Ora, parece que o pessoal não quer mais a Copa do
Mundo no Brasil (aliás, já disse que se quiserem mandar para Portugal pode ser
uma boa ideia, porque o país está a precisar de dinheiro). Mas acho uma
injustiça para o pessoal que gosta de futebol e que certamente estava com
muitas expectativas para 2014.
Então fiquei a matutar numa solução para os que
gostam de futebol. E foi no dia da aprovação da cura gay, quando os religiosos
mostraram toda a força, que a solução veio à mente. Pô, já que o Brasil tem
tantos religiosos, talvez devesse pensar em algo nesse plano. Mas foi no
domingo, com o sucesso do jogo entre o JEC e os padres de Joinville que
repesquei uma ideia: vamos promover uma Copa do Mundo dos religiosos.
Sem falsa modéstia, considero uma ideia divinal,
porque o Campeonato Mundial de Futebol Inter-religiões pode levar todos à
harmonia. E mais: dava uso para os estádios que já estão construídos. A
competição seria exatamente como a Copa do Mundo, realizada a cada quatro anos,
com 32 equipes em competição.
O planeta tem um exagero de religiões, o que obrigaria à disputa de eliminatórias. Só poderiam participar os monoteístas, porque não é justo uma equipe ter mais de um deus a dar aquela forcinha. Os ateus comuns, por motivos óbvios, não poderiam disputar o campeonato. Mas os ateus que transformaram o ateísmo numa religião talvez pudessem tentar um lugar.
Para evitar a corrupção de árbitros, eles seriam todos recrutados entre os monges shaolin. Os caras não se interessam por coisas materiais e seria difícil suborná-los (nunca se sabe quando vai aparecer um Moloch para fazer merda). E os shaolin sabem artes marciais, o que sempre dá muito jeito em caso de algum jogador tentar agredir o árbitro.
Os jogos seriam transmitidos pelas rádios e televisões da Igreja do Reino de Deus, com as receitas distribuídas por todos os participantes. É claro que as outras equipes teriam de pagar os 10% do dízimo televisivo. Mas é um preço baixo a pagar só para não ter que aguentar as narrações do Galvão Bueno.
É de prever grandes clássicos quando a bola rolar. Católicos x Protestantes. Mórmons x Islâmicos. Hinduístas x Xintoístas. Ah... e por fim, a grande sacada da competição: o deus da equipe campeã tinha de ser considerado o manda-chuva por quatro anos e todo mundo tinha de respeitar as leis. Sem brigas.
O planeta tem um exagero de religiões, o que obrigaria à disputa de eliminatórias. Só poderiam participar os monoteístas, porque não é justo uma equipe ter mais de um deus a dar aquela forcinha. Os ateus comuns, por motivos óbvios, não poderiam disputar o campeonato. Mas os ateus que transformaram o ateísmo numa religião talvez pudessem tentar um lugar.
Para evitar a corrupção de árbitros, eles seriam todos recrutados entre os monges shaolin. Os caras não se interessam por coisas materiais e seria difícil suborná-los (nunca se sabe quando vai aparecer um Moloch para fazer merda). E os shaolin sabem artes marciais, o que sempre dá muito jeito em caso de algum jogador tentar agredir o árbitro.
Os jogos seriam transmitidos pelas rádios e televisões da Igreja do Reino de Deus, com as receitas distribuídas por todos os participantes. É claro que as outras equipes teriam de pagar os 10% do dízimo televisivo. Mas é um preço baixo a pagar só para não ter que aguentar as narrações do Galvão Bueno.
É de prever grandes clássicos quando a bola rolar. Católicos x Protestantes. Mórmons x Islâmicos. Hinduístas x Xintoístas. Ah... e por fim, a grande sacada da competição: o deus da equipe campeã tinha de ser considerado o manda-chuva por quatro anos e todo mundo tinha de respeitar as leis. Sem brigas.
Diverti-me nestes dias de ruas ocupadas a imaginar o que diriam nossa mídia e formadores de opinião dos 150 colonos que, numa noite de dezembro de 1773, disfarçados de índios, lançaram ao mar quilos de chá trazidos da Inglaterra, depois que um decreto real tornou obrigatório seu consumo e proibiu a produção interna. A maioria os acusaria de vândalos: nossos veículos reclamariam os privilégios da coroa inglesa, e como fazem mal jornalismo, acusariam logo os índios; Arnaldo Jabor enfatizaria, teatralmente, que se tratavam apenas de “saquinhos de chá”, para depois pedir desculpas pelo erro: os baderneiros, afinal, não eram índios. E não faltariam os comentários anônimos no Chuva Ácida, a defender furiosamente que os militares britânicos acertassem tiros na testa dos bárbaros, fossem índios ou colonos.