, pena que não reflita em ações reais.
Usarei como exemplo o bairro onde moro, o Costa e Silva. No papel é
muito bem servido, pois possui dois postos de saúde e um pronto atendimento (PA 24h). Seria um exemplo, inclusive já usei o PA e fui bem atendido em um passado não
muito distante.
A realidade atual é que apenas um posto de saúde está funcionando e o
outro está em reforma. Já o PA foi sendo sucateado, tanto patrimonial como
profissionalmente e antes de ser interditado já não possuía ortopedista e
pediatra, pois na região ninguém se machuca e crianças não adoecem.
O posto de saúde está em reforma eterna,
segundo a placa, financiado pelo Governo Federal com entrega prevista para
junho de 2014. A Copa deve ter atrapalhado, como a equipe foi transferida para
o posto novo, mesmo quando pronta a reforma (2030?) deve demorar para voltar a
operar normalmente.
O PA também passa por reforma. Até agora
foi repintado e só! Não se vê obra por lá, mas sejamos otimistas, as obras
podem ser internas.
Portanto, devemos ter muito cuidado ao
analisarmos propagandas de grandes feitos na saúde municipal, pois mostra o que
foi entregue, uma ilusão de tudo bem, não o que está em “reforma”, que é em
quantidade maior.
Já escreveram neste espaço que a PMJ
inaugura até pintura de faixa de pedestre, comemora roçadas (que são poucas),
como se o básico fosse o extraordinário; pelo que vemos é o que temos para
hoje. Pior, ainda teremos um ano e sete e meses de marasmo administrativo.
E para aqueles, que sem o menor respeito
e/ou pudor, comemoram a passagem do senador Luiz Henrique da Silveira, deixo o
velho ditado: “ruim com ele, pior sem ele”. Espera e verás.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Um novo tempo, quem sabe...
POR FELIPE SILVEIRA
Luiz Henrique da Silveira apelou quando recorreu a Udo Döhler para ganhar a prefeitura de Joinville. Empresário, alemão, gestor de hospital, santo etc. A nova tentativa não deveria falhar, em contraposição à experiência de quatro anos antes, quando apostou as fichas no “forasteiro” Mauro Mariani.
Esse é apenas um pequeno exemplo da influência de LHS no cenário político local, que, com a morte do senador, passa a ter uma nova configuração e um novo modus operandi, já que o principal articulador não está mais entre nós.
Udo Döhler, como um Muricy Ramalho de olhos azuis, deve apostar no trabalho de sua equipe para mais quatro anos. E, junto com a máquina de propaganda, a qual apenas o capital detém a chave, deve conseguir. Kennedy Nunes deve mobilizar sua pequena máquina local para tentar o trono da Hermann Lepper. Vai incomodar. O PT junta os cacos em âmbito municipal. Parece ter desaparecido após 2012. Talvez seja reflexo do trauma somado à crise de identidade do partido nacionalmente. Sobre isso, cabe observar o posicionamento dos vereadores da sigla na atual legislatura.
E a população?
O que interessa nisso tudo é como fica a população joinvilense, observando a disputa e esperando pra ver quem vai ficar com o chicote na mão.
Vivemos um novo momento no mundo, de super-exploração no campo do trabalho, de violência no campo social, de retrocesso no campo político. Como reação a tudo isso, levantes acontecem mundo afora e inclusive aqui. No entanto, parecem ser engolidos pelo dia a dia, pela necessidade de sobrevivência e de vivência de cada um de nós.
Mas até quando os trabalhadores e estudantes de Joinville vão deixar seu mirrado salário no aluguel, na passagem do transporte coletivo, na mensalidade da faculdade? Até quando vão comer poeira nos bairros de ruas não asfaltadas? Até quando vão ver seus parentes sofrer nos corredores dos hospitais e nas filas dos postinhos? Até quando vão se contentar com as frases de efeito de empresários e comunicadores, que vendem uma Joinville planejada, mas não dizem para quem?
Novo ciclo
A morte de LHS representa o fim de um ciclo, certamente. Talvez ele representasse a política de outra época, embora estivesse à frente de muitos jovens no campo estratégico. A nova etapa da política local dá a impressão de um “cada um por si” na política eleitoral e tradicional da cidade.
Mas talvez seja justamente este momento de “fragilidade” do capital local que nos possibilite impor outros valores ao debate político. Com levantes nos bairros, nas escolas, nas fábricas e nas ruas é possível estabelecer outra relação.
Talvez não consigamos nada. Mas é preciso sonhar. E realizar.
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