POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Há coisas que eu gostaria de saber sobre esse Marcos
Queiroz, o empresário que teria engabelado um montão de gente em Joinville. Mais
do que saber onde ele está – isso é trabalho da polícia – eu gostaria de saber
é como ele conseguiu galgar degraus na cidade, ao ponto de ser visto por muitos
como um empresário respeitável.
Se ainda estivesse no jornalismo diário, gostaria
de fazer uma matéria reconstitutiva. Ver o percurso do homem desde que chegou à
cidade e entender a rede de conexões que tornou possível a sua ascensão. Ninguém
é Marcos Queiroz por acaso. Para chegar onde chegou, ele deve ter contado com
conivências, silêncios e omissões.
O marketing pessoal é a parte mais previsível.
Numa cidade como Joinville, onde muita gente pensa viver pela meritocracia (por
mérito entendam “ganhar dinheiro”), é fácil passar a ideia de sucesso. É só
exibir carrões, participar de churrascadas com alguns pretensos big shots ou postar passeios de helicóptero
na internet. É mel na chupeta.
Mas qual era a relação desse senhor com o meio
empresarial, a comunicação social, os políticos, a comunidade etc? Eis uma
primeira coisa a saber: Marcos Queiroz foi convidado por um partido para ser candidato
a vereador em 2012? Será? Se houve convite é porque havia chances de eleger o
homem. Virgi.
Também tenho curiosidade em saber quais foram
as relações que ele estabeleceu no meio empresarial. É claro que, pelo seu
perfil, ele tende a atrair a arraia miúda do empresariado e também essa gente
que está sempre disposta a tirar uma lasquinha do “sucesso” dos outros. Um
aldrabilhas precisa passar a imagem de bem sucedido e isso atrai os bajuladores.
E por falar em bajulação, parece que o homem
caiu nas graças de uma certa comunicação social. Mas teve gente que tomou um chapéu, porque não viu a cor da grana. Só que
ninguém veio reclamar em praça pública. Coisa de malandro agulha: leva no
buraco e não perde a linha.
Em tempo: hoje o jornalista Roelton Maciel publicou
uma matéria no AN a mostrar um pouco mais da vida do sujeito. É uma história e
tanto. Até de pastor evangélico ele já posou.